domingo, 25 de maio de 2025

 

1.              História do Brasil – Economia, Política e Violência no início da República Velha

2.              Sumário

História do Brasil – Economia, Política e Violência no início da República Velha. 1

Cenário Mundial 1

Um exemplo de seriedade e serenidade. 1

A Monarquia no Brasil 1

A Proclamação da República e nossos dois primeiros presidentes. 1

Governo de Prudente de Morais. 1

Governo Campos Sales. 1

O Brasil século XXI 1

 

 

3.               Cenário Mundial

 

A Partir da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos da América do Norte a Humanidade entrou em noiva fase ideológica. Os ideais entraram em conflito com a realidade e isso significou avanços e recuos desanimadores.

Apesar das teses românticas e idealistas as grandes nações se impuseram pela força. Os impérios[1][2] tinham desculpas e disputavam fronteiras.

A democracia dá condições para retrocessos até em cenários que possam dar a impressão de alguma estabilidade. Mudam para poderem manter privilégios[3]e os agentes dessas mudanças se tornam pessoas intocáveis, eventualmente sofrendo metamorfoses assustadoras.

Mais ainda, os governantes se sucedem, os políticos ganham espaços em função de seus rebanhos e todo ser humano é singular, efeito de sua educação e ambições.

É fácil notar a divinização

 de políticos.

Os seres humanos são frágeis.

As invenções e a tecnologia revolucionárias também mudaram drasticamente a História da Humanidade apesar da continuidade ainda por dois a três séculos de fortes sentimentos racistas, xenófobos, fundamentalistas e de idolatria a lideranças eventualmente infames.

A escravidão[4] era um grande negócio[5]...

Conhecer e entender a História da Humanidade[6] é receber vacinas contra a violência, vacinas que precisam ser repetidas pela leitura sistemática de bons livros, ver e ouvir documentários honestos, filmes sérios, conversar com pessoas mais experientes, ver projetos de arte que alertam para nossos erros e acertos históricos.

A Ética da violência, a moral guerreira, a famosa geopolítica, a escravidão no século 19, racismo, filosofias e revoluções redentoras, acima de tudo interesses comerciais e tirânicos transformaram os séculos precedentes ao nosso em tempos complexos, mais ainda com novas tecnologias que tornaram a Humanidade ciente de seus riscos, mas não consciente dos males que poderia ter evitado.

Talvez pior seja a perturbação psicológica de militares que tenham participado de atos pessoais de violência[7]. Isso deve ter afetado nossos patriotas em suas lutas pelo Brasil.

Tivemos evoluções graças principalmente à ONU e mudanças de lógicas religiosas, acima de tudo da Igreja Católica.

Após a Primeira Guerra Mundial aconteceu a pandemia Espanhola, com esse nome porque a censura da guerra proibia notícias e a humanidade tomou consciência de sua existência através dos jornais espanhóis...

Algo inimaginável é pensar e acreditar que pessoas que se tornam públicas, visíveis, que ocupem cargos de grande responsabilidade após atos de extrema coragem como foi a Proclamação da República no Brasil pretendessem errar fragorosamente.

Com certeza só erra quem decide. Alguns, contudo, erram demais.

 

4.               Um exemplo de seriedade e serenidade

 

Assim vimos a “Revolução de Veludo”[8], por exemplo, separando a antiga Tchecoslováquia em dois países independentes.  Esse processo de separação mostrou o que a política é capaz quando o povo já sofrido e não querendo conflitos procura soluções pacíficas para suas diferenças.

 

5.               A Monarquia no Brasil

 

No Brasil a Monarquia comprou e pagou muitos micos. Uma boa descrição resumida desse cenário brasileiro com rei e tudo pode ser lido no livro[9] (Essa tal PROCLAMAÇÃO da EPÚBLICA) de forma divertida e concisa.  

Nossa Pátria ficou para trás e perdeu oportunidades importantíssimas de se desenvolver, Tudo era bom com estava, para que mudar?

Na infraestrutura as ferrovias[10] foram mal valorizadas. Nas grandes potências eram projetos prioritários, aqui se perderam nas vaidades da Corte e na alienação dos primeiros republicanos[11].

Felizmente a Democracia, ainda que jovem, permite e dá espaço a pessoas especiais[12]. Assim o Brasil, ainda que lentamente, ganhou bases para consolidar o território que ocupa atualmente.

D. Pedro II era estimado pelo povo brasileiro e não se furtava a enfrentar pacificamente a oposição, muito ao contrário de ditadores que surgiram no século 20 no Brasil.

Sofreu um atentado em 1889 que poderia ter resultado em ações enérgicas, o Imperador, contudo, não valorizou excessivamente esse fato[13].  As maquinações a favor da proclamação imediata da República avançaram e desprezaram a hipótese de transições pacíficas (O imperador republicano: Uma concisa e reveladora biografia de dom Pedro II eBook Kindle, 2021).

A família e D. Pedro II foram expulsos[14] do Brasil de forma sórdida. Os republicanos não tinham convicção de apoio popular a suas atitudes.

 

6.               A Proclamação da República e nossos dois primeiros presidentes

 

A Proclamação da República no Brasil[15] começou sob o comando de dois Presidentes militares e intocáveis (República da Espada, s.d.).

disparou reações imediatas e conflitos sangrentos[16], principalmente pela inabilidade de nossos governantes e seus opositores, enquanto existiu até a “Era Vargas”. A Democracia é um processo que exige compreensão e tolerância.

Nossos dois primeiros Presidentes da República? eram pessoas notáveis, perderam credibilidade graças a subordinados imaturos, despreparados para os cargos que ocuparam.

Heróis nem sempre são bons governantes (A DIPLOMACIA DO MARECHAL - Intervenção estrangeira na, 2017).

Seres humanos notabilíssimos idealizaram e criaram o primeiro e desastroso plano econômico tremendamente desastroso, a ponto de ser motivo principal da renúncia do Presidente Deodoro [(Ruy Barbosa de Oliveira, s.d.) e (Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiuva, s.d.)].

O Encilhamento[17] merece ser relembrado sempre que propostas econômicas surpreendam e evoluam negativamente. [18]

Nosso primeiro Presidente[19] enfrentou o pesadelo da transição entre a Monarquia e a República e perdeu apoios com os efeitos do Encilhamento, acima de tudo. O Manifesto dos Treze generais foi o primeiro desafio de Floriano Peixoto e mostrou o estilo do nosso segundo presidente enfrentando lideranças militares respeitáveis[20].

O Marechal Floriano Peixoto governou com mão de ferro e enfrentou o que vimos muitas vezes, a disputa pelo poder entre militares.

Mostrando a personalidade autoritária e típica da época na repressão a Canudos[21] e na Revolta da Chibata[22] A Revolução Federalista realçou a força e tendências políticas dos estados sulistas[23] mas alertou o Governo Federal para o risco do separatismo.

AS Revoltas da Armada[24] realçaram as diferenças internas das Forças Armadas Brasileiras[25] (Bezerra, s.d.).

Um dos motivos alegados para a Primeira Revolta da Esquadra foi ao não cumprimento da Constituição Federal de 1891 (CONSTITUIÇÃO DE 1891, s.d.), sob a qual deveria ter existido eleição para a Presidência da República[26].

Nos estados lideranças locais travestiam-se de revolucionários e com algumas dúzias de homens promoviam “revoluções”.  Um bom exemplo foi [27] Hercílio Luz, pessoa notável de Santa Catarina.

Pessoalmente tenho a convicção de que o golpe republicano poderia ter sido evitado, precisávamos, isso sim, de uma monarquia como poder moderador e a democracia gradual, inteligente e sadia.

O custo da República Velha foi altíssimo[28].

 

7.               Governo de Prudente de Morais

 

O Brasil teve a felicidade de eleger um excelente presidente (Governo de Prudente de Morais, s.d.) após o governo de Floriano Peixoto.

Coerente e suficientemente enérgico diante das resistências que enfrentou, Prudente de Morais salvou o Brasil de situações complexas e extremamente perigosas.[29]

A República Velha foi um período que pretendia mudar o Brasil, ou mudar para conservar[30] privilégios[31]. Garantiu a força dos interesses de suas elites[32].

Um exemplo do apego à conservação de privilégios foi o golpe denominado “Proclamação da República” onde o Marechal Deodoro, colocado à frente do processo militar, não sabia exatamente o que fazia, pois, sua saúde já debilitada favorecia a manipulação do seu prestígio.

A Democracia[33] era uma bandeira rasgada. Veio para atender lideranças ofendidas pela monarquia, mas o essencial deveria continuar[34].

A personalidade e os interesses dos líderes do processo político que se instalou no Brasil tinham medo do povo.

Um país com dimensões continentais, fronteiras terrestres vulneráveis, extenso litoral e ausência de serviços essenciais de ponta a ponta foi um desafio muito além da inteligência dos líderes políticos e empresariais da época inicial da República, apesar de algumas exceções ilustres.

