O casamento e o relacionamento amoroso
O relacionamento sexual
comprimido por leis, decretos, normas técnicas etc. é algo que gera taras e
neuroses. O ser humano já carrega dentro de si instintos gregários que lhe
impõem algumas normas de conduta, não tão severas quanto aquelas que recebemos
de nossos ancestrais.
O casamento formal no ambiente de
Estado é uma tentativa canhestra de imitação das uniões religiosas. É até
cômico ver e ouvir Juízes de Paz dando sermões e criando encenações.
As cerimônias de casamento estão
deixando de ser o que deveriam ser para se transformarem em espetáculos de mau
gosto, entre muitas coisas transformando os convidados em “extras” de filmes
sobre cerimônias luxuosas e simplórias.
No Brasil, um país gigantesco,
multicultural e sem unidade além da língua e algumas coisas mais (?) a
imposição de cerimônias e contratos é algo até ridículo, não deixando de ser
natural o desprezo por leis feitas em ambientes distantes do povo.
A maior liberdade e a
acessibilidade a sistemas de informação e lazer facilitam a dispersão de
conceitos e certezas. A insistência em padrões do milênio passado vai se
tornando ineficaz. Nossa sociedade emergente mergulha na frivolidade e em
teatrinhos do ridículo (GIKOVATE, 2014) .
É gratificante descobrir em um
bom livro (Justiça,
2013)
uma rápida, mas substancial análise com o título “CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO
MESMO SEXO” (pgs. 314 a 321) e lembrar os conflitos entre profissionais religiosos
e o esforço de se criar estados laicos por excelência.
No livro Justiça (citado)
encontramos uma excelente análise sobre a importância do liberalismo moral e
institucional, a autonomia dos cidadãos assim como seus direitos e deveres,
tendo como cenário básico a situação da Justiça e o comportamento dos juristas
dos EUA, excelente, mais ainda quando sentimos o Brasil derivando para
ideologias totalitárias.
Acima de tudo é essencial a luta
pela liberdade sem hipocrisias e atavismos, o casamento formal é um deles.
Nada mais lógico do que deixar a
união cheia de juras eternas para as religiões, cada uma delas com seus
contratos implícitos.
O Estado precisa se concentrar no
que lhe é devido, ou seja, a proteção das crianças, aí sim, exigindo
compromissos formais e severos daqueles que querem “casar de papel passado”.
Ou seja, temos aí um belo desafio
de semântica e legal, como reinventar o casamento laico?
O que vemos, sabemos e sentimos é
que nada resiste a vontades que mudam.
Pode-se fazer cerimônias fantásticas
(a Casa Real Inglesa é especialista nisso) que o que parecia eterno dura pouco
se faltar um conjunto de qualidades e condições de manutenção. Até entre famílias altamente comprometidas
com as lógicas mais solenes o casamento fracassa quando exposto a situações
estranhas e simplesmente segue os ditames de glândulas e tentações
eventualmente irresistíveis.
Naturalmente existem questões
administrativas e de Direito que se avolumam quando duas ou mais pessoas
resolvem coabitar. Isso pode ser resumido e contratado, proposto e acordado
entre as partes no mundo laico, assim como os efeitos de instituições, leis e
decretos estatais.
Nos templos o relacionamento
ganha outros formatos, mas o que se faz lá deve permanecer no tribunal etéreo.
As punições são tão severas após a morte que devem ser suficientes aos
infratores crentes.
A hipocrisia é um câncer político
e social.
Ao longo da história da
Humanidade ela foi estimulada, pois era a base de dominação de classes mais
“espertas”.
Devemos e podemos agora encarar a
vida tal como ela é num Universo complexo e desafiador. Aos poucos os seres
humanos mais estudiosos devem estar percebendo a nossa incapacidade de fazer
afirmações morais a partir da vontade de seres que não somos capazes de
entender.
Aqui a vida é suficientemente
desafiadora para lhe acrescentarmos firulas em papel timbrado.
Sendo realistas, vamos rever
cerimônias e rituais antigos e já distantes de suas motivações?
Com certeza o futuro do
comportamento humano dependerá demais da evolução de sua inteligência,
capacidade de raciocinar e ter coragem para assumir riscos, assim como dos mais
antigos instintos. Os impulsos sexuais e o afeto decorrente de combinações
sexuais possíveis é algo de extremo valor na sociedade humana. Por efeito de
sua capacidade de evoluir intelectualmente o relacionamento humano está longe
de se estabilizar.
O desafio, contudo, será sempre
vencer convenções e preconceitos assim como ponderar de forma correta a
importância de juras de amor eterno.
