1.
História do Brasil – Economia,
Política e Violência no início da República Velha
2.
Sumário
História do Brasil –
Economia, Política e Violência no início da República Velha
Um exemplo de seriedade e serenidade
A Proclamação da República e nossos dois primeiros
presidentes
2.
Sumário
História do Brasil –
Economia, Política e Violência no início da República Velha
Um exemplo de seriedade e serenidade
A Proclamação da República e nossos dois primeiros
presidentes
3.
Cenário Mundial
A Partir da Revolução Francesa e da Independência dos
Estados Unidos da América do Norte a Humanidade entrou em noiva fase
ideológica. Os ideais entraram em conflito com a realidade e isso significou
avanços e recuos desanimadores.
Apesar das teses românticas e idealistas as grandes
nações se impuseram pela força. Os impérios[1][2]
tinham desculpas e disputavam fronteiras.
A democracia dá condições para retrocessos até em
cenários que possam dar a impressão de alguma estabilidade. Mudam para poderem
manter privilégios[3]e os agentes dessas
mudanças se tornam pessoas intocáveis, eventualmente sofrendo metamorfoses
assustadoras.
Mais ainda, os governantes se sucedem, os políticos
ganham espaços em função de seus rebanhos e todo ser humano é singular, efeito
de sua educação e ambições.
É fácil notar a divinização
de políticos.
Os seres humanos são frágeis.
As invenções e a tecnologia revolucionárias também
mudaram drasticamente a História da Humanidade apesar da continuidade ainda por
dois a três séculos de fortes sentimentos racistas, xenófobos, fundamentalistas
e de idolatria a lideranças eventualmente infames.
A escravidão[4]
era um grande negócio[5]...
Conhecer e entender a História da Humanidade[6] é
receber vacinas contra a violência, vacinas que precisam ser repetidas pela
leitura sistemática de bons livros, ver e ouvir documentários honestos, filmes
sérios, conversar com pessoas mais experientes, ver projetos de arte que
alertam para nossos erros e acertos históricos.
A Ética da violência, a moral guerreira, a famosa
geopolítica, a escravidão no século 19, racismo, filosofias e revoluções
redentoras, acima de tudo interesses comerciais e tirânicos transformaram os
séculos precedentes ao nosso em tempos complexos, mais ainda com novas
tecnologias que tornaram a Humanidade ciente de seus riscos, mas não consciente
dos males que poderia ter evitado.
Talvez pior seja a perturbação psicológica de
militares que tenham participado de atos pessoais de violência[7].
Isso deve ter afetado nossos patriotas em suas lutas pelo Brasil.
Tivemos evoluções graças principalmente à ONU e
mudanças de lógicas religiosas, acima de tudo da Igreja Católica.
Após a Primeira Guerra Mundial aconteceu a pandemia
Espanhola, com esse nome porque a censura da guerra proibia notícias e a
humanidade tomou consciência de sua existência através dos jornais espanhóis...
Algo inimaginável é pensar e acreditar que pessoas que
se tornam públicas, visíveis, que ocupem cargos de grande responsabilidade após
atos de extrema coragem como foi a Proclamação da República no Brasil
pretendessem errar fragorosamente.
Com certeza só erra quem decide. Alguns, contudo,
erram demais.
4.
Um exemplo
de seriedade e serenidade
Assim vimos a “Revolução de Veludo”[8],
por exemplo, separando a antiga Tchecoslováquia em dois países independentes. Esse processo de separação mostrou o que a
política é capaz quando o povo já sofrido e não querendo conflitos procura
soluções pacíficas para suas diferenças.
5.
A
Monarquia no Brasil
No Brasil a Monarquia comprou e pagou muitos micos.
Uma boa descrição resumida desse cenário brasileiro com rei e tudo pode ser
lido no livro[9]
Nossa Pátria ficou para trás e perdeu oportunidades
importantíssimas de se desenvolver, Tudo era bom com estava, para que mudar?
Na infraestrutura as ferrovias[10]
foram mal valorizadas. Nas grandes potências eram projetos prioritários, aqui
se perderam nas vaidades da Corte e na alienação dos primeiros republicanos[11].
Felizmente a Democracia, ainda que jovem, permite e dá
espaço a pessoas especiais[12].
Assim o Brasil, ainda que lentamente, ganhou bases para consolidar o território
que ocupa atualmente.
D. Pedro II era estimado pelo povo brasileiro e não se
furtava a enfrentar pacificamente a oposição, muito ao contrário de ditadores
que surgiram no século 20 no Brasil.
Sofreu um atentado em 1889 que poderia ter resultado
em ações enérgicas, o Imperador, contudo, não valorizou excessivamente esse
fato[13]. As maquinações a favor da proclamação imediata
da República avançaram e desprezaram a hipótese de transições pacíficas
A família e D. Pedro II foram expulsos[14]
do Brasil de forma sórdida. Os republicanos não tinham convicção de apoio
popular a suas atitudes.
6.
A
Proclamação da República e nossos dois primeiros presidentes
A Proclamação da República no Brasil[15] começou
sob o comando de dois Presidentes militares e intocáveis
disparou reações imediatas e conflitos sangrentos[16],
principalmente pela inabilidade de nossos governantes e seus opositores,
enquanto existiu até a “Era Vargas”. A Democracia é um processo que exige
compreensão e tolerância.
Nossos dois primeiros Presidentes da República? eram
pessoas notáveis, perderam credibilidade graças a subordinados imaturos,
despreparados para os cargos que ocuparam.
Heróis nem sempre são bons governantes
Seres humanos notabilíssimos idealizaram e criaram o
primeiro e desastroso plano econômico tremendamente desastroso, a ponto de ser
motivo principal da renúncia do Presidente Deodoro [
O Encilhamento[17]
merece ser relembrado sempre que propostas econômicas surpreendam e evoluam
negativamente. [18]
Nosso primeiro Presidente[19]
enfrentou o pesadelo da transição entre a Monarquia e a República e perdeu
apoios com os efeitos do Encilhamento, acima de tudo. O Manifesto dos Treze
generais foi o primeiro desafio de Floriano Peixoto e mostrou o estilo do nosso
segundo presidente enfrentando lideranças militares respeitáveis[20].
O Marechal Floriano Peixoto governou com mão de ferro
e enfrentou o que vimos muitas vezes, a disputa pelo poder entre militares.
Mostrando a personalidade autoritária e típica da
época na repressão a Canudos[21] e
na Revolta da Chibata[22] A
Revolução Federalista realçou a força e tendências políticas dos estados
sulistas[23] mas alertou o Governo
Federal para o risco do separatismo.
AS Revoltas da Armada[24] realçaram
as diferenças internas das Forças Armadas Brasileiras[25]
Um dos motivos alegados para a Primeira Revolta da
Esquadra foi ao não cumprimento da Constituição Federal de 1891
Nos estados lideranças locais travestiam-se de
revolucionários e com algumas dúzias de homens promoviam “revoluções”. Um bom exemplo foi [27]
Hercílio Luz, pessoa notável de Santa Catarina.
Pessoalmente tenho a convicção de que o golpe
republicano poderia ter sido evitado, precisávamos, isso sim, de uma monarquia
como poder moderador e a democracia gradual, inteligente e sadia.
O custo da República Velha foi altíssimo[28].
7.
Governo de
Prudente de Morais
O Brasil teve a felicidade de eleger um excelente
presidente
Coerente e suficientemente enérgico diante das
resistências que enfrentou, Prudente de Morais salvou o Brasil de situações
complexas e extremamente perigosas.[29]
A República Velha foi um período que pretendia mudar o
Brasil, ou mudar para conservar[30]
privilégios[31]. Garantiu a força dos
interesses de suas elites[32].
Um exemplo do apego à conservação de privilégios foi o
golpe denominado “Proclamação da República” onde o Marechal Deodoro, colocado à
frente do processo militar, não sabia exatamente o que fazia, pois, sua saúde
já debilitada favorecia a manipulação do seu prestígio.
A Democracia[33]
era uma bandeira rasgada. Veio para atender lideranças ofendidas pela
monarquia, mas o essencial deveria continuar[34].
A personalidade e os interesses dos líderes do
processo político que se instalou no Brasil tinham medo do povo.
Um país com dimensões continentais, fronteiras
terrestres vulneráveis, extenso litoral e ausência de serviços essenciais de
ponta a ponta foi um desafio muito além da inteligência dos líderes políticos e
empresariais da época inicial da República, apesar de algumas exceções
ilustres.
A capital do Brasil, Cidade do Rio de Janeiro[35],
era uma vitrine ruim e insalubre. Já no período monárquico foi objeto de
projetos de saneamento urbano, mas as guerras e revoluções com certeza deixaram
o governo imperial sem recursos para projetos mais ambiciosos. Foi submetida a
mudanças[36] com lógicas urbanísticas
da época, ou seja, deslocando as populações mais pobres para longe do centro da
capital.
A não aplicação de programas habitacionais[37]
decentes, o transporte coletivo precário e a falta de escolas, acima de tudo,
condenaram contingentes humanos a padrões de miséria que até hoje podem ser
espaço de preservação de culturas africanas, mas mostram que a escravidão criou
comportamentos elitistas perversos.
Pior ainda, guerras sucessivas geraram comportamentos
perversos dos quais as atitudes do Coronel Moreira César[38]
A crueldade de suas punições foi uma demonstração da
lógica selvagem da época.
Perdoar[39]?
Naturalmente e até maquiavelicamente as reformas
colocadas em prática no início do século criaram reações, desinteligências,
assim como foram a base para educação dolorida dos efeitos de nossas endemias.
As vacinas[40]
começaram a existir contra a vontade de demagogos e ignorantes...
O Brasil pode se orgulhar de seus grandes cientistas,
eles foram decisivos à nossa história[41] [42]
A Revolta da Vacina merece ser lembrada pois marcou
nossa história violentamente na nossa capital federal, cenário da Proclamação
da República, imprensa nacional, reurbanização e desigualdades imensas[43].
Muito de que se fez contra a vontade da população para
vaciná-la merece respeito, pois essa foi a sinalização que muitas doenças podem
ser evitadas, algumas talvez assustadoras[44].
No início do século XX[45] o
racismo ganhava força nos EUA servindo de estímulo para outros povos[46].
8.
Governo
Campos Sales – 1898 a 1902
O presidente Campos Sales
O golpe republicano, conforme
sugeri, abriu caminho para uma década de enorme incerteza política, na
qual os canais de integração entre
demos, polis e governo ficaram abertos ao
acaso e à astúcia. Em termos concretos, os primeiros dez anos da República não
geraram respostas duradouras aos
problemas deixados em aberto pelo abandono do marco institucional do Império.
As ações coletivas que incidiam sobre o
âmbito da política formavam-se de modo errático, configurando um leque de comportamentos que
incluíam a articulação parlamentar de
segmentos da elite agrária e a proliferação do insurrecionismo militar, sem
excluir a conduta irredenta dos
jacobinos da rua do Ouvidor, na cidade do Rio
de Janeiro. As relações entre poder central e os estados
caracterizavam-se por uma sucessão de intervenções federais, com o contraponto de levantes de militares
radicais a afastar em vários estados
juntas de governo. O pacto
constitucional de 1891, de forma perversa e paradoxal,
Lessa, Renato. A invenção
republicana: Campos Sales, as bases e a decadência da primeira república
brasileira (p. 255). Edição do Kindle.
O início extremamente turbulento da República Velha
deu condições ao Presidente Campos Sales[48]
de impor comportamentos, leis, soluções que pacificassem o Brasil e reduzisse a
ação de grupos populares que afetaram e agitavam a Monarquia assim como a
República, na Revolta da Vacina, por exemplo.
9.
O Brasil
século XXI
As eleições evoluíram[49] e
o Brasil atual é muito diferente dos tempos que a Democracia capengava e o grau
de escolarização baixíssimo. Infelizmente ainda temos investidas golpistas que eram
rotineiras e as vacinas encontram detratores[50].
Graças à liberdade de expressão e artística o Brasil
mudou muito, para dizer pouco. As danças e músicas proibidas gradativamente
ganharam espaços e liberdade. Isso criou um Brasil mais alegre, descontraído,
que fascina os estrangeiros, normalmente taciturnos, politizados demais,
ongueiros e caros.
Hoje podemos dizer o que temos[51]
Bibliografia
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Fonte: TodaMatéria:
https://www.todamateria.com.br/revolta-da-armada/#:~:text=A%20Primeira%20Revolta%20da%20Armada,contra%20a%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20de%201891.&text=Como%20resultado%2C%20os%20revoltosos%20conseguiram,23%20de%20novembro%20de%201891.
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Ruy Barbosa de Oliveira. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre:
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Veiga, E. (s.d.). Essa tal PROCLAMAÇÃO da
EPÚBLICA (eBook Kindle ed.).
Véspero, F. (s.d.). 20 RITMOS BRASILEIROS.