A capital do Brasil, Cidade do Rio de Janeiro[35], era uma vitrine ruim e insalubre. Já no período monárquico foi objeto de projetos de saneamento urbano, mas as guerras e revoluções com certeza deixaram o governo imperial sem recursos para projetos mais ambiciosos. Foi submetida a mudanças[36] com lógicas urbanísticas da época, ou seja, deslocando as populações mais pobres para longe do centro da capital.

A não aplicação de programas habitacionais[37] decentes, o transporte coletivo precário e a falta de escolas, acima de tudo, condenaram contingentes humanos a padrões de miséria que até hoje podem ser espaço de preservação de culturas africanas, mas mostram que a escravidão criou comportamentos elitistas perversos.

Pior ainda, guerras sucessivas geraram comportamentos perversos dos quais as atitudes do Coronel Moreira César[38] (Antônio Moreira César, s.d.) foi exemplar.

A crueldade de suas punições foi uma demonstração da lógica selvagem da época.

Perdoar[39]?

Naturalmente e até maquiavelicamente as reformas colocadas em prática no início do século criaram reações, desinteligências, assim como foram a base para educação dolorida dos efeitos de nossas endemias.

As vacinas[40] começaram a existir contra a vontade de demagogos e ignorantes...

O Brasil pode se orgulhar de seus grandes cientistas, eles foram decisivos à nossa história[41] [42] (Oswaldo Gonçalves Cruz, s.d.), (Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas, s.d.) e simplificando (Os 11 mais importantes cientistas brasileiros, s.d.)

A Revolta da Vacina merece ser lembrada pois marcou nossa história violentamente na nossa capital federal, cenário da Proclamação da República, imprensa nacional, reurbanização e desigualdades imensas[43].

Muito de que se fez contra a vontade da população para vaciná-la merece respeito, pois essa foi a sinalização que muitas doenças podem ser evitadas, algumas talvez assustadoras[44].

No início do século XX[45] o racismo ganhava força nos EUA servindo de estímulo para outros povos[46].

 

8.               Governo Campos Sales – 1898 a 1902

 

O presidente Campos Sales (Manuel Ferraz de Campos Sales, s.d.) foi um administrador típico e desejável pelas oligarquias[47].

O golpe republicano, conforme sugeri, abriu caminho para uma década de enorme incerteza política, na qual  os canais de integração entre demos, polis e governo ficaram  abertos ao acaso e à astúcia. Em termos concretos, os primeiros dez anos da República não geraram respostas duradouras  aos problemas deixados em aberto pelo abandono do marco institucional do Império. As ações coletivas que incidiam  sobre o âmbito da política formavam-se de modo errático,  configurando um leque de comportamentos que incluíam a  articulação parlamentar de segmentos da elite agrária e a proliferação do insurrecionismo militar, sem excluir a conduta  irredenta dos jacobinos da rua do Ouvidor, na cidade do Rio  de Janeiro. As relações entre poder central e os estados caracterizavam-se por uma sucessão de intervenções federais, com  o contraponto de levantes de militares radicais a afastar em  vários estados juntas de governo.  O pacto constitucional de 1891, de forma perversa e paradoxal,

 

Lessa, Renato. A invenção republicana: Campos Sales, as bases e a decadência da primeira república brasileira (p. 255). Edição do Kindle.

 

O início extremamente turbulento da República Velha deu condições ao Presidente Campos Sales[48] de impor comportamentos, leis, soluções que pacificassem o Brasil e reduzisse a ação de grupos populares que afetaram e agitavam a Monarquia assim como a República, na Revolta da Vacina, por exemplo.

 

9.               O Brasil século XXI

 

As eleições evoluíram[49] e o Brasil atual é muito diferente dos tempos que a Democracia capengava e o grau de escolarização baixíssimo. Infelizmente ainda temos investidas golpistas que eram rotineiras e as vacinas encontram detratores[50].

Graças à liberdade de expressão e artística o Brasil mudou muito, para dizer pouco. As danças e músicas proibidas gradativamente ganharam espaços e liberdade. Isso criou um Brasil mais alegre, descontraído, que fascina os estrangeiros, normalmente taciturnos, politizados demais, ongueiros e caros.

Hoje podemos dizer o que temos[51] (20 RITMOS BRASILEIROS, s.d.), que maravilha! É bom lembrar que nossos povos indígenas também têm o que mostrar.

 

 

Bibliografia

 

Antônio Moreira César. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Moreira_C%C3%A9sar

Bezerra, J. (s.d.). Revolta da Armada. Fonte: TodaMatéria: https://www.todamateria.com.br/revolta-da-armada/#:~:text=A%20Primeira%20Revolta%20da%20Armada,contra%20a%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20de%201891.&text=Como%20resultado%2C%20os%20revoltosos%20conseguiram,23%20de%20novembro%20de%201891.

Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Chagas

CONSTITUIÇÃO DE 1891. (s.d.). Fonte: CÂMARA DOS DEPUTADOS: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1824-1899/constituicao-35081-24-fevereiro-1891-532699-publicacaooriginal-15017-pl.html

Costa, S. C. (2017). A DIPLOMACIA DO MARECHAL - Intervenção estrangeira na. (M. d. Exteriores, Editor, & Fundação Alexandre de Gusmão) Fonte: http://funag.gov.br/loja/download/1215-A-DIPLOMACIA_DO_MARECHAL_FINAL.pdf

Fucks, R. (s.d.). Os 11 mais importantes cientistas brasileiros. Fonte: biografia: https://www.ebiografia.com/cientistas_brasileiros_mais_importantes/

Gauthier, G. (2021). O imperador republicano: Uma concisa e reveladora biografia de dom Pedro II eBook Kindle. eBook Kindle.

Oswaldo Gonçalves Cruz. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre: https://pt.wikipedia.org/wiki/Oswaldo_Cruz

Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiuva. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre: https://pt.wikipedia.org/wiki/Quintino_Bocaiuva

República da Espada. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_da_Espada

Rodrigues, N. (s.d.). Governo de Prudente de Morais. Fonte: InfoEscola: https://www.infoescola.com/historia/governo-de-prudente-de-morais/

Ruy Barbosa de Oliveira. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ruy_Barbosa

Veiga, E. (s.d.). Essa tal PROCLAMAÇÃO da EPÚBLICA (eBook Kindle ed.).

Véspero, F. (s.d.). 20 RITMOS BRASILEIROS. Fonte: https://flaviovespero.com.br/novidades/20-ritmos-brasileiros/

 

 



[1] Em um sentido menos superficial, o período que nos ocupa é obviamente a era de um novo tipo de império, o colonial. A supremacia econômica e militar dos países capitalistas há muito não era seriamente ameaçada, mas não houvera nenhuma tentativa sistemática de traduzi-la em conquista formal, anexação e administração entre o final do século XVIII e o último quartel do XIX. Isto se deu entre 1880 e 1914, e a maior parte do mundo, à exceção da Europa e das Américas, foi formalmente dividida em territórios sob governo direto ou sob dominação política indireta de um ou outro Estado de um pequeno grupo: principalmente Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, EUA e Japão. As vítimas desse processo foram, até certo ponto, os antigos impérios europeus pré-industriais sobreviventes da Espanha e de Portugal, o primeiro mais que o segundo, apesar de tentativas de estender o território sob seu controle no noroeste africano. Entretanto, a permanência dos principais territórios portugueses na África (Angola e Moçambique), que sobreviveriam às outras colônias imperialistas, deveu-se basicamente à incapacidade de seus rivais modernos chegarem a um acordo quanto à maneira exata de dividi-los entre si. Nenhuma rivalidade desse tipo salvou os despojos do Império Espanhol nas Américas (Cuba, Porto Rico) e no Pacífico (Filipinas) dos EUA em 1898. A maioria dos grandes impérios tradicionais da Ásia permaneceu nominalmente independente, embora as potências ocidentais tenham delimitado ali “zonas de influência” ou mesmo de administração direta que (como no caso do acordo anglo-russo sobre a Pérsia em 1907) podiam cobrir a totalidade do território. Na verdade, seu desamparo político e militar era dado como certo. Sua independência dependia de sua utilidade como Estados-tampão (como o Sião — hoje Tailândia —, que separava as zonas britânica e francesa no sudeste asiático, ou do Afeganistão, que separava a Grã-Bretanha e a Rússia), da incapacidade de as potências imperiais rivais concordarem numa fórmula para a divisão, ou meramente de sua extensão.

 

Hobsbawm, Eric. A era dos impérios: 1875-1914 (pp. 124-125). Paz e Terra. Edição do Kindle.