O impulso sexual, além de ser extremamente
poderoso e onipresente, gera filhos e filhas. As crianças não escolhem seus
pais, eles são o produto deles. Isso exige um padrão de responsabilidade
absoluto.
Não há necessidade de festas,
documentos, rituais, cerimônias religiosas e outras. Os pais simplesmente devem
a obrigação de cuidar de seus filhos.
A paternidade e a maternidade
afetam profundamente a vida dos casais.
A ciência moderna oferece
inúmeras formas de prevenção da gravidez. Não existe desculpa em sociedades
desenvolvidas para a irresponsabilidade.
O casamento dispensa festas e
fantasiosas, gerando descendentes impõe
maior atenção aos filhos e filhas. E os produtos dessas uniões não são
brinquedos, troféus ou certificados de aposentadorias.
Qualquer pai ou mãe deveria passar
por exames infinitamente mais rigorosos do que os aplicados a quem pretende
dirigir.
A imaturidade e o mau-caratismo
dominando jovens geram os desastres sociais que frequentemente conduzem os
futuros jovens à delinquência e à inutilidade.
O Casamento é absolutamente
desnecessário dentro de padrões formais, mas é essencial à dignidade humana em
relação a seus efeitos.
Ignorar a importância do que se
tem ao se tornar pai ou mãe é ato de extrema insanidade ou maldade.
Não existe desculpa ou frase que
redima a preguiça, a alienação, o desprezo dos geradores de crianças.
O casamento, portanto, não é um
ato religioso, laico, filosófico, é antes de mais nada o compromisso de levar
com o máximo de seriedade o que produzir a partir do ato sexual: os filhos e filhas.
Ética da Sustentabilidade
Hipóteses
1
–
A Humanidade agrava a probabilidade de sobrevivência à medida que cresce sua
população.
2
–
A interdependência dos povos fragiliza a sobrevivência de todos.
3
–
A repetição de tragédias de origens cósmicas é uma possibilidade concreta e não
muito rara.
4
–
A vida moderna deseduca as pessoas à sobrevivência natural.
5
–
Sobreviver em situações extremas é competir e saber viver em condições extremas.
6
–
A inteligência é essencial à sobrevivência.
Tese
Devemos educar e preparar a nós, nossos descendentes e
comunidades a saberem sobreviver em condições extremas.
Ponderações
O poder de destruição, de suicídio coletivo cresce
constantemente. Atingiu o ápice durante a Guerra Fria, mas reaparece entre
grandes nações, principalmente as mais populosas. Pode-se imaginar que seus
líderes queiram argumentos para permanecer no poder simplesmente, algo quase
onipresente entre aqueles que ocupam altos cargos. Essa fragilidade humana
ainda não suficientemente avaliada e não se criou antídotos contra isso é uma
realidade inaceitável quando precisamos de pessoas lúcidas, bem preparadas e
competentes nos maiores cargos executivos em todos os segmentos da sociedade
humana. Ou seja, diante da utopia “transformar e atingir níveis elevados de
raciocínio e eficácia” devemos ser pessimistas e trabalhar na grande
probabilidade do que de pior possa acontecer.
Estamos em risco permanente de sobrevivência, pois os nossos
líderes não medem esforços para simplesmente se manterem no Poder, seja ele
qual for, e criarem dinastias sem consideração pela qualidade de seus
favoritos, refazem dinastias discretas num planeta que dá inúmeros sinais de
saturação com a presença humana.
Com certeza a Terra (planeta) tem em sua superfície o que
puder existir, ela estará por aí ainda alguns milhões ou anos. Nesse sentido é
bom lembrar as dimensões de nosso planeta: diâmetro de 12,76 mil quilômetros e
510 milhões de quilômetros quadrados de superfície.
Precisamos, portanto, mais do que qualquer ferramenta,
ideologias e religiões criar um padrão universal de valorização da
sobrevivência que pode ser materializado por um conjunto de princípios
comportamentais norteadoras de padrões morais que, acima de tudo, protejam o
ser humano em qualquer lugar desse planeta.
A manutenção e a operação de instalações essenciais assim
como muitas atividades tais como a do cirurgião ou a do piloto de avião ensinam
que devemos ser realistas, essencialmente objetivos, eficazes, pois qualquer
erro poderá ser fatal.
Podemos desenvolver teorias e acreditar nelas, mas o desafio
concreto é sobreviver, existir, superar desafios.
A avaliação da ética e da moral por um engenheiro de
manutenção de instalações essenciais e de alto risco provavelmente tenderá a
ser pragmática. Esse é o nosso caso e assim propomos desenvolver um código de
existência desligado de hipóteses de vida e se prenda ao que podemos ver e
sentir, tocar, cheirar, degustar para poder sobreviver.
