segunda-feira, 26 de maio de 2025

hISTÓRIA DO bRASIL

 

1.              1.               História do Brasil – Economia, Política e Violência no início da República Velha

2.               Sumário

História do Brasil – Economia, Política e Violência no início da República Velha. 1

Sumário. 1

Cenário Mundial 1

Um exemplo de seriedade e serenidade. 1

A Monarquia no Brasil 1

Atração de migrantes europeus. 1

Início das hidrelétricas no Brasil 1

As concessionárias de serviços essenciais e a demanda por profissionais. 1

Patrimônio humano. 1

A Educação profissional no Brasil da Monarquia aos tempos atuais. 1

Final do século 19 e o Século 20. 1

A Proclamação da República e nossos dois primeiros presidentes. 1

Início de grandes obras de Infraestrutura. 1

Governo de Prudente de Morais. 1

Governo Campos Sales – 1898 a 1902. 1

Governo de Rodrigues Alves – 1902 a 1906. 1

Governo Afonso Pena – 1906 a 1909. 1

Governo Nilo Peçanha. 1

Governo do Marechal Hermes da Fonseca – 1910 a 1914. 1

Governo Venceslau Brás – 1914 1 1918. 1

Governo Delfim Moreira – 1918 a 1920. 1

Governo Epitácio Pessoa – 1919 a 1922. 1

Governo de Arthur Bernardes – 1922 a 1926. 1

Resumo sobre a Revolta Paulista de 1924. 1

Produção e exportações do Brasil no início do século XX. 1

Ordem e violência no Brasil 1

Nossas últimas fronteiras no início do século XX. 1

Vacinas, saneamento básico, SUS e prevenção de doenças. 1

O Brasil século XXI 1

Bibliografia. 1

 

 

3.               Sumário

 

Esse livro demonstra minha preocupação com a nossa história tremendamente desconhecida pela maioria absoluta dos eleitores de nossa pátria.

Não sou historiador e se fosse precisaria de uma grande equipe para condensar o que foi o Brasil na República Velha.

Apaixonado por história, eu, engenheiro eletricista, fiz esse trabalho aproveitando aposentadoria e 77 anos de vida, durante os quais ouvi, vi, li, participei em meio nível e sempre que pude saboreei excelentes livros, documentários, filmes, relatos etc. sobre nosso passado.

Espero oferecer sugestões de leitura, estimular curiosidades e condensar um tempo de muitas mudanças no Brasil e em tempos recentes o que significou tudo isso.

4.                

5.                

6.               Cenário Mundial

 

A Partir da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos da América do Norte a Humanidade entrou em noiva fase ideológica. Os ideais entraram em conflito com a realidade e isso significou avanços e recuos desanimadores.

Apesar das teses românticas e idealistas as grandes nações se impuseram pela força. Os impérios[1][2] tinham desculpas e disputavam fronteiras.

A democracia dá condições para retrocessos até em cenários que possam dar a impressão de alguma estabilidade. Mudam para poderem manter privilégios[3]e os agentes dessas mudanças se tornam pessoas intocáveis, eventualmente sofrendo metamorfoses assustadoras.

Mais ainda, os governantes se sucedem, os políticos ganham espaços em função de seus rebanhos e todo ser humano é singular, efeito de sua educação e ambições.

É fácil notar a divinização

 de políticos.

Os seres humanos são frágeis.

As invenções e a tecnologia revolucionárias também mudaram drasticamente a História da Humanidade apesar da continuidade ainda por dois a três séculos de fortes sentimentos racistas, xenófobos, fundamentalistas e de idolatria a lideranças eventualmente infames.

A escravidão[4] era um grande negócio[5]...

Conhecer e entender a História da Humanidade[6] é receber vacinas contra a violência, vacinas que precisam ser repetidas pela leitura sistemática de bons livros, ver e ouvir documentários honestos, filmes sérios, conversar com pessoas mais experientes, ver projetos de arte que alertam para nossos erros e acertos históricos.

A Ética da violência, a moral guerreira, a famosa geopolítica, a escravidão no século 19, racismo, filosofias e revoluções redentoras, acima de tudo interesses comerciais e tirânicos transformaram os séculos precedentes ao nosso em tempos complexos, mais ainda com novas tecnologias que tornaram a Humanidade ciente de seus riscos, mas não consciente dos males que poderia ter evitado.

Talvez pior seja a perturbação psicológica de militares que tenham participado de atos pessoais de violência[7]. Isso deve ter afetado nossos patriotas em suas lutas pelo Brasil.

Tivemos evoluções graças principalmente à ONU e mudanças de lógicas religiosas, acima de tudo da Igreja Católica.

Após a Primeira Guerra Mundial aconteceu a pandemia Espanhola, com esse nome porque a censura da guerra proibia notícias e a humanidade tomou consciência de sua existência através dos jornais espanhóis...

Algo inimaginável é pensar e acreditar que pessoas que se tornam públicas, visíveis, que ocupem cargos de grande responsabilidade após atos de extrema coragem como foi a Proclamação da República no Brasil pretendessem errar fragorosamente.

Com certeza só erra quem decide. Alguns, contudo, erram demais. 

 

7.               Um exemplo de seriedade e serenidade

 

Assim vimos a “Revolução de Veludo”[8], por exemplo, separando a antiga Tchecoslováquia em dois países independentes.  Esse processo de separação mostrou o que a política é capaz quando o povo já sofrido e não querendo conflitos procura soluções pacíficas para suas diferenças.

A aceitação da vontade popular exige humildade sem a perda da dignidade do cargo.

Os líderes da “Revolução de Veludo” mostraram a evolução de um povo que vivenciou todos os tipos de arbitrariedade.

A cultura adquirida (A REVOLUÇÃO DE VELUDO E A TRANSIÇÃO POLÍTICA E ECONÔMICA NA TCHECOSLOVÁQUIA, 2021), a percepção dos males da violência e a lógica de que separar com dignidade é melhor do que unir criando ressentimentos, ódios.

Líderes excessivamente vaidosos, orgulhosos, pretenciosos e intolerantes criam conflitos e destruição[9].

 

 

 

 

8.               A Monarquia no Brasil

 

O retorno de D. João VI[10] à Portugal e a independência implicaram e custos financeiros altíssimos para o Brasil.

A monarquia no Brasil conseguiu existir e superar muitas dificuldades. (Império do Brasil, s.d.). Essa estabilidade evitou que nosso país se fragmentasse à semelhança das colônia hispânicas na América Latina.

Apesar da dependência de nosso país do poder da Grã-Bretanha o modelo brasileiro (Monarquismo no Brasil, s.d.) sucumbiu aos ventos positivistas dos militares.

No Brasil a Monarquia foi atingida por muitos episódios, em especial a questão da sucessão, durante o reinado de D. Pedro II (DESCUBRA O QUE ACONTECEU COM CADA FILHO DE DOM PEDRO II, 2020).

Uma boa descrição resumida desse cenário brasileiro com rei e tudo pode ser lido no livro[11] (Essa tal PROCLAMAÇÃO da EPÚBLICA) de forma divertida e concisa.  

Nossa Pátria ficou para trás e perdeu oportunidades importantíssimas de se desenvolver, tudo era bom como estava, para que mudar?

Na infraestrutura as ferrovias[12] foram mal valorizadas. Nas grandes potências eram projetos prioritários, aqui se perderam nas vaidades da Corte e na alienação dos primeiros republicanos[13].

Felizmente a Democracia, ainda que jovem, permite e dá espaço a pessoas especiais[14]. Assim o Brasil, ainda que lentamente, ganhou bases para consolidar o território que ocupa atualmente.

D. Pedro II era estimado pelo povo brasileiro e não se furtava a enfrentar pacificamente a oposição, muito ao contrário de ditadores que surgiram no século 20 no Brasil.

Viajou, promoveu o Brasil, trouxe sonhos e projetos[15].

A Guerra do Paraguai foi o início de um período de enfraquecimento de seu governo[16] que culminou com a Proclamação da República.

Sofreu um atentado em 1889 que poderia ter resultado em ações enérgicas, o Imperador, contudo, não valorizou excessivamente esse fato[17].  As maquinações a favor da proclamação imediata da República avançaram e desprezaram a hipótese de transições pacíficas (O imperador republicano: Uma concisa e reveladora biografia de dom Pedro II eBook Kindle, 2021).

A família e D. Pedro II foram expulsos[18] do Brasil de forma sórdida. Os republicanos não tinham convicção de apoio popular a suas atitudes.

 

9.               Atração de migrantes europeus

 

 

O Brasil começou a mudar drasticamente com a vinda de europeus[19] nos séculos 19 e 20. Os colonos eram encaminhados para lugares ermos ou onde a libertação dos escravos africanos criava falta de mão de obra.

Em Santa Catarina o resultado foi a industrialização e transformação do estado em um arquipélago cultural, o que é sensível até os tempos atuais [ (Imigração no Brasil, s.d.), (Imigração alemã em Santa Catarina, s.d.), (IMIGRAÇÃO E ETNICIDADE NO VALE DO ITAJAÍ (SC) , 2005)].

 

 

10.           Início das hidrelétricas no Brasil

 

O Brasil tinha e ainda possui um grande potencial de geração de produção de energia elétrica com hidrogeradores.

No final do século ao início do século 20 [ (O papel das primeiras usinas hidrelétricas na urbanização do Estado de São Paulo, 2014), (HISTÓRIA DAS USINAS HIDRELÉTRICAS, s.d.)] ganhamos usinas que fizeram história, eram pioneiras ou a possibilidade de eletrificação de pequenas cidades isoladas.

Um grande empreendedor[20] do Nordeste promoveu a construção da primeira hidrelétrica daquela região e segunda do Brasil.

D. Pedro II era um ser humano amante da Ciência, sua curiosidade fez história (Viagem de D. Pedro II aos Estados Unidos em 1876 – Nova Iorque). Com certeza teria promovido muito mais se a vaidade de cortesãos e as guerras não tivessem exaurido o Imperador.

 

11.           As concessionárias de serviços essenciais e a demanda por profissionais

 

O Brasil vem de uma história em que a iniciativa privada, no início do século, tinha todos os espaços possíveis. A interferência do governo limitava-se a precárias tentativas de regulamentação técnica e controle do crédito. País agropastoril tinha nos campos suas grandes questões econômicas. Madeira, açúcar, borracha e café revezavam-se como nossos grandes produtos de exportação. O comércio baseado em produtos primários exigia um pequeníssimo padrão industrial, consumindo pouca energia. A infraestrutura necessária era suprida por grupos multinacionais e alguns empresários  nacionais.

Desde o final do período imperial o Brasil teve fases de desenvolvimento vegetativo, discreto, com raros momentos de maior sucesso. As poucas estradas, portos, armazéns e sistemas de abastecimento de energia eram suficientes a um povo que mais vivia brigas internas do que a preocupação de um grande desenvolvimento.

O fim do período imperial deu-nos uma democracia mambembe. Nossa pátria era espaço de elites que disputavam ferozmente o poder. Nosso povo era massa de manobra de coronéis, caudilhos, fazendeiros e empresários poderosos.

Algumas cidades tiveram maior politização. São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife, entre poucas mais, foram palcos de muitas lutas com maior participação popular. A grande maioria das vilas e cidades vivia e vive até hoje a rotina de disputas locais, sem suporte filosófico e no mais puro fisiologismo.

A Guerra do Paraguai e os conflitos internos após a Proclamação da República endividaram e estagnaram um país que poderia ter tido outra sorte.

No início desse século a ação dos sindicatos socialistas e anarquistas redundou em uma legislação restritiva à imigração, fórmula encontrada pelas oligarquias conservadoras para se defenderem das novidades políticas, principalmente o socialismo anarquista, o modernismo da época. O resultado foi o Brasil perder a oportunidade de receber milhões de europeus e asiáticos ávidos por espaços, que poderiam aqui ter se estabelecido. Com certeza esse pessoal teria mudado positivamente nossa história econômica. Os Estados Unidos da América do Norte souberam captar esses excedentes populacionais. Ganharam sem grandes esforços multidões treinadas, educadas, preparadas para a fase industrial que viveram intensamente.

Em consequência do seu gigantismo e de seu processo histórico o Brasil iniciou este século com uma constituição que seria a dos sonhos de nossos municipalistas e neoliberais atuais. A liberdade dos estados e municípios era enorme e o resultado foi a formação de centenas de empresas concessionárias. Nesse ambiente ainda contavam com um padrão de vigilância técnica praticamente inexistente, falta de profissionais e escolas, legislação precária e todas as limitações geradas pelos conflitos mundiais e nacionais. É importante notar, comparando, que os EUA tinham aumentado o seu índice de analfabetismo em 1850, um em cada dezoito americanos não sabiam ler e escrever naquele ano.

O Brasil de hoje ainda tem um nível que nosso irmão do norte talvez nunca tenha tido em sua história independente. Ao início do século vinte os EUA usufruíam de toda a vitalidade de uma grande sociedade com vocação industrial. Nós repelíamos os imigrantes que aqui não se dispunham ao trabalho escravo nas fazendas de café...O resultado desse cenário foi a fragilização de tudo o que se pretendia. As empresas surgiam e desapareciam. Não conseguíamos estabelecer uma base sólida ao nosso desenvolvimento.

Nas grandes cidades, coincidentemente capitais de estado, o resultado era mais compensador e nelas algumas grandes empresas se formaram e cresceram. Nessas áreas grupos estrangeiros investiram formando concessionárias com algum sucesso. Infelizmente o desenvolvimento dessas empresas viu-se extremamente prejudicado pela demagogia e pelos conflitos ideológicos entre esquerda socialista, comunista e anarquista contra filosofias liberais, capitalistas. O povo saiu perdendo. Falar mal das empresas de energia e transportes era normal em todos os jornais nos períodos em que existiu alguma liberdade de imprensa. A demagogia refletia-se no congelamento de tarifas, na remessa de lucros prejudicada pela visão míope, que nosso povo tinha dos interesses dos investidores, impedindo até planos de expansão necessários. A falta de compreensão ou de aceitação do que seria uma sociedade democrática, livre e capitalista foi um desastre para o Brasil.

As guerras mundiais e a crise econômica de 1929 e suas consequências também diminuíram substancialmente o interesse e a disponibilidade de investimentos no Brasil.

Em nossas terras a inibição empresarial começou com o fim da “tarifa - ouro” em novembro de 1933. Até então metade da tarifa acompanhava a cotação do ouro, dando-lhe certa segurança contra a inflação brasileira.

Com o Código de Águas de 1934 o poder concedente na área de energia elétrica passou a ser a União, distanciando o regulamentador e fiscal do consumidor e investidor. Tirou-se das cidades, das indústrias, do consumidor comum o direito de negociar seus direitos e deveres. A energia elétrica passou a ser assunto de um pequeno time, residindo no Rio de janeiro e subordinado ao Ministério da Agricultura, com poderes para ditar as condições de atendimento do Brasil inteiro.

A decadência das concessionárias de energia elétrica teve mais um grande incentivo no Decreto-Lei 3.128 de 19 de março de 1941, que conceituava e estabelecia como base de remuneração de investimentos e indenizações o valor histórico e limitava em 10% a remuneração anual sobre o capital. Sem tarifas e com problemas em suas bases externas, os investimentos no Brasil passaram a ser milimétricos. A falta de energia um grande desestímulo ao nosso desenvolvimento.

O nacionalismo exacerbado, a ignorância dos benefícios da energia elétrica, o clima de passividade criado pelas guerras e recessões consolidou o marasmo que vivemos durante décadas na área energética.

Nos centros mais industrializados e dependentes de energia o serviço era feito com grande esforço por empresas sem motivação maior que o interesse em não se afastar de concessões, que um dia poderiam mudar. Com o tempo os geradores particulares a diesel foram se tornando comuns em pátios de indústrias. Estima-se que no meio da década de 50 havia em torno de 100 MW de geradores diesel instalados só na cidade de São Paulo. Por essa época, em Blumenau, uma pequena cidade industrial do interior de Santa Catarina, mais de 3 MW de geração a diesel existiam nas fábricas e a cidade vivia frequentes períodos de racionamento de energia. Sistemas isolados, sentiam diretamente as variações climáticas em suas lâmpadas e motores. Infelizmente nosso povo esqueceu-se desses períodos e suas consequências.

No Brasil, ao início da década de quarenta, poucas escolas de engenharia e de técnicos formavam profissionais. A falta de oportunidades de trabalho na engenharia desestimulava essa carreira. Éramos um país de bacharéis. As maiores empreiteiras nacionais pouco mais que construir algumas estradas ou prédios sabiam fazer. As concessionárias estrangeiras importavam quase tudo, principalmente tecnologia. A sobrevivência das elites garantia-se na exploração de mão de obra barata e dava-lhes o suficiente para uma vida de luxos e debates inócuos. Nossa iniciativa privada era ruim de inspiração.

A estatização no Brasil foi principalmente o efeito da impossibilidade de atrair investidores, fossem eles nacionais ou estrangeiros. Não podendo mudar as regras burras sobre tarifas, diante da demagogia e irresponsabilidade de inúmeras lideranças, a estatização começou no final da década de quarenta. Primeiro com o apoio indireto do acordo do trigo com os EUA, que implicava em financiamentos internos na proporção dos gastos com a importação de trigo, e depois com os bancos de desenvolvimento estrangeiros.

A construção da Usina de Paulo Afonso e Três Marias e a criação da CHESF em 3 de outubro de 1945 (instalada efetivamente em 15 de março de 1948), o trabalho da Comissão de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, inspirado no sucesso da Tennessee Valley Authority (TVA), autarquia norte americana criada em 1933, foi o ponto de partida do processo estatizante nacional. O sucesso da TVA, os problemas gerados pela arrogância burra da LIGHT e a incapacidade financeira da AMFORP ajudaram muito na formação da base do processo de envolvimento estatal na área de energia elétrica. O Brasil foi palco de polêmicas ideológicas. As grandes guerras e a recessão de 1929 demonstraram praticamente a fragilidade da dependência do capital estrangeiro. Os capitalistas brasileiros, por sua vez, pouca competência teve para enfrentar as multinacionais. Foi preciso termos governos ditatoriais para vermos a nacionalização e o desenvolvimento do setor elétrico com características brasileiras abrangentes.

Felizmente tivemos pessoas extraordinárias. Sabendo usar essas oportunidades políticas, administrativas e de crédito, tiveram competência para usar os recursos disponíveis e promover o desenvolvimento energético brasileiro., que deram em três décadas obras como Três Marias, Paulo Afonso, Furnas, Jupiá, Urubupungá e outras usinas, grandes linhas de transmissão e subestações mostrando a competência de uma geração fantástica de engenheiros, economistas, administradores e políticos.

A participação estatal tinha resistências ideológicas, técnicas e financeiras. Evidentemente o Brasil já se encontrava dividido entre empresas concessionárias. O clima de rivalidade entre partidos políticos fragilizava muitas iniciativas. O Brasil era um país desconhecido pelos brasileiros.  Um bom exemplo dessa ignorância foi a informação prestada em Petrópolis por Adolph J. Ackerman na Reunião Parcial da Conferência Mundial da Energia, atual Conselho Mundial da Energia, em 1954, de que o Brasil teria um potencial hidroelétrico de apenas 16.000 MW.