[2] Deus. Se alguma crise existia para esses homens e mulheres, não era a da ciência ou da filosofia, mas a do mundo daqueles que viviam no privilégio, na exploração e na superstição. E no mundo fora da democracia ocidental e do socialismo, a ciência significava poder e progresso em um sentido menos metafórico. Significava a ideologia da modernização, imposta às atrasadas e supersticiosas massas rurais pelos científicos,a elites políticas esclarecidas de oligarcas inspirados pelo positivismo — como no Brasil da República Velha e no México de Porfirio Díaz. Significava o segredo da tecnologia ocidental. Significava o darwinismo social que legitimava os multimilionários americanos.

 

Hobsbawm, Eric. A era dos impérios: 1875-1914 (pp. 589-590). Paz e Terra. Edição do Kindle.

[3] Chevalley pensava: “Este estado de coisas não vai durar; nossa administração, nova, ágil, moderna, mudará tudo”. O Príncipe estava deprimido: “Tudo isto”, pensava, “não deveria durar; mas vai durar, sempre; o sempre dos homens, é claro, um século, dois séculos… e depois será diferente, mas pior. Nós fomos os Leopardos, os Leões; os que vão nos substituir serão os chacais, as hienas; e todos eles, Leopardos, chacais, hienas, continuarão se acreditando o sal da terra”. Os dois agradeceram um ao outro e se despediram. Chevalley montou na carroça de posta, içada sobre quatro rodas cor de vômito. O cavalo, todo fome e feridas, iniciou a longa viagem.

 

di Lampedusa, Giuseppe Tomasi. O Leopardo (p. 143). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[4] Excesso de cor Vossa elevada independência apenas revela a imensurável distância entre nós. [...] A rica herança de justiça, liberdade, prosperidade e independência legada por seus pais é compartilhada por vocês, não por mim. A luz do sol que derramou vida e cura para vocês trouxe cicatrizes e morte para mim. Este 4 de Julho é de vocês, não meu. [...] Arrastar um homem em grilhões para o grande templo iluminado da liberdade e chamá-lo a se juntar a vocês em hinos de júbilo é zombaria desumana e ironia sacrílega. Vocês pretendem zombar de mim, cidadãos, pedindo-me para falar neste dia? Frederick Douglass

 

Magnoli, Demétrio. Gota de sangue - história do pensamento racial, Uma (p. 11). Editora Contexto. Edição do Kindle.

[5] baiano Francisco Félix de Souza, um dos personagens mais extraordinários da história do Brasil. Mulato claro nascido em Salvador, Francisco Félix ainda jovem mudou-se para a África, onde passou a dedicar-se ao mais lucrativo negócio da época: o tráfico de escravos. Em pouco tempo, tornou-se o mais rico, famoso e influente mercador de gente na costa africana, com numerosa clientela no Brasil. Teria embarcado mais de meio milhão de cativos para o Recôncavo Baiano. Ao morrer, em 1848, aos 94 anos, deixou 53 mulheres viúvas, mais de oitenta filhos e 2 mil escravos.

 

Gomes, Laurentino. Escravidão – Vol. 1 – Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares (pp. 11-12). Buobooks. Edição do Kindle.

[6] Os historiadores menos inclinados à filosofia quase não podem evitar reflexões gerais sobre sua matéria. Mesmo quando podem, talvez não sejam incentivados nesse sentido, já que a procura para conferências e simpósios, que tende a aumentar à medida que o historiador envelhece, é mais facilmente atendida por abordagens gerais que por pesquisas concretas. Em todo caso, o viés do interesse contemporâneo está voltado para questões conceituais e metodológicas da história.

 

Hobsbawm, Eric. Sobre história (p. 3). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[7] O guerreiro, portanto, vivencia na batalha a transcendência que outros encontram no ritual, às vezes com efeitos patológicos. Psiquiatras que tratam veteranos de guerra com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) perceberam que, na destruição de outras pessoas, os soldados podem experimentar uma autoafirmação quase erótica. Mais tarde, no entanto, quando lutam para libertar suas emoções de piedade e crueldade, as vítimas de TEPT podem ser incapazes de viver como seres humanos coerentes. Um veterano do Vietnã descreveu uma fotografia dele mesmo segurando duas cabeças decepadas pelo cabelo; a guerra, ele disse, era “o inferno”, um lugar em que “a loucura era natural” e tudo ficava “fora de controle”, mas ele concluiu:

 

Armstrong, Karen. Campos de sangue . Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[8] Revolução de Veludo (17 de novembro a 29 de dezembro de 1989) refere-se à revolução não agressiva na antiga Checoslováquia que testemunhou a deposição do governo comunista daquele país. Esta é vista como uma das mais importantes revoluções de 1989.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_Veludo

 

[9] Cutucaram os militares com vara curta Com a Guerra do Paraguai, o Exército brasileiro se organizou e cresceu. Muita gente subiu rápido na vida. Soldados viraram oficiais. A guerra acabou e os que sobreviveram voltaram se achando. Agora eles também queriam participar da política, dar seus pitacos no rumo do país. Eram heróis. Estavam com tudo. Eram os caras. Tinham orgulho do que haviam feito e achavam que podiam muito mais. O governo começou a atender aos seus pedidos. Melhorou os salários, organizou a carreira... Embora alguns oficiais estivessem próximos da política, deixavam claro que seu compromisso maior era com os colegas, e não com o governo. A gota d’água veio em 1884, com um discurso do coronel Antônio de Sena Madureira. Havia uma lei que proibia os militares de se manifestar em assuntos políticos, mas o tal coronel defendeu o fim da escravidão. E não era a primeira vez que metia o bedelho onde não era chamado. No ano anterior, ele tinha dito que não concordava com uma nova lei que determinava contribuição obrigatória ao montepio dos militares. Bom, a punição veio. Sena Madureira foi transferido da Escola de Tiro do Rio de Janeiro, da qual era comandante, para a Escola Preparatória de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Isso provocou um rebuliço entre os militares. Pipocavam discussões polêmicas aqui e ali. O Ministério da Guerra teve de agir: proibiu que os militares publicassem sua opinião na imprensa.

 

Veiga, Edison. Essa tal proclamação da república (pp. 40-41). Panda Books. Edição do Kindle.

[10] Apesar de muita organização, estabilidade e recursos, o Brasil do século XIX ficou bastante atrás dos países industrializados do Atlântico Norte. As razões mais significativas para essa estagnação brasileira foram o baixo nível de investimento e uma produtividade muito inferior. As ineficiências técnicas e de alocação de recursos prejudicaram o produto brasileiro e marcaram os mercados em grande parte do século XIX. De todos os determinantes desse atraso, as terríveis condições de transporte colocavam-se como a principal barreira a um crescimento econômico antes de 1900. Todo produto vendido, fosse agrícola ou industrial, tinha de ser transportado até o mercado, e poucos conseguiam mover-se pelas águas.

 

Summerhill, William R.. Trilhos do desenvolvimento . Livros de Safra. Edição do Kindle.

[11] indústria. Liquidou rapidamente a firma importadora e, entre 1846 e 1852, instalou uma fundição, onde passou a produzir desde tubos a pontes de ferro, um estaleiro (72 navios fabricados), uma companhia de navegação a vapor no Amazonas e Tocantins (5 300 km de linha), um banco, uma companhia de iluminação a gás no Rio de Janeiro e, finalmente, a primeira estrada de ferro brasileira, que estabelecia a ligação entre porto Mauá (na baía de Guanabara) e a base da serra da Estrela. Essa ferrovia, na data de sua inauguração (30 de abril de 1854), transformou o comerciante Irineu Evangelista no industrial Barão de Mauá. Em 1847, dois anos depois de lançar o cabo do telégrafo submarino, que uniu o Brasil à Europa, receberá o título de Visconde de Mauá. Essas nobiliarquias, contudo, não abalarão a sólida antipatia da corte pelo empresário liberal e abolicionista. Além desses grandes empreendimentos, Mauá envolveu-se com vários outros de menor porte e prosseguiu no desenvolvimento das ferrovias, sua maior paixão. Deu início à construção da linha que ligaria Antonina a Curitiba e a Santos-Jundiaí. Aliás, será uma estrada de ferro, a Rio-Santos, a causa inicial de sua futura falência. Em sua Exposição aos Credores, Mauá explica detalhadamente os problemas que teve de enfrentar. Refere-se com minúcias às causas particulares de seu desastre, mas apenas intui as causas mais profundas, aquelas que poderíamos chamar de causas históricas. É possível elencar, uma a uma, as causas específicas para o fracasso de Mauá, e assim ele o fez. Algumas. — como o fechamento do seu banco em Montevidéu, devido a questões internas da política uruguaia — ocorreram independentemente de sua vontade. Ou como o profundo descaso do governo imperial, que nada fez para ajudá-lo. Justamente a ele que já salvara esse mesmo governo de apertos financeiros, sem nada pedir em troca. Outras causas dependeram, sem dúvida, do

 

LeBooks, Edições. Barão de Mauá: Empreendedor do Império (Os Empreendedores) (pp. 20-21). Lebooks Editora. Edição do Kindle.