A importância da sobrevivência para quem está vivo é tão
grande que criamos fantasias para acreditar em eternidades, não aceitamos a
finitude da nossa existência. A vida pode ter limites, o sentimento de existir
não. O tempo é relativo, é uma grandeza entre cenários diferentes. Ao final da
vida, quando o coração para, o cérebro continua existindo por um tempo sem
referências. Esses segundos ou minutos serão percebidos como algo eterno. É um
tempo infinitamente maior que o anterior, quando o coração definia um ritmo, o
relógio marcava segundos e horas.
Com certeza e deforma extremamente natural a eternidade
existe, pelo menos nessas condições.
Pessoalmente tivemos experiências incríveis, cujo relato
seria abusivo nesse livro. O que podemos concluir é que entre o máximo, a
crença em Deus e em todos os seus efeitos e a existência nossa pode e
provavelmente existe um espaço possível de outras formas de ação, integração e
reação ao Universo.
Nada será sobrenatural, o que falta, talvez nalgum dia seja
possível, é descobrir, medir, quantificar o que não sabemos e descobriremos.
A arrogância é querer inventar Deus e a partir daí
desenvolver um relacionamento hipócrita, cheio de rituais e declarações de amor
e temor.
Precisamos, isso sim, saber viver e nada mais importante que
a satisfação de nossa própria consciência em suas melhores mensagens.
Obviamente somos o resultado de uma sequência infinita de fatores e parâmetros,
variáveis e equações que nos produziram.
O que não se deve esquecer é a fragilidade da Humanidade. Ela
dependerá mais e mais da inteligência e da racionalidade, tudo aliado a um
senso crescente de fraternidade e liberdade, pois, viver sem liberdade é
possível?
Conclusões
1 – A fragilidade da Humanidade cresce continuamente.
2 – A ciência pode acelerar o desenvolvimento da
inteligência.
Recomendações
1 – Ter planos educacionais dedicados à sobrevivência em
condições extremas.
2 – Estudar, aprender a dominar sentimentos e o medo.
Justiça
Hipóteses
O ser humano é o produto de uma
série de causas, fatores, acidentes e incidentes alheios à sua vontade.
O livre arbítrio não existe
Ninguém age
com plena consciência, absoluta liberdade e total determinação, esses três
fatores precisam existir para que se possa admitir o que a Igreja Católica
denomina como “pecado grave” e é a base de avaliação de qualquer cidadão em
casos extremos.
A vida em comunidade exige a
submissão a leis e regras de coexistência.
A qualidade da convivência
depende do respeito ao direito do “próximo”
Tese
O que se entende por Justiça e
Poder Judiciário é essencial à vida em sociedade e a qualidade da Democracia
depende da qualidade dos magistrados e todos que atuam nessa instituição.
Ponderações
Quando tratamos de ética e moral entramos no mérito da
Justiça.
Afinal, que sentido faz a palavra Justiça[1]
que nos remete a um julgamento superior? Sem o apelo teológico[2]
e atendo-se ao teleológico[3],
o que devemos fazer e esperar em torno do que podemos pensar em torno da
Justiça?
O que é? Baseia-se em algo que não conhecemos, não
entendemos, que escapa completamente à nossa inteligência?
Conhecemos muitos profissionais do Poder Judiciário, pessoas
eruditas, inteligentes, capazes de discorrer interminavelmente sobre suas
profissões. E o que sentimos? Se existe uma regra de ouro é a avaliação de
resultados. O que se mostra ineficaz ou aquém do que deveria atingir demonstra
fragilidades e deficiências graves. Infelizmente, sempre lembrando o que vemos
e ouvimos, temos a impressão de que sofismam, falam lastreados em teses
ineficazes, vivem em um mundo muito diferente do real, o que não é difícil de
entender, afinal conquistam salários e privilégios que deseducam, alienam,
deixam essa gente longe da realidade.
Querem aplicar leis e na prática geram convicções legais na
forma de uma jurisprudência comodista. Talvez Michel Foucault seja o mais
perspicaz crítico em evidência e seus livros detonam o conceito de Justiça.
Vigiar e Punir, História da Loucura< Força da Verdade?
Uma imagem vale por inúmeras palavras, no centro da cidade de
Cuiabá duas estátuas, monumento à Justiça, dizem tudo e, abusando do que é de
domínio público, coloco a seguir:
Cuiabá - Justiça
- escultor Jonas Corrêa, - falta de compromisso com as crianças, e o
desrespeito às minorias.