Fonte: https://flaviovespero.com.br/novidades/20-ritmos-brasileiros/
[1] Em um sentido menos superficial, o período que nos ocupa é obviamente
a era de um novo tipo de império, o colonial. A supremacia econômica e militar
dos países capitalistas há muito não era seriamente ameaçada, mas não houvera
nenhuma tentativa sistemática de traduzi-la em conquista formal, anexação e
administração entre o final do século XVIII e o último quartel do XIX. Isto se
deu entre 1880 e 1914, e a maior parte do mundo, à exceção da Europa e das
Américas, foi formalmente dividida em territórios sob governo direto ou sob
dominação política indireta de um ou outro Estado de um pequeno grupo:
principalmente Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, EUA e
Japão. As vítimas desse processo foram, até certo ponto, os antigos impérios
europeus pré-industriais sobreviventes da Espanha e de Portugal, o primeiro
mais que o segundo, apesar de tentativas de estender o território sob seu
controle no noroeste africano. Entretanto, a permanência dos principais
territórios portugueses na África (Angola e Moçambique), que sobreviveriam às
outras colônias imperialistas, deveu-se basicamente à incapacidade de seus
rivais modernos chegarem a um acordo quanto à maneira exata de dividi-los entre
si. Nenhuma rivalidade desse tipo salvou os despojos do Império Espanhol nas
Américas (Cuba, Porto Rico) e no Pacífico (Filipinas) dos EUA em 1898. A
maioria dos grandes impérios tradicionais da Ásia permaneceu nominalmente
independente, embora as potências ocidentais tenham delimitado ali “zonas de
influência” ou mesmo de administração direta que (como no caso do acordo
anglo-russo sobre a Pérsia em 1907) podiam cobrir a totalidade do território.
Na verdade, seu desamparo político e militar era dado como certo. Sua
independência dependia de sua utilidade como Estados-tampão (como o Sião — hoje
Tailândia —, que separava as zonas britânica e francesa no sudeste asiático, ou
do Afeganistão, que separava a Grã-Bretanha e a Rússia), da incapacidade de as
potências imperiais rivais concordarem numa fórmula para a divisão, ou meramente
de sua extensão.
Hobsbawm, Eric. A era dos impérios:
1875-1914 (pp. 124-125). Paz e Terra. Edição do Kindle.
[2] Deus. Se alguma crise existia para esses homens e mulheres, não era a
da ciência ou da filosofia, mas a do mundo daqueles que viviam no privilégio,
na exploração e na superstição. E no mundo fora da democracia ocidental e do
socialismo, a ciência significava poder e progresso em um sentido menos
metafórico. Significava a ideologia da modernização, imposta às atrasadas e
supersticiosas massas rurais pelos científicos,a elites políticas esclarecidas
de oligarcas inspirados pelo positivismo — como no Brasil da República Velha e
no México de Porfirio Díaz. Significava o segredo da tecnologia ocidental.
Significava o darwinismo social que legitimava os multimilionários americanos.
Hobsbawm, Eric. A era dos impérios:
1875-1914 (pp. 589-590). Paz e Terra. Edição do Kindle.
[3] Chevalley pensava: “Este estado de coisas não vai durar; nossa
administração, nova, ágil, moderna, mudará tudo”. O Príncipe estava deprimido:
“Tudo isto”, pensava, “não deveria durar; mas vai durar, sempre; o sempre dos
homens, é claro, um século, dois séculos… e depois será diferente, mas pior.
Nós fomos os Leopardos, os Leões; os que vão nos substituir serão os chacais,
as hienas; e todos eles, Leopardos, chacais, hienas, continuarão se acreditando
o sal da terra”. Os dois agradeceram um ao outro e se despediram. Chevalley
montou na carroça de posta, içada sobre quatro rodas cor de vômito. O cavalo,
todo fome e feridas, iniciou a longa viagem.
di Lampedusa, Giuseppe Tomasi. O
Leopardo (p. 143). Companhia das Letras. Edição do Kindle.
[4] Excesso de cor Vossa elevada independência apenas revela a imensurável
distância entre nós. [...] A rica herança de justiça, liberdade, prosperidade e
independência legada por seus pais é compartilhada por vocês, não por mim. A
luz do sol que derramou vida e cura para vocês trouxe cicatrizes e morte para
mim. Este 4 de Julho é de vocês, não meu. [...] Arrastar um homem em grilhões
para o grande templo iluminado da liberdade e chamá-lo a se juntar a vocês em
hinos de júbilo é zombaria desumana e ironia sacrílega. Vocês pretendem zombar
de mim, cidadãos, pedindo-me para falar neste dia? Frederick Douglass
Magnoli, Demétrio. Gota de sangue -
história do pensamento racial, Uma (p. 11). Editora Contexto. Edição do Kindle.
[5] baiano Francisco Félix de Souza, um dos personagens mais
extraordinários da história do Brasil. Mulato claro nascido em Salvador,
Francisco Félix ainda jovem mudou-se para a África, onde passou a dedicar-se ao
mais lucrativo negócio da época: o tráfico de escravos. Em pouco tempo,
tornou-se o mais rico, famoso e influente mercador de gente na costa africana,
com numerosa clientela no Brasil. Teria embarcado mais de meio milhão de
cativos para o Recôncavo Baiano. Ao morrer, em 1848, aos 94 anos, deixou 53
mulheres viúvas, mais de oitenta filhos e 2 mil escravos.
Gomes, Laurentino. Escravidão – Vol. 1 –
Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares
(pp. 11-12). Buobooks. Edição do Kindle.
[6] Os historiadores menos inclinados à filosofia quase não podem evitar
reflexões gerais sobre sua matéria. Mesmo quando podem, talvez não sejam
incentivados nesse sentido, já que a procura para conferências e simpósios, que
tende a aumentar à medida que o historiador envelhece, é mais facilmente
atendida por abordagens gerais que por pesquisas concretas. Em todo caso, o
viés do interesse contemporâneo está voltado para questões conceituais e
metodológicas da história.
Hobsbawm, Eric. Sobre história (p. 3).
Companhia das Letras. Edição do Kindle.
[7] O guerreiro, portanto, vivencia na batalha a transcendência que outros
encontram no ritual, às vezes com efeitos patológicos. Psiquiatras que tratam
veteranos de guerra com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) perceberam
que, na destruição de outras pessoas, os soldados podem experimentar uma
autoafirmação quase erótica. Mais tarde, no entanto, quando lutam para libertar
suas emoções de piedade e crueldade, as vítimas de TEPT podem ser incapazes de
viver como seres humanos coerentes. Um veterano do Vietnã descreveu uma
fotografia dele mesmo segurando duas cabeças decepadas pelo cabelo; a guerra,
ele disse, era “o inferno”, um lugar em que “a loucura era natural” e tudo
ficava “fora de controle”, mas ele concluiu:
Armstrong, Karen. Campos de sangue .
Companhia das Letras. Edição do Kindle.
[8] A Revolução de Veludo (17 de novembro a 29 de dezembro de 1989) refere-se à revolução não
agressiva na antiga Checoslováquia que testemunhou a deposição do governo comunista daquele
país. Esta é vista como uma das mais importantes revoluções de 1989.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_Veludo
[9] Cutucaram os militares com vara curta Com a Guerra do Paraguai, o
Exército brasileiro se organizou e cresceu. Muita gente subiu rápido na vida.
Soldados viraram oficiais. A guerra acabou e os que sobreviveram voltaram se
achando. Agora eles também queriam participar da política, dar seus pitacos no
rumo do país. Eram heróis. Estavam com tudo. Eram os caras. Tinham orgulho do
que haviam feito e achavam que podiam muito mais. O governo começou a atender
aos seus pedidos. Melhorou os salários, organizou a carreira... Embora alguns
oficiais estivessem próximos da política, deixavam claro que seu compromisso
maior era com os colegas, e não com o governo. A gota d’água veio em 1884, com
um discurso do coronel Antônio de Sena Madureira. Havia uma lei que proibia os
militares de se manifestar em assuntos políticos, mas o tal coronel defendeu o
fim da escravidão. E não era a primeira vez que metia o bedelho onde não era
chamado. No ano anterior, ele tinha dito que não concordava com uma nova lei
que determinava contribuição obrigatória ao montepio dos militares. Bom, a
punição veio. Sena Madureira foi transferido da Escola de Tiro do Rio de
Janeiro, da qual era comandante, para a Escola Preparatória de Rio Pardo, no
Rio Grande do Sul. Isso provocou um rebuliço entre os militares. Pipocavam
discussões polêmicas aqui e ali. O Ministério da Guerra teve de agir: proibiu
que os militares publicassem sua opinião na imprensa.
Veiga, Edison. Essa tal proclamação da
república (pp. 40-41). Panda Books. Edição do Kindle.
[10] Apesar de muita organização, estabilidade e recursos, o Brasil do
século XIX ficou bastante atrás dos países industrializados do Atlântico Norte.
As razões mais significativas para essa estagnação brasileira foram o baixo
nível de investimento e uma produtividade muito inferior. As ineficiências
técnicas e de alocação de recursos prejudicaram o produto brasileiro e marcaram
os mercados em grande parte do século XIX. De todos os determinantes desse
atraso, as terríveis condições de transporte colocavam-se como a principal
barreira a um crescimento econômico antes de 1900. Todo produto vendido, fosse
agrícola ou industrial, tinha de ser transportado até o mercado, e poucos
conseguiam mover-se pelas águas.
Summerhill, William R.. Trilhos do
desenvolvimento . Livros de Safra. Edição do Kindle.
[11] indústria. Liquidou rapidamente a firma importadora e, entre 1846 e 1852,
instalou uma fundição, onde passou a produzir desde tubos a pontes de ferro, um
estaleiro (72 navios fabricados), uma companhia de navegação a vapor no
Amazonas e Tocantins (5 300 km de linha), um banco, uma companhia de iluminação
a gás no Rio de Janeiro e, finalmente, a primeira estrada de ferro brasileira,
que estabelecia a ligação entre porto Mauá (na baía de Guanabara) e a base da
serra da Estrela. Essa ferrovia, na data de sua inauguração (30 de abril de
1854), transformou o comerciante Irineu Evangelista no industrial Barão de
Mauá. Em 1847, dois anos depois de lançar o cabo do telégrafo submarino, que
uniu o Brasil à Europa, receberá o título de Visconde de Mauá. Essas
nobiliarquias, contudo, não abalarão a sólida antipatia da corte pelo empresário
liberal e abolicionista. Além desses grandes empreendimentos, Mauá envolveu-se
com vários outros de menor porte e prosseguiu no desenvolvimento das ferrovias,
sua maior paixão. Deu início à construção da linha que ligaria Antonina a
Curitiba e a Santos-Jundiaí. Aliás, será uma estrada de ferro, a Rio-Santos, a
causa inicial de sua futura falência. Em sua Exposição aos Credores, Mauá
explica detalhadamente os problemas que teve de enfrentar. Refere-se com
minúcias às causas particulares de seu desastre, mas apenas intui as causas
mais profundas, aquelas que poderíamos chamar de causas históricas. É possível
elencar, uma a uma, as causas específicas para o fracasso de Mauá, e assim ele
o fez. Algumas. — como o fechamento do seu banco em Montevidéu, devido a
questões internas da política uruguaia — ocorreram independentemente de sua
vontade. Ou como o profundo descaso do governo imperial, que nada fez para
ajudá-lo. Justamente a ele que já salvara esse mesmo governo de apertos
financeiros, sem nada pedir em troca. Outras causas dependeram, sem dúvida, do
LeBooks, Edições. Barão de Mauá:
Empreendedor do Império (Os Empreendedores) (pp. 20-21). Lebooks Editora.
Edição do Kindle.
A
[12] A presente tese de doutorado procurou estudar dois convidados da
Primeira República: Joaquim Murtinho e Percival Farquhar. Primeiro, o ministro
das Finanças do início do século XX, posteriormente o empresário estadunidense
que veio montar seu império industrial atraído pelas concessões de ferrovias e
serviços públicos advindas com o 1º Funding Loan (1898). Definiu-se como
período inicial da mesma, o ano de 1898 quando Campos Salles assume a
Presidência da República do Brasil e conduz Joaquim Murtinho ao Ministério da
Fazenda, responsável pelas medidas saneadoras impostas pelo empréstimo
internacional. O ano derradeiro deste estudo é o de 1952, data em que Percival
Farquhar, bastante doente, deixa o Brasil pela última vez e repassa a maioria
das ações de seu investimento na Acesita para o Banco do Brasil.
Milani, Martinho. O Anexador do Brasil:
Percival Farquhar: entre nacionalistas e oligarcas (1898-1952) (pp. 1-2).
Edição do Kindle.
[13] O Atentado de Julho foi uma tentativa de assassinato
contra o imperador brasileiro, Dom Pedro II, em 15 de julho de 1889.