Não podemos desprezar o impacto dos efeitos do programa de reconstrução soviético nos pensamentos de muitos líderes brasileiros. Não passava despercebido deles os resultados alcançados. Após a Segunda Guerra Mundial, com o seu povo e território tremendamente afetados, mesmo sob constante pressão militar do mundo capitalista, desenvolveu-se energicamente tornando-se o segundo produtor e consumidor mundial de energia elétrica. Falhas técnicas da LIGHT contribuíram muito para o surgimento de FURNAS. O potencial energético do Rio Grande, na fronteira com o estado de Minas Gerais, era ignorado por seu executivos. Não souberam desenvolver um clima de confiança e na arrogância de seus poderes perderam espaço para uma geração de executivos e engenheiros a serviço do governo. A construção da hidroelétrica de Furnas é um bom exemplo dessa situação, muito bem relatada por Lucas Lopes à Memória da Eletricidade (3). O ambiente para a construção da usina foi indicado por um empresário que possuía uma fazenda à margem do Rio Grande e, a princípio, repudiado pelos diretores da Light.

O governo JK, dentro de uma preocupação de desenvolvimento nacional, não se prendia aos problemas e interesses de uma empresa. O abastecimento de energia à região era essencial ao plano de metas estabelecido em sua administração. Foi preciso criar uma estatal para que o governo pudesse iniciar um programa de integração e desenvolvimento. O Brasil não despertava maiores interesses dos investidores, escaldados pelas falhas ideológicas e éticas de nosso povo.

Entre grandes líderes que se empenharam na questão energética, Getúlio Vargas em seu segundo governo, consciente da importância do suprimento de energia, empenhou-se em estruturar suas diversas bases. Em sua administração a Petrobras foi criada. Um Plano do Carvão Nacional foi apresentado. O projeto de lei para a criação do Fundo Federal de Eletrificação, FFE, e do Imposto Único sobre Energia Elétrica, IUEE (previsto na Constituição Federal de 1946) transformou-se na Lei 2.308 de 31 de agosto de 1954, logo após o seu suicídio.

A proposição de criação da ELETROBRÁS teve sucesso mais tarde, vindo a ser um instrumento decisivo no desenvolvimento da infra-estrutura elétrica brasileira. Em volta da proposta de criação da ELETROBRÁS perdeu-se, entretanto, a oportunidade de desenvolvimento de um parque industrial brasileiro consistente e de alta tecnologia. Apesar do interesse inicial de fazer dessa estatal uma grande holding, cobrindo inclusive a área industrial, o Presidente Jânio Quadros terminou por amputá-la, inibindo essa atuação. Atendeu assim principalmente os interesses de industriais paulistas e estrangeiros com medo de maior competição. Jânio, ao sancionar a Lei 3.890-A, de 25 de abril de 1961 criando a ELETROBRÁS, vetou os artigos que permitiriam a essa empresa a formação de uma indústria nacional de material elétrico. O BNDES veio a ter empresas privadas em suas mãos. Não pela participação proativa, mas pela falência de indústrias mal dirigidas. De qualquer modo a experiência gerencial do governo nessas estatais não foi boa. Não temos maturidade política e moral para tanto poder.

A favor da nacionalização do Setor Elétrico havia, entre outras, a preocupação com a remessa de divisas ao exterior em uma época em que eram escassas. O simples aumento da rentabilidade do Setor Elétrico, instrumento lógico para a sua capitalização e retomada dos investimentos, preocupava pela dificuldade de sustentação das remessas de dólares ao exterior como participação natural dos lucros das empresas estrangeiras. Vivia-se uma fase de grande domínio dos grupos LIGHT e AMFORP.

A aprovação do FFE e do IUEE, privilegiando empresas públicas existentes ou a serem criadas, foi um grande estímulo à estatização.

Apesar de todas as dificuldades, num trabalho de Hércules, criou-se estatais do porte de uma CHESF (1945), USELPA (1953) e CEMIG (1952), já antes da Lei 2.308. Com esse suporte e já diante do sucesso dessas empresas outras se sucederam. Assim tivemos COPEL (1954), FURNAS (1957), CEEE (1963, em 1943 na forma de um órgão coordenador, Comissão Estadual de Energia Elétrica, suporte para a Companhia Estadual de Energia Elétrica) e outras empresas, que até o final da década de cinquenta começaram a base de um universo de empresas atuantes na área de infraestrutura elétrica, dando partida ao Brasil que conhecemos.

Juscelino Kubitschek de Oliveira, promovendo um governo ativo, corajoso e empreendedor, praticamente gerou a pressão que levou os governos militares a comandar na década de setenta o maior surto de desenvolvimento vivido pelo povo brasileiro. Ele abriu nossas fronteiras ao capital estrangeiro sem a ingenuidade política de vestir a camisa neoliberal. Onde necessário deu espaço às empresas públicas. O Brasil, em sua época, soube tirar proveito dos aspectos positivos de todas as filosofias.

A consolidação da ELETROBRÁS, Centrais Elétricas Brasileiras, criada em 25 de abril de 1961 e instalada em 11 de junho de 1962, permitiu em 1965 a encampação do grupo AMFORP, constituído pelas empresas: Companhia Paulista de Força e Luz, Companhia de Energia Elétrica da Bahia, Companhia Brasileira de Energia Elétrica, Companhia Central Brasileira de Força Elétrica, Companhia Força e Luz de Minas Gerais, Companhia Força e Luz do Nordeste do Brasil, Companhia Força e Luz do Paraná, Pernambuco Tramways and Power Co. Ltd., Companhia de Energia Elétrica Rio - Grandense e The Rio Grandense Light and Power Syndicate Ltd. Em 12 de janeiro de 1979 a Eletrobrás comprou a LIGHT completando o domínio estatal sobre o setor de produção, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Muitos dos problemas existentes no fornecimento de energia elétrica passavam despercebidos a muitos brasileiros, que já consideravam ótimo ver suas lâmpadas acesas. Empresários e especialistas, contudo, sabiam de nossas deficiências. O aprimoramento do serviço de abastecimento de energia elétrica impunha-se a um país que pretendia crescer. As taxas de falha eram elevadas. Nesses últimos quarenta anos o Brasil transformou-se em um grande canteiro de obras que culminaram por criar um sistema que permite às pessoas morarem nos últimos andares dos prédios mais altos, serviços de vigilância e controle sofisticados, fábricas e cidades altamente dependentes da eletricidade operam com padrões muito bons. Por quanto tempo ainda?

É interessante registrar os resultados não esperados da ingerência norte americana em nossa política. Apoiaram o movimento militar de 1964 para verem o Brasil crescer, contra seus interesses, dentro de uma política altamente estatizante, nacionalista e restritiva à liberdade de comércio. Os militares, que combatiam os excessos de JK, partiram com fúria para a execução de imensos programas estatais de obras típicas de empresas privadas nos EUA.

Neste processo, sob regime militar, ao final dos anos sessenta e durante os anos setenta o Brasil organizou-se. As centenas de pequenas empresas foram reunidas em grandes estatais. Nasceram e cresceram as concessionárias estaduais e federais de energia, telecomunicações, água, esgotos e transportes.

O desafio vencido pelas empresas estatais de energia elétrica foi gigantesco. Os sistemas foram interligados, a frequência unificada (60 Hz), a confiabilidade cresceu e passamos a ter na década de oitenta malhas de excelente padrão técnico.

Tudo isso gerou um patrimônio enorme, estratégico, mas sob influência de lideranças políticas circunstanciais.

Com as crises do petróleo da década de setenta e erros crassos de enfrentamento dessa crise, por excesso de otimismo nosso país quebrou e assim tivemos a década de oitenta como “década perdida”.

Planos econômicos frustrados até o advento do Plano Real frustraram nosso povo e criaram um processo de aceitação da privatização das estatais (PROGRAMA MINERVA - TEORIA E OPERAÇÃO DE UMA ECONOMIA MODERNA, 1998).

Note-se que “economia moderna” poderia ser substituído por “economia atual”.

Um exemplo do final do século 20 foi motivo de muitas revisões de comportamento e estruturais. As privatizações nos EUA perderam força e a comunidade internacional viu investimentos na ENRON[21] se evaporarem (Fraude Corporativa e Apropriação de Riquezas, 2009).

A quantidade de escândalos na economia mundial é enorme e quase dá um sentimento fatalista em relação a eles, o problema é muitos deles nos afetam profundamente (Escândalos, tsunamis e marolas: apontamentos e desapontamentos sobre um traço recorrente da atualidade, 2011).

Desde a Proclamação da República o Brasil passou por crises econômicas gravíssimas prejudicando sensivelmente nosso povo (Estado, ciência e política na Primeira República: a desqualificação dos pobres, 1999) [22]

 

 


 

 

12.           Patrimônio humano

 

O debate maniqueísta e insensato entre a esquerda e direita tem ignorado o tremendo patrimônio técnico humano produzido pelas empresas estatais. Trabalhadores, que dentro delas encontraram espaço para se desenvolverem, tornarem-se grandes profissionais. É extremamente doloroso ouvir os comentários de lideranças alugadas pelos grandes grupos hostis às estatais. Alguns com grandes indícios de pertencerem a esquemas mega-nacionais de poder tem a desfaçatez, o cinismo e desonestidade de sistematicamente ignorar e até agredir milhares de brasileiros, que deram a vida pelo progresso desse país. Em qualquer empresa pública encontraremos pessoas abnegadas, fiéis ao contrato que assinaram com o povo brasileiro.

É interessante notar a ausência de críticas àqueles que aplicam seus recursos fora do Brasil. O volume de dinheiro de “brasileiros” em bancos estrangeiros e em outras espécies de aplicações é da ordem de muitas dezenas de bilhões de dólares. Contra esses indivíduos pouco se ouve nas emissoras de televisão, rádio e jornais.

A verdade é que o Brasil em suas empresas estatais gerou centenas de milhares de excelentes profissionais. Engenheiros, técnicos, advogados, administradores e outros tiveram a oportunidade  de crescerem, adquirirem consistência técnica. Esses profissionais têm um grande potencial de realização. A grande maioria deles não é mais produtiva por absoluta falta de oportunidade.

Ao adotar-se o modelo imposto pelas grandes potências, o Brasil abandonou o caminho de se desenvolver com seus próprios recursos. Liberando importações inúteis obrigamo-nos a desenvolver uma política exportadora. Ao não criarmos uma base para nossas indústrias e a própria lavoura e pecuária, esse potencial exportador cai na redução cruel de custos, no empobrecimento do povo. Na conversa das fronteiras abertas, escravizamo-nos a regras impostas pelos mais fortes. Optamos pela produção de matéria prima, minérios, produtos manufaturados de baixo valor agregado. O Brasil defende ideais que só existem no discurso dos liberais mais ortodoxos das grandes nações.

Mas no período em que o Brasil foi prioridade criou-se uma base técnica respeitável. Caminhávamos rapidamente para bons padrões técnicos. Essa base gerou profissionais excelentes que agora simplesmente procuram formas alternativas para sobreviverem. O risco da absorção das estatais por empresas estrangeiras será a transferência para o exterior do trabalho de engenharia, administração e finanças. Este mercado de trabalho garante a existência no Brasil de profissionais extremamente importantes. Durante as Grandes Guerras o Brasil sentiu em toda a sua profundidade o que significa ser relegado a um nível de prioridade inferior. Vivemos períodos de racionamento por falta de produtos e, em muitos casos, por falta de capacidade de produzi-los aqui.

O desafio de criarmos uma sociedade empreendedora passa pelo aproveitamento desse potencial tecnológico, criado nas empresas públicas de administração direta e indireta. Dentro das novas regras de mercado precisamos criar estímulos à atividade empresarial, estímulos fortes para o pequeno empresário industrial e agrícola. O engenheiro, o técnico de uma estatal que se afasta de sua empresa mãe tem base para ser um pequeno industrial, consultor, fazendeiro. Ele precisa de alguma orientação e facilidades para se estabelecer.

O grande problema é o desconhecimento de nosso povo dessa riqueza. Em uma nação ignorante sob todos os aspectos a demagogia encontra espaços inimagináveis em países mais desenvolvidos. Aqui a estupidez é tão grande que os mais humildes votam a favor daqueles que os mantém na miséria. Não pela força das armas ou de qualquer outra espécie de coação, mas pela simples ação de uma mídia muito inteligente. Nação de subnutridos físicos e mentais, não consegue encontrar o caminho de sua própria redenção.

O Brasil tem uma grande riqueza. Tivemos o ouro, a madeira, a borracha, a cana de açúcar desde o início de nossa história e o café como um produto que durante muito tempo marcou o Brasil. Poderíamos dizer que hoje possuímos milhões de jovens preparados para o mercado de trabalho. Não seria errado relembrar que em nossas estatais milhares de profissionais atingiram excelentes níveis de produtividade e qualidade. Como aproveitá-los? o que no processo de privatização será valorizado? como ter esses recursos em sua plenitude? o grande desafio da privatização é termos um processo que aumente o valor de nossa população, que reduza a miséria, que contribua com o aumento da felicidade da nação.

As empresas de energia elétrica, principalmente, têm em seus quadros grandes especialistas em muitas artes. Mecânicos, eletricistas, químicos, biólogos, matemáticos e outros padrões de especialistas estão maduros para produzir. Infelizmente uma parte da estratégia de privatização das estatais é desmoralizá-las. Restrições de toda espécie, aliadas à uma vigilância burra, tem contribuído para uma regressão técnica. A mediocridade dos grandes dirigentes é incrível. Leitores das piores cartilhas falta-lhes qualquer inspiração.

No processo de privatização dever-se-á atentar para a distribuição de tarefas. O grande patrimônio de qualquer povo é a sua cultura. Não podemos perder o que conquistamos na área técnica. O Brasil desprendeu-se de muitas amarras. Getúlio Vargas, tendo vivido muitas guerras, determinava caminhos de independência. Nossa geopolítica, como talvez teria dito Golbery, exige soldados armados de cálculos e ciências as mais diversas. Esses profissionais formaram-se nas estatais. Empresas mais preocupadas com o desenvolvimento de suas áreas do que com possíveis lucros investiram em treinamento além de terem propiciado ambientes de grandes experiências. Isso não pode ser perdido. Não podemos ser ingênuos acreditando que o Mundo mudou. Não podemos imaginar uma Humanidade altruísta. Ela não o é. Preservar e valorizar nossos especialistas é garantir nossa independência, a soberania de nosso país.

 


13.           A Educação profissional no Brasil da Monarquia aos tempos atuais

 

 

Inibições radicais da industrialização no Brasil durante o período colonial e o início complicado da Monarquia sob tutela inglesa criaram situações de extrema fragilidade no processo de desenvolvimento do Brasil.

A vinda (fuga) da família real portuguesa e sua instalação na cidade do Rio de Janeiro mudou radicalmente o bloqueio educacional que os brasileiros sofriam.

A criação de escolas superiores[23] aconteceu nessa província.

A Engenharia (Engenharia, s.d.) tem uma longa história na Humanidade merecendo atenção tardia no Brasil, mas sob crescimento acelerado nos tempos atuais.

As dificuldades, contudo, eram imensas.

Pessoalmente saí de Santa Catarina em 1963 para fazer cursinho, Curo Di Tullio (Bem-Vindo ao site dos Mecânicos Poli66, s.d.) em São Paulo e Engenharia em Eletrotécnica em Itajubá (sonho de meu pai) [ (UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá , s.d.), (Universidade Federal de Itajubá, s.d.)] por diversas razões além da qualidade do ensino, a principal delas, talvez, poderia ter sido a não existência de cursos de Engenharia em Santa Catarina no início da década de sessenta apesar do alto grau de industrialização do meu estado natal.

O Dr. Theodomiro Carneiro Santiago (Theodomiro Carneiro Santiago, Dr., s.d.), criador do IEMI que era IEI quando fiz vestibular foi um exemplo raro de empreendedor educacional em Minas Gerais. Sua biografia merece ser lida e sua obra analisada pelos educadores de nosso país.

É importante lembrar que Itajubá na década de sessenta do século passado era sede da Fábrica de Armas do Exército (IMBEL – UMA VISITA À FÁBRICA DE ITAJUBÁ, 2019) e do Batalhão de Engenharia (4º Batalhão de Engenharia de Combate, s.d.), o que lhe facilitava a formação de bons quadros de professores. Isso sem contar o apoio da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional, s.d.) que deu origem a curós e laboratório dedicados às suas necessidades.

Tivemos empreendedores durante o período monárquico com D. Pedro II, mas os resultados ficaram aquém do possível, ou melhor eficaz se nossos imigrantes europeus fora de Portugal tivessem chegado mais cedo.

Obviamente carecíamos de escolas, o que implicou em desafios maiores[24] para quem ousou empreender.  

 

14.           Final do século 19 e o Século 20

 

A Humanidade, o ser humano comum, o “homo sapiens nem tantus” ou, usando o tradutor “homo sapiens sed non tantum, o ser sensível e mal pensante viabilizara guerras, genocídios, revoluções, fome, miséria, doenças e inúmeras estátuas, medalhas, heróis de povos que pareciam mais inteligentes.
O século vinte começou com a Europa se preparando para guerras definidas por acordos de mútuo apoio, interesses de monarquias e imperialismo, critérios de hostilidades clássicas e sob o efito de ideologias e utopias. 
A Primeira Guerra Mundial mostrou como a Europa estava dividida e a violência extrema de pessoas em cenários quase suicidas. 
No final do século 19 o comportamento humano em cenários de conflito guerreiro foi motivo de estudos de psicólogos (As reflexões de Freud sobre a guerra, s.d.) clássicos. Ciência e análises sempre atuais, pois a disposição dos seres humanos para a mútua agressão é uma patologia ou simplesmente o reflexo de suas deficiências[25].

No Brasil refletimos, repercutimos, imitamos de forma atabalhoada as lógicas da Eurásia e América do Norte.

A História nacional lembra esses tempos de transição, infelizmente nunca será suficiente para lembrar tantos anos de angústias, incertezas e convicções[26].

Em nossa pátria o povo tornou-se vítima de bombardeios, tiros de canhão, fuzis, metralhadoras etc.

Cidades grandes polarizaram ideologias.

Famílias poderosas e corporações rotineiramente egocêntricas transformaram nosso país em campos de batalha...

A Democracia virou discurso enfadonho, repetitivo.

Os pais da Pátria gastavam gente bucha de canhão para afirmarem suas valentias e vontades.

O pior é que como escreveu em seu livro “Revolução” essa palavra significa literalmente girar, dar a volta e retornar ao mesmo ponto. O pião pode, contudo, ter mais movimentos além da rotação, para onde vai?

Desde a Proclamação da República do Brasil tivemos poucos períodos de liberdade real e honestidade intelectual.

Presidentes da República Velha foram severos, radicais, brutais ainda que alguns talvez suportáveis. O essencial para eles era agradar seus espaços eleitorais, no resto do Brasil aliados circunstanciais emponderavam ou enfraqueciam suas lideranças.