O resultado dessa limitação é a diversidade de justiças e a
extrema violência de sua aplicação contra pessoas incapazes de se defenderem de
forma justa e equitativa às poderosas, além, infelizmente, do fanatismo e
outros ismos letais. Pior ainda, a famosa Justiça mercantilizada é instrumento
de opressão, de diferenças e elitização da sociedade.
No Brasil os processos contra políticos e seus patrocinadores
mostram que o espírito do império, da aristocracia e das diferenças de classes
sociais comanda a maior Corte de Justiça (o nome Corte diz tudo). O
corporativismo dos eleitos e escolhidos é dominante gerando em todos os
brasileiros o sentimento de fragilidade e até de desprezo pelo Poder
Judiciário, sempre extremamente competente na defesa daqueles que, apesar de
todas as evidências, são criminosos da pior espécie, pois flagelam a população
inteira com seus atos de corrupção, desídia[4],
omissão explícita, cumplicidade etc.
Conhecemos muitos que figuram no rol da fama política,
conhecemos demais, infelizmente.
Com todas as objeções possíveis, contudo, o Poder Judiciário
e o aparato assessório à Justiça são essenciais à democracia. Com certeza
poderemos e devemos medir a evolução do Brasil e de qualquer outro país pela
qualidade do seus corpo funcional liga à Justiça.
Um livro mostra, por exemplo, o nível de discussão entre
juízes dos EUA, onde a submissão à lei e sua aplicação coerente merece destaque (Justiça,
2013)
e o estudo da evolução da história da Humanidade demonstra que, apesar de suas
imperfeições, estamos saindo dos horrores das lógicas judiciárias teológicas,
racistas, xenófobas.
Precisamos, apesar de tudo, não nos acomodarmos. Devemos
evoluir, principalmente no Brasil.
A aplicação das leis existentes, inúmeras delas mal feitas e
quando boas de modo geral mal operacionalizadas, é condição sanitária de
existência. Ou seja, precisamos de leis tão flácidas quanto possível (longe vá
a ditadura) e tão precisas e eficazes quanto necessário para se evitar a
dominação dos piores sobre nossa sociedade.
O excesso de leis, padrões, normas, regulamentos, decretos,
portarias etc. cria um cenário excelente para o achaque e o tráfico de
influência. A sociedade precisa aprender a viver com um mínimo de leis, pois é
mais do que evidente que a maioria das pessoas é incapaz de se conter diante
das facilidades do Poder.
É público e notório que o cidadão honesto ainda é considerado
“caxias”, burro, ingênuo. O que poucos percebem é que os poderosos de hoje
poderão ser os miseráveis de amanhã, se não eles, seus descendentes, pois a
volúpia do poder degrada, seja ele político, monetário, religioso, etc.
Pior ainda é a perda de acuidade intelectual com o
envelhecimento. Como não existe exame anti-senilidade e loucura no acesso a
cargos de maior destaque na organização política e social estaremos sempre
sujeitos a arbitrariedades inimagináveis.
O fundamental é a educação, a disciplina, acima de tudo a
capacidade de se disciplinar.
A Justiça só é sensata quando praticada e aplicada por seres
humanos capazes de se governar. A força que seus profissionais adquirem é
imensa e é assustador imaginar essa potência nas mãos de pessoas incapazes de
se limitarem ao que aprendem nos bancos escolares e de suas universidades.
O senso de responsabilidade e disciplina é essencial a
magistrados.
Nada mais gratificante sentir que alguns juízes e promotores
se esmeram no fiel cumprimento do que dizem aplicar. A cegueira da justiça é
relativa, a capacidade de segurar a balança equilibrando bem os seus pratos é
uma arte inestimável.
Precisamos voltar a respeitar nossos juízes e promotores.
E nós da planície?
A liberdade sem responsabilidades sociais é extremamente
perigosa, algo que podemos perceber na aplicação de leis que delimitam essa
condição, como, por exemplo, aquelas que regem direitos das minorias e os
famosos estatutos no Brasil [ (LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE
1990 - ECA) ,
( Estatuto do Idoso, 2003) , (Estatuto do Índio - LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973., 1973) etc.], sempre
criando situações complexas e não resolvendo os problemas centrais de dar
dignidade aos grupos protegidos, pois acima de tudo é essencial que exista
determinação e aceitação popular (das maiorias).
A fragilidade do ser humano e seus instintos e vícios
comprometem a qualidade da Instituição mais nobre das repúblicas: o Poder
Judiciário.
