Ética, reflexões para um novo século
Para pensar
Perante nós mesmo todos fingimos ser mais ingênuos do que
somos: é deste modo que descansamos dos nossos semelhantes.
Friedrich Nietzche, (1)
Nada estimo mais, entre todas as coisas que não estão em meu
poder, do que contrair uma aliança de amizade com homens que amem sinceramente
a verdade.
Baruch de Spinoza, (2)
As novas opiniões são sempre suspeitas
e geralmente opostas, por nenhum outro motivo além do fato de ainda não serem
comuns.
John Locke, (3)
Um dos paradoxos dolorosos do nosso
tempo reside no fato de serem os estúpidos os que têm a certeza, enquanto os
que possuem imaginação e inteligência se debatem em dúvidas e indecisões.
Bertrand
Russell, (4)
A verdade neutra e essencial liberta do poder, não existe.
Cesar Candiotto, (5)
“Um problema da nossa época é que as pessoas não querem ser úteis, mas
sim importantes”.
Winston Churchill, (6)
Objetivo
O objetivo deste trabalho é expor nossa visão (absolutamente
pessoal) ética e sugerir algum padrão moral a quem se interessar pelas nossas
opiniões e pensamentos. Não é um trabalho de um profissional em Ciências
Humanas ou Filosofia, mas o resultado de uma vida razoavelmente longa durante a
qual inúmeras vezes fomos obrigados a tomar decisões vistas de forma positiva
ou negativa (pessoalmente e por nossos críticos e observadores), dependendo de
quem era afetado pelo que fazíamos.
Parece-nos que o saldo foi positivo, assim atrevemo-nos a
escrever este livro na esperança de ser útil àqueles que respeitamos e amamos.
Para estimular reflexões é bom lembrar que nunca vimos alguém
feliz com a notícia de que morreria em breve, exceto em casos extremos, talvez.
Assim a saúde física e mental é essencial a uma existência compensadora e é
importante querer viver a partir da harmonia pessoal e social. A vida cobra
pesadamente os erros e excessos.
Mais ainda, sendo um trabalho que realizamos num período de
decadência física e intelectual, podemos errar muito em nossas reflexões. É,
contudo, um esforço para deixar algo de referência a todos que quiserem lembrar
o que entendíamos por “ética” ao final da vida.
Agonizando podemos fraquejar e transmitir uma falsa visão de
nossas crenças.
Escreveremos e revisaremos este livro até tivermos
consciência de que o final de nossa vida será imediato, assim é uma obra
perigosa, sempre merecendo dos leitores atenção para os vícios intelectuais
dessa fase da vida.
E a Ética?
Tratando de ética estaremos falando de algo que nasceu do
medo e respeito a um ser superior. Podemos existir sem esta crença?
Entendemos que compreender e aceitar a existência de Deus se
existir, seja o que for, é algo absolutamente distante de nossa capacidade de raciocínio.
As ilusões humanas partem para o mais difícil ainda, que seria o contato direto
e cooptável. Infelizmente a imensa maioria da Humanidade acredita e aceita
alguma divindade capaz de vinganças e paixões na lógica antropomórfica (um Deus
com alguma característica humana, o que consideramos um absurdo) que serviu de
base a nossas grandes religiões.
Merece uma pesquisa, algo até fácil diante dos meios de
comunicação atuais, o que significa a palavra “religião” que tantos defendem e
poucos sabem o que realmente esse verbete contém.
O que incomoda tremendamente é a hipocrisia da imensa maioria
dos crentes. Pior ainda, a maioria ao bajular um ser superior sente-se livre
para repetir crimes, “pecados”, vícios de toda espécie.
Ver gente rezando, orando, pagando promessas, batendo no
peito e depois fazer coisas abomináveis é a prova suprema da falsidade
reinante. Os pedidos de perdão acontecessem diariamente, poucas pessoas
resistem a cometer os mesmos “pecados” ou piores. Isso é acreditar em Deus? Ser
religioso?
A complexidade do Universo e a de uma simples bactéria são
colossais. Vamos explicar tudo isso
imaginando um ser mais complexo, onipotente, onisciente, perfeito?
Deus é antes de tudo uma invenção humana; o ser humano não
suporta a falta de explicações, sejam quais forem. Acreditamos que somos
capazes de altíssimos raciocínios (e portanto conhecimentos), quando na vida
real poucas pessoas são suficientemente inteligentes e dispostas a pensar com
profundidade. O mistério da vida e até das coisas inanimadas distribuídas pelo
Universo ultrapassa pretensões de estudiosos, menos daqueles que, ingenuamente,
simploriamente acreditam que tudo se explica de acordo com alguma Bíblia.
Com certeza há muito a ser descoberto e muito mais que nunca
será conhecido, em tempo algum.
A vida está aí e os desafios de existir exigem de todos nós
máxima compreensão de quem somos e o que devemos ser, melhor ainda, o que pretendemos
ser. Vale registrar que saber de si, querer entender o que somos e queremos é
tema que remonta aos filósofos mais antigos. Para isso os grandes pensadores
criaram métodos de análise bem expostos (5) e magistralmente
idealizados. Com certeza na história futura outros serão desenvolvidos.
O que importa, o que precisamos para viver em harmonia?
A felicidade e o sucesso que nos gratificam dependem de nossas
habilidades, desde que começamos a pensar, em descobrir os melhores caminhos
para nossa satisfação e amor próprio.
Seria fácil se todos nós tivéssemos a genialidade de entender
e dominar nossos instintos e comportamentos e pudéssemos saber detalhes de tudo
o que a humanidade descobre e faz (7) . Talvez muitas
pessoas realmente tenham conquistado esse nível de conhecimento, vivendo em paz
e harmonia com tudo e todos.
O drama existe quando insistimos na sinceridade pessoal e não
admitimos mentiras, exigindo de nós a dúvida se qualquer detalhe carecer de
explicações convincentes. Esse pesadelo saudável é essencial ao comportamento
livre de fanatismos. Lideranças religiosas, políticas, militares etc. sempre
partiram para o convencimento absoluto de suas vontades e de todos aqueles que
pudessem cooptar. Assim as guerras, suplícios, submissões espúrias e maldosas
se transformaram em padrão de dominação, algo que se transformou em ciência e
negócios; nova forma de dominação: o consumismo e modismos mercantilizados.
Muito pode existir fora de nossa compreensão, ninguém,
absolutamente ninguém é dono da verdade nem possui inteligência necessária e
suficiente para construir certezas.
Não dominamos todas as ciências universais para podermos
fazer afirmações absolutas. Isso percebemos estudando Física, por exemplo.
Equações e leis naturais de senso comum vão se mostrando simplificações até
grosseiras à medida que aprofundamos estudos e experiências, um processo que
vai apresentando complexidades sucessivas, desafiando permanentemente nossa
vontade de chegar ao conhecimento absoluto de qualquer fenômeno.
Durante a vida sentimos que somos ou não privilegiados;
sofremos e nos regozijamos com muita coisa que pode ser efeito de nossas
decisões, todas elas, contudo, causa e efeito de tudo o que acontece.
O que podemos e devemos, na nossa mais simples imaginação, é
descobrir o que de dentro de nós sussurra e eventualmente grita, diz o que
fazer (Pessoalmente sempre me arrependi de quando desprezei essa orientação).
Nunca poderemos fazer afirmações a partir de outros corpos e
cérebros. Podem ser radicalmente diferentes do nosso conjunto e o são, e nós
carecemos de amplitude para atingirmos sozinhos as “verdades” que afirmamos.
Isso exige respeito pelas orientações diferentes daquelas em que acreditamos.
Quem é dono da verdade?
Com certeza um líder sente-se obrigado a fazer a apologia de
suas ideias e propostas. Infelizmente a operacionalidade do discurso de
mobilização exige pessoas que tenham o dom da oratória, ou seja, saibam
transgredir a honestidade intelectual.
A maioria das pessoas padece de preguiça intelectual, pensar
incomoda...
Mais ainda, lembrando Michel Foucault, precisamos estar
atentos ao que em relação ao passado chamaríamos Arqueologia do Saber (8) , título de um livro
fantástico desse gigantesco pensador universal. Em que nível de comunicação
estamos?
Nada garante que o que denominamos azul seja igual para
todos, assim como os sons, sabores, textura, imagens etc. com certeza são
diferentes, pois treinamos permanentemente gostos e nossos sensores e softwares
são afetados diariamente, degradados pela poluição e acidentes, fortalecidos
pela educação.