 

 

 

 

A ERA DA GUERRA TOTAL Filas de rostos pálidos murmurando, máscaras de medo, Eles deixam as trincheiras, subindo pela borda, Enquanto o tempo bate vazio e apressado nos pulsos, E a esperança, de olhos furtivos e punhos cerrados, Naufraga na lama. Ó Jesus, fazei com que isso acabe! Siegfried Sassoon (1947, p. 71) Talvez se ache melhor, em vista das alegações de “barbaridade” dos ataques aéreos, manter as aparências com a formulação de regras mais brandas e também limitando-se nominalmente o bombardeio a alvos de caráter estritamente militar [...] para evitar enfatizar a verdade de que a guerra aérea tornou tais restrições obsoletas e impossíveis. Talvez se passe algum tempo até que ocorra outra guerra e enquanto isso o público pode ser educado quanto ao significado da guerra aérea. Rules as to bombardment by aircraft, 1921 (Townsend, 1986, p. 161) (Sarajevo, 1946.) Aqui, como em Belgrado, vejo nas ruas um considerável número de moças cujos cabelos estão ficando grisalhos, ou já o estão completamente. Têm os rostos atormentados mas ainda jovens, enquanto as formas dos corpos traem ainda mais claramente sua juventude. Parece-me ver como a mão desta última guerra passou pelas cabeças desses seres frágeis [...] Tal visão não pode ser preservada para o futuro; essas cabeças logo se tornarão mais grisalhas ainda e desaparecerão. É uma pena. Nada poderia falar tão claramente sobre nossa época às futuras gerações quanto essas jovens cabeças grisalhas, das quais se roubou a despreocupação da juventu

 

A Humanidade

 

15.           A Proclamação da República e nossos dois primeiros presidentes

 

A Proclamação da República no Brasil[27] começou sob o comando de dois Presidentes militares e intocáveis (República da Espada, s.d.).

disparou reações imediatas e conflitos sangrentos[28], principalmente pela inabilidade de nossos governantes e seus opositores, enquanto existiu até a “Era Vargas”. A Democracia é um processo que exige compreensão e tolerância.

Nossos dois primeiros Presidentes da República? eram pessoas notáveis, perderam credibilidade graças a subordinados imaturos, despreparados para os cargos que ocuparam.

Heróis nem sempre são bons governantes (A DIPLOMACIA DO MARECHAL - Intervenção estrangeira na, 2017).

Seres humanos notabilíssimos idealizaram e criaram o primeiro e desastroso plano econômico tremendamente desastroso, a ponto de ser motivo principal da renúncia do Presidente Deodoro [(Ruy Barbosa de Oliveira, s.d.) e (Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiuva, s.d.)].

O Encilhamento[29] merece ser relembrado sempre que propostas econômicas surpreendam e evoluam negativamente. [30]

Nosso primeiro Presidente[31] enfrentou o pesadelo da transição entre a Monarquia e a República e perdeu apoios com os efeitos do Encilhamento, acima de tudo. O Manifesto dos Treze generais foi o primeiro desafio de Floriano Peixoto e mostrou o estilo do nosso segundo presidente enfrentando lideranças militares respeitáveis[32].

O Marechal Floriano Peixoto governou com mão de ferro e enfrentou o que vimos muitas vezes, a disputa pelo poder entre militares.

Mostrando a personalidade autoritária e típica da época na repressão a Canudos[33] e na Revolta da Chibata[34] A Revolução Federalista realçou a força e tendências políticas dos estados sulistas[35] mas alertou o Governo Federal para o risco do separatismo.

AS Revoltas da Armada[36] realçaram as diferenças internas das Forças Armadas Brasileiras[37] (Bezerra, s.d.).

Um dos motivos alegados para a Primeira Revolta da Esquadra foi ao não cumprimento da Constituição Federal de 1891 (CONSTITUIÇÃO DE 1891, s.d.), sob a qual deveria ter existido eleição para a Presidência da República[38].

Nos estados lideranças locais travestiam-se de revolucionários e com algumas dúzias de homens promoviam “revoluções”.  Um bom exemplo foi [39] Hercílio Luz, pessoa notável de Santa Catarina.

Pessoalmente tenho a convicção de que o golpe republicano poderia ter sido evitado, precisávamos, isso sim, de uma monarquia como poder moderador e a democracia gradual, inteligente e sadia.[40]

O início (Silva A. d., 2018) da República Velha demonstrou o despreparo e o açodamento de nossos Presidentes, foi desastroso.

O custo da República Velha foi altíssimo[41].

Tudo o que aconteceu após a Proclamação da República demonstra claramente que as guerras e as revoluções podemos saber de que jeito começam, de que jeito terminarão será sempre difícil de imaginar.

No Brasil tivemos inúmeros exemplos de boas intenções frustradas, assim é sempre importantíssimo entender que nossos líderes deverão ter inteligência emocional, serenidade, educação, preparação para seus cargos, competência demonstrada antes dos degraus superiores, saúde mental, amor ao nosso povo e à Humanidade.

 

 

16.           Início de grandes obras de Infraestrutura

 

Infelizmente os bandeirantes descobriram antes dos norte-americanos a riqueza mineral do Brasil.

O terremoto que destruiu Lisboa induziu o Marquês de Pombal[42] a explorar o que fosse possível do Brasil.

De imediato Portugal se apropriou dessa riqueza e, pior ainda, proibiu a industrialização de nosso país.

Os Inconfidentes tinham como propósito libertar o Brasi[43]l dos grilhões mórbidos de Portugal, país suserano da Inglaterra que não queria concorrentes.

Perdemos oportunidades de aproveitamento de nossas riquezas naturais e o retorno de D. João VI para Portugal zerou as reservas do Banco do Brasil.

Coerentes e quebrado pelas guerras, revoluções e o Encilhamento o Brasil passou a depender de investimentos estrangeiros para a construção de empresas de serviços essenciais.

Com a lógica liberal (Escolas do pensamento econômico, s.d.), a responsabilidade pelas principais obras de infraestrutura no Brasil ficou a cargo de concessões à iniciativa privada. Talvez um dos melhores exemplos tenha sido a LIGHT[44] (São Paulo Tramway, Light and Power Company, s.d.) em São Paulo.

O desenvolvimento da infraestrutura no Brasil passou a depender de investidores estrangeiros, nacionais e do mercado de oportunidades para a iniciativa privada eventualmente puramente especuladora e sem preocupações sociais[45] após a crise do Encilhamento.

Isso teve consequências sérias em nosso futuro àquela época.

 

 

17.           Governo de Prudente de Morais

 

O Brasil teve a felicidade de eleger um excelente presidente (Governo de Prudente de Morais, s.d.) após o governo de Floriano Peixoto.

Coerente e suficientemente enérgico diante das resistências que enfrentou, Prudente de Morais salvou o Brasil de situações complexas e extremamente perigosas.[46]

A República Velha foi um período que pretendia mudar o Brasil, ou mudar para conservar[47] privilégios[48]. Garantiu a força dos interesses de suas elites[49].

Um exemplo do apego à conservação de privilégios foi o golpe denominado “Proclamação da República” onde o Marechal Deodoro, colocado à frente do processo militar, não sabia exatamente o que fazia, pois, sua saúde já debilitada favorecia a manipulação do seu prestígio.

A Democracia[50] era uma bandeira rasgada. Veio para atender lideranças ofendidas pela monarquia, mas o essencial deveria continuar[51].

A personalidade e os interesses dos líderes do processo político que se instalou no Brasil tinham medo do povo.

Um país com dimensões continentais, fronteiras terrestres vulneráveis, extenso litoral e ausência de serviços essenciais de ponta a ponta foi um desafio muito além da inteligência dos líderes políticos e empresariais da época inicial da República, apesar de algumas exceções ilustres.

A capital do Brasil, Cidade do Rio de Janeiro[52], era uma vitrine ruim e insalubre. Já no período monárquico foi objeto de projetos de saneamento urbano, mas as guerras e revoluções com certeza deixaram o governo imperial sem recursos para projetos mais ambiciosos. Foi submetida a mudanças[53] com lógicas urbanísticas da época, ou seja, deslocando as populações mais pobres para longe do centro da capital.

A não aplicação de programas habitacionais[54] decentes, o transporte coletivo precário e a falta de escolas, acima de tudo, condenaram contingentes humanos a padrões de miséria que até hoje podem ser espaço de preservação de culturas africanas, mas mostram que a escravidão criou comportamentos elitistas perversos.

Pior ainda, guerras sucessivas geraram comportamentos perversos dos quais as atitudes do Coronel Moreira César[55] (Antônio Moreira César, s.d.) foi exemplar.

A crueldade de suas punições foi uma demonstração da lógica selvagem da época.

Perdoar[56]?

Naturalmente e até maquiavelicamente as reformas colocadas em prática no início do século criaram reações, desinteligências, assim como foram a base para educação dolorida dos efeitos de nossas endemias.

As vacinas[57] começaram a existir contra a vontade de demagogos e ignorantes...

O Brasil pode se orgulhar de seus grandes cientistas, eles foram decisivos à nossa história[58] [59] (Oswaldo Gonçalves Cruz, s.d.), (Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas, s.d.) e simplificando (Os 11 mais importantes cientistas brasileiros, s.d.)

A Revolta da Vacina merece ser lembrada pois marcou nossa história violentamente na nossa capital federal, cenário da Proclamação da República, imprensa nacional, reurbanização e desigualdades imensas[60].

Muito de que se fez contra a vontade da população para vaciná-la merece respeito, pois essa foi a sinalização que muitas doenças podem ser evitadas, algumas talvez assustadoras[61].

No início do século XX[62] o racismo ganhava força nos EUA servindo de estímulo para outros povos[63].

 

18.           Governo Campos Sales – 1898 a 1902

 

O presidente Campos Sales (Manuel Ferraz de Campos Sales, s.d.) foi um administrador típico e desejável pelas oligarquias[64].

O golpe republicano, conforme sugeri, abriu caminho para uma década de enorme incerteza política, na qual os canais de integração entre demos, polis e governo ficaram  abertos ao acaso e à astúcia. Em termos concretos, os primeiros dez anos da República não geraram respostas duradouras aos problemas deixados em aberto pelo abandono do marco institucional do Império. As ações coletivas que incidiam sobre o âmbito da política formavam-se de modo errático,  configurando um leque de comportamentos que incluíam a  articulação parlamentar de segmentos da elite agrária e a proliferação do insurrecionemos militar, sem excluir a conduta  irredenta dos jacobinos da rua do Ouvidor, na cidade do Rio  de Janeiro. As relações entre poder central e os estados caracterizavam-se por uma sucessão de intervenções federais, com o contraponto de levantes de militares radicais a afastar em  vários estados juntas de governo.  O pacto constitucional de 1891, de forma perversa e paradoxal,

 

Lessa, Renato. A invenção republicana: Campos Sales, as bases e a decadência da primeira república brasileira (p. 255). Edição do Kindle.

 

O início extremamente turbulento da República Velha deu condições ao Presidente Campos Sales de impor comportamentos, leis, soluções que pacificassem o Brasil e reduzisse a ação de grupos populares que afetaram e agitavam a Monarquia assim como a República, na Revolta da Vacina, por exemplo.

Obrigou-se a acordos discutíveis[65] com os credores e a necessidade de mais investimentos.

 

19.           Governo de Rodrigues Alves – 1902 a 1906

 

Um Presidente com perfil adequado à época e grandes projetos em perspectiva, da Monarquia para a República, Rodrigues Alves[66] não foi estrela, mas estava no lugar certo na hora certa após os imensos e perigosos momentos da transição e início da República[67].

Um fato marcante no Governo do Presidente Rodrigues Alves, a Revolta da Vacina merece o destaque a seguir:

[…] enquanto a vacinação não for rigorosamente levada a cabo por ordem policial do mesmo modo que o batismo o é pela Igreja, fica o país exposto ao perigo de repentinas e quase irresistíveis epidemias progressivas de varíola e ao despovoamento. SPIX E MARTIUS, Viagem pelo Brasil, 1817-1820 O fator imediatamente deflagrador da Revolta da Vacina foi a publicação, no dia 9 de novembro de 1904, do plano de regulamentação da aplicação da vacina obrigatória contra a varíola. O projeto de lei que instituía a obrigatoriedade da vacinação tinha sido apresentado cerca de quatro meses antes ao Congresso, pelo senador alagoano Manuel José Duarte. Desde então se desencadeara um debate exaltado, que transpôs a esfera do Legislativo, para empolgar com fervor as páginas da imprensa e a população da capital federal. A medida era de interesse do governo, que não só dispunha de ampla maioria no Congresso como lançou todos os seus organismos técnicos e burocráticos em sua defesa. A pequena oposição parlamentar, a imprensa não governista e a população da cidade, por outro lado, procuravam resistir obstinadamente à implantação do decreto.

Sevcenko, Nicolau. A Revolta da Vacina (pp. 12-13). Editora Unesp. Edição do Kindle.

 

A campanha pela vacinação obrigatória gerou reações violentas[68] mas deu início à valorização[69] de ações de vacinação e prevenção de doenças no Brasil[70].

Visões partidárias, demagogia, maquiavelismo, ignorância e sublevações impuseram ao Governo atitudes enérgicas a favor da vacinação[71] em tempos de crise econômica e sanitária (Na saúde e na doença história, crises e epidemias ´Refl exões da História Econômica na época da Covid-19, 2020).


 

 

20.           Governo Afonso Pena – 1906 a 1909

 

A República Velha enquanto pôde manter uma linha, um estilo coerente, esse foi o caso do mandato de Afonso Pena (Afonso Augusto Moreira Pena ).

 

O mandato de Afonso Pena deu continuidade às políticas públicas de saneamento aplicadas no governo Rodrigues Alves, assim, promoveu a reorganização do instituto de Manguinhos, sob os desígnios do sanitarista Oswaldo Cruz, e de estudos sobre a prevenção de doenças como a malária. A imunização da população, derivada desses estudos, viabilizou a ampliação da malha ferroviária na Amazônia, São Paulo e Paraná, pois as epidemias foram controladas e os operários puderam dar sequência às obras. A extensão da rede telegráfica foi efetivada com as expedições do coronel Cândido Rondon para a região Norte do país, entre 1907 e 1908. Também foram realizadas durante o mandato, a construção de portos e de uma usina hidroelétrica.

https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/governo-de-afonso-pena/

 

 

 

21.           Governo Nilo Peçanha

 

 

 

Com a morte de Afonso Pena em 1909, assumiu o cargo de presidente. Seu governo foi marcado pela agitação política em razão de suas divergências com Pinheiro Machado, líder do Partido Republicano Conservador.

Durante seu governo, Nilo Peçanha criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI, antecessor da Funai)[72]. Durante seu breve período na presidência da República, Nilo Peçanha tomou a iniciativa de criar as Escolas de Aprendizes e Artífices, precursoras dos atuais Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefets); por esta razão o ex-presidente é o patrono da educação profissional e tecnológica no Brasil, através da Lei 12.417/2011, que oficializou a homenagem em 2011.[4]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nilo_Pe%C3%A7anha (Nilo Procópio Peçanha, s.d.)

 

O Presidente Nilo Peçanha, apesar de seu mandato curto, teve iniciativas e decisões estratégicas importantíssimas.

A criação das primeiras escolas técnicas mostrou a necessidade de um país que engatinhava em serviços essenciais e demandava muitos técnicos bem-preparados. 

 

 

22.           Governo do Marechal Hermes da Fonseca – 1910 a 1914

 

Minas Gerais e São Paulo se revezavam no comando do Brasil Eleições fraudadas, a bico de pena (ELEIÇÃO À BICO-DE-PENA, 2014), facilitavam o jogo político em benefício de dois grupos que pretendiam se revezar no comando do Brasil.

Naturalmente acabou gerando questionamentos[73].

A Campanha Civilista[74] foi a denominação da campanha do Dr. Ruy Barbosa[75], derrotado pelo Mal. Hermes da Fonseca.

É importante lembrar que o sistema de votação era notadamente frágil.

Além do processo sabemos que existem muitos modos de forçar resultados quando os eleitores são controláveis diretamente ou indiretamente.

Não existe eleição perfeita, mas o processo eleitoral na República Velha era exemplarmente duvidoso (Tipos, causas e a geografia da fraude eleitoral na Primeira República (1889-1930), 2012), para não dizer o pior.

O espírito extremamente violento e autoritário criado no Brasil com a escravidão e dominação de Portugal teve sequelas na Marinha do Brasil. Marinheiros comuns eram tratados como escravos com salários, para simplificar e até justificar a [76] “A Revolta da Chibata” (SILVA, 2022). cinicamente negociada e concluída com punições severas dos revoltosos.

O estilo brutal da época pode ser ilustrado por essa descrição:

 

 

Política das Salvações ou Salvações Iniciais foi implantada por Hermes da Fonseca, originalmente contra a "campanha civilista". Consistia em promover intervenções militares. Começaria em São Paulo, o que não se conseguiu realizar, para enfraquecer os cafeicultores. Com o fracasso em São Paulo, o general Dantas Barreto assumiu o governo de Pernambuco. Esses golpes repetiram-se no Ceará e Alagoas. O governo acreditava que, dessa forma, moralizaria o país.

Marinha de Guerra Brasileira foi utilizada pelo Governo Federal. Tanto o navio de guerra e Minas Gerais quanto o E São Paulo participaram no bombardeio de Salvador em 1912, no contexto da chamada Política das Salvações.

O governo colocava interventores militares ou civis apoiados pelo Exército em substituição às oligarquias dominantes. Mas o sucesso das intervenções abalou as bases governistas, acabando por enfraquecer Hermes da Fonseca. A "política das salvações" apenas substituia o poder de velhas oligarquias por outras, e o projeto original de "moralizar os costumes políticos e reduzir as desigualdades sociais" não se realizou.

Ainda, a política não funcionou em algumas regiões por resistência da população. O caso mais famoso ocorreu no Ceará, onde o padre Cícero Romão Batista, interessado em fazer alianças com fazendeiros poderosos, impediu as ações, colocando o povo contra o governo.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_das_Salva%C3%A7%C3%B5es

Ou seja, o Brasil passou por ações federais inacreditáveis e que serviram de registro para o que viria a acontecer nos próximos governos.

Os desafios do gerenciamento[77] do Brasil foram muitos...

A violência absurda desse período se repetiria em outros episódios revolucionários de nossa história.

Canudos e o Contestado[78] mostraram que nosso povo mais humilde não entendia e não aceitava as razões da República onde o que valia eraa vontade de lideranças corporativas poderosas.

Para nós sulistas a Guerra do Contestado[79] foi o resultado desastroso de governantes alienados e incompetentes.

 

 

23.           Governo Venceslau Brás – 1914 1 1918

 

Venceslau Brás Pereira Gomes[nb 1] ONM (São Caetano da Vargem Grande26 de fevereiro de 1868 — Itajubá15 de maio de 1966) foi um advogado e político brasileiropresidente do Brasil entre 1914 e 1918, com um pequeno afastamento de um mês em 1917 por motivo de doença. Seu vice-presidente foi Urbano Santos da Costa Araújo.[1]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Venceslau_Br%C3%A1s

 

O Presidente Venceslau Brás enfrentou em seu mandato dois episódios marcantes, a Guerra do Contestado (Woitowicz, 2015) e a Primeira Guerra Mundial[80] que acabou absorvendo Brasil de diversas formas.

O preço foi elevadíssimo para nosso povo, pois da Guerra na Europa ainda herdamos a Gripe Espanhola.

Felizmente o Brasil acalmou-se um pouco após o final da luta no Contestado, mas a entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial[81] teve seu preço comercial, em vidas humanas, perda de navios mercantes e seus tripulantes, sentimentos de xenofobia, a consolidação do final da esperança monárquica etc.