Com todos os defeitos possíveis poderemos medir a evolução de
nossa sociedade na qualidade da Justiça, pois sendo eficaz fará valer a
legislação existente, que, sendo ruim, mostrará seus defeitos na radicalização
de sua aplicação, estimulando, portanto, o aprimoramento de tudo, especialmente
dos poderes legislativos e executivos.
Teremos chegado ao ponto ideal quando qualquer cidadão ou
cidadã recorrer de imediato à Justiça, sem necessidade da contratação de
profissionais intermediários, ao se sentir vítima de alguma agressão, logro,
ato delituoso ou criminoso. Para ações intermediárias deveremos contar com
sistemas policiais livres de suspeitas e a “economia” do crime, como diria Foucault
será razoável, necessária e suficiente.
Esse é um desafio mundial que no Brasil parece muito
distante.
Algo desalentador é sentir que famílias se apoderam de nossas
instituições, e nelas a decadência é até natural.
A sociedade humana precisa de revoluções. Hannah Arendt em
seu livro (Arendt,
Sobre a Revolução)
analisa a degradação comportamental das nações e a importância de atos
revolucionários radicais, algo que percebemos com clareza na História da
maioria das grandes nações modernas.
A violência assusta, como meu pai dizia, “sabemos como as
revoluções e as guerras começam, ninguém pode prever como terminarão”.
Dentro da dinâmica do mundo moderno as revoluções podem ter
outros formatos.
Governos balançam quando o povo vai às ruas, e também reagem,
sendo “revolucionários” experientes logo organizam a repressão que será tão
mais competente quanto melhor for a equipe policial de plantão. O marqueting é
a grande ferramenta de dissuasão e perversão do mundo moderno, mas também pode
ser bem usado pelas minorias.
O Poder Judiciário é a expressão dos poderes dominantes.
A renovação de profissionais, contudo, pode introduzir novos
comportamentos e juízos, mais ainda diante da aceleração de recursos que a
indústria e a Tecnologia oferecem, sejam quais forem as intenções dos
empreendedores.
Teremos transformações inimagináveis.
O Poder Judiciário poderá se aprimorar com as novidades como
também podermos ter a matemática das punições ajustada para atender as elites.
Conclusões
A Justiça em países menos desenvolvidos é instrumento de
defesa dos poderosos.
O povo brasileiro precisa evoluir muito para declarar–se
idôneo.
As injustiças sociais se cristalizam em ideologias
inadequadas aos nossos tempos.
Educar para o século 21
Introdução
Somos extremamente importantes para nós e o significado de
nossa existência é tanto maior quanto mais existimos em torno do ambiente
coletivo que nos afeta. Em relação ao Universo somos absolutamente
insignificantes. Essa situação não é aceita pelos seres humanos em geral, por
isso inventaram Deus antropomórfico e cheio de relacionamentos com a
Humanidade.
A visão dos filósofos, educadores e lideranças de toda
espécie sempre teve na vaidade do ser humano e em suas ambições a orientação
para a construção de modelos morais e filosóficos.
Somos desde cedo convencidos a acreditar nisso ou naquilo.
O desafio maior é viver e crescer conscientes de nossa insignificância
relativa ao Cosmos ou, ao contrário, acreditar que somos parte de um imenso e
desconhecido projeto, que intuímos, mas nunca poderemos ter certeza de existir.
O mínimo que podemos usar e é muito é a satisfação de nossos
instintos de forma adequada. Adequada? Sim, pois vivendo em comunidades e precisamos
ajustar nossas atitudes, pelo menos, ao necessário e suficiente ao que
pretendemos ser e conquistar. Nossos instintos são parte de nossa natureza,
graças a eles existimos e sobrevivemos desde que a vida surgiu em algum formato
humanoide.
Aceitar e saber usufruir aspectos gratificantes e
apaixonantes de nossa formatação é ser inteligente, sábio. Contrariar e
rejeitar nossos impulsos sexuais, por exemplo, tem sido a chave de dominação
religiosa, capaz de tantas perversões e maldades em nosso meio universal.
Devemos, portanto, estar atentos às negações metafísicas e até sociais, onde,
aliás, os pregadores religiosos e políticos procuram impor suas vontades. A
liberdade não tem preço e nela encontramos espaço para satisfação de impulsos
fortes e se usufruídos com dignidade algo de extremo valor para a nossa saúde
mental e física. Nisso a criação de leis e a atuação do poder judiciário merece
nossa atenção permanente, pois é uma das formas de imposição de critérios
primários e odiosos ao ser humano.
Para educar todos somos agentes e entre nós existem os
profissionais, os mestres, professores, a responsabilidade deles é gigantesca.