Nossa preocupação, contudo, é registrar o que possa ser útil
e faça daqueles que acreditarem em nossas opiniões e “teorias” pessoas felizes,
de bem com a vida e ao final dela não se arrependam do que fizeram, ao
contrário, tenham orgulho do que foram e esperança em outras oportunidades além
da morte, se existirem.
Acima de tudo esperamos transmitir a beleza da dúvida, a
inutilidade das convicções e o perigo do fanatismo e da indiferença em relação
a uma vida sadia, prioritariamente racional e fraterna.
Introdução
Qualificar, classificar, optar, aceitar, viver em
coletividade e trabalhar é um conjunto de ações que qualquer pessoa desde a
mais humilde à maior das maiores é obrigada a exercer para poder sobreviver,
simplesmente. Mais ainda, dependendo do momento e das exigências ambientais a
questão moral e a ética serão diferentes, merecendo do indivíduo uma avaliação
própria.
Não existe panaceia.
Os figurinos estão aí, seus criadores naturalmente os
defendem com vigor, mas a realidade supera as simplificações. Viver, sobreviver
e vencer exige de cada ser pensante e atuante flexibilidade de estilos e capacidade
de discernimento em função dos cenários em que estiver.
Assim como a Humanidade evolui ou simplesmente se transforma,
nós também mudamos ao longo da vida.
Muitas religiões introduziram conceitos de culpa e penitência
que tornam as pessoas crentes inseguras e infelizes. Criaram situações e
comportamentos para dominação de seus rebanhos. Os massacres por motivação
religiosa são a pura consequência do medo de desagradar ao(s) Deus(es) e uma
forma de bajulá-lo(s) assim como a necessidade compulsiva dos donos da verdade
em imporem suas vontades.
Se as religiões criaram fundamentalistas, as ideologias
políticas o fizeram tanto ou mais, pois com elas estavam interesses de classes,
de elites, dos donos do Poder. É normal lembrar os tempos passados como sendo
idílicos, algo que certamente é fruto da mais absoluta ignorância sobre a
História da Humanidade. Provavelmente estejamos num período até superior a
todos que existiram, apesar de nações inteiras ainda se digladiarem de forma
absurda e imoral.
Qualificar pessoas é um processo extremamente grave, ainda
que necessário e permanente. Dependemos de classificações quando estamos na
multidão externa a elites restritas e suficientemente poderosas para inibir
contestações fora de seus aquários. Qualquer família que já passou por
dificuldades de sobrevivência sabe quanto é perigoso um descuido ou um erro que
seja notado por outras pessoas poderosas.
Vivemos uma fase de ativismo social e político. De modo geral
os cidadãos comuns não lutam a favor de propostas além de seus interesses
reais. Os processos coletivos pouco mais são que manifestações de torcidas
organizadas, exceto quando os abusos das elites ultrapassam certos limites
difusos, mas felizmente existentes. A dominação das classes dominantes tem um
recurso que é inatingível pela gente humilde, a propaganda intensiva de suas
ideias.
Um agravante nesse processo de convencimento é a mídia
religiosa, sempre proclamando a necessidade de sacrifícios e penitências e que
os bons terão benefícios após a morte ou ainda em vida por vontade divina.
Constroem templos e esquecem a própria casa.
Seja qual for nossa saúde física e/ou mental temos
fragilidades tão grandes quanto podemos ser fortes. Somos gigantes quando
dominamos nossos vícios debilitantes. Crescemos ao impor aos nossos instintos
padrões de comportamentos saudáveis. Em tese existe dentro de nós, qualquer um,
os piores e melhores instintos.
O dilema é: que modelos vestir?
As religiões e ideologias trazem figurinos completos. É só
aceitar, acreditando ou não. Como qualquer roupa o que vestimos prende,
atrapalha movimentos de maior liberdade, mas protege do frio, evita
contaminações perigosas, identifica e aproxima pessoas. Pode também causar
doenças e abrigar micróbios. As grandes pragas de nossa história vieram por aí,
mais ainda quando nenhum conceito de higiene intelectual e material eram valorizados.
Ao contrário, em períodos obscuros de certos povos a sujeira corporal era
considerada piedade religiosa, quando a questão sexual, espertamente explorada
pelos pregadores, assustava qualquer pessoa (9) e o fanatismo
condenava (e condena) a suplícios impressionantes.
Exemplo: (9) em Considerações
Finais:
A sexualidade, portanto,
sempre exerceu fascínio sobre o cristianismo, que não cansou de comentá-la,
discuti-la, normatizá-la, proibi-la e excitá-la. A Igreja cristã, mais
especificamente a Igreja católica, produziu tratados com o propósito de
convencer as mulheres a evitar o casamento e dedicar-se à castidade bem como
redigiu documentos destinados a ensinar os monges a proteger-se dos desejos que
ameaçavam a santidade da alma. Nos primeiros séculos da era cristã, o clero
católico procurou combater o matrimônio, instituição laica e privada,
recorrente entre os membros da aristocracia romana. Diante de sua permanência,
a Igreja promoveu, com certa reticência, a sacramentalização do casamento,
autorizando-se, desse modo, a penetrar no quarto do casal, vasculhar sua
intimidade e estabelecer os limites entre o permitido e o proibido no âmbito da
sexualidade. Homens que, em tese, se privavam de viver a própria sexualidade
ficaram responsáveis por orientar a vida sexual de fiéis que não sabiam o que
fazer com os próprios desejos e temiam suas manifestações. Tornar o matrimônio
uma instituição pública e sagrada permitiu ao clero romano consolidar seu poder
político e ampliar sua intervenção na vida íntima dos fiéis. O que pode gerar
mais poder a uma instituição do que a capacidade de controlar a intimidade das
pessoas e ter acesso a seus segredos?
A Igreja desenvolveu
tecnologias de extração da verdade de si, como a prática da confissão, para
descobrir o que cada sujeito esconde de sua sexualidade e, dessa forma,
aumentar seu poder sobre os corpos dos fiéis. O clero estava interessado em
conhecer a vida íntima dos cristãos para melhor controlá-la e aperfeiçoar os
códigos de regulamentação dos desejos e da atividade sexual. As técnicas de
interrogatório e os procedimentos confessionais possibilitavam a revelação de
verdades secretas, desconhecidas do próprio sujeito. O dispositivo da confissão
determinava que o verdadeiro cristão deveria “despir” a sexualidade diante do
confessor que observava tudo com atenção e interesse. A pastoral católica
inaugura a prática da exposição da vida sexual, sem pudores e inibição.
Além da ciência, o
protestantismo e logo em seguida o pentecostalismo aprimoraram as técnicas de
vigilância e observação da sexualidade, desenvolvidas pelo catolicismo
medieval. Segundo Weber (2004), a Reforma Protestante produziu uma forma de
dominação e regulamentação da vida privada que se fazia sentir mais fortemente
entre os fiéis, pois penetrava de fato nos espaços secretos da intimidade. A
sexualidade tornou-se ainda mais central do que já era. Nas Igrejas
protestantes e pentecostais, tudo gira em torno dos desejos e prazeres sexuais
dos fiéis. As pregações, os documentos teológicos, as orientações doutrinárias
e os códigos de conduta fazem constante referência à vida sexual. É preciso
vigiá-la, observá-la e confessá-la para não perdê-la de vista. Os seus rastros
devem ser seguidos. Nas cerimônias religiosas, ela aparece para ser
simultaneamente cultuada e combatida. Desde suas origens, o cristianismo
continua preservando o espaço da sexualidade em seus cultos, como se dela
dependesse para permanecer vivo.
A história da
sexualidade ocidental, narrada sucintamente nesse artigo, permite-nos constatar
que o cristianismo sempre se incomodou com a sexualidade, intensificando
gradativamente seu sistema de controle para mantê-la sob a tutela e orientação
da Igreja. Líderes eclesiásticos promoveram a disciplina do corpo, a
regulamentação do prazer, a normatização do desejo e o estímulo à exposição da
intimidade sexual por meio dos procedimentos confessionais. Por intermédio das
confissões, o clero adquiriu um tipo específico de saber que ampliou o poder de
dominação e controle da Igreja. As estratégias eclesiásticas consistiam em
utilizar o saber obtido nas práticas confessionais para dominar o corpo e o
desejo dos fiéis, tornando-o dócil e obediente, com o propósito de consolidar a
autoridade moral e o poder político da Igreja cristã.
