terça-feira, 14 de abril de 2020

Ética e Envelhecimento – continuação


Ética e Envelhecimento – continuação

Pandemia reveladora

A pandemia SARS – COVID 19 tem sido extremamente reveladora do caráter das pessoas e de todos os governantes. Afinal, qual é a importância das pessoas idosas, com deficiência(s), doenças crônicas e infelizmente as que têm vícios debilitantes?
A discussão que observamos no Brasil é cruel. Naturalmente quem está em grupos de risco precisa ficar longe dos elementos de contágio até a existência funcional de vacinas e remédios atenuadores.
Isso é doloroso pois principalmente os familiares e amigos mais próximos agora são perigosos. As lembranças de vidas e momentos felizes cria sentimentos terríveis que devemos evitar usando recursos tecnológicos e psicológicos antes até desprezados.
Soluções poderemos ter logo, mas quando? E se demorarem? Estaremos vivos quando virarem rotina?
Consciente da mobilização internacional temos convicção de que em médio prazo estaremos seguros, um médio prazo que entendemos durar alguns meses.
Essa pandemia exige isolamentos de pessoas e locais contaminados, contudo.
Assim outros eixos de poder aparecem com força, desde o salbvamento de microempresários a grandes empresas. O estrago, entretanto, na riqueza material da Humanidade já é colossal.
A prioridade econômica, obviamente importante, pesa contra as pessoas fragilizadas.
No Brasil milhões de pessoas marginalizadas desde sempre podiam sonhar com oportunidades de evolução. A falta de qualidade e amplitude dos serviços essenciais condena milhões. Debilidades no combate a endemias soma-se ao COVID de forma mortal, e o número de desempregados cresce assustadoramente com o isolamento social.
Nossas carências mostram oportunidades colossais de trabalho. Com que dinheiro? A partir de quando?
Discussões bizantinas atrasam o combate ao COVID. A demagogia regurgita palavras enganosas.

A Ética e o envelhecimento


A Ética e o envelhecimento
Saber envelhecer é algo essencial a qualquer pessoa em relação pessoal, familiar, social, cidadã. Não é justo a uma pessoa culta e sábia perder-se em lamúrias, deve enfrentar com dignidade o envelhecimento com suas mazelas e desafios.
Com certeza o alongamento da idade também traz inúmeras alegrias, como, por exemplo, acompanhar o nascimento e crescimento da família. Familiares diretos e indiretos formam uma tribo natural a que devemos pertencer, amar, desenvolver.
Em família, principalmente, a pessoa idosa precisa aproveitar seus conhecimentos para, se necessário, educar, ensinar, mostrar a seus descendentes o que serão e o que poderão ser na condição de pessoas idosas e veneradas.
O desafio ético é permanente. Somos educadores intuitivos e nessa condição ensinamos pelo exemplo, pelo aconselhamento e acima de tudo aprendendo sempre para poder evoluir e se manter em sintonia com a garotada.


O desafio pessoal de nascer, crescer, viver e envelhecer

Nada é mais íntimo do que sentir a redução de qualidades e querer ou não aceitar limitações. O drama ou aventura de somar mais e mais anos de vida pode ser fascinante se antes tenhamos feito coisas de que nos orgulhamos e possamos perceber que nossas boas qualidades afetaram positivamente aqueles que dependeriam de nossas oportunidades de trabalhos e presença na sociedade.
Essa aventura começa logo que aprendemos estar no seio de uma família ou, infelizmente não raramente, em ambientes degradados.
Especialistas ensinaram muito e nós, minha família, aprendemos muito com nossos pais.
Refletimos seus traumas, vícios e virtude.
A ciência mostra e desenvolve conhecimentos na cabeça de nossos cientistas extremante complexos e avançados em relação a poucas décadas passada. O conhecimento humano chegou a um ponto de impossibilidade de domínio por uma pessoa. Os gênios do passado seriam mais um na galeria atual de pessoas extremam amente cultas e inteligentes mas incapazes de acumular todos os conhecimentos de milhões de pesquisadores. Essa fragilidade demonstra a insanidade dos fanatismos e certezas...
Grande centro de pesquisa montam bancos de dados e sistemas de processamento e análise poderosíssimos. Um exemplo é a epidemia de coronavírus 19 e a mobilização mundial para contê-lo e minimizá-los com vacinas e remédios.







Conceito essencial
Envelhecimento, um processo que a gerontologia (O que é Geriatria e Gerontologia?) e sua ciência afetam os seres humanos que vivem muito.
Essa e novas ciências assim como aquelas que tratarão de nossas doenças é onde encontramos profissionais, especialistas e condições de viver e saber morrer, afinal a vida que conhecemos acabará, e daí?
Toda a tecnologia, porém, será insuficiente na enorme diversidade que temos entre nós. Precisamos desenvolver nossas habilidades críticas para escolher caminhos e, também sentir as limitações sociais, financeiras, culturais em que vivemos.
Religião, convicções sadias, boa educação pessoal e da família (principalmente) serão essenciais ao processo de perda gradativa de atributos da pessoa jovem.
Naturalmente as etapas de avanço na idade possuem desafios singulares e gerais; o crescimento da expectativa de vida, a corrupção monumental em nosso país, a incompetência de gestores etc. têm forçado mudanças em planos de aposentadoria, fundações, constitucionais, planos de saúde etc.
Somos, os mais velhos, responsáveis por tudo que sofremos, e agora?
O fundamental é transmitir àqueles que acreditam em nós o que é a Humanidade, o mundo real e, acima de tudo o nosso povo ainda sem a educação necessária e suficiente. Nesse processo a tentativa de que as novas gerações sejam melhores, cultas e produtivas.
Cada um é único, singular, diferente, um ser no Universo e por mais insignificante que seja com uma missão, um potencial de realizações. Todo ser humano é um objeto que lideranças maiores procuram dominar. O terrorismo de Estado é uma realidade.  Temos outros tipos de ambientes até criminosos como vemos em lugares sob o controle de milícias, traficantes, líderes comunitários e gente eventualmente rica graças à corrupção. Muitas crianças e jovens são órfãs de pais ricos. Abandonadas e manipuladas para não incomodarem os mais velhos.
A mídia moderna tem força acima de suas promessas éticas. O desejo de poder e enriquecer leva à existência de programas absolutamente desaconselháveis a pessoas culturalmente fragilizadas.
Dos livros passamos à cultura rápida, sem grandes reflexões. Em compensação todos têm à mão informações, bibliotecas, programas espetaculares. Devemos, pois, orientar e até exercer o poder de censura quando os sistemas chegam às crianças.
Tudo faz da pessoa idosa e consciente de suas responsabilidades um a referência nem sempre simpática, mas, se saudável, necessária.





Objetivo desse livro

Esse é um livro sincero na esperança de ser útil.
Fala-se muito no envelhecimento, mas cautelas excessivas de comunicação acabam atrapalhando. Na justa medida de comunicação perde-se conteúdo.
A sobrevivência e a qualidade de vida dependem demais de planejamento e consciência de limitações em qualquer fase da vida.
Mais importante é a introjeção de um comportamento ético que fortaleça a pessoa idosa e lhe dê condições de entender e aceitar essa fase da vida.
Realmente a partir do momento em que sentimos as mudanças gradativas e irreversíveis da vida a força de caráter torna-se essencial a posicionamentos éticos, vitais, sociais, familiares, profissionais, políticos etc.
Tendo existido talvez de forma exuberante chaga a fase do desligamento de motores ou simplesmente da falta de energia em todos os sentidos.
Lamentavelmente pruridos de comunicação orientam muito mal quem está na terceira idade. Acima de tudo é fundamental saber viver. Minha opção é a alegria, a zorra, o prazer de ouvir e contar piadas. Tudo a favor do bom humor que perdi durante alguns anos até descobrir que a raiva em especial que sentia inexplicavelmente poderia ser evitada. Um simples calmante fez toda a diferença.
A experiência comportamental desses últimos anos só fortaleceu minha convicção de que a culpa é uma condição relativa. Erramos, podemos cometer crimes, também acertamos, ser o que dizer ser “homem de bem”, ou mulher nessa condição.
Argh!!
Não escolhemos nossa saúde, educação, DNA, ambiente social familiar etc. somos máquinas que exigem cuidados para não estragar.
Podemos, entretanto, trabalhar para o aprimoramento das cidades e nossas residências, por exemplo, onde flagrantemente costuma haver muito a ser feito.
Minha experiência profissional e de vida em geral foi muito rica, assim vale até uma autocrítica e pessoal e cidadã.
Quero, acima de tudo, contribuir para um mundo melhor, isso é gratificante e enriquece a velhice, quando sentimos pesadamente nossos erros e acertos.