Ocorreu na atual Praça
Tiradentes, após a saída do imperador do concerto da violinista Giulietta Dionesi no
Teatro Sant'Anna (hoje Teatro Carlos
Gomes), no Rio de Janeiro, capital do Império. Enquanto saía, D. Pedro foi surpreendido por um
jovem bem vestido que atirou contra a carruagem do imperador com gritos
enaltecendo a república, porém, não conseguiu atingir o monarca. O atirador
conseguiu fugir, porém, foi mais tarde capturado pela polícia e reconhecido
como Adriano
Augusto do Valle. Durante o momento de sua
prisão, estava embriagado em um bar, onde diante de outros fregueses,
vangloriava-se de ter atirado contra o imperador. Também afirmava que o faria
de novo, por ter errado o disparo.[1]
O imperador, apesar do
ocorrido, decidiu não levar o processo adiante, pois o objetivo
do imperador era impedir uma grande repercussão do ocorrido e com isto, o
movimento republicano ganhar mais moral e destaque, além, de impedir futuros
atentados.[2]
[14] Eram 2h46 da madrugada quando a família imperial começou a deixar o
Paço em direção ao navio que a aguardava na baía de Guanabara. Foi nesse
momento que Raul Pompeia testemunhou a cena descrita na abertura deste
capítulo. Dom Pedro, a princesa Isabel e o conde d’Eu acomodaram-se dentro de
uma carruagem. Os demais seguiram a pé. No cais, entraram todos numa lancha do
Arsenal de Guerra, guardada por quatro cadetes. Como o embarque fora
antecipado, primeiro tiveram de ser encaminhados ao cruzador Parnaíba. Ali
aguardariam a chegada dos três pequenos príncipes e só então navegariam para a
ilha Grande, ao encontro do vapor Alagoas, que os levaria para a Europa. Na
escuridão fechada daquela noite chuvosa, foi difícil distinguir os contornos do
cruzador Parnaíba. Ao se aproximar do navio, o tenente-coronel Mallet ordenou
que os marinheiros baixassem as escadas e, nesse momento, foi tomado por um
pânico súbito, segundo contaria mais tarde ao historiador Tobias Monteiro. O
mar estava muito agitado, e a lancha só precariamente se mantinha alinhada às
escadas. E se o idoso imperador caísse no mar durante o embarque? Todos iriam
culpá-lo pela tragédia, ponderou Mallet. Assustado, resolveu que, nesse caso,
mergulharia para salvar o monarca ou morrer com ele. Felizmente, nada disso
aconteceu. Com um impulso mais firme, o oficial conseguiu colocar dom Pedro a
salvo sobre as escadas do navio. Em seguida, ajudou a imperatriz a fazer o
mesmo e deu por terminada sua angustiante missão.
Gomes, Laurentino. 1889 – Como um
imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram
para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil (pp. 279-280).
Editora Globo. Edição do Kindle.
[15] Eleição de 1891
Em
20 de janeiro de 1891, todo o ministério de Deodoro havia se demitido,
incluindo Floriano Peixoto, que substituía Benjamin Constant no Ministério da
Guerra.
De
acordo com uma disposição transitória da Constituição de 1891, o presidente e o vice-presidente do primeiro período republicano deveriam ser
excepcionalmente eleitos pelo Congresso Constituinte.
Deodoro
da Fonseca apresentou-se como candidato a Presidente, tendo, como candidato a
vice, na mesma chapa, o almirante Eduardo Wandenkolk. Presidente e vice seriam eleitos separadamente.
Como já havia forte oposição a Deodoro, esta articulou a candidatura de
Prudente de Morais, o presidente do Congresso, tendo o marechal Floriano
Peixoto como candidato a vice. Floriano, além de candidatar-se a
vice-presidente, na chapa de Prudente de Morais, apresentou, também,
candidatura própria à Presidência.
Apurada
a votação, em 25 de fevereiro de 1891, foi obtido o seguinte resultado na
eleição para presidente: Deodoro da Fonseca - eleito com 129 votos; Prudente de
Morais - 97 votos; Floriano Peixoto - 3 votos; Joaquim Saldanha Marinho - 2 votos; José Higino Duarte
Pereira - 1 voto; cédulas em branco -
2. Para vice-presidente foi eleito o candidato da oposição, Marechal Floriano
Peixoto, com 153 votos, contra 57 recebidos pelo Almirante Wandenkolk.[39]
A
vitória de Deodoro explica-se pelo temor de que o velho marechal desse um
novo golpe militar, fechando o Congresso e restaurando a monarquia. Mesmo os líderes da oposição haviam resolvido que, numa eventual vitória
de Prudente de Morais, o Congresso lhe daria imediatamente posse do cargo,
instalando-se sem demora o governo no próprio edifício do Parlamento, onde
esperariam os acontecimentos, convocando para as imediações do prédio as forças
militares com cuja lealdade podiam contar.
Terminava,
assim, o Governo Provisório e iniciava-se o primeiro governo constitucional
republicano. A fase constitucional do governo de Deodoro da Fonseca foi de
fevereiro a 3 de novembro de 1891, quando Deodoro deu um golpe de estado.
Havia,
naquele momento histórico, um conflito entre os militares e os políticos civis. Os militares queriam se
manter na política e eram favoráveis a uma centralização absoluta e a
concentração do poder político, enquanto os civis desejavam a volta dos
militares aos quartéis e lutavam por um governo descentralizado e federalista.
Durante
sua estadia na presidência, Deodoro foi nomeado Grão-Mestre do Grande Oriente da maçonaria do Brasil.[40]
Os
republicanos de São Paulo apoiavam Floriano Peixoto, apesar das
tendências centralizadoras deste. Devido ao apoio de São Paulo, os militares
ficaram divididos, e isso veio mais tarde a provocar a queda de Deodoro.
O fechamento do Congresso e estado de sítio
Eleito
pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro iniciou seu mandato sob forte tensão política. Tinha a oposição
do Congresso e da população devido à crise econômica.
Tal
ato gerou violenta reação,[41] fazendo com que, entre agosto e novembro de
1891, o Congresso tentasse aprovar a "Lei de Responsabilidades", que
reduzia os poderes do presidente.
Deodoro
contra-atacou a decisão do Congresso e, em 3 de novembro de 1891, decretou a
dissolução do Congresso, lançando um "Manifesto à Nação" para
explicar as razões do seu ato. Enquanto isso, tropas militares cercaram os
prédios do legislativo e prenderam líderes oposicionistas e a imprensa do Distrito
Federal foi posta sob censura total,
decretando, assim, o estado de sítio no país. Este fato entrou para a história
como o Golpe de Três de
Novembro e foi o
último feito de Deodoro em sua carreira política, pois, alguns dias depois,
renunciaria ao mandato de presidente.[42]
A primeira Revolta da Armada
Renúncia de Deodoro da Fonseca ao
cargo de Presidente da República, 1891
A
primeira Revolta da Armada ocorreu no dia 23 de novembro de 1891, quando
o almirante Custódio de Melo, acionado por Floriano Peixoto, a bordo do Encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse. O marechal
Deodoro, então, cedeu às pressões e renunciou ao cargo de presidente da
República, entregando o poder ao vice-presidente, Floriano Peixoto.
O restabelecimento do Congresso
Ao
assumir, em 23 de novembro de 1891, Floriano Peixoto anulou o decreto de dissolução do Congresso e suspendeu o
estado de sítio. Entre novembro de 1891 de março de 1892, afastou os
governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro, substituindo-os por
aliados.
Depois da presidência
Monumento-túmulo ao Generalíssimo
Deodoro da Fonseca, na Praça Paris, Rio de Janeiro.
Manuel
Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1892. Pediu para ser enterrado em
trajes civis, no que não foi atendido. Seu enterro teve toda a pompa e honras
militares. O marechal que proclamou a república no Brasil, fato histórico este
que é, atualmente, feriado nacional, era acometido de fortes crises
de dispneia,[43] popularmente conhecida como "dificuldade
de respiração" ou "falta de ar", o que impedia o primeiro
presidente do Brasil de dormir.
Foi
enterrado num jazigo familiar no Cemitério do Caju, mas teve seus restos exumados e transferidos para um monumento na Praça Paris, no Rio de Janeiro, em 1937.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Deodoro_da_Fonseca
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Rep%C3%BAblica_Brasileira#Rep%C3%BAblica_da_Espada
1.
[16] Movimentos Revolucionários
Foram várias revoltas de
carácter popular, ocorridos na República Velha.[27] Durante o período
militar (1889-1894) ocorreu a Revolta da Armada séria
ameaça ao governo Floriano Peixoto, e uma revolução de carácter regional,
a Revolução
Federalista.
Durante o período civil
(1894-1930), além da questão externa da anexação do Acre, ocorreram grandes revoltas internas no país de caráter localizado:
a Guerra de Canudos, a Revolta da Vacina, a Revolta da Chibata, a Sedição de
Juazeiro e a Guerra do
Contestado.[28] Outras revoltas de
caráter estadual, além da citada Revolução Federalista, foram: a Revolução de 1923 e a República de Princesa ocorrida na Paraíba em 1930. Nenhuma
delas porém, se constituiu numa tentativa de se derrubar o governo federal.
Já, o movimento tenentista, que gerou
a revolta do Forte de Copacabana em
1922, e a Coluna Prestes a
partir da Revolta
Paulista de 1924, se constituiu em séria
ameaça ao governo federal. Apesar de debelados, o descontentamento geral em
relação ao regime da República Velha, tanto por parte de setores da sociedade
civil alijados dos processos de decisão, quanto da baixa oficialidade do
exército, levaram em outubro de 1930, ao movimento que pôs um fim a este período da história brasileira.[28][29]
Durante este período,
ocorreram também as primeiras greves operárias em 1907 e 1917, (chamadas, na época, de movimentos paredistas, ou
paredes) e o crescimento de movimentos anarquistas e comunistas nos grandes centros
urbanos do país, sobretudo entre os imigrantes espanhóis e italianos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Rep%C3%BAblica_Brasileira
[17] Hoje quase esquecido, o Encilhamento foi o mais importante episódio na
vida das Bolsas e mercados livres no Brasil. Sua lembrança longínqua é recheada
de preconceitos, adjetivos e conotações lingüísticas, que deturpam os fatos
sucedidos entre 1888 e 1891, nos capítulos finais do Regime Monárquico e nos
primeiros passos da República, nascida em 1889.
Carvalho, Ney. O encilhamento: Anatomia
de uma bolha brasileira (p. 5). Edição do Kindle.
[18] Eleição de 1891
Em
20 de janeiro de 1891, todo o ministério de Deodoro havia se demitido,
incluindo Floriano Peixoto, que substituía Benjamin Constant no Ministério da
Guerra.
De
acordo com uma disposição transitória da Constituição de 1891, o presidente e o vice-presidente do primeiro período republicano deveriam ser
excepcionalmente eleitos pelo Congresso Constituinte.
Deodoro
da Fonseca apresentou-se como candidato a Presidente, tendo, como candidato a
vice, na mesma chapa, o almirante Eduardo Wandenkolk. Presidente e vice seriam eleitos separadamente.
Como já havia forte oposição a Deodoro, esta articulou a candidatura de
Prudente de Morais, o presidente do Congresso, tendo o marechal Floriano
Peixoto como candidato a vice. Floriano, além de candidatar-se a vice-presidente,
na chapa de Prudente de Morais, apresentou, também, candidatura própria à
Presidência.
Apurada
a votação, em 25 de fevereiro de 1891, foi obtido o seguinte resultado na
eleição para presidente: Deodoro da Fonseca - eleito com 129 votos; Prudente de
Morais - 97 votos; Floriano Peixoto - 3 votos; Joaquim Saldanha Marinho - 2 votos; José Higino Duarte
Pereira - 1 voto; cédulas em branco -
2. Para vice-presidente foi eleito o candidato da oposição, Marechal Floriano
Peixoto, com 153 votos, contra 57 recebidos pelo Almirante Wandenkolk.[39]
A
vitória de Deodoro explica-se pelo temor de que o velho marechal desse um
novo golpe militar, fechando o Congresso e restaurando a monarquia. Mesmo os líderes da oposição haviam resolvido que, numa eventual vitória
de Prudente de Morais, o Congresso lhe daria imediatamente posse do cargo,
instalando-se sem demora o governo no próprio edifício do Parlamento, onde
esperariam os acontecimentos, convocando para as imediações do prédio as forças
militares com cuja lealdade podiam contar.
Terminava,
assim, o Governo Provisório e iniciava-se o primeiro governo constitucional
republicano. A fase constitucional do governo de Deodoro da Fonseca foi de
fevereiro a 3 de novembro de 1891, quando Deodoro deu um golpe de estado.
Havia,
naquele momento histórico, um conflito entre os militares e os políticos civis. Os militares queriam se
manter na política e eram favoráveis a uma centralização absoluta e a
concentração do poder político, enquanto os civis desejavam a volta dos
militares aos quartéis e lutavam por um governo descentralizado e federalista.
Durante
sua estadia na presidência, Deodoro foi nomeado Grão-Mestre do Grande Oriente da maçonaria do Brasil.[40]
Os
republicanos de São Paulo apoiavam Floriano Peixoto, apesar das
tendências centralizadoras deste. Devido ao apoio de São Paulo, os militares ficaram
divididos, e isso veio mais tarde a provocar a queda de Deodoro.
O fechamento do Congresso e estado de sítio
Eleito
pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro iniciou seu mandato sob forte tensão política. Tinha a oposição
do Congresso e da população devido à crise econômica.
Tal
ato gerou violenta reação,[41] fazendo com que, entre agosto e novembro de
1891, o Congresso tentasse aprovar a "Lei de Responsabilidades", que
reduzia os poderes do presidente.