Aceitar algum código de ética, admitir padrões morais e viver
de acordo com a vontade de alguma tribo pode salvar e fazer muita gente feliz
assim como aterrorizar os mais sensíveis.
Os males da Idade Média persistem em países que resistem em
aceitar a igualdade perante leis gerais que a ONU (10) num período de valorização
do ser humano criou; até quando essas orientações serão mantidas? Graças a esse
período de inspiração a proposta de Direitos Humanos ganhou consistência, mas
não universalidade, infelizmente. Note-se que a as leis universais são expostas
a votações de delegados de países filiados, podendo ser alteradas quando a
relação de forças o determinar. Caminhamos num bom sentido ou outras teses
levarão ao esquecimento do ser humano?
É importante transcrever o que isso significa, a Wikipédia da
um bom resumo:
Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de todos os seres
humanos. São : a) direitos
civis e políticos (exemplos: direitos à vida, à propriedade, liberdades de pensamento, de expressão, de crença, igualdade
formal, ou seja, de todos perante a lei, direitos à nacionalidade, de
participar do governo do seu Estado, podendo votar
e ser votado, entre outros, fundamentados no valor liberdade); b) direitos econômicos, sociais e culturais (exemplos: direitos ao trabalho, à educação, à saúde, à previdência social, à moradia, à distribuição de renda, entre outros,
fundamentados no valor igualdade de oportunidades); c) direitos
difusos e coletivos (exemplos: direito à paz, direito
ao progresso, autodeterminação dos povos, direito
ambiental, direitos do consumidor, inclusão digital, entre outros, fundamentados no valor fraternidade).
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para
com os outros em espírito de fraternidade.”
— Artigo 1º Declaração
Universal dos Direitos do Homem
As
ideias de direitos humanos tem origem no conceito filosófico de direitos
naturais que
seriam atribuídos por Deus; alguns sustentam que não haveria
nenhuma diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais e veem na
distinta nomenclatura etiquetas para uma mesma ideia. Outros argumentam ser
necessário manter termos separados para eliminar a associação com
características normalmente relacionadas com os direitos naturais, sendo John
Locke[1] talvez o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria.
E no Brasil? (Pergunta que será aplicada diversas vezes ao
longo deste livro de forma explícita ou não)
O Dr. Dráuzio Varella descreve a sorte de pessoas menos
poderosas que contrariaram convenções. Seus livros são uma lição para quem,
sendo mais jovem, pode optar. Outros mais atentos à vida dos poderosos devem
estar avaliando os réus do “Mensalão”, por exemplo, assim como dos escândalos
que vão do Metrô Paulistano a golpes contra o BNDES, convencendo-se, quem sabe,
a procurar de qualquer jeito estar entre os caciques da nação... O tratamento aos
cortesãos é outro bem diferente daqueles que estão na planície. Ou seja,
agravando a lógica dos julgamentos encontramos situações muito diferentes em
função dos poderes adquiridos.
É importante pensar, contudo, se simplesmente não estamos
vingando nossa mediocridade ao saborear a agonia de pessoas que conquistaram
projeção nacional (11) .
O Brasil tem exemplos atuais inacreditáveis para quem não o
conhece. Os escândalos se sucedem graças a uma dinâmica moderna de vigilância e
à liberdade de comunicação.
Aqueles que não forem brasileiros poderão entender o que pretendemos
dizer com os filmes e livros (12) , (13) e (14) , entre outros, da
história da economia mundial no século 20 e já agora, século 21; cenários e
histórias reais e romanceadas de uma realidade internacional assustadora até
para o ex-presidente do Banco Central dos EUA (15) .
Economia, culturas e poderes são a marca da organização
humana. O nosso desafio é entender o que aconteceu e imaginar fórmulas de
sobrevivência com dignidade, realistas, aplicáveis a nossos descendentes.
Não podemos ignorar, contudo, que a cultura universal se
transforma e em cada momento veremos o resultado dos discursos, conhecimentos,
hábitos e poderes existentes (8) .
Michel Foucault demonstrou, estudou e teve suas análises
publicadas em muitos trabalhos que merecem leitura (ou audição e visão –
youtube, filmes, quem sabe no cinema em algum dia) e aprofundamento intelectual
(16) ,
preocupado com interpretações éticas e morais feitas a distância, longe dos
caprichos da inteligência humana e seus preconceitos. Sua determinação em viver
de forma presencial situações marcantes de sua época, analisando incidentes e
processos extraordinários com padrões jornalísticos e filosóficos, ilustra um
método de estudo importantíssimo, muito longe do academicismo e das convicções
de filósofos universalistas, revolucionários de escrivaninha. Hannah Arendt,
inúmeras vezes destacou em seus livros as diferenças entre o consenso universal
e a realidade, algo que lhe custou caro após o livro (17) [2]·.
Ela viveu o pesadelo de expressar suas crenças, algo semelhante ao que
aconteceu a inúmeros pensadores de imenso valor para a Humanidade.
De qualquer forma, por mais inteligente que o profeta, sábio,
professor, filósofo ou ideólogo seja, a certeza absoluta que possam ter de suas
propostas é algo perigoso, prejudicial à racionalidade e à otimização da vida
humana[3].
O inacreditável em pleno século 21 é sentir que muitos
analistas querem que a natureza humana siga um figurino para o qual têm as
medidas certas.
O “homo sapiens sapiens” é incrivelmente complexo e com
alternativas infinitas de composição de seus elementos criadores; cada pessoa é
singular, única. Justiça? Julgamentos? Em tudo sempre devemos separar a
necessidade de regulamentação e disciplinamento da convivência e da aplicação
de conceitos “universais”; até onde são válidos?
Ou seja, sempre que qualificamos alguém devemos ter
capacidade de alteridade[4] (18) e visão holística[5]
do que somos eventualmente obrigados a fazer, dizer e até agir de forma radical,
quando necessário. Com certeza não é uma postura conveniente a quem manda em
qualquer espécie de sociedade atual. Isso Frei Beto explana com muita
propriedade em (19) e em outros
trabalhos sobre o jogo do poder e seus efeitos sobre o comportamento humano.
Atenção a comportamentos éticos em cada momento da História não
é capricho, é algo útil e fundamental ao indivíduo; Esse primata bípede da
espécie homo é um animal que não tem (agora) proteções naturais suficientes
para viver instintivamente nas cidades sem grandes sistemas corporativos de
segurança; precisa aprender, por bem ou até violentamente, que depende da
submissão a códigos morais e éticos para sobreviver em grandes comunidades,
ainda que não perfeitos, sublimes. Para isso leis, decretos, normas, códigos e
sistemas de intimidação e isolamento existem e estão em permanente
transformação para disciplinar bilhões de pessoas.
A qualidade da submissão a códigos de ética e os próprios
códigos dependem da cultura, do grau de instrução e da educação formal do indivíduo,
algo que se transforma permanentemente.
É importante notar que os legisladores podem introduzir
constituições completas, mas inúteis se os povos não as entenderem. Da Revolução
Francesa aos processos de “redemocratização” da América Latina [ (20) , (21)
etc.] encontramos exemplos concretos da ineficácia e até dos riscos de saltos
muito grandes.
Religiões são a base da ética popular e até de grandes
lideranças poderosas. Elas existem sobre estruturas consensuais ou não, mas
seus profissionais, convencidos de suas pregações, são extremamente eficazes no
convencimento de seus seguidores. A retórica, algo analisado em muitos livros
de grandes pensadores, é arma perigosa que pessoas engajadas em qualquer coisa usam
para convencer, muitas vezes desprezando qualquer argumentação honesta.
Se o ser humano pudesse realmente entender e utilizar a
Ciência em sintonia com verdades absolutas (pelo menos neste convencimento)
certamente teríamos orientações seguras dentro do que denominamos “ética”. A
fragilidade de nossos comportamentos e conhecimentos, contudo, estimula dúvidas
e ajustes assim como adoção de conjuntos de leis, regras, preceitos e doutrinas
pré-fabricadas, inclusive religiões e ideologias.
Temos desde leis
universais até pessoais, familiares. Todos nós construímos mesmo sem perceber
uma coleção de regras, códigos, padrões morais, etc. e adotamos religiões, estruturas
filosóficas e similares.
E nós diante de tudo isso?