Moral – o império cultural

Nascemos no ceio de uma família responsável ou não. Podemos surgir em períodos de conflitos, na miséria, em ambientes ricos ou pobres materialmente e culturalmente.
Desde cedo recebemos orientações que, principalmente quando religiosos, colocam em nosso cérebro a visão do que é certo ou errado. Isso varia demais comparando-se nações e religiões.
Com certeza o complexo de culpa e castigo move a Humanidade assim como a busca do prazer, da satisfação de nossos instintos.
A codificação das regras de conduta e crenças pode dominar um ser humano ou, na ausência delas, gerar um comportamento permissivo e perigoso (o que também pode acontecer com moralistas fanáticos).
Em tempos atuais a moral no mundo ocidental ganha os impactos da universalização cultural. Isso com certeza afetará profundamente as próximas gerações pois, onde não existe censura, os jovens terão condições de escolher seus caminhos e esses circuitos de amadurecimento são mais complexos à medida que essa criança, jovem ou adulto quiser consolidar um padrão pessoal de comportamento, direitos e deveres.







Ética e coerência da pessoa idosa

Algo extremamente comum e desastroso é a falta de sintonia entre o comportamento real e os códigos de ética e a moral, juramentos, votos de todo tipo, diplomas, cursos etc.. Sem qualquer pudor as pessoas juram obedecer a determinados padrões morais e muitos códigos de ética nem sempre publicáveis para de imediato usarem os seus compromissos solenes de acordo com as piores conveniências pessoais.
A incoerência depõe contra as instituições que criam seus padrões éticos e em muitos casos, principalmente de empresas comerciais e industriais, revelam má fé que ilude seus clientes. Essa forma de agir já é evidente em muitos lugares invalidando a mídia pretendida, mas para pessoas ingênuas é um marketing maldoso eficaz.
Filmes educativos e reportagens independentes ou de boas emissoras mostram, para quem tem tempo de vê-las e gosto pelo aprendizado mais desenvolvido, situações incríveis, até romances já apareceram mostrando essa condição do ser humano.
As denúncias de corrupção no Brasil a partir da Operação Lava Jato e outras revelaram empresas que orgulhosamente mostravam compromissos morais fictícios, que desastre!
A falta de coerência natural do ser humano obrigou inúmeras religiões a criarem rituais complexos e punições terrenas a seus “fiéis”. O esforço de aprimoramento também gerou coisas tipo Inquisição...
O ser humano (Homo sapiens sapiens), insistimos nessa locução substantiva (qualificativa?), chegou ao “animal que pensa e sabe que pensa” após longo processo de desenvolvimento com explicações que dependem de crenças religiosas e científicas [ (Homo sapiens), (Criacionismo). Etc.].   Seu comportamento de um animal eventualmente racional é compreensível, afinal ele procura sobreviver, crescer e dominar. A incoerência em si mais cedo ou tarde poderá ser conhecida, é o que vemos no desmascaramento de grandes organizações religiosas que durante séculos tiveram o respeito de seus rebanhos.
Não devemos assumir a posição de juízes de um tribunal tão complexo quanto o da moral e virtudes humanas, mas é importante procurar padrões que nos deixem felizes e em paz com a nossa consciência. Julgamentos e punições materiais são objeto do Poder Judiciário e seus instrumentos de castigo. Onde temos religiões de Estado com até polícias para fiscalização de comportamentos, roupas, bebidas, comidas etc.  e aplicação de castigos eventualmente brutais podemos avaliar o que é ditadura, fanatismo, conservadorismo. Onde a liberdade existe, podemos errar ou acertar intuitivamente ou com os melhores propósitos, aprendendo e evoluindo.
Regimes ditatoriais moralistas (geralmente usando ideologias como desculpa), a pior espécie de ditadura, seguem ou impõem a vontade de lideranças frequentemente absurdas, mas muito bem protegidas por exércitos formais, puros mercenários, pois é difícil de acreditar que sistemas judiciários e militares sejam tão primitivos quanto seus idolatrados chefes.
Nesse sentido os livros com os ensinamentos dados por Michel Foucault  ([org.], Foucault - a coragem da verdade - O Governo de Si e dos Outros II), ([org.], Foucault - a coragem da verdade)] são muito bons, pois esse filósofo/jornalista/pesquisador procurou acima de tudo a verdade da existência, ainda que quase propusesse a honestidade intelectual como um processo religioso, radical. O resgate da escola Cínica e em especial de Diógenes Dion é um atrevimento sadio num mundo mais e mais alienado. Aliás, é interessante notar que nossa civilização migra da hipocrisia para o pragmatismo. Isso, contudo, tem um tremendo custo. A alternativa pode ser a proposta Luc Ferry em (Aprender a Viver - Filosofia para os novos tempos), principalmente se entendermos que raramente seremos capazes de mudar a essência de nossos sentimentos, inclusive a nós mesmos.
A aceitação da desonestidade é quase uma virtude nesse mundo poluído acima de tudo por pessoas de má fé, extremamente vaidosas, alienadas, mercenárias...
Procure conversar com estelionatários refinados e sentirá a elegância adequada ao momento. Pessoas desavisadas serão reféns de boas maneiras e vinhos melhores, mais ainda se tiverem lugares de isolamento e lazer esplendoroso. A arma da sedução é semelhante à sexual.
Num país em desenvolvimento material e cultural as fragilidades são imensas.
Aliás um diretor de uma multinacional disse-nos há muitos anos passados que no Brasil comprava-se a lealdade de pessoas estratégicas com uma garrafa de Whisky.
A postura incoerente pode ser ridícula.
Noutro momento ouvimos a frase de um representante de uma multinacional de informática extremamente preocupado com a forma de comer, o tipo dos alimentos etc., falando da corrupção ele simplesmente disse “corrupção é uma forma de negócio”...
É até divertido perceber que muitos se ofendiam se não queríamos entender a importância da camaradagem a qualquer custo.
Um colega de escola, nome de uma termelétrica, saiu irritado de um almoço porque sentiu que o custo do tempo e viagem não valiam a pena.
Processos e métodos de venda podem ser inerentemente suspeitos quando destacam ganhos excepcionais para o vendedor, esquecendo o cliente.
Denunciar? Procuramos muitos caminhos, o máximo que conseguimos foi uma reprimenda. Eventualmente registros inúteis.
Diante de tudo vemos extasiados os efeitos da Delação Premiada (Brasil) e da Operação Lava Jato.
Isso, contudo, demandava um conjunto harmonioso e multidisciplinar de pessoas de extrema honestidade, coragem e competência. Agora nós, brasileiros, as temos.
 Precisamos de honestidade e só com muita coragem e capacidade de eliminar gradativamente comportamentos que denominamos de corrupção[1] e submissão a interesses brutais de elites poderosas poderemos construir um mundo melhor e sustentável.
Os interesses em torno das lógicas radicais capitalistas e liberais (exploração sem limites do ser humano mais esperto sobre o menos capaz) podem destruir a Humanidade, apesar de terem sido parte da evolução e criação de soluções. O imperialismo explícito mostra até onde grandes nações foram e vão na ânsia de poder, prestígio, lucros, defesa de seus interesses, missionarismo etc.
Agora é tempo de repensar tudo, se quisermos passar o século 21 com sucesso e evolução de todos os sobreviventes.
A Ética Universal, algo que um dia talvez tenhamos consensualmente, não poderá ser submetida a contingências oportunistas. Poderemos ter padrões orais adequados a ambientes diferentes, mas a ética só pode ser única, à medida que vier a ser produto da razão subordinada a uma visão metafísica da Verdade.
É doloroso constatar que na política, comércio, no exercício da Engenharia, Medicina, Administração etc. encontramos pessoas dizendo isso e fazendo aquilo.
As contradições chegam a limites perigosos quando empresas, partidos e relações políticas, públicas e, ou privadas impõem (O QUE É UM CÓDIGO DE ÉTICA?) códigos de ética explícitos ou discretos (até secretos) contrariando a crença comum geradora do que poderíamos qualificar como inegociável diante de leis maiores, tais como a Constituição Federal e estatutos aprovados universalmente, mais ainda, a crença em Deus.
Entre mafiosos de toda espécie códigos comportamentais, éticas criminosas estabelecem lealdades a qualquer custo.
A ONU/UNESCO, aproveitando um período de excepcional “bondade”, tem criado estatutos, leis e padrões de alto nível moral. São orientações de altíssimo nível ético, se entendermos o que se formou a partir de grandes e bons filósofos e profetas como sendo uma base moral realmente justa e necessária.
O amadurecimento da Humanidade viabiliza novas propostas, como, por exemplo, Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS (ONU). As pessoas idosas podem evoluir muito a partir de seus conhecimentos e compreender com mais profundidade a importância da Sustentabilidade da qual serão favorecidas se a participação ampla da sociedade avançar.