O educador deve ter em mente isso e sua atitude depende muito
da situação de dependência em que se encontra. Quem paga decide. O empregador
determina a professores e “colaboradores” o que ensinar.
A subordinação geral da Humanidade precisa ser denunciada,
analisada, dissecada e todo ser inteligente e que pretenda agir de forma
racional deve estudar e desenvolver seu senso crítico. Isso é bom? Com certeza
a maior fome de qualquer ser humano inteligente é a compreensão do que ele é,
de sua existência e vontades.
Aceitando o mínimo torna-se fácil ganhar mais. O contrário é
perigoso. Depressões, infelicidades existem porque muita gente quer mais do que
pode ter, e o contrário também é verdade, o excesso de humildade, a aceitação
da impotência leva a desperdícios de oportunidades.
Devemos educar para a luta, para vencer.
O cérebro humano é um tremendo potencial que usamos mal.
Muitas espécies de inteligências e infinitas habilidades podem ser
desenvolvidas, desde que tenhamos disposição para trabalhar e desenvolver
nossas habilidades. É importante, contudo, ser realista, honesto
intelectualmente diante do espelho, saber de nossas maiores habilidades e
fraquezas.
O sucesso é o resultado da compensação de deficiências, de
saber superá-las.
Nada pior do que submeter-se tacitamente a limitações
naturais, culturais etc.
Nesse sentido a Ciência promete “milagres”. As novas gerações
vão viver muito se cuidarem de suas saúdes (física, mental, filosófica). Para
elas o mundo será muito maior. E talvez mais pesado, triste, pois viverão em
monstrópoles,, cidades que se transformam em selvas de pedra e aço.
A Natureza ensina que no mundo dos seres vivos encontramos
muitos reis e ditadores. Desde vírus potentíssimos a grandes mamíferos,
predadores e animais tão organizados quanto as formigas e as abelhas, todos se
impõem em seus espaços.
Qual é o nosso? Que mundo cada um possui e em que aquário
poderá crescer?
Nascemos e aceitamos comando ou queremos liderar, mandar,
decidir, ter a melhor parte de qualquer caça.
Temos na cabeça um sistema operacional programas residentes,
sub programas que decidem muito do que somos. Alguns podem ser corrigidos,
aprimorados, outros não.
É interessante observar a lógica de antropólogos que defendem
a preservação de culturas antigas; eles não acreditam na evolução? Na visão
deles a cultura é estática ou existem pessoas inferiores, incorrigíveis?
A realidade é que todos nós podemos evoluir muito, e
poderemos muito mais graças aos sistemas de comunicação, processamento de
dados, substância químicas, estruturas de educação e ensino etc. que estão se
aprimorando nos países mais inteligentes.
É curioso observar a realimentação positiva, a aceleração
constante que sociedades humanas conquistam quando conseguem se desligar de
atavismos.
Os países orientais estão demonstrando como a inteligência
humana faz milagres. E deixam para trás, curiosidades para turistas e
antropólogos os países mais conservadores.
Precisamos educar aqueles que amamos para serem felizes sem
que esta felicidade dependa da alienação, mas do aprimoramento de suas
potencialidades.
Vencer é bom, gostos, dá dignidade e prazer.
A importância da Educação
Um tema acadêmico por excelência, mas que afeta decisivamente
a vida de qualquer ser humano é a Educação. Sua importância pode ser resumida
pela comparação entre a preparação para vida profissional e a maneira de viver.
A formação profissional precisa de padrões, ela criará
trabalhadores, soldados, diplomatas, clérigos, comerciantes etc.. Qualquer
profissão precisa de pessoas ajustadas a suas condições de existência.
E a educação para viver, sentir, amar, ser feliz?
Entre muitas hipóteses de valoração e definição de prioridades
gerais merece destaque o trabalho de Abraham Maslow[5]
que, entre outras, para ilustrar sua escala de valores criou sua pirâmide
(desenho Wikipédia):
Pirâmide de
Maslow
E “Para ele, as
necessidades fisiológicas precisam ser saciadas para que se precise saciar as
necessidades de segurança. Estas, se saciadas, abrem campo para as necessidades
sociais, que se saciadas, abrem espaço para as necessidades de autoestima. Se
uma destas necessidades não está saciada, há a incongruência. Quando todas estiverem
de acordo, abre-se espaço para a auto-realização, que é um aspecto de
felicidade do indivíduo.”
Acima de tudo queremos sobreviver,
O século vinte e um consolida as florestas de concreto e aço;
quais seriam as melhores recomendações aos nossos netos que nascem e gerarão
descendentes nesse planeta superpovoado e degradado à medida que se afasta dos
cenários naturais que ainda existiam no século 20?