A insignificância do “homo sapiens sapiens” é uma realidade
que só cresce à medida que o conhecimento humano avança. No passado nossos
ancestrais podiam ser arrogantes, era fácil ter certeza de alguma coisa, tudo
parecia simples.
Civilizações foram nascendo sobre o conceito antropomórfico
da figura e comportamento do que denominaram “Deus”. Era fácil e instintivo
pensar assim, como o é e será sempre para a maioria absoluta das mulheres e dos
homens.
As certezas são proporcionais ao grau de ignorância do ser
aparentemente pensante ou mal orientado. Basta uma noite olhando o firmamento
celeste ou procurando com alguma lupa detalhes de uma simples flor para
percebermos que nada ou muito pouco sabemos e entendemos. Nossas dúvidas
naturalmente se ampliam e se afastam de receitas prontas, remédios genéricos e
médicos importados. É o ônus da inteligência e da cultura científica.
O que se percebe, contudo, é a disposição para a alienação; é
fácil delegar a terceiros as dúvidas existenciais. Sobreviver com luxos exige
dedicação, muito trabalho, redução máxima para a introspecção e leniência
diante dos poderosos.
Na sociedade moderna, compulsivamente lúdica e consumista, o
tempo para pensar é escasso. A mídia a serviço de grupos de executivos, líderes
corporativos etc. usa e abusa do poder de convencimento que esmaga a
inteligência humana.
Estar obsessivamente “conectado” com o mundo é o câncer que
mata a capacidade de pensar. Esquece-se a inteligência, opta-se pelos instintos
oportunistas e a compulsão de ser, estar e pertencer já que é muito difícil
mandar e liderar. É analgésico esquecer tudo e simplesmente saborear a vida de
forma natural, aproveitando e usando o potencial da Ciência e da Tecnologia
para existir de acordo com o mais íntimo e impublicável de nossos instintos.
Com certeza nascemos diferentes e crescemos acentuando
qualidades singulares. Essa situação contemplativa e maravilhosa que temos pela
Natureza de nossa existência torna a sociedade humana algo fantástico, quando
ela se desliga de instintos selvagens. Infelizmente passamos milhões de anos
lutando de forma violentíssima para sobreviver se considerarmos que só
existimos quando de acordo com os cientistas ganhamos algumas habilidades que
definiram como o que é o ser humano.
Talvez tenhamos superado as imposições das florestas e
savanas perigosas e permanentemente desafiadoras.
Talvez por desonestidade intelectual ou ignorância muitos
expoentes do pensamento humano promoveram paraísos (e infernos) na Terra e no
Céu. Com certeza só não aceitando o que significa viver como animal entre
animais e até insetos e micróbios acreditaremos que devamos desprezar
radicalmente a violência se tivermos capacidade de defesa pacífica.
O desafio é disciplinar as necessidades e os sentimentos para
máximo distanciamento de nossa animalidade, se a bondade é realmente um fim possível,
necessário, nobre e justo para os humanos.
Isso não significa o abandono radical de nossos instintos,
eles são úteis e podem ser necessários em ambientes selvagens assim como na
rotina diária, onde o amor sexual é uma das compensações maravilhosas dessa
realidade. No relacionamento sexual o instinto é essencial e parte da beleza do
acasalamento.
O amor estimula e precisa de nossos hormônios e eles são
também importantíssimos quando estamos entre seres perigosos.
Os relatos da vida em presídios (22) e em lugares onde
criminosos mandam demonstra a importância de saber se defender em condições
extremas, quando palavras e atitudes santificadas têm pouco valor.
Vivemos em cidades gradativamente hostis. Nelas, por maior
que seja a disposição para a “não violência” ficamos à mercê de pessoas
agressivas e sob efeito de drogas, enlouquecidas e mal educadas. Não tendo
capacidade de reação seremos reféns de tudo o que se arma contra nós. Mais indefesos
ainda no Brasil onde o povo foi desarmado, exceto em ginásios e academias
“esportivas” onde as artes marciais preparam atletas para matar sem armas de
fogo, facas e estiletes.
Nossa sociedade improvisadora e cheia de boas intenções está
inviabilizando a vida civilizada.
A fragilidade do ser humano
De modo geral a sociedade está organizada e regulada partindo
de princípios de autonomia e livre arbítrio.
Somos tão poderosos assim?
A análise do comportamento de nações tidas como desenvolvidas
e cultas demonstra a nossa incapacidade de fugir de processos educacionais
dirigidos para qualquer sentido. Os exemplos são assustadores. No último século
nações inteiras patrocinaram processos de genocídio absurdos, algumas vezes sob
alegações socialistas. Outros povos, secularmente crentes de serem superiores
aos demais, usaram o poder de seus exércitos para a realização de massacres
abomináveis.
O Nazismo foi o ápice da mediocridade de uma classe média que
se acreditava ter direitos abomináveis. A estupidez nas décadas de trinta e
quarenta do século passado é uma advertência do que significa a crença em valores
fantasiosos e egoístas.
A que devemos tantos riscos e perversões, assim como valores
infinitamente sublimes que muitas pessoas demonstram possuir?
Observando lobos que vivem em matilhas, por exemplo,
percebemos a hierarquização pela força e a exclusão de outros bandos. São
selvagens com alguma organização familiar e social. Seríamos isso?
Além do que poderíamos definir como resultado de nossos
instintos e anseios, nosso corpo é uma montagem que contém elementos perigosos
e fascinantes. Somos um tremendo computador com sensores, servomecanismos,
unidades de lógica, processadores polidimensionais e extremamente compactos
ocupando segmentos de nosso cérebro, sistema operacional, aplicativos
hereditários, sistemas de comunicação, de refrigeração, energia etc., tudo
organizado de forma infinitamente complexa e ao mesmo tempo tão simples como só
a Natureza é capaz de produzir.
Dentro de nós temos glândulas[6]
que mudam os parâmetros de muitas equações de decisão assim como até o DNA contém
elementos que formam o relógio de cada um, definindo fases de nossas vidas com
determinação previsível, além, é claro, sua composição minuciosa.
Cada ser humano é o produto de origens materiais, culturais,
ambientais etc.
Onde podemos mudar algo?
O universo matemático pode ser dividido entre o espaço determinístico
e o probabilístico; de alguma forma criamos estímulos até pequeníssimos que
fazem nos optar por um ou outro caminho.
Pessoalmente acredito também que alguma espécie de espírito
pode nos apoiar, assim vivi sentindo a influência, de meu pai, imagino. Minhas
decisões durante décadas tinham momentos de inspiração inacreditáveis, algo que
simplesmente não posso desprezar.
Ou seja, dentro do mundo que conhecemos e imersos na
complexidade do Universo estamos infinitamente longe de explicar tudo o que nos
acontece.
De qualquer jeito temos o direito de simplificar e explicar,
acreditar em alguma coisa que entendamos como soberana em nossas vidas.
Falamos em glândulas e em períodos de existência. Cada um é
um conjunto de composições singulares. E daí?
Nascemos absolutamente egoístas, dependentes. Não fosse assim
a sobrevivência da Humanidade estaria em risco, se é que ela ainda existisse.
É importante lembrar isso. O altruísmo depende principalmente
da educação que recebemos. O egoísmo deixa-nos dependentes de vaidades, vícios
e necessidades que diminuem à medida que esquecemos nossos problemas e nos
fixamos em ajudar outras pessoas, ou seja, aprendemos a amar o próximo. A
infelicidade é flagrante entre pessoas egocêntricas, sempre apavoradas com a
morte, a perda de qualquer coisa, querendo sempre mais para si, nunca estando
satisfeitas.
O egoísmo também pode ser o resultado de patologias[7].
Merece leitura atenta o verbete (23) assim como os livros
de Michel Foucault, com destaque para (24) .
Isso tudo demonstra a importância da família, da Educação, da
Liberdade onde a aleatoriedade pode evitar a tirania dos tiranos, santos e pregadores.
No Brasil passamos por momentos absurdos de dominação de
grupos de fanáticos à direita e à esquerda. Nas ditaduras militares e
ideológicas, desde os tempos de Deodoro, Vargas e mais tarde com os militares
que consideravam o Almanaque do Exército o único documento de escolha de
presidentes sofremos processos de lavagem cerebral terríveis.
Agora estamos, principalmente, sob o império da mídia[8]
comercial. Alegando liberdade de imprensa mentem, promovem vilanias, estimulam
comportamentos doentios a serviço de patrocinadores alheios às necessidades
mais sadias de nosso povo. Com certeza isso é um instrumento de dominação de
grupos econômicos e financeiros que se sobrepõem na pirâmide de dominação da
Humanidade.