As origens e fatores de criação do mundo moderno
As perturbações institucionais a partir da criação de novos conceitos de formação de estados e governos com a geração de propostas ideológicas laicas e radicalmente diferentes das utilizadas pelos estados monárquicos e feudais foram equivalentes a muitas chuvas de meteoritos, grandes terremotos, maremotos etc. sobre a cabeça dos seres humanos a partir do século 18 de nossa era.; com certeza foi o resultado do crescimento do número de pessoas em condições de ler, estudar mover-se pelos diversos cantos do planeta e assim, em redes sociais primitivas, escaparem do controle dos poderosos de plantão.
A Humanidade mudou, começou a se transformar aceleradamente, inovando, retomando valores antigos e esquecidos, duvidando e procurando novas soluções terrenas para seus problemas, um comportamento que na civilização ocidental estagnara com a preocupação radical de conquistar algum paraíso após a morte e no terrorismo criado por exércitos de fanáticos e submissão de nações inteiras a lideranças conservadoras.
A estruturação monárquica, feudal e clerical dos países europeus mais desenvolvidos era um obstáculo severo ao progresso intelectual. A prioridade determinada pelas crenças e seitas era a construção de templos, monastérios, ambientes públicos, discretos e secretos de discussões semânticas e filosóficas. Isso significou um atraso fatal diante de invasões de outros povos assim como o desprezo pela construção de cidades e nações saudáveis.
Critérios da Idade Média fizeram lindíssimas catedrais e cidades cheias de templos, mas significaram a exposição de seus habitantes a pragas, endemias, epidemias e à violência de outros povos que lutavam por espaços vitais aqui na Terra.
As mudanças de comportamento e cenários diferentes merecem estudos minuciosos, agora com muitos recursos de análise. Um fator decisivo na História do ser humano foi, é e sempre será o padrão de clima e topografia existe, base de mudanças permanentes. Vale, por exemplo, pensar no que era a superfície terrestre há dez mil anos. Existindo h três milhões de anos, a espécie humana deve ter superado mudanças colossais. A diferença em relação aos tempos atuais é a fragilidade física e comportamental, a interdependência que cruza oceanos e a criação de centros extremamente concentrados de pessoas.
O que podemos imaginar para tudo isso se a Terra der um rearranjo qualquer?
A divisão rígida da sociedade humana em classes permanentes, modificando continuamente à força bruta fronteiras de domínio de dinastias (o povo “pertencia”, era parte das propriedades dos poderosos) era a regra entre seres humanos que nunca contestavam quem pudesse dominar tropas e sacerdotes. Isso é uma condição de sobrevivência de uma espécie de vida eventualmente racional e que tinha instintos de organização semelhantes às alcateias e famílias de feras que vagavam pelos campos, florestas e savanas.
A natureza humana é isso e tem sido objeto de estudos mais e mais detalhados de especialistas. As teorias de Charles Darwin, Sigmund Freud e outros e a constatação de que mudanças rápidas podem acontecer por acidentes, guerras doenças, mas os principais fatores de mudança política entre seres humanos já intelectualmente capazes foram as revoluções dos meios de comunicação e as guerras, destruindo, substituindo e dando motivações para o desenvolvimento técnico acelerado e mudanças institucionais.
O crescimento da população em condições de ler e escrever foi, com certeza, o principal fator revolucionário, assim como períodos de penúria e desespero.
A vida lastreada em instintos primários e pregadores oportunistas até a invenção de Gutemberg e as pregações e Martinho Lutero deu lugar ao sonho da Democracia, à Liberdade, Fraternidade, Igualdade, Justiça e valores tão nobres que se colocaram sob a denominação de Direitos Humanos e similares. Pode-se dizer que eram sentimentos oportunistas, mas, inequivocamente e infinitamente mais nobres que os precedentes.
A Revolução Industrial quando aconteceu tinha a base intelectual necessária e suficiente para a criação de novos valores.
A visão metafísica que se desenvolveu entre dois e três milênios passados prometendo benefícios após a morte deu lugar à vontade de viver antes do cemitério, algo que só as elites mais instruídas e espertas mantinham. O povo acordou!
A soberania do cidadão comum era desprezada tacitamente. A ignorância quase absoluta da população em geral e a concentração hereditária de riquezas e tropas especiais e sob comando de quem lhes pagava e convencia submetiam os povos (isso ainda existe, mas enfrentando coisas “assustadoras”, tais como os sistemas de comunicação alternativos) a vidas ao gosto e violência dos senhores da terra, das armas e almas.
As revoluções de fato começaram muito antes. Profetas e filósofos da era clássica da História da Humanidade (com “H” maiúsculo) formaram a base das mudanças mais recentes. As dificuldades de registro e transmissão de ideias eram barreiras colossais, algo que só começou a implodir (é bom repetir) com Gutemberg e na sociedade cristã com Martinho Lutero. A Reforma propondo o estudo pessoal da Bíblia estimulou a alfabetização, assustando o clero tradicional e mudando radicalmente o potencial de transformação.
Matar fisicamente qualquer ser vivo não é difícil. Pensamentos, culturas, convicções são decisões íntimas e facilmente desenvolvidas sem percepção dos poderosos; quando têm informação suficiente tornam-se, eventualmente, forças avassaladoras. Ou seja, não se destrói ideias com a violência física. Isso entre nós, humanos, foi essencial à nossa evolução. Passo a passo a Humanidade criou, padeceu, sofreu muito para crescer.
O desafio no século 21 é mais sofisticado, pois já chegamos a níveis elevados, com fortes oscilações...
Chegamos a padrões de existência insustentáveis e à percepção da nossa fragilidade diante da Natureza, para onde vamos?
Temos aí o desafio de novas visões éticas e morais, quais?