Deodoro
contra-atacou a decisão do Congresso e, em 3 de novembro de 1891, decretou a
dissolução do Congresso, lançando um "Manifesto à Nação" para
explicar as razões do seu ato. Enquanto isso, tropas militares cercaram os
prédios do legislativo e prenderam líderes oposicionistas e a imprensa do Distrito
Federal foi posta sob censura total,
decretando, assim, o estado de sítio no país. Este fato entrou para a história
como o Golpe de Três de
Novembro e foi o
último feito de Deodoro em sua carreira política, pois, alguns dias depois,
renunciaria ao mandato de presidente.[42]
A primeira Revolta da Armada
Renúncia de Deodoro da Fonseca ao
cargo de Presidente da República, 1891
Ver artigo
principal: Revolta da Armada
A
primeira Revolta da Armada ocorreu no dia 23 de novembro de 1891, quando
o almirante Custódio de Melo, acionado por Floriano Peixoto, a bordo do Encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse. O marechal
Deodoro, então, cedeu às pressões e renunciou ao cargo de presidente da
República, entregando o poder ao vice-presidente, Floriano Peixoto.
O restabelecimento do Congresso
Ao
assumir, em 23 de novembro de 1891, Floriano Peixoto anulou o decreto de dissolução do Congresso e suspendeu o
estado de sítio. Entre novembro de 1891 de março de 1892, afastou os
governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro, substituindo-os por
aliados.
Depois da presidência
Monumento-túmulo ao Generalíssimo
Deodoro da Fonseca, na Praça Paris, Rio de Janeiro.
Manuel
Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1892. Pediu para ser enterrado em
trajes civis, no que não foi atendido. Seu enterro teve toda a pompa e honras
militares. O marechal que proclamou a república no Brasil, fato histórico este
que é, atualmente, feriado nacional, era acometido de fortes crises
de dispneia,[43] popularmente conhecida como "dificuldade
de respiração" ou "falta de ar", o que impedia o primeiro
presidente do Brasil de dormir.
Foi
enterrado num jazigo familiar no Cemitério do Caju, mas teve seus restos exumados e transferidos para um monumento na Praça Paris, no Rio de Janeiro, em 1937.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Deodoro_da_Fonseca
[19] Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente da república. Coube a
ele a missão de decretar as primeiras medidas do novo governo e evitar
possíveis reações monarquistas. A Constituição de 1824, que regeu o Brasil
durante todo o período imperial, foi anulada e convocou-se uma Assembleia Nacional
Constituinte para elaborar a primeira Constituição republicana. Deodoro usou
da força para reprimir revoltas e fechou o Congresso Nacional. Sem apoio
político para manter-se no cargo, o marechal renunciou à
presidência em 1891. Ele morreu no ano seguinte, vítima de dispneia.
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/governo-deodoro-fonseca.htm
[20] O Manifesto dos Treze Generais foi um documento
assinado por treze autoridades militares do Brasil, datado de 31 de março de 1892 e publicado em 6 de abril, logo no início do governo
de Floriano Peixoto, que assumiu
após a renúncia de Deodoro da Fonseca.
O manifesto contestava a
legitimidade do governo e condenava as atitudes de Floriano Peixoto contra
rebeliões nos estados e solicitava convocação de nova eleição para a
presidência da república.
[21] Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o
século XVIII nos arredores da Fazenda Canudos, às margens do rio
Vaza-Barris. Com a chegada de Antônio Conselheiro em 1893 passou a crescer
vertiginosamente, em poucos anos chegando a contar por volta de 25 000
habitantes.
Guerra de Canudos
– Wikipédia, a enciclopédia livre
[22] https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Chibata
A Revolta da
Chibata foi um motim naval
no Rio de
Janeiro, Brasil, ocorrido no
final de novembro de 1910. Foi o resultado direto do uso de chibatadas por
oficiais navais brancos ao punir marinheiros afro-brasileiros e mulatos.
Em 1888, o Brasil se tornou
o último país do hemisfério ocidental a abolir a escravidão. A mudança recebeu
oposição das elites brasileiras, que conduziram um bem sucedido golpe de
estado em 1889. A instabilidade resultante contribuiu para várias
revoltas e rebeliões, mas no início do novo século a crescente demanda por café
e borracha permitiu aos políticos brasileiros começar a traçar a transformação
do país em uma potência internacional. Uma parte importante disso seria a
modernização da Marinha do Brasil, que tinha sido negligenciada desde a revolução, o que incluía a compra de navios de batalha do novo
tipo de encouraçado (dreadnought). Embora
extremamente caros, eles atraíram muita atenção internacional antes de sua
entrega com dois novos cruzadores em 1910.
[23] A Revolução Federalista foi um conflito ocorrido na
Região Sul do Brasil, entre os anos de 1893 e 1895, que expôs a divisão entre
os republicanos, isto é, entre os que defendiam maiores poderes para o
presidente da República e os que apoiavam a descentralização do poder, com
maior participação dos estados.
Revolução
Federalista: o que foi, causas, resumo - Mundo ...
[24] Em novembro de 1891, registrou-se como reação à atitude do presidente da República,
marechal Deodoro da Fonseca que, em meio a uma crise institucional, agravada por uma
grave crise econômica, e com dificuldades em negociar com a oposição, em flagrante violação
da Constituição recém-promulgada
em 1891, ordenou o fechamento do Congresso.[8] Unidades da Armada na baía de Guanabara, sob a
liderança do almirante Custódio de Melo,
sublevaram-se e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República.[9] Para evitar uma guerra civil, o marechal Deodoro renunciou à
Presidência da República (23 de novembro de 1891).[7]
Com a renúncia de Deodoro,
que ocorreu apenas nove meses depois do início de seu governo, o
vice-presidente Floriano Peixoto assumiu
o cargo (1892). A Constituição de 1891, no entanto, garantia que, se a presidência ou a vice-presidência
ficassem vagas antes de se completarem dois anos de mandato, deveria ocorrer
uma nova eleição, o que fez com que a oposição começasse a acusar Floriano por
manter-se ilegalmente à frente da nação.
Segunda Revolta da Armada
Começou a delinear-se em
março de 1892, quando treze generais enviaram uma Carta-Manifesto ao Presidente
da República, Floriano Peixoto.[7] Este documento exigia a convocação de novas eleições presidenciais
para que, cumprindo-se o dispositivo constitucional, se estabelecesse a
tranquilidade interna na nação.[10] Floriano reprimiu duramente o movimento, determinando a prisão de
seus líderes.
[25]https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Armada
A Revolta da Armada foi um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra os dois primeiros governos republicanos do país,
que estavam tomando feições de uma ditadura militar.[4][5][6] A
revolta desenvolveu-se em dois momentos; uma no governo de Deodoro da Fonseca e outra no governo que se seguiu, de Floriano Peixoto.[7]
[26] A Primeira Revolta da Armada ocorreu em resposta ao
fechamento do Congresso e ao estado de sítio pelo presidente Deodoro da
Fonseca. Tais atitudes estavam em contra a Constituição de 1891. ... Como
resultado, os revoltosos conseguiram a renúncia do presidente Deodoro da
Fonseca, em 23 de novembro de 1891.
https://www.todamateria.com.br/revolta-da-armada/#:~:text=A%20Primeira%20Revolta%20da%20Armada,contra%20a%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20de%201891.&text=Como%20resultado%2C%20os%20revoltosos%20conseguiram,23%20de%20novembro%20de%201891.
Revolta da Armada
- Toda Matéria
[27] Hercílio Pedro da Luz nasceu na
cidade de Nossa Senhora do Desterro na noite do dia 29 de março de 1860. A casa
em que ele veio ao mundo era um sobrado colonial de frente para o Palácio do
Governo, tendo ao meio o jardim da grande praça. Ficou órfão de pai aos nove
anos incompletos, em 3 de abril de 1869.
Hercílio Pedro da
Luz – 1918 a 1922 - Secretaria Executiva ...
[28] O governo discricionário tende à auto-suficiência. A facilidade de
editar normas legislativas por decreto o faz julgar-se onipotente, senhor do
bem, do mal e da economia e considerar-se capaz de dirigi-la a seu bel-prazer.
A um erro, normalmente corrige com outro e a um excesso, com uma restrição. Foi
essa a origem das incertezas de rumo e hesitações de que é usualmente acusado o
período de Ruy Barbosa à testa da política financeira no país.
Carvalho, Ney. O encilhamento: Anatomia
de uma bolha brasileira (p. 194). Edição do Kindle.
[29] Prudente de Morais dedicou todos os seus
esforços à pacificação das facções, que tinham em seus extremos os defensores
do governo forte de Floriano e os partidários da monarquia. Durante seu
governo, abandonou uma a uma as medidas inovadoras de Floriano Peixoto. Essa cautela de Prudente foi necessária, já que os
florianistas ainda tinham uma certa força, principalmente no Exército.[10] Além
disso, o vice-presidente estava ligado às ideias de Floriano. Prudente de
Morais imprimiu uma direção ao governo que atendeu mais aos cafeicultores e
afastou os militares da política.[11]
[30] brasileiro. Assim, se por um lado a análise da História aponta uma
mudança drástica na sociedade brasileira entre 1889 e 1891 _ e além _, ao mesmo
tempo elas parecem denunciar a permanência de uma série de problemas
estruturais aos quais a instância política incorrera em pouco, ou nada, para
sanar ao longo de pouco mais de cem anos de existência, estando, voluntaria ou
involuntariamente, submetida às estruturas e econômicas. Mais do que nunca
ecoam as palavras do historiador britânico, Keith Thomas: aqueles que estudam o
passado acabam se deparando com duas conclusões contraditórias. A primeira é
que o passado era muito diferente do presente. A segunda é que ele era muito
parecido[109]. De acordo com as exposições finais de Charaudeau pode-se
observar que, no que toca às transformações da consciência cidadã pouco houve
de avanço pela situação dada em 1889.
Elyel, Jhonatas. As Duas Mortes do Imperador:
a imagem política de Dom Pedro II na Gazeta de Notícias (p. 105). Edição do
Kindle.
[31] afinal, o dilema de ser brasileiro no espaço doméstico e familiar
partilhava, embora de forma oblíqua, do mesmo horizonte histórico daquilo que
uma república (nos seus significados mais autênticos) prometia para toda a
população, sob o nome de “cidadania”. A República criou uma cidadania precária,
porque calcada na manutenção da iniquidade das estruturas sociais; acentuou as
distâncias entre as diversas regiões do país, cobrindo-as com a roupagem do
federalismo difuso da “política dos governadores” ou com a continuidade daquela
geografia oligárquica do poder que, desde o Império, diluía o formalismo do
Estado e das instituições.
Vários autores. História da vida privada
no Brasil – Vol. 3 (p. 271). Companhia das Letras. Edição do Kindle.
[32][32] “A comunidade política conduz, comanda, supervisiona os negócios, como
negócios privados seus, na origem, como negócios públicos, depois [...] Dessa
realidade se projeta a forma de poder, institucionalizada num tipo de domínio:
o patrimonialismo.” Esse imperativo categórico da sociedade brasileira, ou
seja, a inviolabilidade daquilo que foi assim desde sempre, cria um elo
profundo entre os que aqui chegaram em 1500 e os que aqui hoje estão. Os mesmos
objetivos os animam: a espoliação, a expropriação, o lucro, a exploração. Esses
fins justificam os meios utilizados, que passam sempre ao largo de um projeto
de país, sempre ao largo dos interesses do povo. Não existe no Brasil, nem nunca
existiu, um projeto de nação. Um projeto robusto que levasse em conta o
interesse de todos, planejado para durar gerações e que pairasse acima dos
eventuais problemas políticos. Como o que ocorreu no Japão, arrasado na Segunda
Guerra Mundial. O Brasil só vai se encontrar com o seu futuro quando um pacto
social em torno de um projeto de nação for estabelecido e jamais rompido.
Conhecer a história do Brasil é o primeiro passo para que esse projeto seja
estabelecido, consiga resistir a eventuais tempestades e siga seu rumo em
direção ao estado de bem-estar social pelo qual tanto almejamos.
Costa, Marcos. A história do Brasil para
quem tem pressa (Série Para quem Tem Pressa) (pp. 5-6). Editora Valentina.
Edição do Kindle.
[33] Havia, porém, uma contradição entre as promessas e a realidade daquele
momento. Diferentemente do que faziam supor os discursos e anúncios oficiais, a
República brasileira não resultou de uma campanha com intensa participação
popular. Em vez disso, foi estabelecida por um golpe militar com escassa e
tardia participação das lideranças civis. Apesar da intensa propaganda
republicana por meio de imprensa, panfletos, reuniões e comícios, a ideia da
mudança de regime político não deslanchava na população. Na última eleição
parlamentar do Império, realizada em 31 de agosto de 1889, o Partido
Republicano elegeu somente dois deputados e nenhum senador. Os votos colhidos
pelos seus candidatos em todo o país não chegaram a 15% do total apurado. O
resultado era pior do que o obtido quatro anos antes, no pleito de 1885, quando
foram eleitos para a Câmara três deputados republicanos, entre eles os futuros
presidentes da República Prudente de Morais (1894-1898) e Campos Salles
(1898-1902). Sem eco nas urnas, os civis encontraram nos militares o elemento de
força que lhes faltava para a mudança do regime. A República brasileira nasceu
descolada das ruas. “O povo assistiu àquilo bestializado”, segundo uma famosa
frase do jornalista Aristides Lobo, testemunha dos acontecimentos.