Confunde-se liberdade de imprensa com liberdade de opinião,
algo proibido à maioria dos jornalistas, devidamente monitorados pelas equipes
de editoria. Sistemas comerciais de comunicação são caros e dependem do poder
da mídia para sobreviverem, enquanto os sistemas estatais são implicitamente
censurados...
A verdade é uma hipótese sempre que a procuramos.
Felizmente temos as redes sociais e a universalização da
informação. O Mundo WEB desmonta até as ditaduras mais ferozes. A aleatoriedade
e a acessibilidade quase universal a sistemas modernos de comunicação via
telefonia e internet está furando bloqueios seculares.
Sobre a mídia merecem leitura leitura (25) e (26)
fora outros clássicos mostrando como as “verdades” são produzidas.
Ainda estamos num planeta ética e culturalmente
subdesenvolvido. São muitos os lugares da Terra em que o fundamentalismo
religioso, político e até esportivo criam cenários de terror.
A fragilidade do ser humano está mais do que evidente num
mundo em que o desenvolvimento do conhecimento técnico e científico adianta-se
velozmente da inteligência e capacidade de assimilação sadia das ciências
humanas.
Poderá vir da própria Ciência a fórmula de melhor
aproveitamento do conhecimento humano universal. Talvez tenhamos recursos para
aceleração do cérebro que não sejam tão prejudiciais quanto as drogas
existentes.
Precisamos de tudo e de todos para superar nossas limitações.
Esse livro
Quero escrever e expressar com o máximo de sinceridade o que
penso até o momento de encerrar este livro.
É, contudo, fundamental ter em mente a nossa incapacidade de
percepção plena de nossa vida e do Universo. Sempre falamos e escrevemos com o
que somos capazes de ver e entender, ou assim imaginamos que o seja.
A própria visão é uma ilusão. Entre qualquer objeto líquido
ou sólido existem gases e processos energéticos (ondas, corpúsculos) que não
captamos. As cores são uma convenção cerebral, assim como o cheiro, o paladar,
a audição e até o tato. Nosso corpo é um conjunto de sensores, servomecanismos,
emissores químicos e elétricos que junto ao que denominamos de cérebro mais
softwares, sistema operacional etc. e arquivos viabilizam o que somos.
Filósofos deram outras explicações, mas na realidade somos
máquinas bem elaboradas e hipercomplexas.
Incorro no erro e riscos do meu primeiro livro (27) , quando o que
escrevi foi sincero e cheio de “boas intenções”, mas os erros de redação e
impressão infelizmente mataram o trabalho. Sua publicação aconteceu em pleno
período de uma grave doença em meus olhos...
O fantástico em relação a esse livro (27)
foi o momento em que minha esposa entrou em meu escritório; naquele instante
tinha o primeiro exemplar para me apresentar e eu a idade que meu pai tinha (o
número de anos, meses e dias que meu pai vivera até o dia de sua morte material)
ao falecer. Digo morte material, pois tenho inúmeros incidentes em que a
presença dele e sua orientação devem ter acontecido (ou algo muito mais
improvável) após o 27 de novembro de 1966.
Na condição de engenheiro eletricista raspei a morte por
acidente e a morte profissional e sentimental por diversas vezes;
inexplicavelmente tomei a decisão certa no último instante, algo feito com
convicção e sem qualquer outra explicação, exceto aquelas metafísicas tão
comuns aos espíritas.
Minha mãe era mulher lindíssima, extremamente trabalhadora,
uma artista com uma voz excepcional, apaixonada por tudo quanto fosse belo. Com
certeza seria romântica radical se meu pai não fosse tão materialista.
Infelizmente, como já disse, aprendeu a ser dura e radical com os filhos. Dela
guardo lembranças, de meu pai uma tremenda lição de vida e uma convivência
espiritual altamente positiva que só o filho mais velho tem o privilégio de
contar.
No espaço blumenauense de grandes contradições eu, minha irmã
Sônia Maria e o Pedrinho (Pedro Filho) nascemos e crescemos, cada uma seguindo
seu caminho, escalando montanhas, caindo e se levantando sem desistir de viver.
Destaco meu pai pelo senso de responsabilidade e disciplina
que assumiu após seu casamento com a minha mãe, Chiquinha (Francisca). Era um
indivíduo livre, optou pela jovem Francisca e a família que construiu.
O respeito e o amor sem exibicionismo de meu pai por seus
filhos, esposa, parentes e amigos e amigas era uma característica que marcava
sua personalidade profundamente, a quem o conhecesse bem.
Minha atual família em sua origem era espartana, nasceu e
cresceu com imensas dificuldades; casamos e geramos nossos filhos; vencemos (eu, minha esposa e filhos)
superando situações extremamente difíceis.
Nesse sentido o livro (8) é perfeito.
Lamentavelmente quem ler, espero que todos aqueles que amo e admiro o façam,
estará também afetado pela por suas limitações e compulsões, mas é sempre na
esperança do entendimento pleno que nos expressamos quando queremos educar. Ou
seja, dentro do cenário da época tivemos o que de melhor nossos pais puderam
dar. Seria fantástico ler e estudar algum livro semelhante ao Arqueologia do Saber,
tratando da Arqueologia da Educação Familiar. É normal os filhos reagirem aos
pais, nem sempre com sucesso.
O que Michel Foucault teria a ver com minha família?
O culto à verdade, o apego à honestidade, a vontade de ser
responsável.
Meu pai era um missionário de filosofia e lógicas sensatas.
À semelhança dos pregadores mais conscientes, exercia a
sinceridade com seu filho mais velho. Que momentos fantásticos tive conversando
com ele...
E agora?
Envelhecendo e aprendendo muito dia a dia, estudando muito,
afinal sou apaixonado por História, Sociologia e Filosofia, tenho algumas
convicções que podem estar erradas, mas, infelizmente, pouco vi que contrarie o
que estou escrevendo.
O ser humano era extremamente cruel e violento, se comparado
ao atual em nosso mundinho. Vivia pouco, sua vida era dominada por vaidades,
medos, rituais, convicções e disposição para matar, se necessário, por muito
pouco. Essa cultura persiste em muitos lugares até em nossa terra, é fácil de
perceber isto. A Selvageria fortuita obriga-nos a recomendar cuidados e
distanciamentos de pessoas potencialmente perigosas.
A esperança com certeza é a Humanidade viver mais e mais com
saúde mental. Superar a fase de império dos hormônios é fundamental à leveza de
pensamento e condições de ver algo mais do que simplesmente a beleza ou
sentimentos de alguém que nos atraia.
Paradoxalmente o amor verdadeiro pelo ser humano em geral
depende desse desprendimento, pois o sexo gera competição, desafios, mentiras e
fantasias que ajudam muito pouco a pensar.
Com certeza o amor que se desenvolve após a fase mais
agressiva do acasalamento é talvez mais terno e real. Aí, mais uma vez,
percebemos entre pessoas em geral que a tolerância substitui o amor, algo muito
ruim.
O desafio é aprender a viver, a ser, ter e amar.
Com certeza o amor é essencial à felicidade, e deve ser
cultivado, sustentado, estejam as pessoas em que condição estiverem.
Criar bons relacionamentos e saber viver é uma arte divina.
Assim o desafio deste livro é procurar transmitir conselhos e informações que
ajudem a viver de maneira saudável e gratificante.
Nada pior do que o arrependimento e as boas oportunidades não
costumam se repetir.
Responsabilidade, paixões e
família
Ao longo da vida passamos por diversas etapas que começam da
total dependência dos pais e terminam, se vivermos o suficiente, precisando dos
filhos para tudo. A família marca nossos passos e é um equívoco desprezar esse
relacionamento.
Com certeza carregamos glândulas e instintos que trazemos de
tempos imemoriais quando os seres humanos pouco sabiam da causalidade do
relacionamento sexual e provavelmente o afeto recíproco era secundário diante
da necessidade de lutar pela própria sobrevivência.
À medida que evoluímos ganhamos consciência da unidade básica
de nossa sociedade mais desenvolvida, a família.
Sistemas totalitários recentes procuraram minimizar a
importância da família e atualmente as empresas televisivas (concessionárias),
principalmente, procuram enfraquecer a importância dos pais.