As crianças, os jovens, os adultos e as pessoas idosas

A família é a principal base de formação de caráter e vocações de qualquer pessoa. Quando pensamos em Ética devemos de imediato e prioritariamente pensar nos efeitos de nossos padrões de comportamento na cabeça de nossos filhos, que serão radicalmente afetados pelos seus pais. Construir e manter um ambiente familiar saudável é sinal de respeito e amor aos filhos, o resto é ridiculamente pouco eficaz.
Um absurdo comum e trágico é a inconsciência de mães e pais em torno de suas responsabilidades. As crianças aprendem vendo, ouvindo, sentido seus familiares. Os exemplos criam comportamentos, muito mais do que palavras formais e chavões clássicos.
A alienação é visível de diversas formas, os resultados vão aparecendo ao longo da vida. É fácil perceber e até avaliar os filhos pelos efeitos na ordem cronológica de nascimento. Tudo exige um processo de paternidade e maternidade responsáveis. Crianças não podem ser tratadas como se fossem brinquedos à disposição dos pais, pior ainda, seres intrusos em casas ricas ou pobres, mas frias e desumanas.
Com certeza cada ser humano é único, mas todos trazem em si cargas genéticas e softwares embutidos em sua cabeça desde o nascimento. O processo natural é tal que a diversidade é provocada desde a concepção e a facilidade de produção contínua de milhões de espermatozoides a partir dos machos. Prever combinações é impossível diante dessa dinâmica reprodutiva.
Se a formação inicial do ser humano é alheia a planos familiares, a educação não o é, ao contrário, é decisão dos responsáveis pelas crianças (família, sociedade, governo).
As crianças existem a partir da vontade dos seus pais e não o contrário. A geração de filhos significa o comprometimento integral em relação à vida de pessoas que serão o que seus pais quiserem, evidentemente com todas as singularidades que a Natureza esconde e os efeitos de acidentes, incidentes, amizades, escolas etc. proporcionam.
Compete à família orientar, dar exemplos, mostrar caminhos, acima de tudo: EDUCAR.
Frequentemente alheios às vontades familiares outras lideranças aparecem subvertendo completamente os ensinamentos familiares. Especialistas em engajamento político, religioso e até esportivo facilmente cooptam as crianças e principalmente os jovens para causas eventualmente prejudiciais a esses futuros adultos.
Podemos ver nos noticiários o resultado de pregadores alucinados e criminosos, formando batalhões de jovens assassinos. Essa sempre foi a realidade em todos os povos, algo primitivo que ainda pesa na mente universal humana.
A vigilância dos pais e mestres mais saudáveis é essencial para se evitar fanatismos mortais ou simplesmente mediocrizantes.
Estamos em tempos de mudanças aceleradas, todos os cuidados são poucos diante de influências que aparecem de diversas maneiras dentro do lar, quanto mais nas ruas e escolas da vida.
Podemos e devemos cobrar responsabilidades, de quem?
Os desafios de sobrevivência mudam constantemente, será que todos estão conscientes de suas responsabilidades? Os tempos estáveis não existem mais, se é que em alguma época duraram muito. A Humanidade sempre viveu em guerras e conflitos locais, tribais, nacionais, coloniais, etc.
O processo educacional deve ser atento às muitas fases da vida, mas pode educar mal pessoas que esquecem, a partir de uma formação equivocada, o que é ser adulto, ter responsabilidades e disposição para trabalhar, cuidar dos filhos, viver em sociedade, ou seja, continuar a missão de existir.
Teorias e consultores normalmente procuram focar padrões nem sempre realistas. “Especialistas” ganham notoriedade e dinheiro inventando fórmulas mágicas. A intuição pode valer muito mais do que a leitura de uma biblioteca especializada.
Com certeza a humanidade ainda precisa avançar muito no conhecimento da mente humana e nos processos educacionais. Felizmente a cultura universal se enriquece diariamente e sabendo pesquisar poderemos descobrir preciosidades inacessíveis há poucos anos graças ao potencial da WEB (World Wide Web). Ainda recentemente pudemos ver preciosidades entre as quais podemos destacar uma entrevista com o genial Dr. Carl Jung (C. Jung) que simplesmente resumiu muito do que acreditamos. Lamentavelmente muitos filmes que colecionamos em blogs acabam sendo excluídos pelos donos do direito de exposição, o capitalismo intelectual é a pior forma de exploração do conhecimento humano...
A vida se desenvolve em etapas, do bebê ao idoso passamos por períodos com relativa estabilidade psicológica e intelectual. Com certeza é na puberdade que explodimos por efeito de glândulas e desafios monumentais. As transformações são enormes e podem neutralizar anos e anos de convivência em família, pois nessa época, além dos hormônios aparecem os pregadores, os missioneiros que pretendem aumentar seus rebanhos, custe o que custar, isso sem falar nas turminhas de amigos e inimigos que marcam essa fase da vida.
Países tão atrasados quanto o Brasil oferecem um cenário desolador para os jovens de famílias sem muitos recursos. O Ensino Fundamental[1] é precário e as ruas o espaço de cooptação do crime organizado. Lamentavelmente ainda estamos na cultura maniqueísta e pouco sensível à importância da Educação, lideranças nacionais preferem a violência policial.
Os educadores, por sua vez, precisam ter cuidados especiais e capacidade de compreender suas próprias fragilidades, convicções e vontades. O jovem é alvo perigosamente fácil de extremistas de qualquer espécie e quando adulto poderá ser o que lhe for ensinado nesse período de imaturidade, inexperiência, de falta de malícia de um mundo que se fosse tão bom quanto cada povo acredita ser não teria mostrado tantas monstruosidades nesses últimos tempos.
Do jovem para o adulto precisamos ensinar a pensar, a ter raciocínio crítico e capacidade de formar uma visão ética que lhe seja necessária para sobreviver com felicidade e vida saudável.
Os mais velhos normalmente têm padrões consolidados em tempos remotos e absolutamente anacrônicos em relação ao que as crianças, jovens e futuros adultos enfrentarão.
Obviamente existe a ética religiosa, que ensina a submissão total a figurino milenares e promete recompensas eternas após a morte.
Quantos jovens desperdiçam sua época de amadurecimento em salas fechadas decorando bíblias...
O terceiro milênio da era cristã poderá e deverá trazer desafios imensos.
A Humanidade estará preparada para enfrentá-los? Educamos nossos descendentes para resistir e sobreviver?
A proposição de um modelo ético inteligente e ajustado a esse mundo absolutamente novo é fundamental e se resume em poucas palavras: fraternidade, liberdade preparação para aproveitamento de oportunidades sadias.
Lamentavelmente descobrimos adultos chorando limitações que não existem a quem está disposto a trabalhar, estudar, enfrentar as dificuldades da vida. Com certeza todos carregam suas limitações que devem ser vistas como desafios a serem superados.
É gratificante lembrar quando envelhecemos as barreiras que enfrentamos e vencemos. Ser fraco é uma opção de vida, não uma condição limitante. A força está na teimosia, na determinação, na coragem de suportar até humilhações, mas ir em frente.
Viver é subir montanhas, para isso devemos ter nosso catecismo pessoal, singular, atento ao que queremos e devemos fazer.