Gomes, Laurentino. 1889 – Como um
imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram
para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil (pp. 15-16).
Editora Globo. Edição do Kindle.
[34] “Se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude.”
di Lampedusa, Giuseppe Tomasi. O
Leopardo (p. 218). Companhia das Letras. Edição do Kindle.
Foram várias revoltas de
carácter popular, ocorridos na República Velha.[27] Durante o período
militar (1889-1894) ocorreu a Revolta da Armada séria
ameaça ao governo Floriano Peixoto, e uma revolução de carácter regional,
a Revolução
Federalista.
Durante o período civil
(1894-1930), além da questão externa da anexação do Acre, ocorreram grandes revoltas internas no país de caráter localizado:
a Guerra de Canudos, a Revolta da Vacina, a Revolta da Chibata, a Sedição de
Juazeiro e a Guerra do
Contestado.[28] Outras revoltas de
caráter estadual, além da citada Revolução Federalista, foram: a Revolução de 1923 e a República de Princesa ocorrida na Paraíba em 1930. Nenhuma
delas porém, se constituiu numa tentativa de se derrubar o governo federal.
Já, o movimento tenentista, que gerou
a revolta do Forte de Copacabana em
1922, e a Coluna Prestes a
partir da Revolta
Paulista de 1924, se constituiu em séria
ameaça ao governo federal. Apesar de debelados, o descontentamento geral em
relação ao regime da República Velha, tanto por parte de setores da sociedade
civil alijados dos processos de decisão, quanto da baixa oficialidade do
exército, levaram em outubro de 1930, ao movimento que pôs um fim a este período da história brasileira.[28][29]
Durante este período,
ocorreram também as primeiras greves operárias em 1907 e 1917, (chamadas, na época, de movimentos paredistas, ou
paredes) e o crescimento de movimentos anarquistas e comunistas nos grandes centros
urbanos do país, sobretudo entre os imigrantes espanhóis e italianos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Rep%C3%BAblica_Brasileira
[17] Hoje quase esquecido, o Encilhamento foi o mais importante episódio na
vida das Bolsas e mercados livres no Brasil. Sua lembrança longínqua é recheada
de preconceitos, adjetivos e conotações lingüísticas, que deturpam os fatos
sucedidos entre 1888 e 1891, nos capítulos finais do Regime Monárquico e nos
primeiros passos da República, nascida em 1889.
Carvalho, Ney. O encilhamento: Anatomia
de uma bolha brasileira (p. 5). Edição do Kindle.
[18] Eleição de 1891
Em
20 de janeiro de 1891, todo o ministério de Deodoro havia se demitido,
incluindo Floriano Peixoto, que substituía Benjamin Constant no Ministério da
Guerra.
De
acordo com uma disposição transitória da Constituição de 1891, o presidente e o vice-presidente do primeiro período republicano deveriam ser
excepcionalmente eleitos pelo Congresso Constituinte.
Deodoro
da Fonseca apresentou-se como candidato a Presidente, tendo, como candidato a
vice, na mesma chapa, o almirante Eduardo Wandenkolk. Presidente e vice seriam eleitos separadamente.
Como já havia forte oposição a Deodoro, esta articulou a candidatura de
Prudente de Morais, o presidente do Congresso, tendo o marechal Floriano
Peixoto como candidato a vice. Floriano, além de candidatar-se a vice-presidente,
na chapa de Prudente de Morais, apresentou, também, candidatura própria à
Presidência.
Apurada
a votação, em 25 de fevereiro de 1891, foi obtido o seguinte resultado na
eleição para presidente: Deodoro da Fonseca - eleito com 129 votos; Prudente de
Morais - 97 votos; Floriano Peixoto - 3 votos; Joaquim Saldanha Marinho - 2 votos; José Higino Duarte
Pereira - 1 voto; cédulas em branco -
2. Para vice-presidente foi eleito o candidato da oposição, Marechal Floriano
Peixoto, com 153 votos, contra 57 recebidos pelo Almirante Wandenkolk.[39]
A
vitória de Deodoro explica-se pelo temor de que o velho marechal desse um
novo golpe militar, fechando o Congresso e restaurando a monarquia. Mesmo os líderes da oposição haviam resolvido que, numa eventual vitória
de Prudente de Morais, o Congresso lhe daria imediatamente posse do cargo,
instalando-se sem demora o governo no próprio edifício do Parlamento, onde
esperariam os acontecimentos, convocando para as imediações do prédio as forças
militares com cuja lealdade podiam contar.
Terminava,
assim, o Governo Provisório e iniciava-se o primeiro governo constitucional
republicano. A fase constitucional do governo de Deodoro da Fonseca foi de
fevereiro a 3 de novembro de 1891, quando Deodoro deu um golpe de estado.
Havia,
naquele momento histórico, um conflito entre os militares e os políticos civis. Os militares queriam se
manter na política e eram favoráveis a uma centralização absoluta e a
concentração do poder político, enquanto os civis desejavam a volta dos
militares aos quartéis e lutavam por um governo descentralizado e federalista.
Durante
sua estadia na presidência, Deodoro foi nomeado Grão-Mestre do Grande Oriente da maçonaria do Brasil.[40]
Os
republicanos de São Paulo apoiavam Floriano Peixoto, apesar das
tendências centralizadoras deste. Devido ao apoio de São Paulo, os militares ficaram
divididos, e isso veio mais tarde a provocar a queda de Deodoro.
O fechamento do Congresso e estado de sítio
Eleito
pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro iniciou seu mandato sob forte tensão política. Tinha a oposição
do Congresso e da população devido à crise econômica.
Tal
ato gerou violenta reação,[41] fazendo com que, entre agosto e novembro de
1891, o Congresso tentasse aprovar a "Lei de Responsabilidades", que
reduzia os poderes do presidente.
Deodoro
contra-atacou a decisão do Congresso e, em 3 de novembro de 1891, decretou a
dissolução do Congresso, lançando um "Manifesto à Nação" para
explicar as razões do seu ato. Enquanto isso, tropas militares cercaram os
prédios do legislativo e prenderam líderes oposicionistas e a imprensa do Distrito
Federal foi posta sob censura total,
decretando, assim, o estado de sítio no país. Este fato entrou para a história
como o Golpe de Três de
Novembro e foi o
último feito de Deodoro em sua carreira política, pois, alguns dias depois,
renunciaria ao mandato de presidente.[42]
A primeira Revolta da Armada
Renúncia de Deodoro da Fonseca ao
cargo de Presidente da República, 1891
A
primeira Revolta da Armada ocorreu no dia 23 de novembro de 1891, quando
o almirante Custódio de Melo, acionado por Floriano Peixoto, a bordo do Encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse. O marechal
Deodoro, então, cedeu às pressões e renunciou ao cargo de presidente da
República, entregando o poder ao vice-presidente, Floriano Peixoto.
O restabelecimento do Congresso
Ao
assumir, em 23 de novembro de 1891, Floriano Peixoto anulou o decreto de dissolução do Congresso e suspendeu o
estado de sítio. Entre novembro de 1891 de março de 1892, afastou os
governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro, substituindo-os por
aliados.
Depois da presidência
Monumento-túmulo ao Generalíssimo
Deodoro da Fonseca, na Praça Paris, Rio de Janeiro.
Manuel
Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1892. Pediu para ser enterrado em
trajes civis, no que não foi atendido. Seu enterro teve toda a pompa e honras
militares. O marechal que proclamou a república no Brasil, fato histórico este
que é, atualmente, feriado nacional, era acometido de fortes crises
de dispneia,[43] popularmente conhecida como "dificuldade
de respiração" ou "falta de ar", o que impedia o primeiro
presidente do Brasil de dormir.
Foi
enterrado num jazigo familiar no Cemitério do Caju, mas teve seus restos exumados e transferidos para um monumento na Praça Paris, no Rio de Janeiro, em 1937.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Deodoro_da_Fonseca
[19] Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente da república. Coube a
ele a missão de decretar as primeiras medidas do novo governo e evitar
possíveis reações monarquistas. A Constituição de 1824, que regeu o Brasil
durante todo o período imperial, foi anulada e convocou-se uma Assembleia Nacional
Constituinte para elaborar a primeira Constituição republicana. Deodoro usou
da força para reprimir revoltas e fechou o Congresso Nacional. Sem apoio
político para manter-se no cargo, o marechal renunciou à
presidência em 1891. Ele morreu no ano seguinte, vítima de dispneia.
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/governo-deodoro-fonseca.htm
[20] O Manifesto dos Treze Generais foi um documento
assinado por treze autoridades militares do Brasil, datado de 31 de março de 1892 e publicado em 6 de abril, logo no início do governo
de Floriano Peixoto, que assumiu
após a renúncia de Deodoro da Fonseca.
O manifesto contestava a
legitimidade do governo e condenava as atitudes de Floriano Peixoto contra
rebeliões nos estados e solicitava convocação de nova eleição para a
presidência da república.
[21] Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o
século XVIII nos arredores da Fazenda Canudos, às margens do rio
Vaza-Barris. Com a chegada de Antônio Conselheiro em 1893 passou a crescer
vertiginosamente, em poucos anos chegando a contar por volta de 25 000
habitantes.
Guerra de Canudos
– Wikipédia, a enciclopédia livre
[22] https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Chibata
A Revolta da
Chibata foi um motim naval
no Rio de
Janeiro, Brasil, ocorrido no
final de novembro de 1910. Foi o resultado direto do uso de chibatadas por
oficiais navais brancos ao punir marinheiros afro-brasileiros e mulatos.
Em 1888, o Brasil se tornou
o último país do hemisfério ocidental a abolir a escravidão. A mudança recebeu
oposição das elites brasileiras, que conduziram um bem sucedido golpe de
estado em 1889. A instabilidade resultante contribuiu para várias
revoltas e rebeliões, mas no início do novo século a crescente demanda por café
e borracha permitiu aos políticos brasileiros começar a traçar a transformação
do país em uma potência internacional. Uma parte importante disso seria a
modernização da Marinha do Brasil, que tinha sido negligenciada desde a revolução, o que incluía a compra de navios de batalha do novo
tipo de encouraçado (dreadnought). Embora
extremamente caros, eles atraíram muita atenção internacional antes de sua
entrega com dois novos cruzadores em 1910.
[23] A Revolução Federalista foi um conflito ocorrido na
Região Sul do Brasil, entre os anos de 1893 e 1895, que expôs a divisão entre
os republicanos, isto é, entre os que defendiam maiores poderes para o
presidente da República e os que apoiavam a descentralização do poder, com
maior participação dos estados.
Revolução
Federalista: o que foi, causas, resumo - Mundo ...
[24] Em novembro de 1891, registrou-se como reação à atitude do presidente da República,
marechal Deodoro da Fonseca que, em meio a uma crise institucional, agravada por uma
grave crise econômica, e com dificuldades em negociar com a oposição, em flagrante violação
da Constituição recém-promulgada
em 1891, ordenou o fechamento do Congresso.[8] Unidades da Armada na baía de Guanabara, sob a
liderança do almirante Custódio de Melo,
sublevaram-se e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República.[9] Para evitar uma guerra civil, o marechal Deodoro renunciou à
Presidência da República (23 de novembro de 1891).[7]
Com a renúncia de Deodoro,
que ocorreu apenas nove meses depois do início de seu governo, o
vice-presidente Floriano Peixoto assumiu
o cargo (1892). A Constituição de 1891, no entanto, garantia que, se a presidência ou a vice-presidência
ficassem vagas antes de se completarem dois anos de mandato, deveria ocorrer
uma nova eleição, o que fez com que a oposição começasse a acusar Floriano por
manter-se ilegalmente à frente da nação.
Segunda Revolta da Armada
Começou a delinear-se em
março de 1892, quando treze generais enviaram uma Carta-Manifesto ao Presidente
da República, Floriano Peixoto.[7] Este documento exigia a convocação de novas eleições presidenciais
para que, cumprindo-se o dispositivo constitucional, se estabelecesse a
tranquilidade interna na nação.[10] Floriano reprimiu duramente o movimento, determinando a prisão de
seus líderes.
[25]https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Armada
A Revolta da Armada foi um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra os dois primeiros governos republicanos do país,
que estavam tomando feições de uma ditadura militar.[4][5][6] A
revolta desenvolveu-se em dois momentos; uma no governo de Deodoro da Fonseca e outra no governo que se seguiu, de Floriano Peixoto.[7]
[26] A Primeira Revolta da Armada ocorreu em resposta ao
fechamento do Congresso e ao estado de sítio pelo presidente Deodoro da
Fonseca. Tais atitudes estavam em contra a Constituição de 1891. ... Como
resultado, os revoltosos conseguiram a renúncia do presidente Deodoro da
Fonseca, em 23 de novembro de 1891.
https://www.todamateria.com.br/revolta-da-armada/#:~:text=A%20Primeira%20Revolta%20da%20Armada,contra%20a%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20de%201891.&text=Como%20resultado%2C%20os%20revoltosos%20conseguiram,23%20de%20novembro%20de%201891.