Aliás, a liberdade de demolir a família é algo que merece
atenção dos nossos legisladores. Empresas que existem aproveitando concessões
oriundas dos representantes do povo e lambuzadas com o dinheiro do contribuinte
deveriam ser mais cuidadosas com suas programações. Os televisores,
principalmente, são janelas permissivas e fora do controle familiar.
Não devemos confundir a liberdade de expressão de convicções
com a exploração comercial das taras humanas.
As crianças e os jovens são um tremendo mercado consumidor
que os patrocinadores da mídia comercial disputam ferozmente, na esperança de
que elas imponham a seus responsáveis caprichos e consumos ao gosto e critério
da indústria.
Vemos reportagens e programas absurdos, quando menos querendo
generalizar hábitos, credos, vícios e compromissos de cidades formadas com
padrões muito diferentes daqueles em que nascemos e crescemos. O Brasil tem
dimensões continentais, faz sentido adotarmos figurinos paulistas ou cariocas?
O pesadelo dos pais é imenso.
Como convencer os filhos e filhas a serem responsáveis, a
gastarem o tempo necessário e, pelo menos, suficiente ao aprendizado social,
político e profissional a partir de fontes seguras, saudáveis?
Um exemplo atroz é a mídia esportiva. A duração e o aluguel
(patrocinadores) dos programas esportivos demonstram a conveniência que os
responsáveis pelas concessões de emissoras de televisão faturam. Ganham até
quando a serviço da Democracia (apesar de serem concessionárias), agora, diante
do decreto (28) que permite o
desconto de débitos do Imposto de Renda (BRASIL) do horário político não
negociado, possivelmente em valor cheio de televisão em rede nacional em
programas de partidos eleitorais elas, as concessionárias de rádio e TV, têm
outra fonte de receita considerável. Quanto mais partidos melhor... Usando e
abusando de seus privilégios enriquecem seus donos e mandam no Brasil.
O que se pode constatar, contudo, é a perversidade monumental
de programas e propostas via emissoras de TV, até quando?
Ou seja, a família perde espaço para “educadores” mercenários
e irresponsáveis, para não dizer: criminosos.
Viver é vencer etapas, primeiro inconscientemente, depois, se
a pessoa tiver respeito por si própria e sua família, a construção e manutenção
de uma vida pessoal, profissional e social adequada à felicidade e saúde
daqueles que a formarem e de seus descendentes, prioritariamente.
Com certeza as pressões centrípetas[9]
são enormes. Serão mais fortes nos dois extremos da escala social. Na extrema
pobreza e em famílias que se dispersam sem condições de cuidar de seus filhos é
quase impossível manter um ambiente saudável, ou melhor, é impossível. O
resultado é trágico. Crianças soltas no meio de ambientes insalubres perdem a
oportunidade de crescer de forma segura.
Na puberdade e até antes, percebendo a discriminação social,
começam a ser brutalmente lesionadas psicologicamente. Ao contrário de tempos
antigos quando a definição rígida de classes sociais por outros motivos e na
ignorância do luxo e prazeres dos mais ricos a miséria era razoavelmente
aceita, atualmente as telinhas das TVs mostram ao vivo e a cores o que
significa ser rico, muito rico. O estímulo a ambições impossíveis e à
criminalidade é simples decorrência dessa visibilidade ofensiva dos luxos e
vícios de elites podres. O resultado é a demanda por mais e mais penitenciárias
e policiamento. Gradativamente os ricos se cercam de guardas e muros,
invertendo a condição de prisioneiros.
Mais ainda, os mais ricos deixam seus filhos por conta de
empregados e empregadas. Quem educa as crianças?
Assim o ideal seria que todos sem exceção pudessem e
cuidassem com carinho de seus descendentes. Com certeza os ganhos sociais
seriam enormes.
Em termos éticos as famílias perdem espaço para a mídia
comercial e as crianças se transformam em chorume[10]
desse lixo que é a programação em horário nobre das emissoras de televisão.
Lembrando o poder político conquistado graças à manipulação
de reportagens e o interesse mórbido pela propaganda via telinha de televisores
podemos quase esquecer a possibilidade de mudanças a curto e médio prazo.
Códigos de ética?
Vimos momentos em que a mídia pensou em códigos de ética.
Talvez sentindo o efeito de seus “códigos” no faturamento e riqueza dos
concessionários descubramos que a ética do dinheiro é soberana, foi mais forte.
E as famílias? Os seres humanos que a formam?
O desafio do século 21 será usar tudo que existe para
fortalecer as unidades básicas da sociedade de forma sadia e dando a seus
responsáveis condições de educar e proteger seus componentes.
Somando as influências deletérias de processos de deseducação,
os efeitos da mídia se agravam com as gangues criminosas e dominadoras em torno
do comércio de drogas.
É extremamente importante educar para a sobrevivência e o
sucesso com dignidade.
Se as crianças são afetadas pela má propaganda, os pais não
são menos vulneráveis, até por que eles estão no pleno uso de instintos
sexuais, acima de tudo, num ambiente social em que sair devidamente vestidos
para chamar a atenção do sexo oposto é a regra implícita na moda.
Não devemos regredir a proteções e exclusões primitivas, mas
devemos estar atentos ao que significa ser alvo e agente de ações de conquistas
de terceiros, aleatórias, perigosas.
O casamento é uma formalidade, um ato de compromisso que as
religiões faturam.
O nascimento de filhos, contudo, transcende tudo e cria
obrigações extremamente importantes.
Naturalmente existem casais mal formados, impossíveis. Se
neles a geração de filhos aconteceu, é uma lástima. Existindo irão precisar de
cuidados especiais.
Ser pai ou mãe é uma condição de compromisso inalienável.
Como educar? Acima de tudo pelo exemplo. Nada perturba mais
uma criança do que a falsidade dos pais, quando percebida. Talvez assim sejam
treinadas para muitas profissões, mas é algo que as entristece, magoa.
As desculpas para desvios são abundantes. Romantismo é a mais
usada. Inúmeros livros, filmes, peças teatrais etc. foram feitos e continuam em
produção transformando paixões em atos nobres. Não dá prestígio mostrar o
contrário, com raras exceções. Será por isso que normalmente os romances
terminam com a cerimônia do casamento?
Crianças?
A resposta de muitos é: o Governo que cuide delas.
No Brasil pior do que isso é a herança dos tempos coloniais
quando o trabalho escravo era usado extensivamente. Degradar famílias de
escravos e estimular a procriação sem grandes preocupações era um tremendo
negócio. O negro escravo era um objeto que seus donos compravam e vendiam sem
qualquer preocupação com os seus sentimentos. Ainda hoje vemos o resultado
disso em regiões onde a responsabilidade social ainda não chegou.
Principalmente entre homens nota-se o orgulho de ter amantes e ter gerado
muitos filhos, deixados aos cuidados de Deus e dos pagadores de impostos. São
vítimas de uma cultura de alienação total.
A mídia comercial, ideológica ou religiosa foi motivo de
atenção especial por grandes filósofos, com destaque para Theodor Adorno[11]
e o Poder em si tema de muitas palestras de Michel Foucault, entre muitos
outros em diversos cenários.
A irresponsabilidade de famílias é moda e atributo de
sociedades insensíveis. Chegamos a descobrir presidentes de nações que se
orgulham de abandonar mulheres com as quais tiveram filhos. Que exemplo!
Ou seja, justamente quando a Humanidade poderia conquistar um
padrão mais saudável de formação cultural, diminuir o número de presidiários,
drogados e pessoas infelizes descobrimos que instintos primários ainda comandam
gente de qualquer nível social, econômico e cultural.
Lógicas libertárias e sexualistas foram geradas e
conquistaram defensores.
[1] John Locke (Wrington, 29 de agosto de 1632 — Harlow, 28 de outubro de 1704) foi um filósofo inglês
eideólogo do liberalismo,
sendo considerado o principal representante do empirismo britânico
e um dos principais teóricos do contrato social .
Locke rejeitava a
doutrina das ideias inatas e afirmava que todas as nossas ideias tinham
origem no que era percebido pelos sentidos.
A filosofia da mente de Locke é frequentemente citada como a origem
das concepções modernas de identidade e do "Eu". O
conceito de identidade pessoal, seus conceitos e questionamentos figuraram com
destaque na obra de filósofos posteriores, como David Hume, Jean-Jacques
Rousseau e Kant. Locke foi o primeiro a
definir o "si mesmo" através de uma continuidade de consciência.