A

[12] A presente tese de doutorado procurou estudar dois convidados da Primeira República: Joaquim Murtinho e Percival Farquhar. Primeiro, o ministro das Finanças do início do século XX, posteriormente o empresário estadunidense que veio montar seu império industrial atraído pelas concessões de ferrovias e serviços públicos advindas com o 1º Funding Loan (1898). Definiu-se como período inicial da mesma, o ano de 1898 quando Campos Salles assume a Presidência da República do Brasil e conduz Joaquim Murtinho ao Ministério da Fazenda, responsável pelas medidas saneadoras impostas pelo empréstimo internacional. O ano derradeiro deste estudo é o de 1952, data em que Percival Farquhar, bastante doente, deixa o Brasil pela última vez e repassa a maioria das ações de seu investimento na Acesita para o Banco do Brasil.

 

Milani, Martinho. O Anexador do Brasil: Percival Farquhar: entre nacionalistas e oligarcas (1898-1952) (pp. 1-2). Edição do Kindle.

[13] Atentado de Julho foi uma tentativa de assassinato contra o imperador brasileiro, Dom Pedro II, em 15 de julho de 1889.

Ocorreu na atual Praça Tiradentes, após a saída do imperador do concerto da violinista Giulietta Dionesi no Teatro Sant'Anna (hoje Teatro Carlos Gomes), no Rio de Janeiro, capital do Império. Enquanto saía, D. Pedro foi surpreendido por um jovem bem vestido que atirou contra a carruagem do imperador com gritos enaltecendo a república, porém, não conseguiu atingir o monarca. O atirador conseguiu fugir, porém, foi mais tarde capturado pela polícia e reconhecido como Adriano Augusto do Valle. Durante o momento de sua prisão, estava embriagado em um bar, onde diante de outros fregueses, vangloriava-se de ter atirado contra o imperador. Também afirmava que o faria de novo, por ter errado o disparo.[1]

O imperador, apesar do ocorrido, decidiu não levar o processo adiante, pois o objetivo do imperador era impedir uma grande repercussão do ocorrido e com isto, o movimento republicano ganhar mais moral e destaque, além, de impedir futuros atentados.[2]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Atentado_de_julho_de_1889

[14] Eram 2h46 da madrugada quando a família imperial começou a deixar o Paço em direção ao navio que a aguardava na baía de Guanabara. Foi nesse momento que Raul Pompeia testemunhou a cena descrita na abertura deste capítulo. Dom Pedro, a princesa Isabel e o conde d’Eu acomodaram-se dentro de uma carruagem. Os demais seguiram a pé. No cais, entraram todos numa lancha do Arsenal de Guerra, guardada por quatro cadetes. Como o embarque fora antecipado, primeiro tiveram de ser encaminhados ao cruzador Parnaíba. Ali aguardariam a chegada dos três pequenos príncipes e só então navegariam para a ilha Grande, ao encontro do vapor Alagoas, que os levaria para a Europa. Na escuridão fechada daquela noite chuvosa, foi difícil distinguir os contornos do cruzador Parnaíba. Ao se aproximar do navio, o tenente-coronel Mallet ordenou que os marinheiros baixassem as escadas e, nesse momento, foi tomado por um pânico súbito, segundo contaria mais tarde ao historiador Tobias Monteiro. O mar estava muito agitado, e a lancha só precariamente se mantinha alinhada às escadas. E se o idoso imperador caísse no mar durante o embarque? Todos iriam culpá-lo pela tragédia, ponderou Mallet. Assustado, resolveu que, nesse caso, mergulharia para salvar o monarca ou morrer com ele. Felizmente, nada disso aconteceu. Com um impulso mais firme, o oficial conseguiu colocar dom Pedro a salvo sobre as escadas do navio. Em seguida, ajudou a imperatriz a fazer o mesmo e deu por terminada sua angustiante missão.

 

Gomes, Laurentino. 1889 – Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil (pp. 279-280). Editora Globo. Edição do Kindle.

[15] Eleição de 1891

 

Em 20 de janeiro de 1891, todo o ministério de Deodoro havia se demitido, incluindo Floriano Peixoto, que substituía Benjamin Constant no Ministério da Guerra.

De acordo com uma disposição transitória da Constituição de 1891, o presidente e o vice-presidente do primeiro período republicano deveriam ser excepcionalmente eleitos pelo Congresso Constituinte.

Deodoro da Fonseca apresentou-se como candidato a Presidente, tendo, como candidato a vice, na mesma chapa, o almirante Eduardo Wandenkolk. Presidente e vice seriam eleitos separadamente. Como já havia forte oposição a Deodoro, esta articulou a candidatura de Prudente de Morais, o presidente do Congresso, tendo o marechal Floriano Peixoto como candidato a vice. Floriano, além de candidatar-se a vice-presidente, na chapa de Prudente de Morais, apresentou, também, candidatura própria à Presidência.

Apurada a votação, em 25 de fevereiro de 1891, foi obtido o seguinte resultado na eleição para presidente: Deodoro da Fonseca - eleito com 129 votos; Prudente de Morais - 97 votos; Floriano Peixoto - 3 votos; Joaquim Saldanha Marinho - 2 votos; José Higino Duarte Pereira - 1 voto; cédulas em branco - 2. Para vice-presidente foi eleito o candidato da oposição, Marechal Floriano Peixoto, com 153 votos, contra 57 recebidos pelo Almirante Wandenkolk.[39]

A vitória de Deodoro explica-se pelo temor de que o velho marechal desse um novo golpe militar, fechando o Congresso e restaurando a monarquia. Mesmo os líderes da oposição haviam resolvido que, numa eventual vitória de Prudente de Morais, o Congresso lhe daria imediatamente posse do cargo, instalando-se sem demora o governo no próprio edifício do Parlamento, onde esperariam os acontecimentos, convocando para as imediações do prédio as forças militares com cuja lealdade podiam contar.

Terminava, assim, o Governo Provisório e iniciava-se o primeiro governo constitucional republicano. A fase constitucional do governo de Deodoro da Fonseca foi de fevereiro a 3 de novembro de 1891, quando Deodoro deu um golpe de estado.

Havia, naquele momento histórico, um conflito entre os militares e os políticos civis. Os militares queriam se manter na política e eram favoráveis a uma centralização absoluta e a concentração do poder político, enquanto os civis desejavam a volta dos militares aos quartéis e lutavam por um governo descentralizado e federalista.

Durante sua estadia na presidência, Deodoro foi nomeado Grão-Mestre do Grande Oriente da maçonaria do Brasil.[40]

Os republicanos de São Paulo apoiavam Floriano Peixoto, apesar das tendências centralizadoras deste. Devido ao apoio de São Paulo, os militares ficaram divididos, e isso veio mais tarde a provocar a queda de Deodoro.

O fechamento do Congresso e estado de sítio

 

Eleito pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro iniciou seu mandato sob forte tensão política. Tinha a oposição do Congresso e da população devido à crise econômica.

Tal ato gerou violenta reação,[41] fazendo com que, entre agosto e novembro de 1891, o Congresso tentasse aprovar a "Lei de Responsabilidades", que reduzia os poderes do presidente.

Deodoro contra-atacou a decisão do Congresso e, em 3 de novembro de 1891, decretou a dissolução do Congresso, lançando um "Manifesto à Nação" para explicar as razões do seu ato. Enquanto isso, tropas militares cercaram os prédios do legislativo e prenderam líderes oposicionistas e a imprensa do Distrito Federal foi posta sob censura total, decretando, assim, o estado de sítio no país. Este fato entrou para a história como o Golpe de Três de Novembro e foi o último feito de Deodoro em sua carreira política, pois, alguns dias depois, renunciaria ao mandato de presidente.[42]

A primeira Revolta da Armada

 

Renúncia de Deodoro da Fonseca ao cargo de Presidente da República, 1891

Ver artigo principal: Revolta da Armada

A primeira Revolta da Armada ocorreu no dia 23 de novembro de 1891, quando o almirante Custódio de Melo, acionado por Floriano Peixoto, a bordo do Encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse. O marechal Deodoro, então, cedeu às pressões e renunciou ao cargo de presidente da República, entregando o poder ao vice-presidente, Floriano Peixoto.

O restabelecimento do Congresso

Ao assumir, em 23 de novembro de 1891, Floriano Peixoto anulou o decreto de dissolução do Congresso e suspendeu o estado de sítio. Entre novembro de 1891 de março de 1892, afastou os governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro, substituindo-os por aliados.

Depois da presidência

 

Monumento-túmulo ao Generalíssimo Deodoro da Fonseca, na Praça ParisRio de Janeiro.