Revolta da Armada
- Toda Matéria
[27] Hercílio Pedro da Luz nasceu na
cidade de Nossa Senhora do Desterro na noite do dia 29 de março de 1860. A casa
em que ele veio ao mundo era um sobrado colonial de frente para o Palácio do
Governo, tendo ao meio o jardim da grande praça. Ficou órfão de pai aos nove
anos incompletos, em 3 de abril de 1869.
Hercílio Pedro da
Luz – 1918 a 1922 - Secretaria Executiva ...
[28] O governo discricionário tende à auto-suficiência. A facilidade de
editar normas legislativas por decreto o faz julgar-se onipotente, senhor do
bem, do mal e da economia e considerar-se capaz de dirigi-la a seu bel-prazer.
A um erro, normalmente corrige com outro e a um excesso, com uma restrição. Foi
essa a origem das incertezas de rumo e hesitações de que é usualmente acusado o
período de Ruy Barbosa à testa da política financeira no país.
Carvalho, Ney. O encilhamento: Anatomia
de uma bolha brasileira (p. 194). Edição do Kindle.
[29] Prudente de Morais dedicou todos os seus
esforços à pacificação das facções, que tinham em seus extremos os defensores
do governo forte de Floriano e os partidários da monarquia. Durante seu
governo, abandonou uma a uma as medidas inovadoras de Floriano Peixoto. Essa cautela de Prudente foi necessária, já que os
florianistas ainda tinham uma certa força, principalmente no Exército.[10] Além
disso, o vice-presidente estava ligado às ideias de Floriano. Prudente de
Morais imprimiu uma direção ao governo que atendeu mais aos cafeicultores e
afastou os militares da política.[11]
[30] brasileiro. Assim, se por um lado a análise da História aponta uma
mudança drástica na sociedade brasileira entre 1889 e 1891 _ e além _, ao mesmo
tempo elas parecem denunciar a permanência de uma série de problemas
estruturais aos quais a instância política incorrera em pouco, ou nada, para
sanar ao longo de pouco mais de cem anos de existência, estando, voluntaria ou
involuntariamente, submetida às estruturas e econômicas. Mais do que nunca
ecoam as palavras do historiador britânico, Keith Thomas: aqueles que estudam o
passado acabam se deparando com duas conclusões contraditórias. A primeira é
que o passado era muito diferente do presente. A segunda é que ele era muito
parecido[109]. De acordo com as exposições finais de Charaudeau pode-se
observar que, no que toca às transformações da consciência cidadã pouco houve
de avanço pela situação dada em 1889.
Elyel, Jhonatas. As Duas Mortes do Imperador:
a imagem política de Dom Pedro II na Gazeta de Notícias (p. 105). Edição do
Kindle.
[31] afinal, o dilema de ser brasileiro no espaço doméstico e familiar
partilhava, embora de forma oblíqua, do mesmo horizonte histórico daquilo que
uma república (nos seus significados mais autênticos) prometia para toda a
população, sob o nome de “cidadania”. A República criou uma cidadania precária,
porque calcada na manutenção da iniquidade das estruturas sociais; acentuou as
distâncias entre as diversas regiões do país, cobrindo-as com a roupagem do
federalismo difuso da “política dos governadores” ou com a continuidade daquela
geografia oligárquica do poder que, desde o Império, diluía o formalismo do
Estado e das instituições.
Vários autores. História da vida privada
no Brasil – Vol. 3 (p. 271). Companhia das Letras. Edição do Kindle.
[32][32] “A comunidade política conduz, comanda, supervisiona os negócios, como
negócios privados seus, na origem, como negócios públicos, depois [...] Dessa
realidade se projeta a forma de poder, institucionalizada num tipo de domínio:
o patrimonialismo.” Esse imperativo categórico da sociedade brasileira, ou
seja, a inviolabilidade daquilo que foi assim desde sempre, cria um elo
profundo entre os que aqui chegaram em 1500 e os que aqui hoje estão. Os mesmos
objetivos os animam: a espoliação, a expropriação, o lucro, a exploração. Esses
fins justificam os meios utilizados, que passam sempre ao largo de um projeto
de país, sempre ao largo dos interesses do povo. Não existe no Brasil, nem nunca
existiu, um projeto de nação. Um projeto robusto que levasse em conta o
interesse de todos, planejado para durar gerações e que pairasse acima dos
eventuais problemas políticos. Como o que ocorreu no Japão, arrasado na Segunda
Guerra Mundial. O Brasil só vai se encontrar com o seu futuro quando um pacto
social em torno de um projeto de nação for estabelecido e jamais rompido.
Conhecer a história do Brasil é o primeiro passo para que esse projeto seja
estabelecido, consiga resistir a eventuais tempestades e siga seu rumo em
direção ao estado de bem-estar social pelo qual tanto almejamos.
Costa, Marcos. A história do Brasil para
quem tem pressa (Série Para quem Tem Pressa) (pp. 5-6). Editora Valentina.
Edição do Kindle.
[33] Havia, porém, uma contradição entre as promessas e a realidade daquele
momento. Diferentemente do que faziam supor os discursos e anúncios oficiais, a
República brasileira não resultou de uma campanha com intensa participação
popular. Em vez disso, foi estabelecida por um golpe militar com escassa e
tardia participação das lideranças civis. Apesar da intensa propaganda
republicana por meio de imprensa, panfletos, reuniões e comícios, a ideia da
mudança de regime político não deslanchava na população. Na última eleição
parlamentar do Império, realizada em 31 de agosto de 1889, o Partido
Republicano elegeu somente dois deputados e nenhum senador. Os votos colhidos
pelos seus candidatos em todo o país não chegaram a 15% do total apurado. O
resultado era pior do que o obtido quatro anos antes, no pleito de 1885, quando
foram eleitos para a Câmara três deputados republicanos, entre eles os futuros
presidentes da República Prudente de Morais (1894-1898) e Campos Salles
(1898-1902). Sem eco nas urnas, os civis encontraram nos militares o elemento de
força que lhes faltava para a mudança do regime. A República brasileira nasceu
descolada das ruas. “O povo assistiu àquilo bestializado”, segundo uma famosa
frase do jornalista Aristides Lobo, testemunha dos acontecimentos.
Gomes, Laurentino. 1889 – Como um
imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram
para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil (pp. 15-16).
Editora Globo. Edição do Kindle.
[34] “Se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude.”
di Lampedusa, Giuseppe Tomasi. O
Leopardo (p. 218). Companhia das Letras. Edição do Kindle.
2.
[35] Panorama do Rio no início
do século XX
No início do século XX, o Rio de Janeiro passava
por graves problemas sociais, decorrentes, em grande parte de seu rápido e
desordenado crescimento, alavancado pela imigração europeia e pela transição do
trabalho escravo para o trabalho livre.
Na ocasião em que Pereira
Passos assume a Prefeitura da cidade, o Rio de Janeiro, com sua estrutura de
cidade colonial, possuía quase um milhão de habitantes carentes de transporte,
abastecimento de água, rede de esgotos, programas de saúde e segurança.
Na região central do Rio de
Janeiro – a Cidade Velha e adjacências – eclodiam habitações coletivas
insalubres (cortiços), epidemias de febre amarela, varíola, cólera, conferindo
à cidade a fama internacional de porto sujo ou "cidade da morte",
como se tornara conhecida.
A reforma urbana de
Pereira Passos, período conhecido popularmente como “O Bota-Abaixo”, visou
o saneamento, o urbanismo e o
embelezamento, dando ao Rio de Janeiro ares de cidade moderna e cosmopolita.
[36] No início do século XX, a cidade do Rio de
Janeiro enfrentava sérios problemas sociais. Epidemias de doenças como a febre
amarela assolavam os cortiços imundos da região central. O saneamento básico
era precário e a população concentrava-se no Centro da cidade em condições
precárias de higiene. Em 1901, foi concluída a Igreja de Nossa Senhora da
Candelária, no Centro, após um século e meio de obras. Em 21 de julho de 1902,
Oscar Cox fundou o Fluminense Football Club, numa sede localizada no número 51
da Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo[2]. No
mesmo ano, as linhas de bonde da cidade chegaram ao bairro de Ipanema[3].
[37] O primeiro programa habitacional que se tem
conhecimento foi o Fundação da Casa Popular (FCP) que surgiu em 1946 no governo
do presidente Eurico Gaspar Dutra e se estendeu até a década de 1960. ... No
governo de Fernando Henrique Cardoso os principais programas foram
o Pró-Moradia e o Habitar Brasil.8 de ago. de
2011
PROGRAMAS
HABITACIONAIS NO BRASIL: QUEM TEM ...
[38] pesada e equipamentos modernos, comandada pelo auxiliar direto do
marechal Floriano, o general Moreira César, positivista obstinado, notório pelo
entusiasmo sanguinário com que suprimia grupos rebeldes. Para espanto geral,
não só a expedição foi totalmente desbaratada, como o general Moreira César foi
abatido pelo fogo inimigo. Pânico geral! A única maneira de justificar a
catástrofe foi atribuir aos revoltosos a imagem de conspiradores monarquistas,
decididos a derrubar o novo regime, mantidos, organizados e fortemente armados
a partir do exterior por líderes expatriados do regime imperial. Aniquilá-los
por completo era portanto uma questão de vida ou morte para a jovem República.
Vários autores. História da vida privada
no Brasil – Vol. 3 (pp. 13-14). Companhia das Letras. Edição do Kindle.
[39] Por muitas vezes e de várias maneiras somos injustiçados e ofendidos,
em muitos casos, os ataques partem de pessoas a quem estimamos. Dói bastante
ser caluniado e injustiçado ou ter que pagar por um erro que não cometemos.
Infelizmente algumas pessoas, intencionalmente ou não, surgem como se fossem
uma pedra em nosso caminho. Mas não podemos interromper a caminhada da vida e
achar que nada mais presta e que essas pessoas devem ser crucificadas
simplesmente porque falharam conosco. Afinal, quem nunca falhou? “PERDOAR É
PRECISO” é um livro que enfatiza os prejuízos da mágoa e os benefícios do
perdão. Somos tentados a revidar as ofensas, ou no mínimo a romper
terminantemente todo relacionamento com as pessoas que nos fizeram mal, ficamos
chateados e incomodados com a presença delas. Esse é um problema com o qual
todos têm que lidar, faz parte da vida. A única maneira de nunca sermos
ofendidos é nos afastando de tudo e de todos, mas ainda assim, em alguns
momentos ficaremos chateados com nós mesmos. “Onde tem gente, tem problema, mas
onde há amor há solução.” Podemos vencer todo conflito de relacionamentos
através da prática do amor. Para isso Deus nos proveu de uma poderosa
ferramenta chamada: “Perdão”. O perdão é uma decisão, um direito que Deus nos
deu e que ninguém poderá nos impedir de usá-lo, quantas vezes quisermos,
depende unicamente de nós. Além de ser um direito, o perdão também é um dever
de quem foi perdoado por Deus, ele é uma poderosa arma para vencer a mágoa e o
desejo de vingança, é luz que expulsa as trevas. Se realmente queremos
prosseguir na vida com o coração limpo e desfrutando das bênçãos de Deus,
“PERDOAR É PRECISO”.
Araújo, Reni . PERDOAR É PRECISO: Os
benefícios do perdão (pp. 1-2). Edição do Kindle.
[40] Dizem que o amor faz grandes obras. O ódio também poderá fazê-las;
mas, para isso, como no caso do amor, é preciso conter-se. LIMA BARRETO, Diário
íntimo Nunca se contaram os mortos da Revolta da Vacina. Nem seria possível,
pois muitos, como veremos, foram morrer bem longe do palco dos acontecimentos.
Seriam inúmeros, centenas, milhares, mas é impossível avaliar quantos. A
autoridade policial, como seria de se esperar, apresentou números sóbrios e
precisos, na tentativa de reduzir uma autêntica rebelião social à caricatura de
uma baderna urbana: fútil, atabalhoada, inconsequente. Os massacres, porém, não
manifestam rigor com a precisão. Sabe-se quantos morreram em Canudos, no
Contestado ou na Revolução Federalista – para só ficarmos nas grandes chacinas
da Primeira República? A matança coletiva dirige-se, via de regra, contra um
objeto unificado por algum padrão abstrato que retira a humanidade das vítimas:
uma seita, uma comunidade peculiar, uma facção política, uma cultura, uma
etnia. Personificando nesse grupo assim circunscrito todo o mal e toda a ameaça
à ordem das coisas, os executores se representam a si mesmos como heróis
redentores, cuja energia implacável esconjura a ameaça que pesa sobre o mundo.
O preço a ser pago pela sua bravura é o peso do seu predomínio. A cor das
bandeiras dos heróis é a mais variada, só o tom do sangue de suas vítimas
permanece
Sevcenko, Nicolau. A Revolta da Vacina
(pp. 8-9). Editora Unesp. Edição do Kindle.