A República Velha nessa época certamente sentia a influência norte americana que mais tarde criou comportamentos políticos explícitos de simpatia ao nazifascismo  (Os EUA foram laboratório e espaço para cientistas racistas criarem lógicas de segregação e até de rejeição violenta a povos de cores de origem estranha ao arianismo e similares, 2020).

Um destaque que merece atenção foi a administração técnica da Cidade do Rio Janeiro, nossa capital federal naquela época. A leitura do trabalho é algo delicioso e instrutivo sob todos os aspectos (A Vitrine e o Espelho - O Rio de Janeiro de Carlos Sampaio, 2001).

 

 

 

24.           Governo Delfim Moreira – 1918 a 1920

 

Governo efêmero [ (As últimas horas do presidente Delfim Moreira, s.d.)[82], (Delfim Moreira, s.d.)] teve pouco tempo para mostrar seu estilo conservador típico da época.

Em 1918, foi eleito vice-presidente da República na chapa de Rodrigues Alves, que foi vítima da Gripe Espanhola e faleceu antes mesmo de ser empossado. Delfim Moreira assumiu a Presidência até que fossem convocadas novas eleições. O próprio Delfim Moreira também não dispunha de boas condições de saúde. Seu curto mandato ficou conhecido como regência republicana e foi considerado um período assinalado por vários problemas sociais e greves. O presidente, porém, parecia menosprezar essa crise, dizendo que "as greves não passavam de casos de polícia".

Em 13 de maio de 1919, após disputa com Rui Barbosa, Epitácio Pessoa foi eleito o novo presidente da República, e Delfim Moreira passou-lhe o cargo, voltando à Vice-Presidência. Quando faleceu na cidade de Santa Rita do Sapucaí/MG, ainda ocupava a Vice-Presidência do governo de Epitácio Pessoa.

https://www.mg.gov.br/governador/delfim-moreira-da-costa-ribeiro

 

O político Delfim Moreira foi o que poderia ser um paradigma do autoritarismo (Scharcz, s.d.) no Brasil.[83]

 

 

 

25.           Governo Epitácio Pessoa – 1919 a 1922

 

Com certeza o período de governo do Presidente Epitácio Pessoa (Epitácio Pessoa, s.d.) foi extremamente difícil, lembrando sempre que, entre outras coisas, enfrentou a Gripe Espanhola que matou muita gente no Brasil.

O resumo diz muito das realizações desse presidente

 

Fatos marcantes da presidência de Epitácio Pessoa

Seus principais atos como presidente foram:

1.    Construção de mais de 200 açudes no nordeste (considerada a maior obra de seu governo);[4]

2.    Criação da Universidade do Rio de Janeiro — erradamente considerada pelos historiadores oficiais da época como a primeira do Brasil, uma vez que a Universidade do Paraná foi criada quase uma década antes, em 1912;

3.    Comemoração do primeiro centenário da Independência;

4.    Inauguração da primeira estação de rádio do Brasil;[5]

5.    Substituição da libra pelo dólar, que passou a ser o padrão de paridade monetária brasileiro;

6.    Construção de mais de 1 000 km de ferrovias no sul do Brasil;[6]

7.    Nomeação de um civil — o historiador João Pandiá Calógeras — como Ministro da Guerra;

8.    Vitória na Revolta dos 18 do Forte de Copacabana;

9.    Aboliu, em 1920, a lei que bania a Família Imperial do Brasil;

10.                  Realização de obras contra as secas no nordeste.[7]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Epit%C3%A1cio_Pessoa#:~:text=Epit%C3%A1cio%20Lindolfo%20da%20Silva%20Pessoa%20(Umbuzeiro%2C%2023%20de%20maio%20de,anos%20de%201919%20a%201922.

 

É importante realçar sua resistência ao militarismo que reagia à sua estratégia de valorização do poder sob o comando cidadão externos a uma corporação (militar) que acreditava ser intocável.

Nesse período o Tenentismo mostrou suas primeiras ações (Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, s.d.) que podemos resumir a preocupação de substituir “.. como motivação buscar a queda da República Velha, cujas características oligárquicas atreladas ao latifúndio e ao poderio dos fazendeiros se opunham ao ideal democrático vislumbrado por setores das forças armadas, em especial de baixa patente como tenentes, sargentos, cabos e soldados.”.

Corporativismo nas Forças Armadas foi e tem sido um problema brasileiro grave. O episódio relatado anunciou razões democráticas, mas, também, a insatisfação nos quartéis[84].

 

O episódio das “cartas falsas” publicadas pelo Correio da Manhã em 1921, insultuosas ao Exército e atribuídas a Bernardes, foi importante para incompatibilizar o candidato mineiro com as forças armadas. Após a vitória de Bernardes na eleição presidencial, abriu-se um período de contestação que culminou, em julho de 1922, com os levantes do forte de Copacabana, da Escola Militar de Realengo, de algumas guarnições de Niterói e de Mato Grosso. Foram os primeiros movimentos armados desencadeados pelos “tenentes”, nome com que ficaram conhecidos os oficiais revolucionários da época, nem todos verdadeiros tenentes, mas em sua grande maioria oficiais de baixa patente. Já no governo Bernardes (1922-1926), em 5 de julho de 1924, para comemorar os levantes de 1922, teve início em São Paulo nova revolta tenentista, que funcionou como foco irradiador de outros levantes: os de Mato Grosso (12/7/1924), de Sergipe (13/7/19024), do Amazonas (23/7/1924), do Pará (26/7/1924), e a revolução do Rio Grande do Sul (29/10/1924). O objetivo do movimento tenentista era a derrubada de Bernardes. Os revoltosos falavam em nome dos “interesses nacionais” e tinham como programa político o voto secreto, o combate à corrupção administrativa e à fraude eleitoral, a verdadei

http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/COLUNA%20PRESTES.pdf

 

 

 

26.           Governo de Arthur Bernardes – 1922 a 1926

 

O Presidente Arthur da Silva Bernardes teve uma postura diferenciada em relação a outros governantes e em seu governo Minas Gerais obteve benefícios notáveis, mais ainda com efeito da hostilidade de outras lideranças estaduais[85].

O povo brasileiro sofreu muito com revoltas e tentativas de mudanças institucionais.

Bem ou mal-intencionados os militares viabilizaram atrocidades, com destaque, nesse período para a cidade de São Paulo já se industrializando e com sindicatos anarquistas fortes.

Era palco também de forças militares que mostraram insensibilidade em relação à população civil[86].

 

Resumo sobre a Revolta Paulista de 1924

·        A Revolta Paulista de 1924 foi um movimento militar liderado por jovens oficiais do Exército, pertencentes ao Tenentismo, que pretendiam depor o presidente Artur Bernardes.

·        Essa revolta aconteceu dois anos depois da Revolta do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, quando militares tenentistas se armaram para derrotar o governo federal.

·        O Tenentismo foi um movimento formado por jovens oficiais que estavam descontentes com os rumos tomados pela república e exigiam reformas políticas.

·        A Revolta de 1924, em São Paulo, foi derrotada, e seus integrantes se organizaram em torno do tenente Luís Carlos Prestes, formando a Coluna Prestes.

 

A capital paulista viveu um mês de terror[87].

 

O bombardeio aéreo sobre São Paulo quebrou vários acordos de guerra, tais como: os Acordos de Haia de 1899 e 1907, além dos Acordos da Convenção de Genebra de 1840. Tais acordos proibiam ataques militares em zonas especificamente protegidas como: reservatórios, represas e áreas vizinhas a igrejas e monumentos históricos, hospitais ou propriedades particulares sem caráter militar. Segundo o Prefeito Firmiano Pinto foram mais de 1800 prédios destruídos com ataques entre legalistas e revoltosos. Esse poderio bélico nunca havia sido utilizado numa revolução dentro de uma área urbana na história. Foram utilizadas artilharias pesadas como: canhões 75, 105 e 155mm, tanques de guerra, cavalaria, aviões de guerra, navios de guerra, aeroplanos, trincheiras, metralhadoras, granadas e bombas com 60 quilos. Frases que ficaram para história - Prefeito de São Paulo Firmiano Pinto: “Serei o último habitante a abandonar São Paulo, aconteça o que acontecer.” - Presidente do Estado de São Paulo Carlos de Campos: “Vocês parecem que estão fazendo causa comum com os revoltosos... Em vista dos termos desta carta vou mandar aumentar os bombardeios. A granada será a resposta!” - Capitão Juarez Távora: “Mas a revolução não morreu, ao abandoná-la. Apenas transferiu para fora dele o seu cenário, alongando, sobre o Brasil inteiro o palco da luta! - Ministro de Guerra Setembrino de Carvalho: “Estou certo de que São Paulo prefere ver destruída sua famosa capital do que destruída a legalidade no Brasil.”

 

Godoy, M.R.. Revolução de 1924 - ... A Resposta Será Granada! (01) . Edição do Kindle.

 

A revolta em São Paulo capital foi o ponto de partida da Coluna Prestes[88].

 

 

27.           Produção e exportações do Brasil no início do século XX

 

No mercado internacional (História econômica do Brasil, s.d.) qualquer país é refém do que possa ganhar com suas exportações[89], turismo, direitos de técnicas e tecnologia, imposições coloniais, pedágios etc.

Na Europa a maioria das fortalezas ao longo dos rios e passagens entre montanhas foram postos de pedágios, além, é claro, lugares de defesa contra invasores.

A produção de alimentos foi, contudo, a principal motivação para redes de transporte, silagem, entrepostos e negócios.

O luxo das cortes e das elites sustentava comerciantes e navegantes, gente que ia de um continente a outro na esperança de fazer fortuna com especiarias, escravos, armas, metais etc.

A Humanidade teve suas fases e tudo variando em função do nível cultural e poderes de produtores e consumidores.

O Brasil tinha muito a lucrar, mas a guerra do Paraguai e as revoluções endividaram o Brasil, isso sem falar na catástrofe que foi o Encilhamento.

O crescimento populacional do Brasil e, acima de tudo, de suas cidades (A história da urbanização brasileira, 2019) foi enorme criando hábitos de consumo importantes.

A extração do látex e exportação da borracha no início do século 20 foi alvo de grandes interesses internacionais nessa época em que os pneus[90], principalmente, começavam a ser parte da indústria automobilística.

Aqui a Amazônia foi palco de riquezas e trabalho, riquezas, trabalho extremamente insalubre, escravo e lutas[91] (O sistema colonial europeu em África em dois estudos de caso: o Estado Livre do Congo (1885-1909) e a Companhia de Moçambique (1891-1925), s.d.) e (Ciclo da borracha, s.d.).

 

 

28.           Ordem e violência no Brasil

 

A história do Brasil começa com a lógica da escravidão no jeito português de dominar e submeter africanos e indígenas para a produção da cana de açúcar.

Para entender isso os livros sobre a escravidão o historiador Laurentino Gomes são esclarecedores e imperdíveis.

A Escravidão criou um padrão de racismo tipicamente brasileiro. pois aqui a miscigenação e as liberdades da senzala usadas e abusadas pelos senhores e capatazes gerou um tipo de brasileiros que agora forma a maioria absoluta de nosso povo, somos majoritariamente afrodescendentes  ("Somos todos afrodescendentes", 2020).

Os cuidados cristãos eram hipócritas[92] e legalizadores[93] no processo de escravizar (A IGREJA CATÓLICA E A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL A PARTIR DO SÉCULO XVI, 2018). Isso contribuiu muito para a lógica da violência social que perdura até hoje.

Infelizmente teorias importadas reforçaram o racismo e a violência no Brasil

A Primeira República foi um período tenebroso na lógica das espadas, fuzis e canhões contra nosso povo externo às elites dominantes.

O Positivismo, racismo, elitização e lógicas arbitrárias se mostraram escandalosamente nítidos na República Velha.

Militares[94] convencidos da importância da “Ordem e Progresso” se aliaram a elites dominantes, esquecendo nosso povo externo a essas corporações.

Democracia? Pensando bem o Brasil teve dois períodos democráticos; o primeiro de 1946 a 1964 e o segundo após 1988. Isso não significou ausência de pressões externas. A Guerra Fria gerou a Escola das Américas[95] (Escola das Américas, s.d.) e fortaleceu ações norte americanas de participação dos EUA na política interna brasileira assim como os países comunistas estimularam revoluções na América Latina.

 

29.           Nossas últimas fronteiras no início do século XX

 

O Brasil tinha condições ilimitadas de produção. Os pioneiros fizeram história[96].

 

 

30.           Vacinas, saneamento básico, SUS e prevenção de doenças

 

A História de muitas nações pode exemplificar o pesadelo que as pandemias representavam assim como doenças endêmicas.

O Império Romano começou a perder força nos tempos do Imperador Décio quando uma doença misteriosa chegou a matar quatro mil pessoas por dia em Roma (Peste de Cipriano, s.d.)

Na nossa infância uma coleção de doenças podia matar ou aleijar pessoas e hoje, graças a vacinas, estão quase extintas.

A história dos imunizantes vem de longe e a China nisso também foi pioneira [97].

Saber com segurança o significado de micróbios devemos a Pasteur, e a partir dele maior segurança na produção de remédios e vacinas.

Esse grande avanço começou com um cientista (Louis Pasteur, s.d.)[98],  que usando bem inventos anteriores conseguiu demonstrar a causa de muitas doenças, entre elas a raiva e criando uma vacina histórica (Vacina antirrábica, s.d.).

Graças à evolução de proteção à saúde da população em geral a Humanidade cresce mais saudável, forte.

Os serviços e sistemas de saneamento básico[99] são essenciais, eficazes quando abrangentes e de boa técnica[100].

Infelizmente temos vetores, causas, efeitos piores, talvez, que uma pandemia no Brasil, O Covid terá fim, mas e os acidentes de trabalho (Prevenção de acidentes: o que é, importância e como evitar, s.d.)? domésticos? mobilidade?

As drogas algum dia terão inibidores clínicos, vacinas, remédios?

 

 

31.           O Brasil século XXI

 

As eleições evoluíram[101] e o Brasil atual é muito diferente dos tempos que a Democracia capengava e o grau de escolarização baixíssimo. Infelizmente ainda temos investidas golpistas que eram rotineiras e as vacinas encontram detratores[102].

Graças à liberdade de expressão e artística o Brasil mudou muito, para dizer pouco. As danças e músicas proibidas gradativamente ganharam espaços e liberdade. Isso criou um Brasil mais alegre, descontraído, que fascina os estrangeiros, normalmente taciturnos, politizados demais, ongueiros e caros.

Hoje podemos dizer o que temos[103] (20 RITMOS BRASILEIROS, s.d.), que maravilha! É bom lembrar que nossos povos indígenas também têm o que mostrar.

 

 

32.           Bibliografia

 

Almico, R. d., Jr., J. W., & Saraiva, L. F. (2020). Na saúde e na doença história, crises e epidemias ´Refl exões da História Econômica na época da Covid-19. Fonte: cidadesaudaveis: https://www.cidadessaudaveis.org.br/cepedoc/wp-content/uploads/2020/05/Na-saude-e-na-doenca-historia-crises-e-epidemias.pdf

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Costa, S. C. (2017). A DIPLOMACIA DO MARECHAL - Intervenção estrangeira na. (M. d. Exteriores, Editor, & Fundação Alexandre de Gusmão) Fonte: http://funag.gov.br/loja/download/1215-A-DIPLOMACIA_DO_MARECHAL_FINAL.pdf

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Werneck, G. (s.d.). Prevenção de acidentes: o que é, importância e como evitar. Fonte: Moki: https://site.moki.com.br/prevencao-acidentes/

 

 



[1] Em um sentido menos superficial, o período que nos ocupa é obviamente a era de um novo tipo de império, o colonial. A supremacia econômica e militar dos países capitalistas há muito não era seriamente ameaçada, mas não houvera nenhuma tentativa sistemática de traduzi-la em conquista formal, anexação e administração entre o final do século XVIII e o último quartel do XIX. Isto se deu entre 1880 e 1914, e a maior parte do mundo, à exceção da Europa e das Américas, foi formalmente dividida em territórios sob governo direto ou sob dominação política indireta de um ou outro Estado de um pequeno grupo: principalmente Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, EUA e Japão. As vítimas desse processo foram, até certo ponto, os antigos impérios europeus pré-industriais sobreviventes da Espanha e de Portugal, o primeiro mais que o segundo, apesar de tentativas de estender o território sob seu controle no noroeste africano. Entretanto, a permanência dos principais territórios portugueses na África (Angola e Moçambique), que sobreviveriam às outras colônias imperialistas, deveu-se basicamente à incapacidade de seus rivais modernos chegarem a um acordo quanto à maneira exata de dividi-los entre si. Nenhuma rivalidade desse tipo salvou os despojos do Império Espanhol nas Américas (Cuba, Porto Rico) e no Pacífico (Filipinas) dos EUA em 1898. A maioria dos grandes impérios tradicionais da Ásia permaneceu nominalmente independente, embora as potências ocidentais tenham delimitado ali “zonas de influência” ou mesmo de administração direta que (como no caso do acordo anglo-russo sobre a Pérsia em 1907) podiam cobrir a totalidade do território. Na verdade, seu desamparo político e militar era dado como certo. Sua independência dependia de sua utilidade como Estados-tampão (como o Sião — hoje Tailândia —, que separava as zonas britânica e francesa no sudeste asiático, ou do Afeganistão, que separava a Grã-Bretanha e a Rússia), da incapacidade de as potências imperiais rivais concordarem numa fórmula para a divisão, ou meramente de sua extensão.

 

Hobsbawm, Eric. A era dos impérios: 1875-1914 (pp. 124-125). Paz e Terra. Edição do Kindle.

[2] Deus. Se alguma crise existia para esses homens e mulheres, não era a da ciência ou da filosofia, mas a do mundo daqueles que viviam no privilégio, na exploração e na superstição. E no mundo fora da democracia ocidental e do socialismo, a ciência significava poder e progresso em um sentido menos metafórico. Significava a ideologia da modernização, imposta às atrasadas e supersticiosas massas rurais pelos científicos,a elites políticas esclarecidas de oligarcas inspirados pelo positivismo — como no Brasil da República Velha e no México de Porfirio Díaz. Significava o segredo da tecnologia ocidental. Significava o darwinismo social que legitimava os multimilionários americanos.

 

Hobsbawm, Eric. A era dos impérios: 1875-1914 (pp. 589-590). Paz e Terra. Edição do Kindle.

[3] Chevalley pensava: “Este estado de coisas não vai durar; nossa administração, nova, ágil, moderna, mudará tudo”. O Príncipe estava deprimido: “Tudo isto”, pensava, “não deveria durar; mas vai durar, sempre; o sempre dos homens, é claro, um século, dois séculos… e depois será diferente, mas pior. Nós fomos os Leopardos, os Leões; os que vão nos substituir serão os chacais, as hienas; e todos eles, Leopardos, chacais, hienas, continuarão se acreditando o sal da terra”. Os dois agradeceram um ao outro e se despediram. Chevalley montou na carroça de posta, içada sobre quatro rodas cor de vômito. O cavalo, todo fome e feridas, iniciou a longa viagem.