Assim nascemos
Nascemos e crescemos na rotina da vida infantil e juvenil sabendo que seremos adultos, sempre mais fortes e completos. E quando envelhecemos? Com certeza ninguém duvida da perda gradativa dos atributos do adulto saudável que talvez tenhamos sido, mas isso é fácil?
Os problemas começam pelos riscos do aparecimento de doenças graves, sequelas de acidentes, vícios e até hereditariedade. A rotina eventualmente dura da existência distrai e nos deixa despreparados (inclusive financeiramente) para o s tratamentos demorados, caros e talvez inúteis. Precisamos saber, mas a questão é onde, como, quando, quanto podermos gastar, quem consultar, acreditar em quê?
Soluções aparecem exponencialmente, principalmente para aqueles que vivem próximos a centros médicos e se prepararam para essa fase da vida. Planos de Saúde, Previdência, orientações adequadas e até o apoio da família são importantíssimos nessa fase da vida.
Lamentavelmente a sociedade política não é coerente e assim sempre estaremos expostos a surpresas. Pior ainda serão as tragédias, acidentes, epidemias imprevisíveis, cataclismos etc.
A Natureza é soberana e os políticos suficientemente voláteis para sempre saberem nos enganar.
Diariamente podermos saber de episódios dantescos afetando a vida da humanidade, nesse contexto os mais afetados são normalmente pessoas fragilizadas, com deficiência(s), ignorantes do que possa acontecer e fazer.
Em termos de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo os problemas são absurdamente severos em países subdesenvolvidos.
Se a Medicina é um desafio, as ciências consideradas “exatas” podemos e matam, agravam deficiências, humilham as pessoas idosas, gente que até pode ter sido responsável pelas decisões macabras.
Materializando detalhes e padrões temos as normas técncias, um instrumento que deveria ter força de lei. Leis existem em profusão assim como estatutos, cartilhas e até cursos. No Brasil falta, contudo, a atuação enérgica do Poder Judiciário e seus instrumentos de apoio.
É importante lembrar que a quantidade de pessoas poderosas em condições de fazer e obter a excelência do mundo aumenta constantemente, deixando aos deserdados as migalhas de seus caprichos.
Maldosamente até as desgraças dão lucro...
No Brasil estamos pagando um preço elevadíssimo por efeito de vícios crônicos e comportamentos criminosos. A corrupção, a omissão, o medo de falar, o egoísmo exagerado, ambições ilimitadas e muito mais formaram uma poção venenosa capaz de permitir ambientes e situações impossíveis de vida tranquila, principalmente para as pessoas idosas.
Devemos e podemos pensar e colocar propostas para cada fator de agravamento da vida humana em nossa terra, um país que deveria ser rico e saudável.
Exemplos?
A má Engenharia tem causado tragédia inacreditáveis como as aquelas que aconteceram em Minas Gerais, onde Brumadinho foi o modelo perfeito da gerência mafiosa incompetência técnica. Foram necessárias diversas desgraças para que agências reguladoras, ministérios públicos e tribunais reagissem, ainda que tardiamente.
É importante lembrar que obras malfeitas podem levar dezenas de anos para se desmancharem ou caírem imediatamente, tudo será consequência de situações circunstanciais e dos erros cometidos.
 Nesses últimos anos o crime organizado cresceu, temos regiões sob controle de milícias e quadrilhas. O número de assassinatos assusta além daqueles que se tornaram pessoas com deficiência por efeito de tiroteios. Lamentavelmente no Brasil não aplicamos a pena de morte e paralelamente falta dinheiro para creches, escolas, hospitais e, obviamente, penitenciárias de segurança máxima.
Precisamos de soluções emergenciais e as eleições de 2018 mostraram que nosso povo quer desesperadamente mudanças. Mudanças que parecem frustradas...
Naturalmente projetos de médio e longo prazo deverão considerar seriamente a presença das pessoas idosas, mais e mais numerosas e despreparadas para os desafios do século 21.
Nisso tudo a atuação do Poder judiciário será decisiva, mais ainda se os processos forem ágeis e consequentes, justiça lenta é lenda.
Algo assustador é perceber que a Humanidade reage à mídia esquecendo seus efeitos sobre as pessoas idosas que custam caro e parece perderem prioridade.
O pesadelo das mudanças climáticas aparece com violência e até essa questão desliza em demagogias e conveniências discretas, ocultas, maldosas.
Temos uma longa sequência de temas para ações a favor de nossas vidas.
Podemos, pois elencar:

1.     Comportamento da pessoa idosa
2.     Inclusão e segurança
3.     Saúde
4.     Segurança – atitudes
5.     Limiares – autocrítica
6.     Sistemas de apoio e segurança
7.     Urbanismo
8.     Arquitetura
9.     Designem
10. Moda
11. Atendimentos emergenciais
12. Residência
13. Lazer
14. Legislação
15. Previdência
16. Relacionamento familiar
17. Especialistas
18. Asilos
19. Etc.
Vamos procurar tratar cada assunto na condição de auto didata, pessoa que vive o desafio de viver com 75 anos, deficiência sensorial e tratamentos cardiológicos e contra o câncer.



O Comportamento da pessoa idosa

Acima de tudo o que realmente incomoda e prejudica é a aceitação de “ser pessoa idosa”. Isso constrange principalmente quando a vaidade é imperativa e pode ser motivo de acidentes, doenças, lesões, enfim, do agravamento ou redução da expectativa de vida.
Precisamos, portanto, ter consciência de que a “terceira idade” é o período em que estaremos reduzindo gradativamente nossas habilidades, potenciais e vitalidade. É importante ter orientações profissionais e ser habilíssimo na autocrítica, o que é muito raro.
A incapacidade de autocrítica sadia é o principal pesadelo no relacionamento entre amigos e amigas assim como fator de risco de acidentes.
Com facilidade tornamo-nos ranzinzas, arredios. O isolamento pode dizer muito, bons psicólogos sabem cuidar dessa condição humana. O que é uma doença poderá criar inúmeros desafetos antes de ser objeto de atenção objetiva. É extremamente desagradável sentir que erramos, muitas vezes ofendendo amigos de muitos anos.
Devemos criar hábitos de convivência seletivos, sob o preço de sofrermuito quando os amigos e amigas falecem ou simplesmente adoecem antes da gente. É triste, mas viver muito significa perder amigos e amigas, parentes, pessoas que admiramos...
Mais cedo que todos nossos pais nos deixam. A lei da Natureza é essa e assim deve ser entendida. Seria extremamente trágico se as pessoas não resistissem à morte de entes queridos. A renovação da vida é um processo fantástico quando amamos as crianças, cuidamos delas, educamos, zelamos pelo futuro dessas sementes que podem vir a ser maravilhosas.
Sempre é bom notar que as cidades brasileiras mal consideram as dificuldades da pessoa idosa, pior ainda, em nosso país criamos o império dos motoristas e de pilotos e usuários de outros veículos. Sentimos duramente que urbanistas não se interessam com as limitações das pessoas fragilizadas, a prioridade é, geralmente, estética.
Nossos artistas urbanos ganham fama pelo que produzem e agradam turistas. É interessante lembrar que agimos assim, viajamos para admirar o que é bonito, não importa para que tudo o que gostamos de ver foi feito, de que jeito e quanto custaram.
Nos capítulos que seguem seremos mais precisos, pois o comportamento de uma pessoa idosa é o resultado de tudo o que aconteceu com ela mais heranças clínicas, genéticas, culturais etc.