Ele postulou que a mente era uma lousa em branco (tabula rasa).
Em oposição ao Cartesianismo, ele sustentou que nascemos sem ideias inatas, e que o
conhecimento é determinado apenas pela experiência derivada da percepção sensorial. Wikipédia
[2] ...em 1963, lançaria Eichmann em
Jerusalém, que reúne os cinco
artigos que escreveu sobre o julgamento de Eichmann, que
cobriu para a The New Yorker. Nesse livro Eichmann não é retratado como um demônio
(como o descreviam os activistas judeus) mas alguém terrível e
horrivelmente normal. Um típico burocrata que
se limitara a cumprir ordens, com zelo, por amor ao dever, sem
considerações acerca do bem e do mal. No livro, Arendt aponta ainda a cumplicidade das lideranças judaicas
com os nazistas. Esta perspectiva valer-lhe-ia críticas virulentas das organizações
judaicas, além da ameaça de ser
excluída da universidade. Wikipédia
1.
Não tenhas certeza absoluta de nada. 2. Não consideres que valha a pena
proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
3. Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
4. Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas
crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois
uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória. 5. Não tenhas respeito
pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem
achadas. 6. Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas,
pois as opiniões irão suprimir-te. 7. Não tenhas medo de possuir opiniões
excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas
excêntricas. 8. Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em
concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o
primeiro será um acordo mais profundo que a segunda. 9. Seja escrupulosamente
verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais
inconveniente se tentares escondê-la. 10. Não tenhas inveja daqueles que vivem
num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso. (125)
[4] Alteridade (ou outridade)
é a concepção que parte do pressuposto básico de que todo o
homem social interage e interdepende do outro. Assim, como muitos antropólogos e cientistas sociais afirmam, a existência do
"eu-individual" só é permitida mediante um contato com o outro (que em uma visão
expandida se torna o Outro - a própria sociedade diferente do indivíduo).
Wikipédia
[5] Wikipédia em 27.12.2013 - Holismo (do
grego holos que significa inteiro ou todo) é a ideia de que as propriedades de
um sistema, quer
se trate de seres humanos ou outros organismos, não podem ser explicadas apenas
pela soma dos
seus componentes. O sistema como um todo determina como se comportam as partes.
O princípio geral do holismo pode ser resumido por Aristóteles,
na sua Metafísica, quando afirma: O todo é maior do que a
simples soma das suas partes.
[6] Uma glândula endócrina secreta
substâncias que são lançadas diretamente na corrente sanguínea, ao contrário dasglândulas exócrinas. A tireóide é
uma glândula endócrina. Existem ainda as glândulas anfícrinas, que são
simultaneamente endócrinas e exócrinas. O pâncreas produz insulina (lançada
directamente no sangue) e suco pancreático (lançado no intestino delgado, considerado como exterior do organismo). Wikipédia
[7] Psicopata é
designação para indivíduo portador de desordem de personalidade caracterizada
em parte por comportamento antissocial recorrente, diminuição da capacidade de
empatia ou remorso e baixo controle comportamental ou, alternativamente,
dominância desmedida.
Na Classificação
Internacional de Doenças, este
transtorno é chamado de Transtorno de Personalidade Dissocial (Código:
F60.2). Na população em geral, as taxas dos transtornos de personalidade
podem variar de 0,5% a 3%, subindo para 45-66% entre presidiários.
Transtorno
de personalidade caracterizado
por um desprezo das obrigações sociais, falta de empatia para
com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas
sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas
experiências adversas, inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância à
frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da
violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer
racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a
entrar em conflito com a sociedade.
Embora popularmente a
psicopatia seja conhecida como tal, ou como "sociopatia",
cientificamente, a doença é denominada como sinônimo do diagnóstico do
transtorno de personalidade antissocial. Wikipédia
[8] Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
No Brasil, o termo mídia foi
criado a partir do aportuguesamento do inglês "media",
para designar a função, o profissional, a área, o trabalho de mídia ou o ato de
planejar, desenvolver, pensar e praticar mídia, nas agências de publicidade.
Isto aconteceu porque até o final
da década de 1960, nas agências de publicidade, a área era chamada de "departamento de
media", com a grafia inglesa. E eram comuns brincadeiras jocosas que as
pessoas faziam misturando "trabalhar em media", com a expressão
pejorativa "fazer média".
Em parte por isso, e de outra
parte, para especificar melhor o significado do termo dentro do mercado
publicitário, ao formarem o Grupo de Mídia São Paulo – cuja primeira reunião
aconteceu em 15 de agosto de 1968 –, seus fundadores tiveram a feliz idéia de
adotar o “i”, aportuguesando a palavra para "mídia". O mercado
relutou um pouco para assimilar essa forma, mas em meados dos anos 70 até o
anuário da editora Meio & Mensagem já saía grafado como "Anuário de
Mídia".
Vários anos depois, nos artigos
que escrevia para a Folha de S. Paulo, de Nova York, o jornalista Paulo Francis passou a escrever
“mídia” ao se referir à grande imprensa, que abriga os grandes veículos com
reconhecida influência na população e nos governos. E depois, passou a usar
“mídia" para os meios de comunicação em geral.
Não demorou muito para que toda a imprensa
brasileira, tanto os jornalistas bem conceituados, como também apresentadores
de auditório e artistas, passassem a se referir aos meios de comunicação como
“a mídia”. E com a popularização da informática, hoje o termo também é usado
até para designar os discos de CD e DVD.
[9] Força centrípeta é a força resultante
que puxa o corpo para o centro da trajetória em um movimento curvilíneo
ou circular.
Objetos que se deslocam
em movimento
retilíneo uniforme possuem
velocidade modular constante. Entretanto, um objeto que se desloca em arco, com
o valor da velocidade constante, possui uma variação na direção do movimento;
como a velocidade é um vetor de
módulo, direção e sentido, uma alteração na direção implica uma mudança no
vetor velocidade. A razão dessa mudança na velocidade é a aceleração
centrípeta. Wikipédia
[10] O chorume, também chamado por líquido
percolado, era inicialmente apenas a substância gordurosa expelida pelo
tecido adiposo da banha de um animal peludo.
Posteriormente, o significado da palavra foi ampliado e passou a significar o
líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de
processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos.
Esses processos, somados com a ação da água das chuvas, se encarregam de
lixiviar compostos orgânicos presentes nos lixões para o meio ambiente.
Chorume também é uma
mistura de água e resíduos da decomposição do lixo. Pode infiltrar-se no solo
dos lixões e contaminar a água subterrânea. O chorume possui alta concentração
de Demanda
biológica de oxigênio (DBO).
[11] A Filosofia de Theodor Adorno, considerada uma das
mais complexas do século XX,
fundamenta-se na perspectiva da dialética.1 Uma
das suas importantes obras, a Dialética do Esclarecimento, escrita
em colaboração com Max Horkheimer durante a guerra, é uma crítica da razão instrumental, conceito fundamental deste último filósofo, ou, o que
seria o mesmo, uma crítica, fundada em uma interpretação negativa do Iluminismo, de
uma civilização técnica e da lógica cultural do sistema capitalista (que Adorno chama de "indústria cultural"). Também uma crítica à sociedade de mercado que
não persegue outro fim que não o do progresso técnico.
A atual civilização
técnica, surgida do espírito do Iluminismo e do seu conceito de razão, não
representa mais que um domínio racional sobre a natureza, que implica
paralelamente um domínio (irracional) sobre o homem; os diferentes fenômenos de
barbárie moderna (fascismo e nazismo) não
seriam outra coisa que não mostras, e talvez as piores manifestações, desta
atitude autoritária de domínio sobre o outro, e neste particular, Adorno
recorrerá a outro filósofo alemão - Nietzsche.
Na Dialética Negativa, Theodor Adorno intenta mostrar o caminho de uma
reforma da razão mesma, com o fim de libertá-la deste lastro de domínio
autoritário sobre as coisas e os homens, lastro que ela carrega desde a razão
iluminista.
[1] John Locke (Wrington, 29 de agosto de 1632 — Harlow, 28 de outubro de 1704) foi um filósofo inglês
eideólogo do liberalismo,
sendo considerado o principal representante do empirismo britânico
e um dos principais teóricos do contrato social .
Locke rejeitava a
doutrina das ideias inatas e afirmava que todas as nossas ideias tinham
origem no que era percebido pelos sentidos.