 

di Lampedusa, Giuseppe Tomasi. O Leopardo (p. 143). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[4] Excesso de cor Vossa elevada independência apenas revela a imensurável distância entre nós. [...] A rica herança de justiça, liberdade, prosperidade e independência legada por seus pais é compartilhada por vocês, não por mim. A luz do sol que derramou vida e cura para vocês trouxe cicatrizes e morte para mim. Este 4 de Julho é de vocês, não meu. [...] Arrastar um homem em grilhões para o grande templo iluminado da liberdade e chamá-lo a se juntar a vocês em hinos de júbilo é zombaria desumana e ironia sacrílega. Vocês pretendem zombar de mim, cidadãos, pedindo-me para falar neste dia? Frederick Douglass

 

Magnoli, Demétrio. Gota de sangue - história do pensamento racial, Uma (p. 11). Editora Contexto. Edição do Kindle.

[5] baiano Francisco Félix de Souza, um dos personagens mais extraordinários da história do Brasil. Mulato claro nascido em Salvador, Francisco Félix ainda jovem mudou-se para a África, onde passou a dedicar-se ao mais lucrativo negócio da época: o tráfico de escravos. Em pouco tempo, tornou-se o mais rico, famoso e influente mercador de gente na costa africana, com numerosa clientela no Brasil. Teria embarcado mais de meio milhão de cativos para o Recôncavo Baiano. Ao morrer, em 1848, aos 94 anos, deixou 53 mulheres viúvas, mais de oitenta filhos e 2 mil escravos.

 

Gomes, Laurentino. Escravidão – Vol. 1 – Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares (pp. 11-12). Buobooks. Edição do Kindle.

[6] Os historiadores menos inclinados à filosofia quase não podem evitar reflexões gerais sobre sua matéria. Mesmo quando podem, talvez não sejam incentivados nesse sentido, já que a procura para conferências e simpósios, que tende a aumentar à medida que o historiador envelhece, é mais facilmente atendida por abordagens gerais que por pesquisas concretas. Em todo caso, o viés do interesse contemporâneo está voltado para questões conceituais e metodológicas da história.

 

Hobsbawm, Eric. Sobre história (p. 3). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[7] O guerreiro, portanto, vivencia na batalha a transcendência que outros encontram no ritual, às vezes com efeitos patológicos. Psiquiatras que tratam veteranos de guerra com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) perceberam que, na destruição de outras pessoas, os soldados podem experimentar uma autoafirmação quase erótica. Mais tarde, no entanto, quando lutam para libertar suas emoções de piedade e crueldade, as vítimas de TEPT podem ser incapazes de viver como seres humanos coerentes. Um veterano do Vietnã descreveu uma fotografia dele mesmo segurando duas cabeças decepadas pelo cabelo; a guerra, ele disse, era “o inferno”, um lugar em que “a loucura era natural” e tudo ficava “fora de controle”, mas ele concluiu:

 

Armstrong, Karen. Campos de sangue . Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[8] Revolução de Veludo (17 de novembro a 29 de dezembro de 1989) refere-se à revolução não agressiva na antiga Checoslováquia que testemunhou a deposição do governo comunista daquele país. Esta é vista como uma das mais importantes revoluções de 1989.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_Veludo

 

[9] Tenham a mesma atitude demonstrada por Cristo Jesus. Embora sendo Deus, não considerou que ser igual a Deus fosse algo a que devesse se apegar. Em vez disso, esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano. Quando veio em forma humana, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o elevou ao lugar de mais alta honra e lhe deu o nome que está acima de todos os nomes, para que, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua declare que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai. Filipenses 2.5–11 O orgulho possui muitas faces. Ele se revela em nosso coração de formas tão variadas quantas são as cores e os tons em um arco-íris. Não é possível conhecermos todo o orgulho que há em nós, mas é possível vencê-lo, pouco a pouco, batalha após batalha, e experimentarmos, dia após dia, o impacto da humildade.

 

Porte Jr., Wilson. O impacto da humildade: Por que Deus se opõe aos orgulhosos, famosos e arrogantes, mas concede graça aos humildes, anônimos e simples (p. 12). Edição do Kindle.

[10] de produtos oriundos da Colônia. Entre 1817 e 1820, explode em Portugal a Revolução Liberal. Os ânimos se exaltaram, falava-se até em supressão da Monarquia. Em 1821, com o pescoço praticamente na guilhotina, o Rei D. João VI resolve voltar para Portugal. A partir do momento que a Corte portuguesa vem ao Brasil com mais de 10 mil pessoas, e aqui já havia permanecido por 10 anos, muitos não queriam mais voltar. Haviam adquirido patrimônio, aberto negócios, constituído família e se imiscuído na vida social do país. Já havia aqui uma classe estabelecida de comerciantes — portugueses e brasileiros —, que auferiam grandes lucros no comércio com a Inglaterra. E com o retorno da Corte para Portugal, os comerciantes lusitanos exigiam também que o pacto colonial — ou seja, o monopólio do comércio com o Brasil — fosse restabelecido. Essa queda de braço entre Colônia e metrópole vai redundar no processo de independência. Em 7 de setembro de 1822 — fortemente pressionado pelas elites brasileiras, de um lado, e pelas portuguesas, de outro lado —, D. Pedro decide-se por afrontar Portugal e declara a independência do Brasil. Esse ato heroico com direito a brado retumbante às margens do Ipiranga, no entanto, só foi possível, é claro, com o respaldo da Inglaterra, que intimidou qualquer reação de Portugal, além de, logicamente, ter pago 2 milhões de libras esterlinas a título de indenização a Portugal. Dinheiro emprestado ao Brasil pela Inglaterra. Outros empréstimos seriam realizados: em 1825, 3 milhões de libras; em 1829, 400 mil; em 1839, 312 mil; em 1843, 732 mil; em 1852, 1.052 milhão. Todos empréstimos tomados junto aos bancos ingleses comandados pelos Rotschild.

 

Costa, Marcos. A história do Brasil para quem tem pressa (Série Para quem Tem Pressa) (p. 44). Editora Valentina. Edição do Kindle.

[11] Cutucaram os militares com vara curta Com a Guerra do Paraguai, o Exército brasileiro se organizou e cresceu. Muita gente subiu rápido na vida. Soldados viraram oficiais. A guerra acabou e os que sobreviveram voltaram se achando. Agora eles também queriam participar da política, dar seus pitacos no rumo do país. Eram heróis. Estavam com tudo. Eram os caras. Tinham orgulho do que haviam feito e achavam que podiam muito mais. O governo começou a atender aos seus pedidos. Melhorou os salários, organizou a carreira... Embora alguns oficiais estivessem próximos da política, deixavam claro que seu compromisso maior era com os colegas, e não com o governo. A gota d’água veio em 1884, com um discurso do coronel Antônio de Sena Madureira. Havia uma lei que proibia os militares de se manifestar em assuntos políticos, mas o tal coronel defendeu o fim da escravidão. E não era a primeira vez que metia o bedelho onde não era chamado. No ano anterior, ele tinha dito que não concordava com uma nova lei que determinava contribuição obrigatória ao montepio dos militares. Bom, a punição veio. Sena Madureira foi transferido da Escola de Tiro do Rio de Janeiro, da qual era comandante, para a Escola Preparatória de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Isso provocou um rebuliço entre os militares. Pipocavam discussões polêmicas aqui e ali. O Ministério da Guerra teve de agir: proibiu que os militares publicassem sua opinião na imprensa.

 

Veiga, Edison. Essa tal proclamação da república (pp. 40-41). Panda Books. Edição do Kindle.

[12] Apesar de muita organização, estabilidade e recursos, o Brasil do século XIX ficou bastante atrás dos países industrializados do Atlântico Norte. As razões mais significativas para essa estagnação brasileira foram o baixo nível de investimento e uma produtividade muito inferior. As ineficiências técnicas e de alocação de recursos prejudicaram o produto brasileiro e marcaram os mercados em grande parte do século XIX. De todos os determinantes desse atraso, as terríveis condições de transporte colocavam-se como a principal barreira a um crescimento econômico antes de 1900. Todo produto vendido, fosse agrícola ou industrial, tinha de ser transportado até o mercado, e poucos conseguiam mover-se pelas águas.

 

Summerhill, William R.. Trilhos do desenvolvimento . Livros de Safra. Edição do Kindle.

[13] indústria. Liquidou rapidamente a firma importadora e, entre 1846 e 1852, instalou uma fundição, onde passou a produzir desde tubos a pontes de ferro, um estaleiro (72 navios fabricados), uma companhia de navegação a vapor no Amazonas e Tocantins (5 300 km de linha), um banco, uma companhia de iluminação a gás no Rio de Janeiro e, finalmente, a primeira estrada de ferro brasileira, que estabelecia a ligação entre porto Mauá (na baía de Guanabara) e a base da serra da Estrela. Essa ferrovia, na data de sua inauguração (30 de abril de 1854), transformou o comerciante Irineu Evangelista no industrial Barão de Mauá. Em 1847, dois anos depois de lançar o cabo do telégrafo submarino, que uniu o Brasil à Europa, receberá o título de Visconde de Mauá. Essas nobiliarquias, contudo, não abalarão a sólida antipatia da corte pelo empresário liberal e abolicionista. Além desses grandes empreendimentos, Mauá envolveu-se com vários outros de menor porte e prosseguiu no desenvolvimento das ferrovias, sua maior paixão. Deu início à construção da linha que ligaria Antonina a Curitiba e a Santos-Jundiaí. Aliás, será uma estrada de ferro, a Rio-Santos, a causa inicial de sua futura falência. Em sua Exposição aos Credores, Mauá explica detalhadamente os problemas que teve de enfrentar. Refere-se com minúcias às causas particulares de seu desastre, mas apenas intui as causas mais profundas, aquelas que poderíamos chamar de causas históricas. É possível elencar, uma a uma, as causas específicas para o fracasso de Mauá, e assim ele o fez. Algumas. — como o fechamento do seu banco em Montevidéu, devido a questões internas da política uruguaia — ocorreram independentemente de sua vontade. Ou como o profundo descaso do governo imperial, que nada fez para ajudá-lo. Justamente a ele que já salvara esse mesmo governo de apertos financeiros, sem nada pedir em troca. Outras causas dependeram, sem dúvida, do

 

LeBooks, Edições. Barão de Mauá: Empreendedor do Império (Os Empreendedores) (pp. 20-21). Lebooks Editora. Edição do Kindle.

A

[14] A presente tese de doutorado procurou estudar dois convidados da Primeira República: Joaquim Murtinho e Percival Farquhar. Primeiro, o ministro das Finanças do início do século XX, posteriormente o empresário estadunidense que veio montar seu império industrial atraído pelas concessões de ferrovias e serviços públicos advindas com o 1º Funding Loan (1898). Definiu-se como período inicial da mesma, o ano de 1898 quando Campos Salles assume a Presidência da República do Brasil e conduz Joaquim Murtinho ao Ministério da Fazenda, responsável pelas medidas saneadoras impostas pelo empréstimo internacional. O ano derradeiro deste estudo é o de 1952, data em que Percival Farquhar, bastante doente, deixa o Brasil pela última vez e repassa a maioria das ações de seu investimento na Acesita para o Banco do Brasil.

 

Milani, Martinho. O Anexador do Brasil: Percival Farquhar: entre nacionalistas e oligarcas (1898-1952) (pp. 1-2). Edição do Kindle.

[15] instrumentos científicos, plantas, sementes e objetos de diferentes culturas que serviram de base a várias instituições científicas, educacionais, industriais e atividades agrícolas. Passou pela Europa e América do Norte, mas foi também em busca do conhecimento no Oriente Médio e na África do Norte. Estava aberto aos conhecimentos milenares, às descobertas recentes e ao desenvolvimento aplicado nos outros países. D. Pedro II pode ser considerado o pioneiro das relações entre Brasil e Oriente Médio e África do Norte, pois, em suas duas viagens, mesmo destituídas de caráter oficial, fez contatos e divulgou o Brasil, que até então era pouco conhecido pelos árabes. Com isso, o imperador acabou indiretamente

 

ROBERTO KHATLAB - EXTERIOR. AS VIAGENS DE D. PEDRO II - Oriente Médio e África do Norte, 1871 e 1876 . Benvirá. Edição do Kindle.

1.               [16] Segundo Reinado

D. Pedro II reinou sobre o Brasil de 1840, ano do Golpe da Maioridade, até 1889, ano da proclamação da república. Nesses 49 anos de reinado, uma série de acontecimentos marcantes  passaram-se no país, com destaque para:

·        Proibição do tráfico negreiro;

·        Guerra do Paraguai;

·        Abolição da escravidão.

Um ponto marcante no governo de d. Pedro II foi a Guerra do Paraguai, conflito que se estendeu de 1864 a 1870, marcando o fim do auge do seu reinado e o início da sua decadência. A partir daí, a monarquia brasileira passou a ser questionada, o republicanismo começou a ganhar força, e a imagem de d. Pedro II iniciou seu desgaste.

Para agravar a situação, a partir da década de 1870, o imperador aparentemente perdeu a vontade de governar, e motivos pessoais e de saúde fizeram-no ausentar-se por meio de três grandes viagens nas décadas de 1870 e 1880. Uma conspiração, iniciada ainda na última década, selou o destino dos anos de vida restantes de d. Pedro II. Caso queira aprofundar-se nesse período do Brasil Império, leia: Segundo Reinado.

https://brasilescola.uol.com.br/historiab/dom-pedro-ii.htm

[17] Atentado de Julho foi uma tentativa de assassinato contra o imperador brasileiro, Dom Pedro II, em 15 de julho de 1889.

Ocorreu na atual Praça Tiradentes, após a saída do imperador do concerto da violinista Giulietta Dionesi no Teatro Sant'Anna (hoje Teatro Carlos Gomes), no Rio de Janeiro, capital do Império. Enquanto saía, D. Pedro foi surpreendido por um jovem bem vestido que atirou contra a carruagem do imperador com gritos enaltecendo a república, porém, não conseguiu atingir o monarca. O atirador conseguiu fugir, porém, foi mais tarde capturado pela polícia e reconhecido como Adriano Augusto do Valle. Durante o momento de sua prisão, estava embriagado em um bar, onde diante de outros fregueses, vangloriava-se de ter atirado contra o imperador. Também afirmava que o faria de novo, por ter errado o disparo.[1]

O imperador, apesar do ocorrido, decidiu não levar o processo adiante, pois o objetivo do imperador era impedir uma grande repercussão do ocorrido e com isto, o movimento republicano ganhar mais moral e destaque, além, de impedir futuros atentados.[2]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Atentado_de_julho_de_1889

[18] Eram 2h46 da madrugada quando a família imperial começou a deixar o Paço em direção ao navio que a aguardava na baía de Guanabara. Foi nesse momento que Raul Pompeia testemunhou a cena descrita na abertura deste capítulo. Dom Pedro, a princesa Isabel e o conde d’Eu acomodaram-se dentro de uma carruagem. Os demais seguiram a pé. No cais, entraram todos numa lancha do Arsenal de Guerra, guardada por quatro cadetes. Como o embarque fora antecipado, primeiro tiveram de ser encaminhados ao cruzador Parnaíba. Ali aguardariam a chegada dos três pequenos príncipes e só então navegariam para a ilha Grande, ao encontro do vapor Alagoas, que os levaria para a Europa. Na escuridão fechada daquela noite chuvosa, foi difícil distinguir os contornos do cruzador Parnaíba. Ao se aproximar do navio, o tenente-coronel Mallet ordenou que os marinheiros baixassem as escadas e, nesse momento, foi tomado por um pânico súbito, segundo contaria mais tarde ao historiador Tobias Monteiro. O mar estava muito agitado, e a lancha só precariamente se mantinha alinhada às escadas. E se o idoso imperador caísse no mar durante o embarque? Todos iriam culpá-lo pela tragédia, ponderou Mallet. Assustado, resolveu que, nesse caso, mergulharia para salvar o monarca ou morrer com ele. Felizmente, nada disso aconteceu. Com um impulso mais firme, o oficial conseguiu colocar dom Pedro a salvo sobre as escadas do navio. Em seguida, ajudou a imperatriz a fazer o mesmo e deu por terminada sua angustiante missão.

 

Gomes, Laurentino. 1889 – Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil (pp. 279-280). Editora Globo. Edição do Kindle.

[19] Em Santa Catarina ocorreu a entrada de imigrantes alemães e italianos no século XIX, enquanto que no século XX a imigração foi mista, composta de elementos nacionais e descendentes de colonos italianos do Rio Grande do Sul. ... No Paraná, ocorreram durante o século XIX imigrações de alemães, eslavos ucranianos e polacos.



História Econômica da Região Sul e Influência das Migrações ...

 

 

[20] Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, mais conhecido como Delmiro Gouveia (Ipu5 de junho de 1863 — Pedra10 de outubro de 1917), foi um industrial e empreendedor brasileiro.

Um dos pioneiros da industrialização do Brasil e do aproveitamento de seu potencial hidroelétrico, quando construiu a primeira usina hidrelétrica do Nordeste e a segunda do país, a Usina de Angiquinho, antecedida somente pela Usina de Marmelos.[1] Foi também o criador do que é tido como o primeiro "shopping center" brasileiro: o Mercado Modelo Coelho Cintra, inaugurado em 7 de setembro de 1899 no Recife.[2][3][4]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Delmiro_Gouveia

[21] http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1405-14352009000300004

Quando surgiu o que mais tarde foi considerado o escândalo empresarial mais grave da história econômica americana, a Enron, empresa do setor de energia cuja estratégia era manipular dados contábeis para superestimar sua saúde financeira, ficou em quinto lugar no ranking das maiores empresas americanas. Os prejuízos decorrentes da fraude ultrapassaram 13 bilhões de dólares em dívidas, levando à demissão de mais de cinco mil trabalhadores, prejuízos incalculáveis ​​para os acionistas e a falência do fundo de pensão de seus funcionários.

[22]  PARTIR DA RECONSTITUIÇÃO de especificidades econômicas, políticas e sociais da Primeira República brasileira, no presente ensaio problematiza-se a transposição direta e integral, para este período da história do Brasil, da análise de Foucault das sociedades européias da virada do século dezoito, resultantes das revoluções industrial e política burguesas. Dando continuidade à tradição autoritária e clientelista das relações de classes no país, o primeiro período republicano pôs no arbítrio e na violência da polícia, mais do que na sutileza disciplinadora dos médicos, a tarefa de conter o "caos urbano". Se houve disciplinamento imposto pela ciência, ele foi sobretudo fruto da disseminação de uma representação social negativa, de cunho racista, dos integrantes das classes subalternas.

https://www.scielo.br/j/ea/a/vfdbdpstqSj3P9gLWcFRs7g/?lang=pt

[23] políticas cotidianas, que acaba se rebelando. Dando continuidade às melhorias citadas com a vinda da Família Real, em 1812, foi criado um laboratório de química, em 1814, o Curso de Agricultura, em 1816, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. Outros cursos de outras modalidades, também, foram criados, inclusive, de Desenho Técnico, em 1817. A Gazeta do Rio de Janeiro colocou o primeiro jornal brasileiro em circulação. Foram criadas bibliotecas públicas e, em 1814, o próprio Príncipe cedeu 60.000 volumes do seu acervo particular. O ensino elementar não sofreu modificação, os cuidados continuaram a ser com o conhecimento superior, ou seja, das elites palaciana e latifundiária. Não houve alteração na linha adotada durante a colonização, o povo não foi lembrado nos

 

Filho, Geraldo Francisco. A educação brasileira no contexto histórico . Alínea. Edição do Kindle.