[41]Carlos Chagas é o detentor de um raro título na história das ciências
brasileiras, por ter descoberto uma enfermidade tropical que carrega o seu
nome: a doença de Chagas. Esse legado ao conhecimento biomédico é reconhecido
como um fato científico ímpar, pois um mesmo pesquisador identificou não apenas
a doença, mas também seu agente etiológico e o vetor de transmissão. Esta bela
obra – que reúne um conjunto iconográfico singular – é um convite para o
mergulho prazeroso no legado de Carlos Chagas e da geração de médicos e
sanitaristas que, liderados por Oswaldo Cruz, investiram de fortes tonalidades
políticas a ciência que praticavam, destinada à construção de um futuro que
redimisse a nação do que consideravam as amarras do passado colonial, visto
como sinônimo de atraso. E eram muitas. Carlos Chagas e os demais membros de
sua geração lançaram-se a esse desafio.
Kropf, Simone Petragli; Lacerda, Aline
Lopes de; Whitty, Diane Grosklaus. Carlos Chagas, um cientista do Brasil =
Carlos Chagas, scientist of Brazil (p. 13). SciELO - Editora FIOCRUZ. Edição do
Kindle.
[42] Oswaldo Gonçalves Cruz[1][nb 1] (São Luiz do
Paraitinga, 5 de agosto de 1872 — Petrópolis, 11 de fevereiro de 1917) foi um médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro.
Pioneiro no estudo das
moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil, fundou em 1900
o Instituto Soroterápico Federal no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro,
transformado em Instituto
Oswaldo Cruz, hoje a Fundação
Oswaldo Cruz, respeitada internacionalmente.
[43] A Revolta da Vacina, ocorrida num momento decisivo de transformação da
sociedade brasileira, nos fornece uma visão particularmente esclarecedora de
alguns elementos estruturais que preponderaram em nosso passado recente –
repercutindo até mesmo nos dias atuais. A constituição de uma sociedade
predominantemente urbanizada e de forte teor burguês no início da fase
republicana, resultado do enquadramento do Brasil nos termos da nova ordem
econômica mundial instaurada pela Revolução Científico-Tecnológica (por volta
de 1870), foi acompanhada de movimentos convulsivos e crises traumáticas, cuja
solução convergiu insistentemente para um sacrifício cruciante dos grupos
populares. Envolvidos que estamos com as condições postas por essas
transformações, pouco temos refletido sobre o seu custo social e humano. Minhas
ponderações, por isso, voltam-se com alguma persistência para essa questão
delicada e, reconheço, um tanto incômoda, porém imprescindível.
Sevcenko, Nicolau. A Revolta da Vacina
(p. 9). Editora Unesp. Edição do Kindle.
[44] Em 1918, um vírus desse tipo infectou humanos. Desde a primeira edição
deste livro, cientistas encontraram evidências (não é uma questão com conclusão
definitiva) de que 7 dos 8 segmentos do vírus de 1918 tinham origem nas aves2 e
que, depois de ter pulado de espécie em espécie e interagido com outros vírus,
adquiriu o gene humano da hemaglutinina, aquele que permite que o vírus se
ligue e depois infecte as células humanas. E descobriu-se que até mesmo o
oitavo segmento tinha origens aviárias recentes. Essa interação teria
acontecido quando um vírus de ave infectou um mamífero — humano, cavalo, porco,
o que seja —, que também estava infectado com outro vírus influenza contendo o
gene de hemaglutinina. Em 1918, a população mundial era de 1,8 bilhão, e a
pandemia matou, provavelmente, 50 a 100 milhões de pessoas, com a menor
estimativa moderna na casa dos 35 milhões. Hoje, a população mundial é de 7,6
bilhões. Um comparativo atual seria uma estimativa entre 150 e 425 milhões de
mortes.
M. Barry, John. A Grande Gripe. A
História da Gripe Espanhola, a Pandemia Mais Mortal de Todos os Tempos (p.
644). Intrínseca. Edição do Kindle.
[45] As leis de Jim Crow (em inglês, Jim Crow
laws) foram leis estaduais e locais que impunham a segregação
racial no sul dos Estados Unidos. Todas essas leis foram
promulgadas no final do século XIX e início do século XX pelas legislaturas
estaduais dominadas pelos Democratas após o período da Reconstrução.
Leis de Jim Crow
– Wikipédia, a enciclopédia livre
[46] Jim Crow Na história judicial que culmina com Loving versus Virgínia,
não se coloca em nenhum momento o problema de saber quem é negro. Os apelantes
não questionam o rótulo racial que os define e, mesmo quando um veredito como
Perez versus Sharp apontava notórias inconsistências nos paradigmas da eugenia,
os juízes não entreviam a hipótese de declarar a nulidade do sistema de
classificação racial sobre o qual se erguia a segregação legal. Essa clareza
conceitual deve-se, em grande medida, a Madison Grant, um advogado nascido em
Nova York, em 1865, que dividiu suas atenções entre o eugenismo e o
conservacionismo ambiental.
Magnoli, Demétrio. Gota de sangue -
história do pensamento racial, Uma (p. 119). Editora Contexto. Edição do
Kindle.
[47] Campos Sales representava tipicamente os ideais políticos das
oligarquias dominantes de cada estado. Em contrapartida, recebia o apoio
político das bancadas estaduais no Congresso. Com a criação da Comissão
Verificadora de Poderes da Câmara, os próprios parlamentares
legitimavam os diplomas dos eleitos e assim só eram empossados os deputados
eleitos que fossem indicados pelos governadores. O resultado desse pacto foi o
enfraquecimento das oposições, a fraude eleitoral e a exclusão da maior parte
da população de qualquer participação política. O controle político oligárquico
também era assegurado pelo voto aberto e pelo reconhecimento dos candidatos
eleitos não pelo Poder Judiciário, mas pelo próprio Poder Legislativo. Como o
Congresso sofria a influência do presidente e dos governadores, esse mecanismo dava
margem à chamada "degola" dos candidatos indesejáveis.[16]
Desenvolveu a sua Política dos
Estados mais conhecida como política dos
governadores, através da qual afastou
os militares da política e estabeleceu a República
Oligárquica, segunda fase da República Velha.[3] E assim se manifestou
a respeito
[48] ao fim do mandato de Prudente de Morais, as turbulências deram lugar
ao projeto de “saneamento financeiro” do presidente Campos Sales, controlando o
meio circulante e estabilizando a dívida externa. No plano político foi
articulada a chamada “política dos governadores”, segundo a qual apenas os
candidatos aliados à bancada situacionista no Congresso tinham seus diplomas
eleitorais reconhecidos. O que permitiu ao governo do Rio de Janeiro uma
situação de controle centralista, neutralizando o que no início do regime
haviam sido denominadas as “vinte ditaduras”, resultado da redução do princípio
federal à ação irrefreada das oligarquias estaduais. Esses arranjos
conservadores foram coroados com o Convênio de Taubaté (1904) que, ao criar um
favorecimento cambial arbitrário à cafeicultura, fundou as bases da “política
do café com leite”, por meio da qual os estados mais populosos e ricos, São
Paulo e Minas Gerais, imporiam sua hegemonia de forma praticamente contínua até
Vários autores. História da vida privada
no Brasil – Vol. 3 (p. 28). Companhia das Letras. Edição do Kindle.
[49] AS INSTITUIÇÕES ELEITORAIS em vigor no Brasil – país que possui o
quarto maior eleitorado do planeta, perdendo apenas para Índia, Estados Unidos
e Indonésia – são um caso de sucesso. Os eleitores escolhem seus representantes
para os principais postos de poder (presidente, governador, senador, deputado
federal, deputado estadual, prefeito e vereador) e as fraudes eleitorais foram
praticamente eliminadas. Apesar do tamanho do território, o processo eletrônico
de voto e apuração permite que os resultados sejam proclamados poucas horas
após o encerramento da votação. Além disso, as eleições são competitivas, com
uma enorme oferta de candidatos e partidos (em torno de trinta legendas por
eleição). O sufrágio é universal – pois já não existem restrições
significativas que impeçam qualquer cidadão com pelo menos dezesseis anos de
ser eleitor – e quatro em cada cinco adultos compareceram às últimas eleições
para votar. Sabemos muito pouco, no entanto, como as eleições eram realizadas
em outros períodos da história do país. Este livro pretende apresentar um pouco
dessa história, que revela que o Brasil tem uma das mais duradouras
experiências com eleições no mundo, iniciadas há 190 anos.
Nicolau, Jairo. Eleições no Brasil (Nova
Biblioteca de Ciências Sociais) (p. 4). Zahar. Edição do Kindle.
[50] Nesse contexto, em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu
a “hesitação em se vacinar” como uma das dez maiores ameaças globais à saúde, o
que fez com que a vacinação voltasse a ser ponto central nas discussões sobre
saúde. Frente a esse paradoxo, sucesso e desprestígio, optamos pela produção de
um volume da coleção Temas em Saúde que auxilie os leitores a se familiarizar
com a temática. Tendo em vista toda a complexidade envolvendo as vacinas, não
foi a intenção, nem seria possível, tratar de todas as vertentes e as ciências
associadas aos estudos sobre vacinas.
Fernandes, Jorlan; Lanzarini, Natália
Maria; Homma, Akira; Lemos, Elba Regina Sampaio de. Vacinas (p. 11). SciELO -
Editora FIOCRUZ. Edição do Kindle.
[51] o
país é muito rico em ritmos musicais, que aqui se originaram e se tornaram
conhecidos internacionalmente. O samba ), por exemplo, juntamente com o
futebol, é uma das expressões mais conhecidas do Brasil no exterior. Mas o
samba é somente um de nossos típicos ritmos musicais, que ainda incluem o frevo
(), o maracatu ) , o baião )... Vamos conhecer a seguir alguns desses
ritmos.... - Veja mais em
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/ritmos-do-brasil-samba-frevo-maracatu-forro-baiao-xaxado-etc.htm?cmpid=copiaecola
No início do século XX, o Rio de Janeiro passava
por graves problemas sociais, decorrentes, em grande parte de seu rápido e
desordenado crescimento, alavancado pela imigração europeia e pela transição do
trabalho escravo para o trabalho livre.
Na ocasião em que Pereira
Passos assume a Prefeitura da cidade, o Rio de Janeiro, com sua estrutura de
cidade colonial, possuía quase um milhão de habitantes carentes de transporte,
abastecimento de água, rede de esgotos, programas de saúde e segurança.
Na região central do Rio de
Janeiro – a Cidade Velha e adjacências – eclodiam habitações coletivas
insalubres (cortiços), epidemias de febre amarela, varíola, cólera, conferindo
à cidade a fama internacional de porto sujo ou "cidade da morte",
como se tornara conhecida.
A reforma urbana de
Pereira Passos, período conhecido popularmente como “O Bota-Abaixo”, visou
o saneamento, o urbanismo e o
embelezamento, dando ao Rio de Janeiro ares de cidade moderna e cosmopolita.
[36] No início do século XX, a cidade do Rio de
Janeiro enfrentava sérios problemas sociais. Epidemias de doenças como a febre
amarela assolavam os cortiços imundos da região central. O saneamento básico
era precário e a população concentrava-se no Centro da cidade em condições
precárias de higiene. Em 1901, foi concluída a Igreja de Nossa Senhora da
Candelária, no Centro, após um século e meio de obras. Em 21 de julho de 1902,
Oscar Cox fundou o Fluminense Football Club, numa sede localizada no número 51
da Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo[2]. No
mesmo ano, as linhas de bonde da cidade chegaram ao bairro de Ipanema[3].
[37] O primeiro programa habitacional que se tem
conhecimento foi o Fundação da Casa Popular (FCP) que surgiu em 1946 no governo
do presidente Eurico Gaspar Dutra e se estendeu até a década de 1960. ... No
governo de Fernando Henrique Cardoso os principais programas foram
o Pró-Moradia e o Habitar Brasil.8 de ago. de
2011
PROGRAMAS
HABITACIONAIS NO BRASIL: QUEM TEM ...
[38] pesada e equipamentos modernos, comandada pelo auxiliar direto do
marechal Floriano, o general Moreira César, positivista obstinado, notório pelo
entusiasmo sanguinário com que suprimia grupos rebeldes. Para espanto geral,
não só a expedição foi totalmente desbaratada, como o general Moreira César foi
abatido pelo fogo inimigo. Pânico geral! A única maneira de justificar a
catástrofe foi atribuir aos revoltosos a imagem de conspiradores monarquistas,
decididos a derrubar o novo regime, mantidos, organizados e fortemente armados
a partir do exterior por líderes expatriados do regime imperial. Aniquilá-los
por completo era portanto uma questão de vida ou morte para a jovem República.
Vários autores. História da vida privada
no Brasil – Vol. 3 (pp. 13-14). Companhia das Letras. Edição do Kindle.
[39] Por muitas vezes e de várias maneiras somos injustiçados e ofendidos,
em muitos casos, os ataques partem de pessoas a quem estimamos. Dói bastante
ser caluniado e injustiçado ou ter que pagar por um erro que não cometemos.