Manuel Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1892. Pediu para ser enterrado em trajes civis, no que não foi atendido. Seu enterro teve toda a pompa e honras militares. O marechal que proclamou a república no Brasil, fato histórico este que é, atualmente, feriado nacional, era acometido de fortes crises de dispneia,[43] popularmente conhecida como "dificuldade de respiração" ou "falta de ar", o que impedia o primeiro presidente do Brasil de dormir.

Foi enterrado num jazigo familiar no Cemitério do Caju, mas teve seus restos exumados e transferidos para um monumento na Praça Paris, no Rio de Janeiro, em 1937.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Deodoro_da_Fonseca

https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Rep%C3%BAblica_Brasileira#Rep%C3%BAblica_da_Espada

1.      [16] Movimentos Revolucionários

Foram várias revoltas de carácter popular, ocorridos na República Velha.[27] Durante o período militar (1889-1894) ocorreu a Revolta da Armada séria ameaça ao governo Floriano Peixoto, e uma revolução de carácter regional, a Revolução Federalista.

Durante o período civil (1894-1930), além da questão externa da anexação do Acre, ocorreram grandes revoltas internas no país de caráter localizado: a Guerra de Canudos, a Revolta da Vacina, a Revolta da Chibata, a Sedição de Juazeiro e a Guerra do Contestado.[28] Outras revoltas de caráter estadual, além da citada Revolução Federalista, foram: a Revolução de 1923 e a República de Princesa ocorrida na Paraíba em 1930. Nenhuma delas porém, se constituiu numa tentativa de se derrubar o governo federal.

Já, o movimento tenentista, que gerou a revolta do Forte de Copacabana em 1922, e a Coluna Prestes a partir da Revolta Paulista de 1924, se constituiu em séria ameaça ao governo federal. Apesar de debelados, o descontentamento geral em relação ao regime da República Velha, tanto por parte de setores da sociedade civil alijados dos processos de decisão, quanto da baixa oficialidade do exército, levaram em outubro de 1930, ao movimento que pôs um fim a este período da história brasileira.[28][29]

Durante este período, ocorreram também as primeiras greves operárias em 1907 e 1917, (chamadas, na época, de movimentos paredistas, ou paredes) e o crescimento de movimentos anarquistas e comunistas nos grandes centros urbanos do país, sobretudo entre os imigrantes espanhóis e italianos.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Rep%C3%BAblica_Brasileira

[17] Hoje quase esquecido, o Encilhamento foi o mais importante episódio na vida das Bolsas e mercados livres no Brasil. Sua lembrança longínqua é recheada de preconceitos, adjetivos e conotações lingüísticas, que deturpam os fatos sucedidos entre 1888 e 1891, nos capítulos finais do Regime Monárquico e nos primeiros passos da República, nascida em 1889.

 

Carvalho, Ney. O encilhamento: Anatomia de uma bolha brasileira (p. 5). Edição do Kindle.

[18] Eleição de 1891

 

Em 20 de janeiro de 1891, todo o ministério de Deodoro havia se demitido, incluindo Floriano Peixoto, que substituía Benjamin Constant no Ministério da Guerra.

De acordo com uma disposição transitória da Constituição de 1891, o presidente e o vice-presidente do primeiro período republicano deveriam ser excepcionalmente eleitos pelo Congresso Constituinte.

Deodoro da Fonseca apresentou-se como candidato a Presidente, tendo, como candidato a vice, na mesma chapa, o almirante Eduardo Wandenkolk. Presidente e vice seriam eleitos separadamente. Como já havia forte oposição a Deodoro, esta articulou a candidatura de Prudente de Morais, o presidente do Congresso, tendo o marechal Floriano Peixoto como candidato a vice. Floriano, além de candidatar-se a vice-presidente, na chapa de Prudente de Morais, apresentou, também, candidatura própria à Presidência.

Apurada a votação, em 25 de fevereiro de 1891, foi obtido o seguinte resultado na eleição para presidente: Deodoro da Fonseca - eleito com 129 votos; Prudente de Morais - 97 votos; Floriano Peixoto - 3 votos; Joaquim Saldanha Marinho - 2 votos; José Higino Duarte Pereira - 1 voto; cédulas em branco - 2. Para vice-presidente foi eleito o candidato da oposição, Marechal Floriano Peixoto, com 153 votos, contra 57 recebidos pelo Almirante Wandenkolk.[39]

A vitória de Deodoro explica-se pelo temor de que o velho marechal desse um novo golpe militar, fechando o Congresso e restaurando a monarquia. Mesmo os líderes da oposição haviam resolvido que, numa eventual vitória de Prudente de Morais, o Congresso lhe daria imediatamente posse do cargo, instalando-se sem demora o governo no próprio edifício do Parlamento, onde esperariam os acontecimentos, convocando para as imediações do prédio as forças militares com cuja lealdade podiam contar.

Terminava, assim, o Governo Provisório e iniciava-se o primeiro governo constitucional republicano. A fase constitucional do governo de Deodoro da Fonseca foi de fevereiro a 3 de novembro de 1891, quando Deodoro deu um golpe de estado.

Havia, naquele momento histórico, um conflito entre os militares e os políticos civis. Os militares queriam se manter na política e eram favoráveis a uma centralização absoluta e a concentração do poder político, enquanto os civis desejavam a volta dos militares aos quartéis e lutavam por um governo descentralizado e federalista.

Durante sua estadia na presidência, Deodoro foi nomeado Grão-Mestre do Grande Oriente da maçonaria do Brasil.[40]

Os republicanos de São Paulo apoiavam Floriano Peixoto, apesar das tendências centralizadoras deste. Devido ao apoio de São Paulo, os militares ficaram divididos, e isso veio mais tarde a provocar a queda de Deodoro.

O fechamento do Congresso e estado de sítio

 

Eleito pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro iniciou seu mandato sob forte tensão política. Tinha a oposição do Congresso e da população devido à crise econômica.

Tal ato gerou violenta reação,[41] fazendo com que, entre agosto e novembro de 1891, o Congresso tentasse aprovar a "Lei de Responsabilidades", que reduzia os poderes do presidente.

Deodoro contra-atacou a decisão do Congresso e, em 3 de novembro de 1891, decretou a dissolução do Congresso, lançando um "Manifesto à Nação" para explicar as razões do seu ato. Enquanto isso, tropas militares cercaram os prédios do legislativo e prenderam líderes oposicionistas e a imprensa do Distrito Federal foi posta sob censura total, decretando, assim, o estado de sítio no país. Este fato entrou para a história como o Golpe de Três de Novembro e foi o último feito de Deodoro em sua carreira política, pois, alguns dias depois, renunciaria ao mandato de presidente.[42]

A primeira Revolta da Armada

 

Renúncia de Deodoro da Fonseca ao cargo de Presidente da República, 1891

Ver artigo principal: Revolta da Armada

A primeira Revolta da Armada ocorreu no dia 23 de novembro de 1891, quando o almirante Custódio de Melo, acionado por Floriano Peixoto, a bordo do Encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse. O marechal Deodoro, então, cedeu às pressões e renunciou ao cargo de presidente da República, entregando o poder ao vice-presidente, Floriano Peixoto.

O restabelecimento do Congresso

Ao assumir, em 23 de novembro de 1891, Floriano Peixoto anulou o decreto de dissolução do Congresso e suspendeu o estado de sítio. Entre novembro de 1891 de março de 1892, afastou os governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro, substituindo-os por aliados.

Depois da presidência

 

Monumento-túmulo ao Generalíssimo Deodoro da Fonseca, na Praça ParisRio de Janeiro.

Manuel Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1892. Pediu para ser enterrado em trajes civis, no que não foi atendido. Seu enterro teve toda a pompa e honras militares. O marechal que proclamou a república no Brasil, fato histórico este que é, atualmente, feriado nacional, era acometido de fortes crises de dispneia,[43] popularmente conhecida como "dificuldade de respiração" ou "falta de ar", o que impedia o primeiro presidente do Brasil de dormir.

Foi enterrado num jazigo familiar no Cemitério do Caju, mas teve seus restos exumados e transferidos para um monumento na Praça Paris, no Rio de Janeiro, em 1937.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Deodoro_da_Fonseca

 

[19] Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente da república. Coube a ele a missão de decretar as primeiras medidas do novo governo e evitar possíveis reações monarquistas. A Constituição de 1824, que regeu o Brasil durante todo o período imperial, foi anulada e convocou-se uma Assembleia Nacional Constituinte para elaborar a primeira Constituição republicana. Deodoro usou da força para reprimir revoltas e fechou o Congresso Nacional. Sem apoio político para manter-se no cargo, o marechal renunciou à presidência em 1891. Ele morreu no ano seguinte, vítima de dispneia.