A filosofia da mente de Locke é frequentemente citada como a origem
das concepções modernas de identidade e do "Eu". O
conceito de identidade pessoal, seus conceitos e questionamentos figuraram com
destaque na obra de filósofos posteriores, como David Hume, Jean-Jacques
Rousseau e Kant. Locke foi o primeiro a
definir o "si mesmo" através de uma continuidade de consciência.
Ele postulou que a mente era uma lousa em branco (tabula rasa).
Em oposição ao Cartesianismo, ele sustentou que nascemos sem ideias inatas, e que o
conhecimento é determinado apenas pela experiência derivada da percepção sensorial. Wikipédia
[2] ...em 1963, lançaria Eichmann em
Jerusalém, que reúne os cinco
artigos que escreveu sobre o julgamento de Eichmann, que
cobriu para a The New Yorker. Nesse livro Eichmann não é retratado como um demônio
(como o descreviam os activistas judeus) mas alguém terrível e
horrivelmente normal. Um típico burocrata que
se limitara a cumprir ordens, com zelo, por amor ao dever, sem
considerações acerca do bem e do mal. No livro, Arendt aponta ainda a cumplicidade das lideranças judaicas
com os nazistas. Esta perspectiva valer-lhe-ia críticas virulentas das organizações
judaicas, além da ameaça de ser
excluída da universidade. Wikipédia
1.
Não tenhas certeza absoluta de nada. 2. Não consideres que valha a pena
proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
3. Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
4. Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas
crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois
uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória. 5. Não tenhas respeito
pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem
achadas. 6. Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas,
pois as opiniões irão suprimir-te. 7. Não tenhas medo de possuir opiniões
excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas
excêntricas. 8. Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em
concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o
primeiro será um acordo mais profundo que a segunda. 9. Seja escrupulosamente
verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais
inconveniente se tentares escondê-la. 10. Não tenhas inveja daqueles que vivem
num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso. (125)
[4] Alteridade (ou outridade)
é a concepção que parte do pressuposto básico de que todo o
homem social interage e interdepende do outro. Assim, como muitos antropólogos e cientistas sociais afirmam, a existência do
"eu-individual" só é permitida mediante um contato com o outro (que em uma visão
expandida se torna o Outro - a própria sociedade diferente do indivíduo).
Wikipédia
[5] Wikipédia em 27.12.2013 - Holismo (do
grego holos que significa inteiro ou todo) é a ideia de que as propriedades de
um sistema, quer
se trate de seres humanos ou outros organismos, não podem ser explicadas apenas
pela soma dos
seus componentes. O sistema como um todo determina como se comportam as partes.
O princípio geral do holismo pode ser resumido por Aristóteles,
na sua Metafísica, quando afirma: O todo é maior do que a
simples soma das suas partes.
[6] Uma glândula endócrina secreta
substâncias que são lançadas diretamente na corrente sanguínea, ao contrário dasglândulas exócrinas. A tireóide é
uma glândula endócrina. Existem ainda as glândulas anfícrinas, que são
simultaneamente endócrinas e exócrinas. O pâncreas produz insulina (lançada
directamente no sangue) e suco pancreático (lançado no intestino delgado, considerado como exterior do organismo). Wikipédia
[7] Psicopata é
designação para indivíduo portador de desordem de personalidade caracterizada
em parte por comportamento antissocial recorrente, diminuição da capacidade de
empatia ou remorso e baixo controle comportamental ou, alternativamente,
dominância desmedida.
Na Classificação
Internacional de Doenças, este
transtorno é chamado de Transtorno de Personalidade Dissocial (Código:
F60.2). Na população em geral, as taxas dos transtornos de personalidade
podem variar de 0,5% a 3%, subindo para 45-66% entre presidiários.
Transtorno
de personalidade caracterizado
por um desprezo das obrigações sociais, falta de empatia para
com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas
sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas
experiências adversas, inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância à
frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da
violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer
racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a
entrar em conflito com a sociedade.
Embora popularmente a
psicopatia seja conhecida como tal, ou como "sociopatia",
cientificamente, a doença é denominada como sinônimo do diagnóstico do
transtorno de personalidade antissocial. Wikipédia
[8] Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
No Brasil, o termo mídia foi
criado a partir do aportuguesamento do inglês "media",
para designar a função, o profissional, a área, o trabalho de mídia ou o ato de
planejar, desenvolver, pensar e praticar mídia, nas agências de publicidade.
Isto aconteceu porque até o final
da década de 1960, nas agências de publicidade, a área era chamada de "departamento de
media", com a grafia inglesa. E eram comuns brincadeiras jocosas que as
pessoas faziam misturando "trabalhar em media", com a expressão
pejorativa "fazer média".
Em parte por isso, e de outra
parte, para especificar melhor o significado do termo dentro do mercado
publicitário, ao formarem o Grupo de Mídia São Paulo – cuja primeira reunião
aconteceu em 15 de agosto de 1968 –, seus fundadores tiveram a feliz idéia de
adotar o “i”, aportuguesando a palavra para "mídia". O mercado
relutou um pouco para assimilar essa forma, mas em meados dos anos 70 até o
anuário da editora Meio & Mensagem já saía grafado como "Anuário de
Mídia".
Vários anos depois, nos artigos
que escrevia para a Folha de S. Paulo, de Nova York, o jornalista Paulo Francis passou a escrever
“mídia” ao se referir à grande imprensa, que abriga os grandes veículos com
reconhecida influência na população e nos governos. E depois, passou a usar
“mídia" para os meios de comunicação em geral.
Não demorou muito para que toda a imprensa
brasileira, tanto os jornalistas bem conceituados, como também apresentadores
de auditório e artistas, passassem a se referir aos meios de comunicação como
“a mídia”. E com a popularização da informática, hoje o termo também é usado
até para designar os discos de CD e DVD.
[9] Força centrípeta é a força resultante
que puxa o corpo para o centro da trajetória em um movimento curvilíneo
ou circular.
Objetos que se deslocam
em movimento
retilíneo uniforme possuem
velocidade modular constante. Entretanto, um objeto que se desloca em arco, com
o valor da velocidade constante, possui uma variação na direção do movimento;
como a velocidade é um vetor de
módulo, direção e sentido, uma alteração na direção implica uma mudança no
vetor velocidade. A razão dessa mudança na velocidade é a aceleração
centrípeta. Wikipédia
[10] O chorume, também chamado por líquido
percolado, era inicialmente apenas a substância gordurosa expelida pelo
tecido adiposo da banha de um animal peludo.
Posteriormente, o significado da palavra foi ampliado e passou a significar o
líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de
processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos.
Esses processos, somados com a ação da água das chuvas, se encarregam de
lixiviar compostos orgânicos presentes nos lixões para o meio ambiente.
Chorume também é uma
mistura de água e resíduos da decomposição do lixo. Pode infiltrar-se no solo
dos lixões e contaminar a água subterrânea. O chorume possui alta concentração
de Demanda
biológica de oxigênio (DBO).
[11] A Filosofia de Theodor Adorno, considerada uma das
mais complexas do século XX,
fundamenta-se na perspectiva da dialética.1 Uma
das suas importantes obras, a Dialética do Esclarecimento, escrita
em colaboração com Max Horkheimer durante a guerra, é uma crítica da razão instrumental, conceito fundamental deste último filósofo, ou, o que
seria o mesmo, uma crítica, fundada em uma interpretação negativa do Iluminismo, de
uma civilização técnica e da lógica cultural do sistema capitalista (que Adorno chama de "indústria cultural"). Também uma crítica à sociedade de mercado que
não persegue outro fim que não o do progresso técnico.
A atual civilização
técnica, surgida do espírito do Iluminismo e do seu conceito de razão, não
representa mais que um domínio racional sobre a natureza, que implica
paralelamente um domínio (irracional) sobre o homem; os diferentes fenômenos de
barbárie moderna (fascismo e nazismo) não
seriam outra coisa que não mostras, e talvez as piores manifestações, desta
atitude autoritária de domínio sobre o outro, e neste particular, Adorno
recorrerá a outro filósofo alemão - Nietzsche.
Na Dialética Negativa, Theodor Adorno intenta mostrar o caminho de uma
reforma da razão mesma, com o fim de libertá-la deste lastro de domínio
autoritário sobre as coisas e os homens, lastro que ela carrega desde a razão
iluminista.
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