[24] Irineu Evangelista não parece ter tomado consciência do nascente problema dos operários industriais, que afinal era um "problema inglês", já que não havia nem operários nem indústrias no Brasil.

 

LeBooks, Edições. Barão de Mauá: Empreendedor do Império (Os Empreendedores) (p. 18). Lebooks Editora. Edição do Kindle.

[25] https://brasilescola.uol.com.br/guerras/as-reflexoes-freud-sobre-guerra.htm

Pois bem, no fim do século XIX, Freud e seu círculo de psiquiatras, no qual se encontravam nomes como os de Carl Jung e Otto Ranke, procuraram não apenas desenvolver métodos clínicos para o tratamento de patologias psíquicas, mas também elaborar teses que explicassem as formas de organização civilizadas e o funcionamento da sociedade. Esse conhecimento possibilitou a Freud desferir uma série de críticas às grandes “bandeiras” da modernidade, como o racionalismo, o nacionalismo e o progresso. A aplicação da razão e do conhecimento científico na construção de tecnologia mortífera, na preparação do aniquilamento de milhões de pessoas, revelava, para Freud, o quão dissimulada era a civilização moderna e mais ainda o era o Estado Nacional que se formara no século XIX.

A partir do ano de 1915, quando a guerra já estava no auge, Freud escreveu o ensaio “Considerações atuais sobre a Guerra e a Morte”, no qual apresentou sua análise sobre o evento. Freud tinha em mente o II Reich alemão, um Estado burocrático e militarizado que destinou grande parte de sua modernização tecnológica à indústria bélica. Sua crítica intentava dissecar os meandros do que ele qualificou como “hipocrisia” do Estado Civilizado. O Estado Civilizado seria hipócrita por “domesticar” os cidadãos, infundindo sobre eles regras de conduta e reprimindo as suas pulsões violentas, e ao mesmo tempo monopolizar o uso da violência, tornando-se um Estado Combatente, que mobilizava milhões de indivíduos não para a Guerra, mas para a Morte. A guerra iniciada em 1914 trazia para Freud um cenário de calamidade:

[26] Algumas mudanças, como a eliminação do Poder Moderador, do Senado vitalício e do Conselho de Estado e a introdução do federalismo, tinham sem dúvida inspiração democratizante na medida em que buscavam desconcentrar o exercício do poder. Mas, não vindo acompanhadas por expansão significativa da cidadania política, resultaram em entregar o governo mais diretamente nas mãos dos setores dominantes, tanto rurais quanto urbanos.[4] Ou seja, a ideia de possibilitar a participação popular a partir da implantação da república no Brasil mostrou-se nula, tanto na sua proclamação quanto nos anos que se seguiram[5]. De todo modo, a participação popular pretendida não seria possível em um modelo de governo centralizador, sobretudo em um país com as dimensões continentais como o Brasil. Para tanto, seria necessário a adoção do sistema federativo, que previa a descentralização administrativa, e o consequente fortalecimento do poder estadual. A República tornou possível a federação, que já era reivindicada antes da implantação do novo regime:

 

França de Oliveira, Marcelo. A memória na Revolução Federalista: diários de guerra e apontamentos de quem viveu o conflito (Coleção Rio-Grandense Livro 8) . Edição do Kindle.

[27] Eleição de 1891

 

Em 20 de janeiro de 1891, todo o ministério de Deodoro havia se demitido, incluindo Floriano Peixoto, que substituía Benjamin Constant no Ministério da Guerra.

De acordo com uma disposição transitória da Constituição de 1891, o presidente e o vice-presidente do primeiro período republicano deveriam ser excepcionalmente eleitos pelo Congresso Constituinte.

Deodoro da Fonseca apresentou-se como candidato a Presidente, tendo, como candidato a vice, na mesma chapa, o almirante Eduardo Wandenkolk. Presidente e vice seriam eleitos separadamente. Como já havia forte oposição a Deodoro, esta articulou a candidatura de Prudente de Morais, o presidente do Congresso, tendo o marechal Floriano Peixoto como candidato a vice. Floriano, além de candidatar-se a vice-presidente, na chapa de Prudente de Morais, apresentou, também, candidatura própria à Presidência.

Apurada a votação, em 25 de fevereiro de 1891, foi obtido o seguinte resultado na eleição para presidente: Deodoro da Fonseca - eleito com 129 votos; Prudente de Morais - 97 votos; Floriano Peixoto - 3 votos; Joaquim Saldanha Marinho - 2 votos; José Higino Duarte Pereira - 1 voto; cédulas em branco - 2. Para vice-presidente foi eleito o candidato da oposição, Marechal Floriano Peixoto, com 153 votos, contra 57 recebidos pelo Almirante Wandenkolk.[39]

A vitória de Deodoro explica-se pelo temor de que o velho marechal desse um novo golpe militar, fechando o Congresso e restaurando a monarquia. Mesmo os líderes da oposição haviam resolvido que, numa eventual vitória de Prudente de Morais, o Congresso lhe daria imediatamente posse do cargo, instalando-se sem demora o governo no próprio edifício do Parlamento, onde esperariam os acontecimentos, convocando para as imediações do prédio as forças militares com cuja lealdade podiam contar.

Terminava, assim, o Governo Provisório e iniciava-se o primeiro governo constitucional republicano. A fase constitucional do governo de Deodoro da Fonseca foi de fevereiro a 3 de novembro de 1891, quando Deodoro deu um golpe de estado.

Havia, naquele momento histórico, um conflito entre os militares e os políticos civis. Os militares queriam se manter na política e eram favoráveis a uma centralização absoluta e a concentração do poder político, enquanto os civis desejavam a volta dos militares aos quartéis e lutavam por um governo descentralizado e federalista.

Durante sua estadia na presidência, Deodoro foi nomeado Grão-Mestre do Grande Oriente da maçonaria do Brasil.[40]

Os republicanos de São Paulo apoiavam Floriano Peixoto, apesar das tendências centralizadoras deste. Devido ao apoio de São Paulo, os militares ficaram divididos, e isso veio mais tarde a provocar a queda de Deodoro.

O fechamento do Congresso e estado de sítio

 

Eleito pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro iniciou seu mandato sob forte tensão política. Tinha a oposição do Congresso e da população devido à crise econômica.

Tal ato gerou violenta reação,[41] fazendo com que, entre agosto e novembro de 1891, o Congresso tentasse aprovar a "Lei de Responsabilidades", que reduzia os poderes do presidente.

Deodoro contra-atacou a decisão do Congresso e, em 3 de novembro de 1891, decretou a dissolução do Congresso, lançando um "Manifesto à Nação" para explicar as razões do seu ato. Enquanto isso, tropas militares cercaram os prédios do legislativo e prenderam líderes oposicionistas e a imprensa do Distrito Federal foi posta sob censura total, decretando, assim, o estado de sítio no país. Este fato entrou para a história como o Golpe de Três de Novembro e foi o último feito de Deodoro em sua carreira política, pois, alguns dias depois, renunciaria ao mandato de presidente.[42]

A primeira Revolta da Armada

 

Renúncia de Deodoro da Fonseca ao cargo de Presidente da República, 1891

Ver artigo principal: Revolta da Armada

A primeira Revolta da Armada ocorreu no dia 23 de novembro de 1891, quando o almirante Custódio de Melo, acionado por Floriano Peixoto, a bordo do Encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse. O marechal Deodoro, então, cedeu às pressões e renunciou ao cargo de presidente da República, entregando o poder ao vice-presidente, Floriano Peixoto.

O restabelecimento do Congresso

Ao assumir, em 23 de novembro de 1891, Floriano Peixoto anulou o decreto de dissolução do Congresso e suspendeu o estado de sítio. Entre novembro de 1891 de março de 1892, afastou os governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro, substituindo-os por aliados.

Depois da presidência

 

Monumento-túmulo ao Generalíssimo Deodoro da Fonseca, na Praça ParisRio de Janeiro.

Manuel Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1892. Pediu para ser enterrado em trajes civis, no que não foi atendido. Seu enterro teve toda a pompa e honras militares. O marechal que proclamou a república no Brasil, fato histórico este que é, atualmente, feriado nacional, era acometido de fortes crises de dispneia,[43] popularmente conhecida como "dificuldade de respiração" ou "falta de ar", o que impedia o primeiro presidente do Brasil de dormir.

Foi enterrado num jazigo familiar no Cemitério do Caju, mas teve seus restos exumados e transferidos para um monumento na Praça Paris, no Rio de Janeiro, em 1937.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Deodoro_da_Fonseca

https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Rep%C3%BAblica_Brasileira#Rep%C3%BAblica_da_Espada

2.      [28] Movimentos Revolucionários

Foram várias revoltas de carácter popular, ocorridos na República Velha.[27] Durante o período militar (1889-1894) ocorreu a Revolta da Armada séria ameaça ao governo Floriano Peixoto, e uma revolução de carácter regional, a Revolução Federalista.

Durante o período civil (1894-1930), além da questão externa da anexação do Acre, ocorreram grandes revoltas internas no país de caráter localizado: a Guerra de Canudos, a Revolta da Vacina, a Revolta da Chibata, a Sedição de Juazeiro e a Guerra do Contestado.[28] Outras revoltas de caráter estadual, além da citada Revolução Federalista, foram: a Revolução de 1923 e a República de Princesa ocorrida na Paraíba em 1930. Nenhuma delas porém, se constituiu numa tentativa de se derrubar o governo federal.

Já, o movimento tenentista, que gerou a revolta do Forte de Copacabana em 1922, e a Coluna Prestes a partir da Revolta Paulista de 1924, se constituiu em séria ameaça ao governo federal. Apesar de debelados, o descontentamento geral em relação ao regime da República Velha, tanto por parte de setores da sociedade civil alijados dos processos de decisão, quanto da baixa oficialidade do exército, levaram em outubro de 1930, ao movimento que pôs um fim a este período da história brasileira.[28][29]

Durante este período, ocorreram também as primeiras greves operárias em 1907 e 1917, (chamadas, na época, de movimentos paredistas, ou paredes) e o crescimento de movimentos anarquistas e comunistas nos grandes centros urbanos do país, sobretudo entre os imigrantes espanhóis e italianos.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Rep%C3%BAblica_Brasileira

[29] Hoje quase esquecido, o Encilhamento foi o mais importante episódio na vida das Bolsas e mercados livres no Brasil. Sua lembrança longínqua é recheada de preconceitos, adjetivos e conotações lingüísticas, que deturpam os fatos sucedidos entre 1888 e 1891, nos capítulos finais do Regime Monárquico e nos primeiros passos da República, nascida em 1889.

 

Carvalho, Ney. O encilhamento: Anatomia de uma bolha brasileira (p. 5). Edição do Kindle.

[30] Eleição de 1891

 

Em 20 de janeiro de 1891, todo o ministério de Deodoro havia se demitido, incluindo Floriano Peixoto, que substituía Benjamin Constant no Ministério da Guerra.

De acordo com uma disposição transitória da Constituição de 1891, o presidente e o vice-presidente do primeiro período republicano deveriam ser excepcionalmente eleitos pelo Congresso Constituinte.

Deodoro da Fonseca apresentou-se como candidato a Presidente, tendo, como candidato a vice, na mesma chapa, o almirante Eduardo Wandenkolk. Presidente e vice seriam eleitos separadamente. Como já havia forte oposição a Deodoro, esta articulou a candidatura de Prudente de Morais, o presidente do Congresso, tendo o marechal Floriano Peixoto como candidato a vice. Floriano, além de candidatar-se a vice-presidente, na chapa de Prudente de Morais, apresentou, também, candidatura própria à Presidência.

Apurada a votação, em 25 de fevereiro de 1891, foi obtido o seguinte resultado na eleição para presidente: Deodoro da Fonseca - eleito com 129 votos; Prudente de Morais - 97 votos; Floriano Peixoto - 3 votos; Joaquim Saldanha Marinho - 2 votos; José Higino Duarte Pereira - 1 voto; cédulas em branco - 2. Para vice-presidente foi eleito o candidato da oposição, Marechal Floriano Peixoto, com 153 votos, contra 57 recebidos pelo Almirante Wandenkolk.[39]

A vitória de Deodoro explica-se pelo temor de que o velho marechal desse um novo golpe militar, fechando o Congresso e restaurando a monarquia. Mesmo os líderes da oposição haviam resolvido que, numa eventual vitória de Prudente de Morais, o Congresso lhe daria imediatamente posse do cargo, instalando-se sem demora o governo no próprio edifício do Parlamento, onde esperariam os acontecimentos, convocando para as imediações do prédio as forças militares com cuja lealdade podiam contar.

Terminava, assim, o Governo Provisório e iniciava-se o primeiro governo constitucional republicano. A fase constitucional do governo de Deodoro da Fonseca foi de fevereiro a 3 de novembro de 1891, quando Deodoro deu um golpe de estado.

Havia, naquele momento histórico, um conflito entre os militares e os políticos civis. Os militares queriam se manter na política e eram favoráveis a uma centralização absoluta e a concentração do poder político, enquanto os civis desejavam a volta dos militares aos quartéis e lutavam por um governo descentralizado e federalista.

Durante sua estadia na presidência, Deodoro foi nomeado Grão-Mestre do Grande Oriente da maçonaria do Brasil.[40]

Os republicanos de São Paulo apoiavam Floriano Peixoto, apesar das tendências centralizadoras deste. Devido ao apoio de São Paulo, os militares ficaram divididos, e isso veio mais tarde a provocar a queda de Deodoro.

O fechamento do Congresso e estado de sítio

 

Eleito pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro iniciou seu mandato sob forte tensão política. Tinha a oposição do Congresso e da população devido à crise econômica.

Tal ato gerou violenta reação,[41] fazendo com que, entre agosto e novembro de 1891, o Congresso tentasse aprovar a "Lei de Responsabilidades", que reduzia os poderes do presidente.

Deodoro contra-atacou a decisão do Congresso e, em 3 de novembro de 1891, decretou a dissolução do Congresso, lançando um "Manifesto à Nação" para explicar as razões do seu ato. Enquanto isso, tropas militares cercaram os prédios do legislativo e prenderam líderes oposicionistas e a imprensa do Distrito Federal foi posta sob censura total, decretando, assim, o estado de sítio no país. Este fato entrou para a história como o Golpe de Três de Novembro e foi o último feito de Deodoro em sua carreira política, pois, alguns dias depois, renunciaria ao mandato de presidente.[42]

A primeira Revolta da Armada

 

Renúncia de Deodoro da Fonseca ao cargo de Presidente da República, 1891

Ver artigo principal: Revolta da Armada

A primeira Revolta da Armada ocorreu no dia 23 de novembro de 1891, quando o almirante Custódio de Melo, acionado por Floriano Peixoto, a bordo do Encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse. O marechal Deodoro, então, cedeu às pressões e renunciou ao cargo de presidente da República, entregando o poder ao vice-presidente, Floriano Peixoto.

O restabelecimento do Congresso

Ao assumir, em 23 de novembro de 1891, Floriano Peixoto anulou o decreto de dissolução do Congresso e suspendeu o estado de sítio. Entre novembro de 1891 de março de 1892, afastou os governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro, substituindo-os por aliados.

Depois da presidência

 

Monumento-túmulo ao Generalíssimo Deodoro da Fonseca, na Praça ParisRio de Janeiro.

Manuel Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro, em agosto de 1892. Pediu para ser enterrado em trajes civis, no que não foi atendido. Seu enterro teve toda a pompa e honras militares. O marechal que proclamou a república no Brasil, fato histórico este que é, atualmente, feriado nacional, era acometido de fortes crises de dispneia,[43] popularmente conhecida como "dificuldade de respiração" ou "falta de ar", o que impedia o primeiro presidente do Brasil de dormir.

Foi enterrado num jazigo familiar no Cemitério do Caju, mas teve seus restos exumados e transferidos para um monumento na Praça Paris, no Rio de Janeiro, em 1937.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Deodoro_da_Fonseca

 

[31] Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente da república. Coube a ele a missão de decretar as primeiras medidas do novo governo e evitar possíveis reações monarquistas. A Constituição de 1824, que regeu o Brasil durante todo o período imperial, foi anulada e convocou-se uma Assembleia Nacional Constituinte para elaborar a primeira Constituição republicana. Deodoro usou da força para reprimir revoltas e fechou o Congresso Nacional. Sem apoio político para manter-se no cargo, o marechal renunciou à presidência em 1891. Ele morreu no ano seguinte, vítima de dispneia.

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/governo-deodoro-fonseca.htm

[32] Manifesto dos Treze Generais foi um documento assinado por treze autoridades militares do Brasil, datado de 31 de março de 1892 e publicado em 6 de abril, logo no início do governo de Floriano Peixoto, que assumiu após a renúncia de Deodoro da Fonseca.

manifesto contestava a legitimidade do governo e condenava as atitudes de Floriano Peixoto contra rebeliões nos estados e solicitava convocação de nova eleição para a presidência da república.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_dos_Treze_Generais

[33] Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o século XVIII nos arredores da Fazenda Canudos, às margens do rio Vaza-Barris. Com a chegada de Antônio Conselheiro em 1893 passou a crescer vertiginosamente, em poucos anos chegando a contar por volta de 25 000 habitantes.



Guerra de Canudos – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

 

[34] https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Chibata

Revolta da Chibata foi um motim naval no Rio de JaneiroBrasil, ocorrido no final de novembro de 1910. Foi o resultado direto do uso de chibatadas por oficiais navais brancos ao punir marinheiros afro-brasileiros e mulatos.

Em 1888, o Brasil se tornou o último país do hemisfério ocidental a abolir a escravidão. A mudança recebeu oposição das elites brasileiras, que conduziram um bem sucedido golpe de estado em 1889. A instabilidade resultante contribuiu para várias revoltas e rebeliões, mas no início do novo século a crescente demanda por café e borracha permitiu aos políticos brasileiros começar a traçar a transformação do país em uma potência internacional. Uma parte importante disso seria a modernização da Marinha do Brasil, que tinha sido negligenciada desde a revolução, o que incluía a compra de navios de batalha do novo tipo de encouraçado (dreadnought). Embora extremamente caros, eles atraíram muita atenção internacional antes de sua entrega com dois novos cruzadores em 1910.

 

[36] Em novembro de 1891, registrou-se como reação à atitude do presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca que, em meio a uma crise institucional, agravada por uma grave crise econômica, e com dificuldades em negociar com a oposição, em flagrante violação da Constituição recém-promulgada em 1891, ordenou o fechamento do Congresso.[8] Unidades da Armada na baía de Guanabara, sob a liderança do almirante Custódio de Melo, sublevaram-se e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República.[9] Para evitar uma guerra civil, o marechal Deodoro renunciou à Presidência da República (23 de novembro de 1891).[7]

Com a renúncia de Deodoro, que ocorreu apenas nove meses depois do início de seu governo, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu o cargo (1892). A Constituição de 1891, no entanto, garantia que, se a presidência ou a vice-presidência ficassem vagas antes de se completarem dois anos de mandato, deveria ocorrer uma nova eleição, o que fez com que a oposição começasse a acusar Floriano por manter-se ilegalmente à frente da nação.