Poderão sobreviver se cataclismos[6]
extremamente prováveis acontecerem?
Devemos, pois, educar para a sobrevivência acima de tudo,
sobrevivência em qualquer ambiente e desafio, ou seja, viver em ambientes
hostis, saber satisfazer seus instintos, ter competência para se alimentar de
forma adequada e livrar-se de vícios que os prejudiquem.
Isso dá aos pais e responsáveis pelas crianças e adolescentes
ume responsabilidade enorme.
Infelizmente poucas pessoas estão preparadas para educar.
Educar significa ensinar pelo exemplo, aulas, exercícios, convivência. O
pesadelo do século 21 é a influência da mídia comercial que confunde liberdade
de imprensa com o direito de divulgar e propor comportamentos que lhes
interessam comercialmente.
A necessidade de faturamento e a ambição ilimitada dos
controladores dos sistemas de comunicação, pessoas da nova aristocracia
mercantilista e internacionalista, é prejudicial ao povo e a qualquer cidadão.
O livro (Justiça, 2013) traz as ponderações
de Michael J. Sandel[7]
de forma simplória ao implicitamente defender os ideais de libertários de John
Stuart Mill[8] e
utilitaristas propostos por Jeremy Bentham[9]
esquecendo que a vontade do cidadão comum é governada pelos sistemas de mídia
religiosa, ideológica e mercantilista.
A liberdade é uma utopia plausível, mas longe que se torna
menor na proporção em que as pessoas procuram segurança, pertencer a qualquer
grupo, conquistar a estima de pessoas, principalmente dos poderosos e,
finalmente, no topo da pirâmide sentirem-se atores essenciais de qualquer obra
ou cenário.
A felicidade, contudo, exige concessões e ela faz sentido
quando podemos compartilhá-la, ou seja, agradar alguém.
Como ensinar e educar dentro de tantas situações de contorno?
O que podemos admitir sem é a evolução da inteligência em
número maior (números absolutos e relativos) de pessoas, entre elas nossos
descendentes. A evolução da Tecnologia faz supor que tenhamos métodos e
substâncias estimulantes e saudáveis para maior utilização de nossos cérebros.
O desafio da educação mais eficaz será possível graças a
inovações, inclusive dos meios de comunicação que poderão inibir o poder da
mídia comercial, deixando aos pais e educadores uma coleção de opções de
formação dos futuros adultos.
[1]
Justiça é um conceito abstrato que se refere a um
estado ideal de interação social em que há um equilíbrio razoável e imparcial
entre os interesses, riquezas e oportunidades entre as pessoas envolvidas em
determinado grupo social1 .
Trata-se de um conceito presente no estudo do Direito, Filosofia, Ética, Moral
e Religião. Suas concepções e aplicações práticas variam de acordo com o
contexto social e sua perspectiva interpretativa, sendo comumente alvo de
controvérsias entre pensadores e estudiosos.
Em um sentido mais amplo pode ser considerado como um termo abstracto
que designa o respeito pelo direito de terceiros, a aplicação ou reposição do
seu direito por ser maior em virtude moral ou material. A Justiça pode ser
reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais, ou
por mediação através dos tribunais, através do Poder Judiciário.
Em Roma, a
Justiça era representada por uma estátua, com olhos vendados, visa seus valores
máximos onde "todos são iguais perante a lei" e "todos têm
iguais garantias legais", ou ainda, "todos têm iguais direitos".
A justiça deve buscar a igualdade entre os cidadãos. Wikipédia
[2]
Teologia (do grego θεóς, transl. theos = "divindade" +
λóγος, logos =
"palavra", por extensão, "estudo, análise, consideração,
discurso sobre alguma coisa ou algo"), no sentido literal, é o estudo
racional e sistemático acerca da divindade (sua essência, existência e
atributos). Pode também referir-se a uma doutrina ou sistema particular de crenças
religiosas - tal como a teologia judaica, a teologia cristã, a teologia
islâmica e assim por diante. A origem do termo nos remete à Hélade -
a Grécia Antiga. O termo "teologia" aparece em Platão, mas o
conceito já existia nos pré-socráticos. Platão o aplica aos mitos interpretando-os à luz
crítica da filosofia considerando seu valor para a educação política.