Infelizmente algumas pessoas, intencionalmente ou não, surgem como se fossem
uma pedra em nosso caminho. Mas não podemos interromper a caminhada da vida e
achar que nada mais presta e que essas pessoas devem ser crucificadas
simplesmente porque falharam conosco. Afinal, quem nunca falhou? “PERDOAR É
PRECISO” é um livro que enfatiza os prejuízos da mágoa e os benefícios do
perdão. Somos tentados a revidar as ofensas, ou no mínimo a romper
terminantemente todo relacionamento com as pessoas que nos fizeram mal, ficamos
chateados e incomodados com a presença delas. Esse é um problema com o qual
todos têm que lidar, faz parte da vida. A única maneira de nunca sermos
ofendidos é nos afastando de tudo e de todos, mas ainda assim, em alguns
momentos ficaremos chateados com nós mesmos. “Onde tem gente, tem problema, mas
onde há amor há solução.” Podemos vencer todo conflito de relacionamentos
através da prática do amor. Para isso Deus nos proveu de uma poderosa
ferramenta chamada: “Perdão”. O perdão é uma decisão, um direito que Deus nos
deu e que ninguém poderá nos impedir de usá-lo, quantas vezes quisermos,
depende unicamente de nós. Além de ser um direito, o perdão também é um dever
de quem foi perdoado por Deus, ele é uma poderosa arma para vencer a mágoa e o
desejo de vingança, é luz que expulsa as trevas. Se realmente queremos
prosseguir na vida com o coração limpo e desfrutando das bênçãos de Deus,
“PERDOAR É PRECISO”.
Araújo, Reni . PERDOAR É PRECISO: Os
benefícios do perdão (pp. 1-2). Edição do Kindle.
[40] Dizem que o amor faz grandes obras. O ódio também poderá fazê-las;
mas, para isso, como no caso do amor, é preciso conter-se. LIMA BARRETO, Diário
íntimo Nunca se contaram os mortos da Revolta da Vacina. Nem seria possível,
pois muitos, como veremos, foram morrer bem longe do palco dos acontecimentos.
Seriam inúmeros, centenas, milhares, mas é impossível avaliar quantos. A
autoridade policial, como seria de se esperar, apresentou números sóbrios e
precisos, na tentativa de reduzir uma autêntica rebelião social à caricatura de
uma baderna urbana: fútil, atabalhoada, inconsequente. Os massacres, porém, não
manifestam rigor com a precisão. Sabe-se quantos morreram em Canudos, no
Contestado ou na Revolução Federalista – para só ficarmos nas grandes chacinas
da Primeira República? A matança coletiva dirige-se, via de regra, contra um
objeto unificado por algum padrão abstrato que retira a humanidade das vítimas:
uma seita, uma comunidade peculiar, uma facção política, uma cultura, uma
etnia. Personificando nesse grupo assim circunscrito todo o mal e toda a ameaça
à ordem das coisas, os executores se representam a si mesmos como heróis
redentores, cuja energia implacável esconjura a ameaça que pesa sobre o mundo.
O preço a ser pago pela sua bravura é o peso do seu predomínio. A cor das
bandeiras dos heróis é a mais variada, só o tom do sangue de suas vítimas
permanece
Sevcenko, Nicolau. A Revolta da Vacina
(pp. 8-9). Editora Unesp. Edição do Kindle.
[41]Carlos Chagas é o detentor de um raro título na história das ciências
brasileiras, por ter descoberto uma enfermidade tropical que carrega o seu
nome: a doença de Chagas. Esse legado ao conhecimento biomédico é reconhecido
como um fato científico ímpar, pois um mesmo pesquisador identificou não apenas
a doença, mas também seu agente etiológico e o vetor de transmissão. Esta bela
obra – que reúne um conjunto iconográfico singular – é um convite para o
mergulho prazeroso no legado de Carlos Chagas e da geração de médicos e
sanitaristas que, liderados por Oswaldo Cruz, investiram de fortes tonalidades
políticas a ciência que praticavam, destinada à construção de um futuro que
redimisse a nação do que consideravam as amarras do passado colonial, visto
como sinônimo de atraso. E eram muitas. Carlos Chagas e os demais membros de
sua geração lançaram-se a esse desafio.
Kropf, Simone Petragli; Lacerda, Aline
Lopes de; Whitty, Diane Grosklaus. Carlos Chagas, um cientista do Brasil =
Carlos Chagas, scientist of Brazil (p. 13). SciELO - Editora FIOCRUZ. Edição do
Kindle.
[42] Oswaldo Gonçalves Cruz[1][nb 1] (São Luiz do
Paraitinga, 5 de agosto de 1872 — Petrópolis, 11 de fevereiro de 1917) foi um médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro.
Pioneiro no estudo das
moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil, fundou em 1900
o Instituto Soroterápico Federal no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro,
transformado em Instituto
Oswaldo Cruz, hoje a Fundação
Oswaldo Cruz, respeitada internacionalmente.
[43] A Revolta da Vacina, ocorrida num momento decisivo de transformação da
sociedade brasileira, nos fornece uma visão particularmente esclarecedora de
alguns elementos estruturais que preponderaram em nosso passado recente –
repercutindo até mesmo nos dias atuais. A constituição de uma sociedade
predominantemente urbanizada e de forte teor burguês no início da fase
republicana, resultado do enquadramento do Brasil nos termos da nova ordem
econômica mundial instaurada pela Revolução Científico-Tecnológica (por volta
de 1870), foi acompanhada de movimentos convulsivos e crises traumáticas, cuja
solução convergiu insistentemente para um sacrifício cruciante dos grupos
populares. Envolvidos que estamos com as condições postas por essas
transformações, pouco temos refletido sobre o seu custo social e humano. Minhas
ponderações, por isso, voltam-se com alguma persistência para essa questão
delicada e, reconheço, um tanto incômoda, porém imprescindível.
Sevcenko, Nicolau. A Revolta da Vacina
(p. 9). Editora Unesp. Edição do Kindle.
[44] Em 1918, um vírus desse tipo infectou humanos. Desde a primeira edição
deste livro, cientistas encontraram evidências (não é uma questão com conclusão
definitiva) de que 7 dos 8 segmentos do vírus de 1918 tinham origem nas aves2 e
que, depois de ter pulado de espécie em espécie e interagido com outros vírus,
adquiriu o gene humano da hemaglutinina, aquele que permite que o vírus se
ligue e depois infecte as células humanas. E descobriu-se que até mesmo o
oitavo segmento tinha origens aviárias recentes. Essa interação teria
acontecido quando um vírus de ave infectou um mamífero — humano, cavalo, porco,
o que seja —, que também estava infectado com outro vírus influenza contendo o
gene de hemaglutinina. Em 1918, a população mundial era de 1,8 bilhão, e a
pandemia matou, provavelmente, 50 a 100 milhões de pessoas, com a menor
estimativa moderna na casa dos 35 milhões. Hoje, a população mundial é de 7,6
bilhões. Um comparativo atual seria uma estimativa entre 150 e 425 milhões de
mortes.
M. Barry, John. A Grande Gripe. A
História da Gripe Espanhola, a Pandemia Mais Mortal de Todos os Tempos (p.
644). Intrínseca. Edição do Kindle.
[45] As leis de Jim Crow (em inglês, Jim Crow
laws) foram leis estaduais e locais que impunham a segregação
racial no sul dos Estados Unidos. Todas essas leis foram
promulgadas no final do século XIX e início do século XX pelas legislaturas
estaduais dominadas pelos Democratas após o período da Reconstrução.
Leis de Jim Crow
– Wikipédia, a enciclopédia livre
[46] Jim Crow Na história judicial que culmina com Loving versus Virgínia,
não se coloca em nenhum momento o problema de saber quem é negro. Os apelantes
não questionam o rótulo racial que os define e, mesmo quando um veredito como
Perez versus Sharp apontava notórias inconsistências nos paradigmas da eugenia,
os juízes não entreviam a hipótese de declarar a nulidade do sistema de
classificação racial sobre o qual se erguia a segregação legal. Essa clareza
conceitual deve-se, em grande medida, a Madison Grant, um advogado nascido em
Nova York, em 1865, que dividiu suas atenções entre o eugenismo e o
conservacionismo ambiental.
Magnoli, Demétrio. Gota de sangue -
história do pensamento racial, Uma (p. 119). Editora Contexto. Edição do
Kindle.
[47] Campos Sales representava tipicamente os ideais políticos das
oligarquias dominantes de cada estado. Em contrapartida, recebia o apoio
político das bancadas estaduais no Congresso. Com a criação da Comissão
Verificadora de Poderes da Câmara, os próprios parlamentares
legitimavam os diplomas dos eleitos e assim só eram empossados os deputados
eleitos que fossem indicados pelos governadores. O resultado desse pacto foi o
enfraquecimento das oposições, a fraude eleitoral e a exclusão da maior parte
da população de qualquer participação política. O controle político oligárquico
também era assegurado pelo voto aberto e pelo reconhecimento dos candidatos
eleitos não pelo Poder Judiciário, mas pelo próprio Poder Legislativo. Como o
Congresso sofria a influência do presidente e dos governadores, esse mecanismo dava
margem à chamada "degola" dos candidatos indesejáveis.[16]
Desenvolveu a sua Política dos
Estados mais conhecida como política dos
governadores, através da qual afastou
os militares da política e estabeleceu a República
Oligárquica, segunda fase da República Velha.[3] E assim se manifestou
a respeito
[48] ao fim do mandato de Prudente de Morais, as turbulências deram lugar
ao projeto de “saneamento financeiro” do presidente Campos Sales, controlando o
meio circulante e estabilizando a dívida externa. No plano político foi
articulada a chamada “política dos governadores”, segundo a qual apenas os
candidatos aliados à bancada situacionista no Congresso tinham seus diplomas
eleitorais reconhecidos. O que permitiu ao governo do Rio de Janeiro uma
situação de controle centralista, neutralizando o que no início do regime
haviam sido denominadas as “vinte ditaduras”, resultado da redução do princípio
federal à ação irrefreada das oligarquias estaduais. Esses arranjos
conservadores foram coroados com o Convênio de Taubaté (1904) que, ao criar um
favorecimento cambial arbitrário à cafeicultura, fundou as bases da “política
do café com leite”, por meio da qual os estados mais populosos e ricos, São
Paulo e Minas Gerais, imporiam sua hegemonia de forma praticamente contínua até
Vários autores. História da vida privada
no Brasil – Vol. 3 (p. 28). Companhia das Letras. Edição do Kindle.
[49] AS INSTITUIÇÕES ELEITORAIS em vigor no Brasil – país que possui o
quarto maior eleitorado do planeta, perdendo apenas para Índia, Estados Unidos
e Indonésia – são um caso de sucesso. Os eleitores escolhem seus representantes
para os principais postos de poder (presidente, governador, senador, deputado
federal, deputado estadual, prefeito e vereador) e as fraudes eleitorais foram
praticamente eliminadas. Apesar do tamanho do território, o processo eletrônico
de voto e apuração permite que os resultados sejam proclamados poucas horas
após o encerramento da votação. Além disso, as eleições são competitivas, com
uma enorme oferta de candidatos e partidos (em torno de trinta legendas por
eleição). O sufrágio é universal – pois já não existem restrições
significativas que impeçam qualquer cidadão com pelo menos dezesseis anos de
ser eleitor – e quatro em cada cinco adultos compareceram às últimas eleições
para votar. Sabemos muito pouco, no entanto, como as eleições eram realizadas
em outros períodos da história do país. Este livro pretende apresentar um pouco
dessa história, que revela que o Brasil tem uma das mais duradouras
experiências com eleições no mundo, iniciadas há 190 anos.
Nicolau, Jairo. Eleições no Brasil (Nova
Biblioteca de Ciências Sociais) (p. 4). Zahar. Edição do Kindle.
[50] Nesse contexto, em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu
a “hesitação em se vacinar” como uma das dez maiores ameaças globais à saúde, o
que fez com que a vacinação voltasse a ser ponto central nas discussões sobre
saúde. Frente a esse paradoxo, sucesso e desprestígio, optamos pela produção de
um volume da coleção Temas em Saúde que auxilie os leitores a se familiarizar
com a temática. Tendo em vista toda a complexidade envolvendo as vacinas, não
foi a intenção, nem seria possível, tratar de todas as vertentes e as ciências
associadas aos estudos sobre vacinas.
Fernandes, Jorlan; Lanzarini, Natália
Maria; Homma, Akira; Lemos, Elba Regina Sampaio de. Vacinas (p. 11). SciELO -
Editora FIOCRUZ. Edição do Kindle.
[51] o
país é muito rico em ritmos musicais, que aqui se originaram e se tornaram
conhecidos internacionalmente. O samba ), por exemplo, juntamente com o
futebol, é uma das expressões mais conhecidas do Brasil no exterior. Mas o
samba é somente um de nossos típicos ritmos musicais, que ainda incluem o frevo
(), o maracatu ) , o baião )... Vamos conhecer a seguir alguns desses
ritmos.... - Veja mais em
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/ritmos-do-brasil-samba-frevo-maracatu-forro-baiao-xaxado-etc.htm?cmpid=copiaecola
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