Segunda Revolta da Armada

Começou a delinear-se em março de 1892, quando treze generais enviaram uma Carta-Manifesto ao Presidente da República, Floriano Peixoto.[7] Este documento exigia a convocação de novas eleições presidenciais para que, cumprindo-se o dispositivo constitucional, se estabelecesse a tranquilidade interna na nação.[10] Floriano reprimiu duramente o movimento, determinando a prisão de seus líderes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Armada

[37]https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_da_Armada

 Revolta da Armada foi um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra os dois primeiros governos republicanos do país, que estavam tomando feições de uma ditadura militar.[4][5][6] A revolta desenvolveu-se em dois momentos; uma no governo de Deodoro da Fonseca e outra no governo que se seguiu, de Floriano Peixoto.[7]

[38] Primeira Revolta da Armada ocorreu em resposta ao fechamento do Congresso e ao estado de sítio pelo presidente Deodoro da Fonseca. Tais atitudes estavam em contra a Constituição de 1891. ... Como resultado, os revoltosos conseguiram a renúncia do presidente Deodoro da Fonseca, em 23 de novembro de 1891.

https://www.todamateria.com.br/revolta-da-armada/#:~:text=A%20Primeira%20Revolta%20da%20Armada,contra%20a%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20de%201891.&text=Como%20resultado%2C%20os%20revoltosos%20conseguiram,23%20de%20novembro%20de%201891.

Revolta da Armada - Toda Matéria

 

[39] Hercílio Pedro da Luz nasceu na cidade de Nossa Senhora do Desterro na noite do dia 29 de março de 1860. A casa em que ele veio ao mundo era um sobrado colonial de frente para o Palácio do Governo, tendo ao meio o jardim da grande praça. Ficou órfão de pai aos nove anos incompletos, em 3 de abril de 1869.



Hercílio Pedro da Luz – 1918 a 1922 - Secretaria Executiva ...

 

 

[40] contracenaram com a definição de um Executivo forte e politicamente  irresponsável. Conforme argumentei, a Constituição de 1891  resultou de um pacto centrífugo, pelo qual todas as partes  componentes da ordem política ganharam máxima autonomia, o que proporcionou pesado leque de problemas de compatibilidade entre suas partes. Não havia, como no Império,  um poder superior para arbitrar as tensões entre as partes  do modelo institucional. O governo de Prudente de Moraes  (1894-1898) exibiu de modo exemplar esse padrão de dificuldades, pela contínua tensão entre Executivo e Legislativo e  pela possibilidade de geração e operação de um ator coletivo  – o Partido Republicano Federal – fora do controle do governo central.  Os anos caóticos definiram a moldura da infância da República. O governo de Campos Sales (1898-1902) partiu de  uma proposta de institucionalização do regime, tomando por  referência negativa não o Império, mas a experiência dos dez  anos imediatamente posteriores à Proclamação da República. O resultado foi a combinação entre uma retórica construtivista, presente na obsessão regeneradora de um governo  de “pura administração”, e o reconhecimento de uma distribuição natural do poder –

 

Lessa, Renato. A invenção republicana: Campos Sales, as bases e a decadência da primeira república brasileira (p. 256). Edição do Kindle.

[41] O governo discricionário tende à auto-suficiência. A facilidade de editar normas legislativas por decreto o faz julgar-se onipotente, senhor do bem, do mal e da economia e considerar-se capaz de dirigi-la a seu bel-prazer. A um erro, normalmente corrige com outro e a um excesso, com uma restrição. Foi essa a origem das incertezas de rumo e hesitações de que é usualmente acusado o período de Ruy Barbosa à testa da política financeira no país.

 

Carvalho, Ney. O encilhamento: Anatomia de uma bolha brasileira (p. 194). Edição do Kindle.

[42] reconstruída. O segundo grande desafio de Pombal foi conter os gastos e pagar as dívidas resultantes de uma sequência de guerras contra a Espanha entre 1760 e 1770. A terceira, e a pior de todas as dificuldades, era o esgotamento das minas de ouro e diamantes do Brasil e o rápido empobrecimento do império. No final do século xviii, 61% de todas as exportações que garantiam o superávit comercial português saíam do Brasil. A colônia havia ultrapassado o reino em capacidade produtiva, gerando uma dependência cada vez mais incômoda e arriscada para a metrópole. Por volta de 1770, a produção de ouro de aluvião em Minas Gerais estava praticamente esgotada. Para assegurar a arrecadação de impostos esperada em Lisboa, em 1750 a Coroa tinha determinado uma quota mínima de contribuição equivalente a cem arrobas (cerca de 1.465 quilos) de ouro, que seria lançada anualmente em forma de tributo, garantida pelas câmaras municipais em Minas Gerais.

 

Gomes, Laurentino. Escravidão – Volume II: Da corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de dom João ao Brasil (pp. 315-316). Globo Livros. Edição do Kindle.

[43] O programa da república mineira foi detalhado na reunião daquela noite chuvosa de 26 de dezembro de 1788. Uma vez vitoriosa a revolução, a capital de Minas Gerais independente seria em São João del-Rei. Ali haveria uma casa da moeda, encarregada de emitir dinheiro a uma taxa de câmbio fixa de 1.500 réis por oitava de ouro (3,58 gramas). Todas as restrições relacionadas à mineração de diamantes no distrito de Serro do Frio, região da atual cidade de Diamantina, estariam imediatamente abolidas. A proibição portuguesa de manufaturas, até então vigente em todo o Brasil, seria revogada, mediante a construção de uma fábrica de pólvora e de ferro. Vila Rica se tornaria a sede de uma universidade. Em lugar de um exército permanente, os cidadãos da nova república seriam convocados a se alistar em uma milícia popular, responsável pela segurança do território. Em cada

 

Gomes, Laurentino. Escravidão – Volume II: Da corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de dom João ao Brasil (p. 294). Globo Livros. Edição do Kindle.

3.           [44] São Paulo Tramway, Light and Power Company

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_Tramway,_Light_and_Power_Company

[45] MILANI, Martinho Camargo. Percival Farquhar, um homem quase sem nenhum caráter entre oligarcas e nacionalistas de muita saúde (1898-1952). Tese (Doutorado) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de História Econômica. Universidade de São Paulo. A presente tese procurou retratar o período da República Velha entre 1898 e 1931. Entender o papel da dependência econômica do Brasil para com um produto: o café; e os constantes endividamentos realizados pela nação para cobrir os constantes rombos orçamentários. Deu-se atenção especial aos empréstimos tomados com instituições estrangeiras, em especial europeias, os denominados funding loans ( 1898, 1914, 1931). Tais condições econômico-financeiras foram combatidas com as políticas recessivas da corrente Metalista. Saneado o país, novos períodos Papelistas se instalavam na economia, metaforicamente como o mito de Sísifo.   Nesses ciclos intermináveis, o Brasil passava por profundas transformações socioeconômicas decorrentes da adoção do regime republicano, da abolição da escravidão e da industrialização e urbanização crescentes. Foi nesse contexto que um empresário norte-americano, Percival Farquhar tornou-se um dos maiores empresários da história do Brasil. Construiu um imenso império industrial em atividades como ferrovias, portos, serrarias, frigoríficos e hotéis ( entre outras). Não sem sofrer profunda oposição de nacionalistas e agraristas. Procurou-se por último, demonstrar por meio dos relatórios do ministério da Fazenda entre 1898 e 1915 que, ao contrário do pretendido, foram as políticas Metalistas uma das grandes responsáveis pela industrialização do Brasil. Contra a própria vontade de seus ideólogos. Num Brasil em convulsão e transformação completa as classes dominantes se acomodam em velhos estofados, trocando apenas o couro embrutecido pelo tempo. Palavras-chave: Economia na República Velha – Funding Loan – Percival Farquhar -  Papelistas e Metalistas - Industrialização

 

Milani, Martinho. O Anexador do Brasil: Percival Farquhar: entre nacionalistas e oligarcas (1898-1952) . Edição do Kindle.

[46] Prudente de Morais dedicou todos os seus esforços à pacificação das facções, que tinham em seus extremos os defensores do governo forte de Floriano e os partidários da monarquia. Durante seu governo, abandonou uma a uma as medidas inovadoras de Floriano Peixoto. Essa cautela de Prudente foi necessária, já que os florianistas ainda tinham uma certa força, principalmente no Exército.[10] Além disso, o vice-presidente estava ligado às ideias de Floriano. Prudente de Morais imprimiu uma direção ao governo que atendeu mais aos cafeicultores e afastou os militares da política.[11]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Prudente_de_Morais

[47] brasileiro. Assim, se por um lado a análise da História aponta uma mudança drástica na sociedade brasileira entre 1889 e 1891 _ e além _, ao mesmo tempo elas parecem denunciar a permanência de uma série de problemas estruturais aos quais a instância política incorrera em pouco, ou nada, para sanar ao longo de pouco mais de cem anos de existência, estando, voluntaria ou involuntariamente, submetida às estruturas e econômicas. Mais do que nunca ecoam as palavras do historiador britânico, Keith Thomas: aqueles que estudam o passado acabam se deparando com duas conclusões contraditórias. A primeira é que o passado era muito diferente do presente. A segunda é que ele era muito parecido[109]. De acordo com as exposições finais de Charaudeau pode-se observar que, no que toca às transformações da consciência cidadã pouco houve de avanço pela situação dada em 1889.

 

Elyel, Jhonatas. As Duas Mortes do Imperador: a imagem política de Dom Pedro II na Gazeta de Notícias (p. 105). Edição do Kindle.

[48] afinal, o dilema de ser brasileiro no espaço doméstico e familiar partilhava, embora de forma oblíqua, do mesmo horizonte histórico daquilo que uma república (nos seus significados mais autênticos) prometia para toda a população, sob o nome de “cidadania”. A República criou uma cidadania precária, porque calcada na manutenção da iniquidade das estruturas sociais; acentuou as distâncias entre as diversas regiões do país, cobrindo-as com a roupagem do federalismo difuso da “política dos governadores” ou com a continuidade daquela geografia oligárquica do poder que, desde o Império, diluía o formalismo do Estado e das instituições.

 

Vários autores. História da vida privada no Brasil – Vol. 3 (p. 271). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[49][49] “A comunidade política conduz, comanda, supervisiona os negócios, como negócios privados seus, na origem, como negócios públicos, depois [...] Dessa realidade se projeta a forma de poder, institucionalizada num tipo de domínio: o patrimonialismo.” Esse imperativo categórico da sociedade brasileira, ou seja, a inviolabilidade daquilo que foi assim desde sempre, cria um elo profundo entre os que aqui chegaram em 1500 e os que aqui hoje estão. Os mesmos objetivos os animam: a espoliação, a expropriação, o lucro, a exploração. Esses fins justificam os meios utilizados, que passam sempre ao largo de um projeto de país, sempre ao largo dos interesses do povo. Não existe no Brasil, nem nunca existiu, um projeto de nação. Um projeto robusto que levasse em conta o interesse de todos, planejado para durar gerações e que pairasse acima dos eventuais problemas políticos. Como o que ocorreu no Japão, arrasado na Segunda Guerra Mundial. O Brasil só vai se encontrar com o seu futuro quando um pacto social em torno de um projeto de nação for estabelecido e jamais rompido. Conhecer a história do Brasil é o primeiro passo para que esse projeto seja estabelecido, consiga resistir a eventuais tempestades e siga seu rumo em direção ao estado de bem-estar social pelo qual tanto almejamos.

 

Costa, Marcos. A história do Brasil para quem tem pressa (Série Para quem Tem Pressa) (pp. 5-6). Editora Valentina. Edição do Kindle.

[50] Havia, porém, uma contradição entre as promessas e a realidade daquele momento. Diferentemente do que faziam supor os discursos e anúncios oficiais, a República brasileira não resultou de uma campanha com intensa participação popular. Em vez disso, foi estabelecida por um golpe militar com escassa e tardia participação das lideranças civis. Apesar da intensa propaganda republicana por meio de imprensa, panfletos, reuniões e comícios, a ideia da mudança de regime político não deslanchava na população. Na última eleição parlamentar do Império, realizada em 31 de agosto de 1889, o Partido Republicano elegeu somente dois deputados e nenhum senador. Os votos colhidos pelos seus candidatos em todo o país não chegaram a 15% do total apurado. O resultado era pior do que o obtido quatro anos antes, no pleito de 1885, quando foram eleitos para a Câmara três deputados republicanos, entre eles os futuros presidentes da República Prudente de Morais (1894-1898) e Campos Salles (1898-1902). Sem eco nas urnas, os civis encontraram nos militares o elemento de força que lhes faltava para a mudança do regime. A República brasileira nasceu descolada das ruas. “O povo assistiu àquilo bestializado”, segundo uma famosa frase do jornalista Aristides Lobo, testemunha dos acontecimentos.

 

Gomes, Laurentino. 1889 – Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil (pp. 15-16). Editora Globo. Edição do Kindle.

[51] “Se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude.”

 

di Lampedusa, Giuseppe Tomasi. O Leopardo (p. 218). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

4.            [52] Panorama do Rio no início do século XX

No início do século XX, o Rio de Janeiro passava por graves problemas sociais, decorrentes, em grande parte de seu rápido e desordenado crescimento, alavancado pela imigração europeia e pela transição do trabalho escravo para o trabalho livre.

Na ocasião em que Pereira Passos assume a Prefeitura da cidade, o Rio de Janeiro, com sua estrutura de cidade colonial, possuía quase um milhão de habitantes carentes de transporte, abastecimento de água, rede de esgotos, programas de saúde e segurança.

Na região central do Rio de Janeiro – a Cidade Velha e adjacências – eclodiam habitações coletivas insalubres (cortiços), epidemias de febre amarelavaríolacólera, conferindo à cidade a fama internacional de porto sujo ou "cidade da morte", como se tornara conhecida.

reforma urbana de Pereira Passos, período conhecido popularmente como “O Bota-Abaixo”, visou o saneamento, o urbanismo e o embelezamento, dando ao Rio de Janeiro ares de cidade moderna e cosmopolita.

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Pereira_Passos#:~:text=A%20reforma%20urbana%20de%20Pereira,de%20cidade%20moderna%20e%20cosmopolita.

[53] No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro enfrentava sérios problemas sociais. Epidemias de doenças como a febre amarela assolavam os cortiços imundos da região central. O saneamento básico era precário e a população concentrava-se no Centro da cidade em condições precárias de higiene. Em 1901, foi concluída a Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no Centro, após um século e meio de obras. Em 21 de julho de 1902, Oscar Cox fundou o Fluminense Football Club, numa sede localizada no número 51 da Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo[2]. No mesmo ano, as linhas de bonde da cidade chegaram ao bairro de Ipanema[3].

https://pt.wikibooks.org/wiki/A_cidade_do_Rio_de_Janeiro_no_s%C3%A9culo_XX/Primeira_metade_do_s%C3%A9culo_XX

[54] O primeiro programa habitacional que se tem conhecimento foi o Fundação da Casa Popular (FCP) que surgiu em 1946 no governo do presidente Eurico Gaspar Dutra e se estendeu até a década de 1960. ... No governo de Fernando Henrique Cardoso os principais programas foram o Pró-Moradia e o Habitar Brasil.8 de ago. de 2011



PROGRAMAS HABITACIONAIS NO BRASIL: QUEM TEM ...

 

 

[55] pesada e equipamentos modernos, comandada pelo auxiliar direto do marechal Floriano, o general Moreira César, positivista obstinado, notório pelo entusiasmo sanguinário com que suprimia grupos rebeldes. Para espanto geral, não só a expedição foi totalmente desbaratada, como o general Moreira César foi abatido pelo fogo inimigo. Pânico geral! A única maneira de justificar a catástrofe foi atribuir aos revoltosos a imagem de conspiradores monarquistas, decididos a derrubar o novo regime, mantidos, organizados e fortemente armados a partir do exterior por líderes expatriados do regime imperial. Aniquilá-los por completo era portanto uma questão de vida ou morte para a jovem República.

 

Vários autores. História da vida privada no Brasil – Vol. 3 (pp. 13-14). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[56] Por muitas vezes e de várias maneiras somos injustiçados e ofendidos, em muitos casos, os ataques partem de pessoas a quem estimamos. Dói bastante ser caluniado e injustiçado ou ter que pagar por um erro que não cometemos. Infelizmente algumas pessoas, intencionalmente ou não, surgem como se fossem uma pedra em nosso caminho. Mas não podemos interromper a caminhada da vida e achar que nada mais presta e que essas pessoas devem ser crucificadas simplesmente porque falharam conosco. Afinal, quem nunca falhou? “PERDOAR É PRECISO” é um livro que enfatiza os prejuízos da mágoa e os benefícios do perdão. Somos tentados a revidar as ofensas, ou no mínimo a romper terminantemente todo relacionamento com as pessoas que nos fizeram mal, ficamos chateados e incomodados com a presença delas. Esse é um problema com o qual todos têm que lidar, faz parte da vida. A única maneira de nunca sermos ofendidos é nos afastando de tudo e de todos, mas ainda assim, em alguns momentos ficaremos chateados com nós mesmos. “Onde tem gente, tem problema, mas onde há amor há solução.” Podemos vencer todo conflito de relacionamentos através da prática do amor. Para isso Deus nos proveu de uma poderosa ferramenta chamada: “Perdão”. O perdão é uma decisão, um direito que Deus nos deu e que ninguém poderá nos impedir de usá-lo, quantas vezes quisermos, depende unicamente de nós. Além de ser um direito, o perdão também é um dever de quem foi perdoado por Deus, ele é uma poderosa arma para vencer a mágoa e o desejo de vingança, é luz que expulsa as trevas. Se realmente queremos prosseguir na vida com o coração limpo e desfrutando das bênçãos de Deus, “PERDOAR É PRECISO”.

 

Araújo, Reni . PERDOAR É PRECISO: Os benefícios do perdão (pp. 1-2). Edição do Kindle.

 

[57] Dizem que o amor faz grandes obras. O ódio também poderá fazê-las; mas, para isso, como no caso do amor, é preciso conter-se. LIMA BARRETO, Diário íntimo Nunca se contaram os mortos da Revolta da Vacina. Nem seria possível, pois muitos, como veremos, foram morrer bem longe do palco dos acontecimentos. Seriam inúmeros, centenas, milhares, mas é impossível avaliar quantos. A autoridade policial, como seria de se esperar, apresentou números sóbrios e precisos, na tentativa de reduzir uma autêntica rebelião social à caricatura de uma baderna urbana: fútil, atabalhoada, inconsequente. Os massacres, porém, não manifestam rigor com a precisão. Sabe-se quantos morreram em Canudos, no Contestado ou na Revolução Federalista – para só ficarmos nas grandes chacinas da Primeira República? A matança coletiva dirige-se, via de regra, contra um objeto unificado por algum padrão abstrato que retira a humanidade das vítimas: uma seita, uma comunidade peculiar, uma facção política, uma cultura, uma etnia. Personificando nesse grupo assim circunscrito todo o mal e toda a ameaça à ordem das coisas, os executores se representam a si mesmos como heróis redentores, cuja energia implacável esconjura a ameaça que pesa sobre o mundo. O preço a ser pago pela sua bravura é o peso do seu predomínio. A cor das bandeiras dos heróis é a mais variada, só o tom do sangue de suas vítimas permanece

 

Sevcenko, Nicolau. A Revolta da Vacina (pp. 8-9). Editora Unesp. Edição do Kindle.