Inclusão e segurança
A aceitação da pessoa idosa em qualquer cenário social é um desafio que reflete o grau de desenvolvimento cultural e técnico de qualquer sociedade. O Brasil ainda é um país jovem e isso define a situação dos mais velhos, ainda um contingente minoritário, exceto, talvez, em balneários onde a população das pessoas aposentadas e envelhecidas cresce continuamente. Nesses lugares a infraestrutura tende a se aprimorar pois as pessoas mais velhas que para lá se mudam normalmente têm conduções e necessidade de muitos serviços.
Pessoalmente percebo a tremenda incapacidade das pessoas mais jovens e até de gente envelhecida (e saudável) na percepção das limitações possíveis de um idoso com deficiências. Sofrendo um processo acelerado de perdas sensoriais e até, mais lentamente, intelectuais.
Vivo o pesadelo da aceitação respeitosa até de pessoas amigas. É muito difícil para outros adultos entenderem de doenças que não têm, patologias raras. Explicações tornam-se inúteis quanto o(s) interlocutores também passam por dificuldades parecidas. A conversa termina com os amigos e amigas mudando de assunto rapidamente, escapando do esforço da compreensão e até da possibilidade de maiores e orientações recíprocas.
A inclusão da pessoa idosa pode ser precária e até agressiva quando a incompreensão é maior do que a tolerável.
Note-se que restrições não previstas deixam as pessoas deprimidas, irritadiças, desagradáveis. A surdez, por exemplo, induz o ser humano a falar mais alto. No sentido inverso os alertas para baixar a voz. Resultado: a conversa fica impossível.
Isso é, felizmente, superável com o tempo. Gradativamente nos ambientes mais amigos ganhamos espaços. Conversar é importante assim como o silêncio é de ouro.
Alguns casos são piores, pois não demonstram detalhes e a impressão de todos é a de que as limitações da PcD Idosa é culpa dela, afinal teria condições de resolver seus problemas.
Um exemplo clássico é a surdez, com inúmeras alternativas e composições intelectuais, clínicas etc.
A queixa de todos é a de que a pessoa com deficiência auditiva deve suar aparelhos de surdez. Lamentavelmente isso nem sempre funciona, principalmente em ambientes ruidosos. O ideal seria andar com microfones especiais e fones de ouvido, isso não seria ridículo?
Fazendo exames para avaliação tive a desagradabilíssima a conclusão da médica: eu não colaborei com ela. Precedendo esse momento triste, a procurar um especialista em tinitus atendeu-me com incrível má vontade. Pessoalmente não entendera nada da reserva de horário e comentei (em voz alta, padrão surdez) que deveria existir algum equívoco. A doutora certamente ouviu e não gostou. Virei boneco com ouvidos nas mãos dela.
A perda de visão também cria limitações graves quando não se enquadra em padrões clássicos, tão rentáveis àqueles que clinicam e vendem próteses.
Resumindo, nessa fase da vida perdemos o vigor, agilidade física e intelectual e capacidade sensorial, tudo isso agravado pela fragilização geral. Passamos a depender demais das autoridades planejadoras e decisoras. As limitações poderão condenar a pessoa idosa à solidão da auto- reclusão.
A segurança piora muito, e pode ser de repente, após algum acidente ou agravamento da saúde. É assustador perceber que é perigoso até brigar. Passamos a depender de uma coleção de remédios que, por sua vez, causam outros problemas.
Isso tudo exige autocrítica, saber viver, não atrapalhar, procurar alegrias e formas de passar o tempo.
É até estranho, à medida que a vida se esgota parece-nos sobrar tempo...
A segurança é essencial para qualquer atividade. Qualquer descuido poderá custar caro, tenebrosamente as cidades em seus ambientes externos pioraram muito. A criminalidade, erros de urbanismo, manutenção inadequada, falta de percepção para aqueles que andam é grave.
Temos batalhado para que isso mude via LIONS, principalmente.

Exclusão inercial

Algo intrigante é perceber que até entre organizações dedicadas à defesa das pessoas com deficiência a ignorância das condições de acessibilidade e inclusão são desprezadas. Principalmente para PcD intelectual, auditivo e até visual não se prepara sistemas capazes de complementar a comunicação.
Apesar da tecnologia oferecer inúmeras oportunidades de comunicação e acesso até em instituições ricas que pretendem defender as PcD no Brasil não raciocinam em preparar ambientes, recursos de apoio, tradutores Libras, mídia digital etc., para a integração de todos aos cursos e debates que promovem. Isso por si só é extremamente constrangedor e explica a ausência desses ambientes de representantes de outras organizações de mobilização de PcD.
Os idosos, por exemplo, que gradativamente vão perdendo acuidade sensorial e intelectual além de sofrerem com lesões e restrições motoras não existem.
No Brasil, até em eventos como a REATECH [(Cascaes, Problemas e soluções técnicas e comportamentais - a XI ReaTech), (ReaTech)] percebemos a alienação impressionante em relação a seus frequentadores.
Temos lideranças nacionais superadas que demoram a perceber a amplitude de suas bandeiras.
No Brasil vivemos um período de gravíssima pobreza comportamental, indigência técnica e outras coisas que preferimos não comentar.
A exclusão é a regra e todo o discurso parece acontecer ao gosto de lideranças institucionalizadas e alienadas, ou incompetentes.
Chegamos a situações absurdas como, por exemplo, representando uma instituição dedicada a pessoas com deficiência visual fomos impedidos de filmar para colocação em blog uma reunião de uma comissão dedicada às pessoas com deficiência(s)  (Cascaes, O direito de registrar para informar).
Na área de Urbanismo o problema é gravíssimo.
Curitiba tem tradição e muitos de seus profissionais conquistaram seus diplomas nas escolas locais. Resultado, a idolatria em relação ao que foi realizado no meio do século passado até hoje. Existe uma resistência radical a ajustes que a cidade precisa fazer para garantir mobilidade, segurança e conforto a seus habitantes. Como os projetos são feitos internamente à Prefeitura não passam pelo crivo de concorrências cujos editais não poderiam omitir o respeito à legislação pertinente.
A execução de trabalhos internos evita a exposição e competição, sustentando diretrizes erradas.
Não podemos também desprezar certos vícios comportamentais, fruto, acima de tudo, da mídia promocional da cidade. Assim a vaidade e a empáfia de muitos profissionais espantam.
A evolução de tudo que deriva das primeiras teses em relação aos Direitos Humanos agora chega ao respeito universal, a todos os seres humanos, sendo essa a real e imensa prioridade humanística. Infelizmente outras teses funcionaram como contaminação de uma epidemia comportamental extremamente prejudicial a todos nós.
O imenso contingente de pessoas com deficiência e seus parentes e amigos e amigas precisam ter consciência de que não se pode fazer concessões em relação à dignidade humana, à inclusão e universalização de direitos e deveres. Devemos criteriosamente estabelecer espaços especiais e, também, mister dar exemplo de boa conduta.
Principalmente promotores de eventos dedicados à PcD, idosos, etc. precisam ser criteriosos na preparação de todos os recursos e condições de participação de pessoas que deles participam. É constrangedor fazer um grande esforço para não ter resultados...




Saúde
Com certeza a saúde e causa e consequência da vida que escolhemos ter, ou melhor, daquela que herdamos. Não escolhemos, recebemos por genética a principal base de nossa existência. Além disso a saúde física e mental será o que resultar de ambientes sociais, educativos, acidentes, tragédias, cuidados familiares, escolares etc.
Somos o que um coquetel de circunstâncias produziu.
Pessoalmente sei que tudo foi muito importante.
O fato é que agora vivo em tratamento constante e daí a necessidade de muitos medicamentos, exames, cuidados e embaralhamentos. Certamente é uma situação complicada, mais ainda por misturar remédios.
Irritante é sentir que tudo é feito sem consideração pelas necessidades das pessoas idosas, fragilizadas, com deficiência(s). existe muito pouco a favor de que envelhece, mais ainda lembrando que diariamente acordamos com limitações maiores. Arquitetos, projetistas de toda espécie, engenharia de segurança, defesa civil etc. dormem em seus diplomas.
Pensar dói e mudar, evoluir, estudar, aprender é um ato desgastante para muitos profissionais.
No século 21 a humanidade adquire novos padrões físicos, intelectuais e mais doenças.
Meu caso é um bom exemplo, tratando de muitas doenças e com inúmeras sequelas de acidentes sofri nestes últimos três anos dezenas de quedas, batidas com a cabeça, torções etc. naturalmente com 75 anos já não tenho a capacidade de recuperação de algumas décadas passadas. O que noto, assim, é a importância de tudo o que frequento, uso, estou sujeito. Como me defender?
O fundamental, acima de tudo, é viver e fazer o que for possível. Não adianta nada ficar triste com o que acontece. A alegria é remédio.
De modo geral precisamos planejar ações de socorro. Em nossos bolsos e bolsas seria prudente levar listas de telefones e outros recursos de comunicação. Por exemplo: planos de saúde, seguro, amigos, hospitais, médicos, SOS ambulâncias, policiamento, bombeiros etc.
Felizmente recursos integrados a celulares oferecem tudo isso, mas eles são atualmente o primeiro objeto a ser roubado ou furtado. O ideal seruia algo semelhante dedicado exclusivamente à segurança.
Outra forma de segurança é prender objetos ao corpo, obrigando os bandidos a perderem tempo que rendo retirar da gente o que desejam.
No Rio de Janeiro alguns amigos me diziam para levar o dinheiro do ladrão. Assim rapidamente iriam embora.
Quem usa automóvel precisa pensar muito. Poderá estar simplesmente facilitando e atraindo bandidos piores, e um balaço se não mata cria sequelas terríveis.
Sempre sou alertado quando pretendo usar o transporte coletivo urbano mas os piores casos de roubo e acidentes aconteceram com meus familiares dirigindo automóveis ou simplesmente na condição de passageiros.
Tenho sequelas antigas que apareceram de diversas formas agravando substancialmente minha qualidade de vida.
Tristemente a mídia do carro é esmagadora tonando infelizes aqueles que não os têm. Ao contrário do cigarro não temos leis e compromissos que eduquem pagas pelos fabricantes desses veículos que agora sofrem pressão dos ambientalistas.
E a partir de dezembro de 2019 surge o coronavírus.
Nossas autoridades nacionais e internacionais demoraram a reagir de forma eficaz a essa epidemia. As principais vítimas, pessoas idosas, debilitadas e crianças não entendiam o que acontecia...