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/governo-deodoro-fonseca.htm

[20] Manifesto dos Treze Generais foi um documento assinado por treze autoridades militares do Brasil, datado de 31 de março de 1892 e publicado em 6 de abril, logo no início do governo de Floriano Peixoto, que assumiu após a renúncia de Deodoro da Fonseca.

manifesto contestava a legitimidade do governo e condenava as atitudes de Floriano Peixoto contra rebeliões nos estados e solicitava convocação de nova eleição para a presidência da república.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_dos_Treze_Generais

[21] Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o século XVIII nos arredores da Fazenda Canudos, às margens do rio Vaza-Barris. Com a chegada de Antônio Conselheiro em 1893 passou a crescer vertiginosamente, em poucos anos chegando a contar por volta de 25 000 habitantes.



Guerra de Canudos – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

 

[22] https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Chibata

Revolta da Chibata foi um motim naval no Rio de JaneiroBrasil, ocorrido no final de novembro de 1910. Foi o resultado direto do uso de chibatadas por oficiais navais brancos ao punir marinheiros afro-brasileiros e mulatos.

Em 1888, o Brasil se tornou o último país do hemisfério ocidental a abolir a escravidão. A mudança recebeu oposição das elites brasileiras, que conduziram um bem sucedido golpe de estado em 1889. A instabilidade resultante contribuiu para várias revoltas e rebeliões, mas no início do novo século a crescente demanda por café e borracha permitiu aos políticos brasileiros começar a traçar a transformação do país em uma potência internacional. Uma parte importante disso seria a modernização da Marinha do Brasil, que tinha sido negligenciada desde a revolução, o que incluía a compra de navios de batalha do novo tipo de encouraçado (dreadnought). Embora extremamente caros, eles atraíram muita atenção internacional antes de sua entrega com dois novos cruzadores em 1910.

 

[24] Em novembro de 1891, registrou-se como reação à atitude do presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca que, em meio a uma crise institucional, agravada por uma grave crise econômica, e com dificuldades em negociar com a oposição, em flagrante violação da Constituição recém-promulgada em 1891, ordenou o fechamento do Congresso.[8] Unidades da Armada na baía de Guanabara, sob a liderança do almirante Custódio de Melo, sublevaram-se e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República.[9] Para evitar uma guerra civil, o marechal Deodoro renunciou à Presidência da República (23 de novembro de 1891).[7]

Com a renúncia de Deodoro, que ocorreu apenas nove meses depois do início de seu governo, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu o cargo (1892). A Constituição de 1891, no entanto, garantia que, se a presidência ou a vice-presidência ficassem vagas antes de se completarem dois anos de mandato, deveria ocorrer uma nova eleição, o que fez com que a oposição começasse a acusar Floriano por manter-se ilegalmente à frente da nação.

Segunda Revolta da Armada

Começou a delinear-se em março de 1892, quando treze generais enviaram uma Carta-Manifesto ao Presidente da República, Floriano Peixoto.[7] Este documento exigia a convocação de novas eleições presidenciais para que, cumprindo-se o dispositivo constitucional, se estabelecesse a tranquilidade interna na nação.[10] Floriano reprimiu duramente o movimento, determinando a prisão de seus líderes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Armada

[25]https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Armada

 Revolta da Armada foi um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra os dois primeiros governos republicanos do país, que estavam tomando feições de uma ditadura militar.[4][5][6] A revolta desenvolveu-se em dois momentos; uma no governo de Deodoro da Fonseca e outra no governo que se seguiu, de Floriano Peixoto.[7]

[26] Primeira Revolta da Armada ocorreu em resposta ao fechamento do Congresso e ao estado de sítio pelo presidente Deodoro da Fonseca. Tais atitudes estavam em contra a Constituição de 1891. ... Como resultado, os revoltosos conseguiram a renúncia do presidente Deodoro da Fonseca, em 23 de novembro de 1891.

https://www.todamateria.com.br/revolta-da-armada/#:~:text=A%20Primeira%20Revolta%20da%20Armada,contra%20a%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20de%201891.&text=Como%20resultado%2C%20os%20revoltosos%20conseguiram,23%20de%20novembro%20de%201891.

Revolta da Armada - Toda Matéria

 

[27] Hercílio Pedro da Luz nasceu na cidade de Nossa Senhora do Desterro na noite do dia 29 de março de 1860. A casa em que ele veio ao mundo era um sobrado colonial de frente para o Palácio do Governo, tendo ao meio o jardim da grande praça. Ficou órfão de pai aos nove anos incompletos, em 3 de abril de 1869.



Hercílio Pedro da Luz – 1918 a 1922 - Secretaria Executiva ...

 

 

[28] O governo discricionário tende à auto-suficiência. A facilidade de editar normas legislativas por decreto o faz julgar-se onipotente, senhor do bem, do mal e da economia e considerar-se capaz de dirigi-la a seu bel-prazer. A um erro, normalmente corrige com outro e a um excesso, com uma restrição. Foi essa a origem das incertezas de rumo e hesitações de que é usualmente acusado o período de Ruy Barbosa à testa da política financeira no país.

 

Carvalho, Ney. O encilhamento: Anatomia de uma bolha brasileira (p. 194). Edição do Kindle.

[29] Prudente de Morais dedicou todos os seus esforços à pacificação das facções, que tinham em seus extremos os defensores do governo forte de Floriano e os partidários da monarquia. Durante seu governo, abandonou uma a uma as medidas inovadoras de Floriano Peixoto. Essa cautela de Prudente foi necessária, já que os florianistas ainda tinham uma certa força, principalmente no Exército.[10] Além disso, o vice-presidente estava ligado às ideias de Floriano. Prudente de Morais imprimiu uma direção ao governo que atendeu mais aos cafeicultores e afastou os militares da política.[11]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Prudente_de_Morais

[30] brasileiro. Assim, se por um lado a análise da História aponta uma mudança drástica na sociedade brasileira entre 1889 e 1891 _ e além _, ao mesmo tempo elas parecem denunciar a permanência de uma série de problemas estruturais aos quais a instância política incorrera em pouco, ou nada, para sanar ao longo de pouco mais de cem anos de existência, estando, voluntaria ou involuntariamente, submetida às estruturas e econômicas. Mais do que nunca ecoam as palavras do historiador britânico, Keith Thomas: aqueles que estudam o passado acabam se deparando com duas conclusões contraditórias. A primeira é que o passado era muito diferente do presente. A segunda é que ele era muito parecido[109]. De acordo com as exposições finais de Charaudeau pode-se observar que, no que toca às transformações da consciência cidadã pouco houve de avanço pela situação dada em 1889.

 

Elyel, Jhonatas. As Duas Mortes do Imperador: a imagem política de Dom Pedro II na Gazeta de Notícias (p. 105). Edição do Kindle.

[31] afinal, o dilema de ser brasileiro no espaço doméstico e familiar partilhava, embora de forma oblíqua, do mesmo horizonte histórico daquilo que uma república (nos seus significados mais autênticos) prometia para toda a população, sob o nome de “cidadania”. A República criou uma cidadania precária, porque calcada na manutenção da iniquidade das estruturas sociais; acentuou as distâncias entre as diversas regiões do país, cobrindo-as com a roupagem do federalismo difuso da “política dos governadores” ou com a continuidade daquela geografia oligárquica do poder que, desde o Império, diluía o formalismo do Estado e das instituições.

 

Vários autores. História da vida privada no Brasil – Vol. 3 (p. 271). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[32][32] “A comunidade política conduz, comanda, supervisiona os negócios, como negócios privados seus, na origem, como negócios públicos, depois [...] Dessa realidade se projeta a forma de poder, institucionalizada num tipo de domínio: o patrimonialismo.” Esse imperativo categórico da sociedade brasileira, ou seja, a inviolabilidade daquilo que foi assim desde sempre, cria um elo profundo entre os que aqui chegaram em 1500 e os que aqui hoje estão. Os mesmos objetivos os animam: a espoliação, a expropriação, o lucro, a exploração. Esses fins justificam os meios utilizados, que passam sempre ao largo de um projeto de país, sempre ao largo dos interesses do povo. Não existe no Brasil, nem nunca existiu, um projeto de nação. Um projeto robusto que levasse em conta o interesse de todos, planejado para durar gerações e que pairasse acima dos eventuais problemas políticos. Como o que ocorreu no Japão, arrasado na Segunda Guerra Mundial. O Brasil só vai se encontrar com o seu futuro quando um pacto social em torno de um projeto de nação for estabelecido e jamais rompido. Conhecer a história do Brasil é o primeiro passo para que esse projeto seja estabelecido, consiga resistir a eventuais tempestades e siga seu rumo em direção ao estado de bem-estar social pelo qual tanto almejamos.

 

Costa, Marcos. A história do Brasil para quem tem pressa (Série Para quem Tem Pressa) (pp. 5-6). Editora Valentina. Edição do Kindle.