Nessa passagem do mito ao logos, trata-se de descobrir a verdade oculta nos
mitos. Aristóteles, por sua vez, chama de "teólogos" os criadores dos
mitos (Hesíodo, Homero, poetas que narraram os
feitos dos deuses e heróis, suas origens, suas virtudes e também seus vícios e
erros), e de "teologia" o estudo metafísico do ente em seu ser (considerando a metafísica ou "filosofia
primeira", a mais elevada de todas as ciências). A incorporação do termo
"teologia" pelo cristianismo teve
lugar na Idade Média, entre os séculos IV e V, com o significado de
conhecimento e saber cristão acerca de Deus. De acordo com a definição hegeliana, a teologia é o
estudo das manifestações sociais de grupos em relação às divindades. Como toda
área do conhecimento, possui então objetos de estudo definidos. Como não é
possível estudar Deus diretamente, pois somente se pode estudar aquilo que se
pode observar e se torna atual, o objeto da teologia seriam as representações
sociais do divino nas
diferentes culturas. Assim, a teologia pode referir-se a várias religiões.
Existem, portanto, a teologia hindu, a teologia judaica,
a teologia budista,
a teologia islâmica, a teologia cristã(incluindo
a teologia
católica-romana, a teologia protestante, a teologia mórmon e
outras), a teologia umbandista e outras. Wikipédia
[3]
A teleologia (do
grego τέλος, finalidade, e -logía, estudo) é o estudo filosófico dos fins, isto
é, do propósito, objetivo ou finalidade. Embora o estudo dos objetivos possa
ser entendido como se referindo aos objetivos que os homens se colocam em suas
ações, em seu sentido filosófico, teleologia refere-se ao estudo das
finalidades do universo e, por isso, a teleologia é inseparável da teologia (a afirmação de que um
ser superior, Deus, realiza seus propósitos no universo). Suas origens remontam
aos mitos e à religião, com sua noção de que todo
acontecimento e todas as coisas são causadas pela vontade de alguma
entidade sobrenatural (deuses, Deus,
espíritos). Platão e Aristóteles elaboraram essa noção
do ponto de vista filosófico. Wikipédia
[4] Significado de Desídia
s.f. Tendência para se
esquivar de qualquer esforço físico e moral.
Ausência de atenção ou cuidado; negligência.
Parte da culpa que se fundamenta no desleixo do desenvolvimento de uma determinada função.
(Etm. do latim: desidia) - http://www.dicio.com.br/desidia/
Ausência de atenção ou cuidado; negligência.
Parte da culpa que se fundamenta no desleixo do desenvolvimento de uma determinada função.
(Etm. do latim: desidia) - http://www.dicio.com.br/desidia/
[5] Abraham Maslow (1 de Abril de 1908, Nova Iorque — 8 de Junho de 1970, Califórnia)
foi um psicólogo americano, conhecido pela proposta hierarquia
de necessidades de Maslow. Maslow era
o mais velho de sete irmãos, de uma família judia do Brooklyn, Nova Iorque,
Trabalhou no MIT, fundando o centro de pesquisa National Laboratories for Group
Dynamics. Wikipédia
[6] Cataclismo (grafado
ocasionalmente como cataclisma) (do grego κατακλυσμός -
kataklusmós, água, inundar, fazer desaparecer por inundação)
é uma tragédia ambiental de caráter generalizado, como o Grande
Terremoto do Leste do Japão ocorrido
em março de 2011. São desastres repentinos, praticamente imprevisíveis e de
impossivel prevenção, sendo a única maneira de salvar vidas a evacuação do
local. Também tem como característica um alto número de fatalidades e grande
prejuízo econômico para o local, sendo necessário anos, décadas em certos
casos, para a recuperação total das estruturas locais. Wikipédia
[7] Michael J.
Sandel (/sænˈdɛl/; born March 5, 1953) is an American political philosopher and a professor at Harvard University. He is best known for the Harvard course 'Justice',
which is available to view online, and for his
critique ofJohn Rawls' A Theory of Justice in his first book, Liberalism and the Limits of
Justice (1982). He was elected a Fellow of the American Academy of Arts and
Sciences in 2002. Wikipédia
[8] John Stuart Mill (Londres, 20 de Maio de 1806 — Avinhão, 8 de Maio de 1873) foi um filósofo e economista inglês, e um
dos pensadores liberais mais influentes do século XIX.
Foi um defensor do utilitarismo,
a teoria ética proposta inicialmente por seu padrinho Jeremy Bentham.
Wikipédia
[9] Jeremy Bentham (Londres, 15 de fevereiro de 1748 —
Londres, 6 de junho de 1832) foi um filósofo e
jurista inglês. Juntamente com John Stuart Mill e James Mill,
difundiu o utilitarismo, teoria ética que responde todas as questões acerca do
que fazer, do que admirar e de como viver, em termos da maximização da
utilidade e da felicidade. Wikipédia
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