Remédios – exames – cuidado
Um pesadelo com efeitos nem sempre evidentes é a necessidade de tomar medicamentos que criem sequelas e conflitos quando administrados juntos. Saber o que isso possa representar é importantíssimo para se evitar complicações e até condições fatais.
Pessoas com problemas cardiovasculares precisam de tratamentos permanentes e se outras doenças surgirem, o que evitar?
Sendo usuário de muitos medicamentos sinto a importância de saber como proceder.
Inúmeras vezes precisei avisar quem me atendia para problemas que não tinha até surgiram após e com o tratamento recomendado pelo especialista.
Imagino que essa questão é passível de pesquisas e aplicativos que salvarão vidas.
Devemos insistir em estudos físico – químicos.





Limiares – autocrítica
Talvez algo que mereça muito maior atenção é o conhecimento honesto e responsável de suas próprias limitações. Inúmeros acidentes acontecem porque pessoas desafiam suas idades e deficiências colocando em risco a vida de outras pessoas.
Naturalmente somos senhores de nossos destinos, e o futuro dos outros, inclusive daqueles que dependem da gente?
Pessoalmente senti os efeitos de acidentes que continuam a acontecer, o resultado é agora um processo de lesões sensoriais que se agravam rapidamente. Há alguns anos parei de dirigir automóvel o que reduziu muito minha condição de mobilidade e recentemente limitações severas para leitura e audição.
Com certeza tudo isso implica em necessidade de parar de fazer coisas que me empolgavam. Difícil é explicar pois externamente pareço normal, inteiro.
O cérebro, contudo, apesar de recuos respeitáveis ainda me permite escrever esse livro usando teclado maior e monitor grande. Graças à tecnologia aplicada posso existir socialmente.
De que forma avaliar limitações?
Antes de mais nada conhecer e estudar lógicas de seguran,a, exercer a autocrítica, ter bons paradigmas e procurar existir explorando inteligente o potencial pessoal.
O que intriga, contudo, é tudo o que a ciência não explica.
Pessoalmente eu me senti um ser protegido, inúmeras vezes tudo aconteceu de forma correta e diferente. Em minha vida profissional, principalmente, creio que fui protegido pelo meu pai, um excelente eletricista e pessoa responsável, sempre atento às necessidades de sua família ampliada perla mãe viúva, irmãs (principalmente), parentes afins e nós.
Aliás minha vida de estudante foi o resultado do esforço deles para que eu estudasse.
Pessoalmente não sabia o que queria.
Vivia meus conflitos, desejos, dúvidas típicos de uma criança e jovem que amava pensar...






Segurança – atitudes

Nada é mais importante do que a consciência de nossas limitações. Precisamos reaprender a andar, vestir-se, tomar banho, viajar, falar, ouvir, viver em casa, se necessário trabalhar etc.
Normalmente não percebemos o que somos e o resultado pode ser uma coleção de acidentes reincidentes intermináveis,
Pessoalmente estou surpreso com a frequência de tombos, quase mensais. Além das quedas tornou-se rotina bater do a cabeça, derrubar coisas, esbarrar etc. falta consciência em geral e convicções sadias de nós por nossa vontade e vaidade.
Divirto-me pensando na roupa que deveríamos usar, mas a verdade é que, naturalmente, podemos e devemos vestir para chamar a atenção de motoristas e daqueles que podem-nos ajudar.
Lamentavelmente a violência cresce e se aprimora. Esse é um complicador tenebroso. Antes de sair de casa precisamos pensar muito nos roteiros, roupas e valores que transportaremos.
Qualquer descuido os bandidos aparecem que nem mel sobre açúcar.
De tudo teria histórias para contar, alguma hilariantes.
Tristemente os administradores públicos e legisladores não se preocupam com os pedestres. Esse não é um problema que sintam em sua plenitude. O político faz é usar veículos especiais com motoristas. Eles sabem o que é caminhar pela cidade? E se andarem geralmente serão acompanhados por seguranças e assessores...
Tudo isso mostra a situação das pessoas mais humildes, não têm proteção, sofrem todos os tipos de violência. É estarrecedor conhecedor e testemunha das mazelas do povo trabalhador é desumana. E dizemos que somos cristãos...
Basta comparar as festas. Gastar para auto bajulações, luxo, fantasias, uniformes, medalhas, honrarias é justo. Para as ações sociais, migalhas, brioches.
O Brasil tem exemplos escabrosos de omissão social. Pessoas com deficiência(s), adoentadas, crianças e todos que não fazem parte de nossas elites formais precisam enfrentar situações humilhantes, com certeza muito disso da cultura escravocrata, racista, cortesã e alienada que nossos ancestrais trouxeram de países que existiam nas piores condições. Os imigrantes miseráveis criaram riquezas a partir de lógicas antigas.