[33] Havia, porém, uma contradição entre as promessas e a realidade daquele momento. Diferentemente do que faziam supor os discursos e anúncios oficiais, a República brasileira não resultou de uma campanha com intensa participação popular. Em vez disso, foi estabelecida por um golpe militar com escassa e tardia participação das lideranças civis. Apesar da intensa propaganda republicana por meio de imprensa, panfletos, reuniões e comícios, a ideia da mudança de regime político não deslanchava na população. Na última eleição parlamentar do Império, realizada em 31 de agosto de 1889, o Partido Republicano elegeu somente dois deputados e nenhum senador. Os votos colhidos pelos seus candidatos em todo o país não chegaram a 15% do total apurado. O resultado era pior do que o obtido quatro anos antes, no pleito de 1885, quando foram eleitos para a Câmara três deputados republicanos, entre eles os futuros presidentes da República Prudente de Morais (1894-1898) e Campos Salles (1898-1902). Sem eco nas urnas, os civis encontraram nos militares o elemento de força que lhes faltava para a mudança do regime. A República brasileira nasceu descolada das ruas. “O povo assistiu àquilo bestializado”, segundo uma famosa frase do jornalista Aristides Lobo, testemunha dos acontecimentos.

 

Gomes, Laurentino. 1889 – Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil (pp. 15-16). Editora Globo. Edição do Kindle.

[34] “Se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude.”

 

di Lampedusa, Giuseppe Tomasi. O Leopardo (p. 218). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

2.            [35] Panorama do Rio no início do século XX

No início do século XX, o Rio de Janeiro passava por graves problemas sociais, decorrentes, em grande parte de seu rápido e desordenado crescimento, alavancado pela imigração europeia e pela transição do trabalho escravo para o trabalho livre.

Na ocasião em que Pereira Passos assume a Prefeitura da cidade, o Rio de Janeiro, com sua estrutura de cidade colonial, possuía quase um milhão de habitantes carentes de transporte, abastecimento de água, rede de esgotos, programas de saúde e segurança.

Na região central do Rio de Janeiro – a Cidade Velha e adjacências – eclodiam habitações coletivas insalubres (cortiços), epidemias de febre amarelavaríolacólera, conferindo à cidade a fama internacional de porto sujo ou "cidade da morte", como se tornara conhecida.

reforma urbana de Pereira Passos, período conhecido popularmente como “O Bota-Abaixo”, visou o saneamento, o urbanismo e o embelezamento, dando ao Rio de Janeiro ares de cidade moderna e cosmopolita.

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Pereira_Passos#:~:text=A%20reforma%20urbana%20de%20Pereira,de%20cidade%20moderna%20e%20cosmopolita.

[36] No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro enfrentava sérios problemas sociais. Epidemias de doenças como a febre amarela assolavam os cortiços imundos da região central. O saneamento básico era precário e a população concentrava-se no Centro da cidade em condições precárias de higiene. Em 1901, foi concluída a Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no Centro, após um século e meio de obras. Em 21 de julho de 1902, Oscar Cox fundou o Fluminense Football Club, numa sede localizada no número 51 da Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo[2]. No mesmo ano, as linhas de bonde da cidade chegaram ao bairro de Ipanema[3].

https://pt.wikibooks.org/wiki/A_cidade_do_Rio_de_Janeiro_no_s%C3%A9culo_XX/Primeira_metade_do_s%C3%A9culo_XX

[37] O primeiro programa habitacional que se tem conhecimento foi o Fundação da Casa Popular (FCP) que surgiu em 1946 no governo do presidente Eurico Gaspar Dutra e se estendeu até a década de 1960. ... No governo de Fernando Henrique Cardoso os principais programas foram o Pró-Moradia e o Habitar Brasil.8 de ago. de 2011



PROGRAMAS HABITACIONAIS NO BRASIL: QUEM TEM ...

 

 

[38] pesada e equipamentos modernos, comandada pelo auxiliar direto do marechal Floriano, o general Moreira César, positivista obstinado, notório pelo entusiasmo sanguinário com que suprimia grupos rebeldes. Para espanto geral, não só a expedição foi totalmente desbaratada, como o general Moreira César foi abatido pelo fogo inimigo. Pânico geral! A única maneira de justificar a catástrofe foi atribuir aos revoltosos a imagem de conspiradores monarquistas, decididos a derrubar o novo regime, mantidos, organizados e fortemente armados a partir do exterior por líderes expatriados do regime imperial. Aniquilá-los por completo era portanto uma questão de vida ou morte para a jovem República.

 

Vários autores. História da vida privada no Brasil – Vol. 3 (pp. 13-14). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[39] Por muitas vezes e de várias maneiras somos injustiçados e ofendidos, em muitos casos, os ataques partem de pessoas a quem estimamos. Dói bastante ser caluniado e injustiçado ou ter que pagar por um erro que não cometemos. Infelizmente algumas pessoas, intencionalmente ou não, surgem como se fossem uma pedra em nosso caminho. Mas não podemos interromper a caminhada da vida e achar que nada mais presta e que essas pessoas devem ser crucificadas simplesmente porque falharam conosco. Afinal, quem nunca falhou? “PERDOAR É PRECISO” é um livro que enfatiza os prejuízos da mágoa e os benefícios do perdão. Somos tentados a revidar as ofensas, ou no mínimo a romper terminantemente todo relacionamento com as pessoas que nos fizeram mal, ficamos chateados e incomodados com a presença delas. Esse é um problema com o qual todos têm que lidar, faz parte da vida. A única maneira de nunca sermos ofendidos é nos afastando de tudo e de todos, mas ainda assim, em alguns momentos ficaremos chateados com nós mesmos. “Onde tem gente, tem problema, mas onde há amor há solução.” Podemos vencer todo conflito de relacionamentos através da prática do amor. Para isso Deus nos proveu de uma poderosa ferramenta chamada: “Perdão”. O perdão é uma decisão, um direito que Deus nos deu e que ninguém poderá nos impedir de usá-lo, quantas vezes quisermos, depende unicamente de nós. Além de ser um direito, o perdão também é um dever de quem foi perdoado por Deus, ele é uma poderosa arma para vencer a mágoa e o desejo de vingança, é luz que expulsa as trevas. Se realmente queremos prosseguir na vida com o coração limpo e desfrutando das bênçãos de Deus, “PERDOAR É PRECISO”.

 

Araújo, Reni . PERDOAR É PRECISO: Os benefícios do perdão (pp. 1-2). Edição do Kindle.

 

[40] Dizem que o amor faz grandes obras. O ódio também poderá fazê-las; mas, para isso, como no caso do amor, é preciso conter-se. LIMA BARRETO, Diário íntimo Nunca se contaram os mortos da Revolta da Vacina. Nem seria possível, pois muitos, como veremos, foram morrer bem longe do palco dos acontecimentos. Seriam inúmeros, centenas, milhares, mas é impossível avaliar quantos. A autoridade policial, como seria de se esperar, apresentou números sóbrios e precisos, na tentativa de reduzir uma autêntica rebelião social à caricatura de uma baderna urbana: fútil, atabalhoada, inconsequente. Os massacres, porém, não manifestam rigor com a precisão. Sabe-se quantos morreram em Canudos, no Contestado ou na Revolução Federalista – para só ficarmos nas grandes chacinas da Primeira República? A matança coletiva dirige-se, via de regra, contra um objeto unificado por algum padrão abstrato que retira a humanidade das vítimas: uma seita, uma comunidade peculiar, uma facção política, uma cultura, uma etnia. Personificando nesse grupo assim circunscrito todo o mal e toda a ameaça à ordem das coisas, os executores se representam a si mesmos como heróis redentores, cuja energia implacável esconjura a ameaça que pesa sobre o mundo. O preço a ser pago pela sua bravura é o peso do seu predomínio. A cor das bandeiras dos heróis é a mais variada, só o tom do sangue de suas vítimas permanece

 

Sevcenko, Nicolau. A Revolta da Vacina (pp. 8-9). Editora Unesp. Edição do Kindle.

[41]Carlos Chagas é o detentor de um raro título na história das ciências brasileiras, por ter descoberto uma enfermidade tropical que carrega o seu nome: a doença de Chagas. Esse legado ao conhecimento biomédico é reconhecido como um fato científico ímpar, pois um mesmo pesquisador identificou não apenas a doença, mas também seu agente etiológico e o vetor de transmissão. Esta bela obra – que reúne um conjunto iconográfico singular – é um convite para o mergulho prazeroso no legado de Carlos Chagas e da geração de médicos e sanitaristas que, liderados por Oswaldo Cruz, investiram de fortes tonalidades políticas a ciência que praticavam, destinada à construção de um futuro que redimisse a nação do que consideravam as amarras do passado colonial, visto como sinônimo de atraso. E eram muitas. Carlos Chagas e os demais membros de sua geração lançaram-se a esse desafio.