5.        Limiares – autocrítica

Saber de si e quando desistir, parar, mudar, procurar outras condições de sobrevivência é o maior desafio do envelhecimento. Normalmente isso acontece em casos extremos quando alguma situação grave, doença ou perda sensível acontecer.
Precisamos evitar acidentes, doenças e vexames, essa é a forma ideal de se evitar incidentes e acidentes.
Decidi parar de dirigir automóvel quando notei que minhas limitações já eram insuportáveis. Nada impediu, contudo, que acidentes maiores tivessem acontecido. O pior é que os exames para renovação de licenças para motoristas são precários. A quantidade gigantesca de pessoas motorizadas inviabiliza testes maiores. Devemos ser nossos sensores.
Em casa os cuidados precisam ser redobrados. Elegemos e mobiliamos nossas residências em tempos mais favoráveis. Gradativamente tudo o que fizemos tende a ser no mínimo algo não otimizado para a velhice.
É importante entender que qualquer acidente poderá degradar muito a vida restante. A juventude passou, estamos sendo idosos, em condições de fragilidade crescente e passíveis de termos deficiências graves, assim como novas doenças.
A tecnologia vem a favor dos mais jovens que certamente terão maiores condições de sobreviver com dignidade. Tudo isso, contudo, depende do mundo em geral.
Consertar a Humanidade é impossível, mas, pelo menos em família e entre amigos poderemos fazer a diferença.
O essencial é acreditar na sinceridade, honestidade intelectual, atitudes pró ativas, senso crítico objetivo e eficaz.
E quais seriam os limiares importantes?
O ideal seria começar pela residência e ambiente de trabalho. Corrigir fatores de risco. Nessa tarefa seria muito importante a aplicação de arquitetos e engenheiros dedicados à segurança. É raro descobrir profissionais que vão além de ambientes industriais. Com certeza será atividade com importância crescente, de futuro diante da expectativa de crescimento a expectativa de vida.
Podemos, ao fazer ou comprar casa ou apartamento desde cedo cuidar de detalhes que tornem o ambiente familiar mais seguro. Afinal ele deve ser acolhedor a todos que nele entrarem, especialmente os parentes e amigos mais velhos.
Tapetes, móveis, largura das portas, piso antiderrapante, iluminação eficaz, banheiros universais, quartos espaçosos, móveis fortes e com bomdesigna, metais e luminárias, tudo é significativo. Infelizmente as limitações financeiras pesam decisivamente. Isso impõe a definição de prioridades ao longo da vida.
Nas ruas o momento decisivo foi não querer renovar a licença para dirigir. Consciente que a minha visão chegara ao limite do razoável decidi parear. Sinto agora a tremenda perda de mobilidade, mais ainda diante da violência urbana, caminhar, usar o transporte coletivo urbano, chegar em lugares distantes tudo ficou quase impossível.
Não me arrependo dessa condição. Imagino que atropelar ou causar um acidente grave seja algo insuportável, mais grave quando sabemos que não deveríamos estar dirigindo.
Muita coisa não tem retrocesso...
Um pesadelo é não sentir a degradação e a agressividade. Perdemos a paciência com maior facilidade. Senti e com força a impaciência diante de grupos de pessoas com manifestações estranhas. Em tempos de maior juventude isso seria natural, a idade, contudo, soma a impaciência à incapacidade de suportar besteiras. Pior ainda quando temos convicções arraigadas. É muito difícil continuar em ambientes hostis a ideais que nos balizaram a vida. O que não toleramos é , entretanto, o direito de expressão  e o resultado de educações diferentes daquela que tivemos. Isso cria comportamentos explosivos e a idade só agrava esse temperamento, quando o temos.
Maravilhosamente tive de minha cardiologista (!) a receita necessária e suficiente para mudar, virei zen, ainda que sonolento.
Fico imaginando a quantidade de pessoas que se perdem em agressões desnecessárias, muita coisa seria evitada se pudessem ter uma assistência clínica e psicológica adequadas.
Com certeza podemos renunciar à vida ativa, e a que preço?
Podemos perder muito com o envelhecimento, mas dificilmente não teremos bons conselhos e análises a oferecer.
Os sistemas de comunicação modernos viabilizam o estudo contínuo, mais ainda para quem pode usá-los de forma sistemática.
Via internet, WEB, e bons provedores de TV conseguimos saber muito mais, ainda que frequentemente com programas já superados.
E os limiares?
Quando devemos mudar de comportamento?
Por que insistimos em atitudes erradas?
Temos apoio para análises maiores?
Talvez o menos desejável seja a mudança de comportamento sexual. Entendemos que o ideal é aceitar e não ter vergonha de ignorar detalhes óbvios ou não. A sinceridade poderá ser utilíssima em emergências. Em ambiente amigo, o que um poderá fazer pelo outro sem piorar os estragos eventuais?











Urbanismo e Arquitetura
A vida da pessoa idosa depende dramaticamente das decisões tomadas em torno do planejamento, gerenciamento e definições de prioridade da administração pública.
Em casa a residência será um fator a ser otimizado constantemente.
As estatísticas mostram a triste realidade da insegurança progressiva, pois o ser humano demora a perceber que ultrapassou seus limites.
Do portal (Equipe do Hospital Sírio Libanês)temos que

O Brasil tinha 28 milhões de idosos em 2016, 13,5% do total da população. Em dez anos, chegará a 38,5 milhões (17,4% do total de habitantes). Em 2042, a projeção do IBGE é de que a população brasileira atinja 232,5 milhões de habitantes, sendo 57 milhões de idosos (24,5%). Em 2031, o número de idosos (43,2 milhões) vai superar pela primeira vez o número de crianças e adolescentes, de 0 a 14 anos (42,3 milhões). Antes de 2050, os idosos já serão um grupo maior do que a parcela da população com idade entre 40 e 59 anos.

Aproximadamente 30% das pessoas com mais de 65 anos de idade caem pelo menos uma vez por ano. Depois dos 80 anos de idade, essa porcentagem pode chegar a 50%, informa a Dra. Kelem de Negreiros Cabral, geriatra no Hospital Sírio-Libanês. "As quedas são um sinal de que algo que não está bem na saúde do idoso", afirma a médica.
Essa é a triste realidade que se agrava pela falta de atenção de arquitetos dedicados ao planejamento de residências.
Em família temos visto essa situação e pessoalmente a percepção de uma realidade brutal.
Posso afirmar que apesar de muitos cuidados vamos perdendo capacidades e quando damos pela coisa o mal estará feito.
As quedas, batidas, dispersão de líquidos etc. deixam sequelas mais e mais graves até porque muitos tombos criam problemas permanentes que vão se somando aos efeitos dos anteriores.
Quando jovens esquecemos que o corpo humano tem um estoque de recursos para manutenção que se consome ao longo da vida.
Especialistas detalham efeitos e causas acessíveis em bons portais de hospitais, clínicas e ONGs.
Precisamos assumir a idade e isso não é difícil quando adquirimos doenças típicas do tempo de vida.
Assim posso dizer que me tornei autodidata do envelhecimento.
A vida profissional e lúdica cria situações de acidentes de que nos arrependeremos talvez muitos anos depois.
Vivo uma série crescente de problemas criados por diversos acidentes, um em especial (em Santos) e doenças que poderia ter evitado.
Irritação e quase acidentes fatais vivi nesses dois últimos anos simplesmente andando ou dentro de ônibus, isso sem esquecer a atuação voluntariosa de alguns cachorros.
É absurdamente desagradável ouvir, sentir e ver a incredulidade e indiferença de pessoas que poderiam corrigir os absurdos detalhes urbanísticos de Curitiba, por exemplo.
Pessoas bem de vida não usam o transporte coletivo urbano, as calçadas e praças da cidade. Têm seus carros, motoristas, táxis, helicópteros, seguranças, clubes e muito mais se forem realmente muito ricas.
Cidades com cultura antiga arraigada e querendo copiar modelos de cidades europeias velhas esquecem que os tempos mudaram, cobrando novas soluções.
Com certeza novas gerações de cidadãos já distantes de titias e vovós dão menos valor a calçadas inseguras, por exemplo.
O que impressiona viajando pelo “Velho Mundo” é olhar para o chão e ver que pisamos em pistas seguras cobrindo calçadas centenárias.
Participei da elaboração do Programa Blumenau Século 21 (https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Regional_de_Blumenau)e lá vi a atuação positiva dos professores a favor de mudanças inteligentes para a cidade, com destaque para a pessoa com deficiência.
Note-se que as Normas Técnicas e as leis precisam de ajustes permanentes, regulares, não frequentes de modo a desmoralizá-las, mas sempre que detalhes importantes surgirem para ajustes necessários. A dinâmica de construção desses instrumentos técnicos e culturais mostram o nível de racionalidade de época, data em que foram publicadas, dos seres humanos existentes. Tudo se transforma e o custo enorme de qualquer determinação legal e inadequada pode ser intolerável.
Sei disso ao avaliar conclusões de inúmeros cursos, seminários, palestras etc.
Arquitetura é um foco essencial à segurança da pessoa idosa.
Agora sinto na violência de acidentes e incidentes o que poderia ter sido evitado.




Bibliografia
Equipe do Hospital Sírio Libanês. (s.d.). Conteúdos para Você. Portal do S-irio Libanês. São Paulo, Sâo Paulo, Brasil. Fonte: https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/sua-saude/Paginas/prevencao-quedas-idosos.aspx
O que é Geriatria e Gerontologia? (s.d.). Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Fonte: https://sbgg.org.br/espaco-cuidador/o-que-e-geriatria-e-gerontologia/
Wikipédia. (s.d.). https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Regional_de_Blumenau. Universidade Regional de Blumenau. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Regional_de_Blumenau