 

Kropf, Simone Petragli; Lacerda, Aline Lopes de; Whitty, Diane Grosklaus. Carlos Chagas, um cientista do Brasil = Carlos Chagas, scientist of Brazil (p. 13). SciELO - Editora FIOCRUZ. Edição do Kindle.

 

[42] Oswaldo Gonçalves Cruz[1][nb 1] (São Luiz do Paraitinga5 de agosto de 1872 — Petrópolis11 de fevereiro de 1917) foi um médicobacteriologistaepidemiologista e sanitarista brasileiro.

Pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil, fundou em 1900 o Instituto Soroterápico Federal no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, transformado em Instituto Oswaldo Cruz, hoje a Fundação Oswaldo Cruz, respeitada internacionalmente.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Oswaldo_Cruz

[43] A Revolta da Vacina, ocorrida num momento decisivo de transformação da sociedade brasileira, nos fornece uma visão particularmente esclarecedora de alguns elementos estruturais que preponderaram em nosso passado recente – repercutindo até mesmo nos dias atuais. A constituição de uma sociedade predominantemente urbanizada e de forte teor burguês no início da fase republicana, resultado do enquadramento do Brasil nos termos da nova ordem econômica mundial instaurada pela Revolução Científico-Tecnológica (por volta de 1870), foi acompanhada de movimentos convulsivos e crises traumáticas, cuja solução convergiu insistentemente para um sacrifício cruciante dos grupos populares. Envolvidos que estamos com as condições postas por essas transformações, pouco temos refletido sobre o seu custo social e humano. Minhas ponderações, por isso, voltam-se com alguma persistência para essa questão delicada e, reconheço, um tanto incômoda, porém imprescindível.

 

Sevcenko, Nicolau. A Revolta da Vacina (p. 9). Editora Unesp. Edição do Kindle.

[44] Em 1918, um vírus desse tipo infectou humanos. Desde a primeira edição deste livro, cientistas encontraram evidências (não é uma questão com conclusão definitiva) de que 7 dos 8 segmentos do vírus de 1918 tinham origem nas aves2 e que, depois de ter pulado de espécie em espécie e interagido com outros vírus, adquiriu o gene humano da hemaglutinina, aquele que permite que o vírus se ligue e depois infecte as células humanas. E descobriu-se que até mesmo o oitavo segmento tinha origens aviárias recentes. Essa interação teria acontecido quando um vírus de ave infectou um mamífero — humano, cavalo, porco, o que seja —, que também estava infectado com outro vírus influenza contendo o gene de hemaglutinina. Em 1918, a população mundial era de 1,8 bilhão, e a pandemia matou, provavelmente, 50 a 100 milhões de pessoas, com a menor estimativa moderna na casa dos 35 milhões. Hoje, a população mundial é de 7,6 bilhões. Um comparativo atual seria uma estimativa entre 150 e 425 milhões de mortes.

 

M. Barry, John. A Grande Gripe. A História da Gripe Espanhola, a Pandemia Mais Mortal de Todos os Tempos (p. 644). Intrínseca. Edição do Kindle.

[45] As leis de Jim Crow (em inglês, Jim Crow laws) foram leis estaduais e locais que impunham a segregação racial no sul dos Estados Unidos. Todas essas leis foram promulgadas no final do século XIX e início do século XX pelas legislaturas estaduais dominadas pelos Democratas após o período da Reconstrução.



Leis de Jim Crow – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

[46] Jim Crow Na história judicial que culmina com Loving versus Virgínia, não se coloca em nenhum momento o problema de saber quem é negro. Os apelantes não questionam o rótulo racial que os define e, mesmo quando um veredito como Perez versus Sharp apontava notórias inconsistências nos paradigmas da eugenia, os juízes não entreviam a hipótese de declarar a nulidade do sistema de classificação racial sobre o qual se erguia a segregação legal. Essa clareza conceitual deve-se, em grande medida, a Madison Grant, um advogado nascido em Nova York, em 1865, que dividiu suas atenções entre o eugenismo e o conservacionismo ambiental.

 

Magnoli, Demétrio. Gota de sangue - história do pensamento racial, Uma (p. 119). Editora Contexto. Edição do Kindle.

[47] Campos Sales representava tipicamente os ideais políticos das oligarquias dominantes de cada estado. Em contrapartida, recebia o apoio político das bancadas estaduais no Congresso. Com a criação da Comissão Verificadora de Poderes da Câmara, os próprios parlamentares legitimavam os diplomas dos eleitos e assim só eram empossados os deputados eleitos que fossem indicados pelos governadores. O resultado desse pacto foi o enfraquecimento das oposições, a fraude eleitoral e a exclusão da maior parte da população de qualquer participação política. O controle político oligárquico também era assegurado pelo voto aberto e pelo reconhecimento dos candidatos eleitos não pelo Poder Judiciário, mas pelo próprio Poder Legislativo. Como o Congresso sofria a influência do presidente e dos governadores, esse mecanismo dava margem à chamada "degola" dos candidatos indesejáveis.[16]

Desenvolveu a sua Política dos Estados mais conhecida como política dos governadores, através da qual afastou os militares da política e estabeleceu a República Oligárquica, segunda fase da República Velha.[3] E assim se manifestou a respeito

https://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_Sales

[48] ao fim do mandato de Prudente de Morais, as turbulências deram lugar ao projeto de “saneamento financeiro” do presidente Campos Sales, controlando o meio circulante e estabilizando a dívida externa. No plano político foi articulada a chamada “política dos governadores”, segundo a qual apenas os candidatos aliados à bancada situacionista no Congresso tinham seus diplomas eleitorais reconhecidos. O que permitiu ao governo do Rio de Janeiro uma situação de controle centralista, neutralizando o que no início do regime haviam sido denominadas as “vinte ditaduras”, resultado da redução do princípio federal à ação irrefreada das oligarquias estaduais. Esses arranjos conservadores foram coroados com o Convênio de Taubaté (1904) que, ao criar um favorecimento cambial arbitrário à cafeicultura, fundou as bases da “política do café com leite”, por meio da qual os estados mais populosos e ricos, São Paulo e Minas Gerais, imporiam sua hegemonia de forma praticamente contínua até

 

Vários autores. História da vida privada no Brasil – Vol. 3 (p. 28). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[49] AS INSTITUIÇÕES ELEITORAIS em vigor no Brasil – país que possui o quarto maior eleitorado do planeta, perdendo apenas para Índia, Estados Unidos e Indonésia – são um caso de sucesso. Os eleitores escolhem seus representantes para os principais postos de poder (presidente, governador, senador, deputado federal, deputado estadual, prefeito e vereador) e as fraudes eleitorais foram praticamente eliminadas. Apesar do tamanho do território, o processo eletrônico de voto e apuração permite que os resultados sejam proclamados poucas horas após o encerramento da votação. Além disso, as eleições são competitivas, com uma enorme oferta de candidatos e partidos (em torno de trinta legendas por eleição). O sufrágio é universal – pois já não existem restrições significativas que impeçam qualquer cidadão com pelo menos dezesseis anos de ser eleitor – e quatro em cada cinco adultos compareceram às últimas eleições para votar. Sabemos muito pouco, no entanto, como as eleições eram realizadas em outros períodos da história do país. Este livro pretende apresentar um pouco dessa história, que revela que o Brasil tem uma das mais duradouras experiências com eleições no mundo, iniciadas há 190 anos.

 

Nicolau, Jairo. Eleições no Brasil (Nova Biblioteca de Ciências Sociais) (p. 4). Zahar. Edição do Kindle.

[50] Nesse contexto, em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a “hesitação em se vacinar” como uma das dez maiores ameaças globais à saúde, o que fez com que a vacinação voltasse a ser ponto central nas discussões sobre saúde. Frente a esse paradoxo, sucesso e desprestígio, optamos pela produção de um volume da coleção Temas em Saúde que auxilie os leitores a se familiarizar com a temática. Tendo em vista toda a complexidade envolvendo as vacinas, não foi a intenção, nem seria possível, tratar de todas as vertentes e as ciências associadas aos estudos sobre vacinas.

 

Fernandes, Jorlan; Lanzarini, Natália Maria; Homma, Akira; Lemos, Elba Regina Sampaio de. Vacinas (p. 11). SciELO - Editora FIOCRUZ. Edição do Kindle.

[51] o país é muito rico em ritmos musicais, que aqui se originaram e se tornaram conhecidos internacionalmente. O samba ), por exemplo, juntamente com o futebol, é uma das expressões mais conhecidas do Brasil no exterior. Mas o samba é somente um de nossos típicos ritmos musicais, que ainda incluem o frevo (), o maracatu ) , o baião )... Vamos conhecer a seguir alguns desses ritmos.... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/ritmos-do-brasil-samba-frevo-maracatu-forro-baiao-xaxado-etc.htm?cmpid=copiaecola

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