[58]Carlos Chagas é o detentor de um raro título na história das ciências brasileiras, por ter descoberto uma enfermidade tropical que carrega o seu nome: a doença de Chagas. Esse legado ao conhecimento biomédico é reconhecido como um fato científico ímpar, pois um mesmo pesquisador identificou não apenas a doença, mas também seu agente etiológico e o vetor de transmissão. Esta bela obra – que reúne um conjunto iconográfico singular – é um convite para o mergulho prazeroso no legado de Carlos Chagas e da geração de médicos e sanitaristas que, liderados por Oswaldo Cruz, investiram de fortes tonalidades políticas a ciência que praticavam, destinada à construção de um futuro que redimisse a nação do que consideravam as amarras do passado colonial, visto como sinônimo de atraso. E eram muitas. Carlos Chagas e os demais membros de sua geração lançaram-se a esse desafio.

 

Kropf, Simone Petragli; Lacerda, Aline Lopes de; Whitty, Diane Grosklaus. Carlos Chagas, um cientista do Brasil = Carlos Chagas, scientist of Brazil (p. 13). SciELO - Editora FIOCRUZ. Edição do Kindle.

 

[59] Oswaldo Gonçalves Cruz[1][nb 1] (São Luiz do Paraitinga5 de agosto de 1872 — Petrópolis11 de fevereiro de 1917) foi um médicobacteriologistaepidemiologista e sanitarista brasileiro.

Pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil, fundou em 1900 o Instituto Soroterápico Federal no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, transformado em Instituto Oswaldo Cruz, hoje a Fundação Oswaldo Cruz, respeitada internacionalmente.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Oswaldo_Cruz

[60] A Revolta da Vacina, ocorrida num momento decisivo de transformação da sociedade brasileira, nos fornece uma visão particularmente esclarecedora de alguns elementos estruturais que preponderaram em nosso passado recente – repercutindo até mesmo nos dias atuais. A constituição de uma sociedade predominantemente urbanizada e de forte teor burguês no início da fase republicana, resultado do enquadramento do Brasil nos termos da nova ordem econômica mundial instaurada pela Revolução Científico-Tecnológica (por volta de 1870), foi acompanhada de movimentos convulsivos e crises traumáticas, cuja solução convergiu insistentemente para um sacrifício cruciante dos grupos populares. Envolvidos que estamos com as condições postas por essas transformações, pouco temos refletido sobre o seu custo social e humano. Minhas ponderações, por isso, voltam-se com alguma persistência para essa questão delicada e, reconheço, um tanto incômoda, porém imprescindível.

 

Sevcenko, Nicolau. A Revolta da Vacina (p. 9). Editora Unesp. Edição do Kindle.

[61] Em 1918, um vírus desse tipo infectou humanos. Desde a primeira edição deste livro, cientistas encontraram evidências (não é uma questão com conclusão definitiva) de que 7 dos 8 segmentos do vírus de 1918 tinham origem nas aves2 e que, depois de ter pulado de espécie em espécie e interagido com outros vírus, adquiriu o gene humano da hemaglutinina, aquele que permite que o vírus se ligue e depois infecte as células humanas. E descobriu-se que até mesmo o oitavo segmento tinha origens aviárias recentes. Essa interação teria acontecido quando um vírus de ave infectou um mamífero — humano, cavalo, porco, o que seja —, que também estava infectado com outro vírus influenza contendo o gene de hemaglutinina. Em 1918, a população mundial era de 1,8 bilhão, e a pandemia matou, provavelmente, 50 a 100 milhões de pessoas, com a menor estimativa moderna na casa dos 35 milhões. Hoje, a população mundial é de 7,6 bilhões. Um comparativo atual seria uma estimativa entre 150 e 425 milhões de mortes.

 

M. Barry, John. A Grande Gripe. A História da Gripe Espanhola, a Pandemia Mais Mortal de Todos os Tempos (p. 644). Intrínseca. Edição do Kindle.

[62] As leis de Jim Crow (em inglês, Jim Crow laws) foram leis estaduais e locais que impunham a segregação racial no sul dos Estados Unidos. Todas essas leis foram promulgadas no final do século XIX e início do século XX pelas legislaturas estaduais dominadas pelos Democratas após o período da Reconstrução.



Leis de Jim Crow – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

[63] Jim Crow Na história judicial que culmina com Loving versus Virgínia, não se coloca em nenhum momento o problema de saber quem é negro. Os apelantes não questionam o rótulo racial que os define e, mesmo quando um veredito como Perez versus Sharp apontava notórias inconsistências nos paradigmas da eugenia, os juízes não entreviam a hipótese de declarar a nulidade do sistema de classificação racial sobre o qual se erguia a segregação legal. Essa clareza conceitual deve-se, em grande medida, a Madison Grant, um advogado nascido em Nova York, em 1865, que dividiu suas atenções entre o eugenismo e o conservacionismo ambiental.

 

Magnoli, Demétrio. Gota de sangue - história do pensamento racial, Uma (p. 119). Editora Contexto. Edição do Kindle.

[64] Campos Sales representava tipicamente os ideais políticos das oligarquias dominantes de cada estado. Em contrapartida, recebia o apoio político das bancadas estaduais no Congresso. Com a criação da Comissão Verificadora de Poderes da Câmara, os próprios parlamentares legitimavam os diplomas dos eleitos e assim só eram empossados os deputados eleitos que fossem indicados pelos governadores. O resultado desse pacto foi o enfraquecimento das oposições, a fraude eleitoral e a exclusão da maior parte da população de qualquer participação política. O controle político oligárquico também era assegurado pelo voto aberto e pelo reconhecimento dos candidatos eleitos não pelo Poder Judiciário, mas pelo próprio Poder Legislativo. Como o Congresso sofria a influência do presidente e dos governadores, esse mecanismo dava margem à chamada "degola" dos candidatos indesejáveis.[16]

Desenvolveu a sua Política dos Estados mais conhecida como política dos governadores, através da qual afastou os militares da política e estabeleceu a República Oligárquica, segunda fase da República Velha.[3] E assim se manifestou a respeito

https://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_Sales

[65] Os pontos principais do Acordo assinado em 1898 e conhecido como funding loan são: A substituição das dívidas anteriores por apenas uma dívida nova; Garantia mínima de juros de 5% pagos em títulos-ouro em funding bonds emitidos sobre as dívidas das ferrovias; Concessões de novas ferrovias para investidores, com garantia mínima de juros; Emissão de títulos no valor de máximo de 10 milhões de libras (não passaram de 8,6 milhões no total); Hipotecou-se a Alfândega do Rio e de outras cidades como garantia dos empréstimos; Simultaneamente a emissão dos títulos, o governo teria de depositar valor equivalente em papel-moeda, parte dele seria retirada de circulação e destruída. Percival Farquhar, o defunto-autor desta Tese, encontrou no acordo internacional uma possibilidade grande de investimentos. O Brasil tornava-se uma economia saudável do ponto-de-vista do mercado financeiro internacional e, claro, com a garantia mínima de lucros em construções e arrendamentos de ferrovias. O governo Campos Salles:

 

Milani, Martinho. O Anexador do Brasil: Percival Farquhar: entre nacionalistas e oligarcas (1898-1952) (p. 53). Edição do Kindle.

[66] Francisco de Paula Rodrigues Alves (Guaratinguetá7 de julho de 1848 – Rio de Janeiro16 de janeiro de 1919) foi um advogado e político brasileiroconselheiro do Impériopresidente da província de São Paulopresidente do estado de São Pauloministro da fazenda e quinto presidente do Brasil.

Governou São Paulo por três mandatos: entre 1887 e 1888, como presidente da província, como quinto presidente do estado de 1900 a 1902 e como nono presidente do estado de 1912 a 1916.

Elegeu-se duas vezes presidente da República, cumprindo integralmente o primeiro mandato (1902 a 1906), mas faleceu antes de assumir o segundo mandato (que deveria se estender de 1918 a 1922).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Rodrigues_Alves

[67] Do ponto de vista das relações internacionais se destacou a atuação do barão do Rio Branco, defensor da política das soluções arbitradas para as disputas territoriais e que conduziu à definição territorial atual das fronteiras do país. O caso de Rio Branco é bastante revelador do modo como se efetivou a estabilização institucional da Primeira República. Herdeiro do prestígio e da posição de seu pai, o visconde do Rio Branco, membro do Conselho do Império, ele representava o ápice da elite ilustrada do regime deposto. Monarquista convicto, foi, no entanto, convocado por Rodrigues Alves para exercer o cargo de ministro das Relações Exteriores, no qual se manteve ao longo de diferentes administrações até sua morte, em 1912.

 

Vários autores. História da vida privada no Brasil – Vol. 3 (p. 29). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[68] Os termos eram extremamente rígidos, abrangendo desde recém-nascidos até idosos, impondo-lhes vacinações, exames e reexames, ameaçando-os com multas pesadas e demissões sumárias, limitando as oportunidades de recursos, defesas e omissões. O objetivo era uma campanha maciça, rápida, sem nenhum embaraço e fulminante: o mais amplo sucesso, no mais curto prazo. Não se cogitou da preparação psicológica da população, da qual só se exigia a submissão incondicional. Essa insensibilidade política e tecnocrática foi fatal para a lei da vacina obrigatória. Infelizmente, não só para ela. Publicada a regulamentação, já no dia

 

Sevcenko, Nicolau. A Revolta da Vacina (pp. 18-19). Editora Unesp. Edição do Kindle.

[69] Relacionada à construção das estradas de ferro vem uma parte dos testemunhos sobre o viver dessas populações. Nos inícios do século XX, cortando regiões insalubres, no geral acompanhando o curso dos rios, os trabalhos de construção das ferrovias eram constantemente ameaçados de interrupção pela ocorrência de epidemias. Para enfrentar as paralisações, os engenheiros responsáveis pelas obras tiveram que recorrer ao apoio das autoridades sanitárias, especialmente aos cientistas de Manguinhos, recém-saídos do combate às epidemias de febre amarela, cólera e peste bubônica da capital da República.29 Episódio pouco conhecido do sanitarismo brasileiro dos inícios do século e que mobilizou figuras de projeção da instituição, as

 

Vários autores. História da vida privada no Brasil – Vol. 3 (pp. 54-55). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[70] A Revolta da Vacina na cronologia política, social e econômica 1888 Abolição da Escravatura 1889 Proclamação da República Início do governo de Deodoro da Fonseca 1891 Encilhamento Início do governo de Floriano Peixoto 1893 Revolta da Armada 1894 Revolução Federalista Início do governo de Prudente de Morais 1896-97 Guerra de Canudos 1898 Início do governo de Campos Sales 1900 Cerca de 1 milhão de imigrantes chegam ao Brasil 1902 Início do governo de Rodrigues Alves 1902 Dezembro Novo estatuto e organização municipal para o Distrito Federal 1903 Março Osvaldo Cruz assume a direção da Saúde Pública. Junho Embora inacabada, é inaugurada a avenida Passos. 1904 Março Início oficial das obras de remodelação do porto e da construção da avenida Central. Novembro Revolta da Vacina 9 Publicação da regulamentação da lei da vacina obrigatória. 10 Primeiras agitações populares em reação à obrigatoriedade da vacina. 11 Comício no largo de São Francisco e confronto com a polícia. 12 Concentração popular no Centro das Classes Operárias e manifestações em frente ao Palácio do Catete. 13 Grande manifestação popular na praça Tiradentes, rechaçada com cargas de cavalaria da polícia. 14 Tem início a revolta na Escola Militar na praia Vermelha. 15 Continuam os combates nas ruas. 16 É decretado o estado de sítio na capital federal. A revolta é sufocada. O governo revoga a obrigatoriedade da vacina. Dezembro 10 Os detidos durante a revolta começam a ser deportados para o Acre. 14 Prorrogação do estado de sítio. 1905 Fevereiro 15 Nova prorrogação do estado de sítio até 18 de março. Novembro 15 Inauguração da avenida Central.

 

Sevcenko, Nicolau. A Revolta da Vacina (pp. 93-95). Editora Unesp. Edição do Kindle.

[71] “Atualmente, nenhuma corrente sustenta que não há nada a ser feito. No atual momento histórico, no meio acadêmico, mesmo os defensores de um estado mínimo sustentam a necessidade de ações anticíclicas. Mas, há interpretações distintas sobre a origem da crise e, portanto, sobre as medidas necessárias para combatê-las” (Prado, 2011, p. 35). Em meio à crise não há, portanto, espaço para dogmatismos paralisantes. Uma refl exão exaustiva sobre as causas da crise de 1929 nos EUA é feita por Galbraith (2010).  https://www.cidadessaudaveis.org.br/cepedoc/wp-content/uploads/2020/05/Na-saude-e-na-doenca-historia-crises-e-epidemias.pdf

5.        [72] Serviço de Proteção ao Índio

Em 1910, foi criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) sob a liderança do marechal brasileiro Cândido Rondon. Rondon criou o lema da fundação: "Morra se necessário, mas nunca mate". A partir de seu Positivismo, Rondon fundou o SPI com a crença de que os índios deveriam poder desenvolver-se em seu próprio ritmo. Com assistência e proteção do estado, eles acabariam integrando-se à sociedade moderna.[4][5] O SPI então iniciou sua missão de "pacificar" as comunidades indígenas, estabelecendo postos em seus territórios para promover a comunicação e a proteção.[4] Os esforços foram inicialmente enfrentados pela oposição e hostilidade de grupos indígenas; houve relatos de agentes da SPI sendo atacados e atingidos por flechas.[6] Durante as décadas de 1950 e 1960, funcionários do SPI eram denunciados em casos de corrupção. Em 1967, eles foram acusados ​​de perversão sexual, abuso e massacre de tribos inteiras com a introdução de doenças e pesticidas, levando a protestos internacionais pela dissolução do SPI.[4][7] Após a extinção, a FUNAI foi criada para assumir as responsabilidades do SPI e reparar os danos causados ​​pela corrupção.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_Nacional_do_%C3%8Dndio

[73] Governo Hermes da Fonseca

Governou de 1910 a 1914, sendo seu vice-presidente Venceslau Brás. Já de início, seu governo foi marcado pela crise da política do café com leite, entre os políticos cafeicultores de São Paulo e os fazendeiros de Minas Gerais, os quais revezavam o cargo da presidência do país.



Hermes da Fonseca - Toda Matéria

 

 

6.            [74] A Campanha

Rui apresentou sua candidatura pelo Partido Republicano Paulista.Com o propósito de fugir ao máximo da imagem autoritária e problemática da República da Espada e também ressaltar que Rui Barbosa era um civil - e não um militar - a campanha foi nomeada de Campanha Civilista. Ela tinha como principal objetivo romper a supremacia militar, que exercia forte influência no Estado, e dar maior poder a população brasileira, que eram “reféns” dos Barões da República, seus patrões.[2]

“Quero o exército grande, forte, exemplar, não o queria pesando sobre o governo do país. A nação governa. O exército, como os demais órgãos do país, obedece” crítica de Rui Barbosa ao militarismo de Hermes da Fonseca.[4]

No dia 15 de janeiro de 1910, Rui Barbosa apresentou seu programa de governo no Teatro Politeama, enaltecendo o povo baiano.  [4]

“Nesta cidade as massas têm, por instinto, o sentimento das grandes questões nacionais. […] Cada homem do povo, nesta terra, como que traz no seio alguma coisa, uma intuição, um rudimento um traço das qualidades do homem de Estado.”[4]

Embora o candidato tenha despontado do apoio de grandes fazendeiros paulistas, sua campanha buscava conquistar os eleitores urbanos através de um programa de governo que modernizava a economia do país. Em seus discursos, usava como exemplo países avançados como forma de atrair os eleitores e avisava a população sobre o perigo de uma inserção militar no Brasil. Era a primeira vez que um candidato a presidência viajava pelo país fazendo campanha eleitoral. Apesar de ter 60 anos e com uma saúde fragilizada, Rui estava muito empenhado em realizar sua campanha.[2]

Inovação da campanha presidencial

A campanha de Rui Barbosa foi caracterizada pela relação próxima com a população e a realização de intensos comícios, que eram feitos em palanques improvisados de caixotes. Rui viajou de navio, carruagem a cavalo e trem pela Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro numa época que não havia carro nem avião; modernizou cartazes, distribuiu imagens impressas de santos como divulgação e fez caminhada pelas ruas, sendo recebido com aplausos e fogos de artifícios. E tudo fora organizado e planejado por ele. Rui inovou o modo de fazer campanha política e por isso foi considerado novo modelo de candidato político.[5]

A diferença da campanha de Rui e de Hermes era evidente. Enquanto Rui tentava se aproximar de todos os setores da sociedade, desde a classe média até os trabalhadores, Hermes preferiu fazer encontros privativos e poucos comícios.[4]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Campanha_civilista#:~:text=Campanha%20civilista%20foi%20uma%20campanha,como%20candidato%20a%20vice%2Dpresidente.

[75] Para a eleição de 1 de março de 1910, integra com o presidente de São Paulo, Dr. Albuquerque Lins, a chapa dos candidatos da soberania popular, na Campanha Civilista, sendo Ruy candidato a presidente da república, e Albuquerque Lins a vice-presidente. O país se dividiu: Bahia, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e parte de Minas Gerais apoiaram o candidato Ruy Barbosa, e os demais estados apoiaram a candidatura de Hermes da Fonseca, que tinha Wenceslau Brás como seu vice. Hermes e Wenceslau Brás venceram. Hermes teve 403 867 votos contra 222 822 votos dados a Ruy Barbosa.[4]

 

Ruy Barbosa. A Questão Social e Política no Brasil - 1919 (p. 72). Montecristo Editora. Edição do Kindle.

[76] A Revolta da Chibata foi um motim organizado pelos soldados da Marinha brasileira de 22 a 27 de novembro de 1910. A revolta organizada pelos marinheiros ocorreu em embarcações da Marinha que estavam atracadas na Baía de Guanabara e foi motivada, principalmente, pela insatisfação dos marinheiros com os castigos físicos.

[77] Ceará, onde políticos estaduais se aliaram ao popular padre católico Cícero Romão para se opor a intervenção do governo no que ficou conhecido como Sedição de Juazeiro.[10][11]

Em seu governo ocorreu nova renegociação da dívida externa brasileira, em 1914, com um segundo funding loan (o primeiro fora negociado por Campos Sales), pois a situação financeira do Brasil não andava bem. Sua política externa manteve a aproximação com os Estados Unidos, traçada pelo chanceler barão do Rio Branco, que continuou no cargo de ministro, até 1912, quando faleceu.

No plano interno, prosseguiu o programa de construção de ferrovias, incluindo a ferrovia Madeira-Mamoré e de escolas técnico-profissionais, delineado no governo Afonso Pena. Instalou a Universidade do Paraná. Concluiu as reformas e obras da Vila Militar de Deodoro e do Hospital Central do Exército (HCE), entre outras, além das vilas operárias no Rio de Janeiro, no subúrbio de Marechal Hermes e no bairro da Gávea.

Com as mobilizações sindicais cada vez maiores no Rio de Janeiro, o presidente Hermes tomou uma atitude até então inédita na Primeira República brasileira, que tendia para a repressão de movimentos sindicalistas: Patrocinou, em 1912, transportando e fornecendo instalações, a realização do IV Congresso Operário Brasileiro, que fora organizado por seu filho, o então deputado Mário Hermes. Tal ação do governo, entretanto, foi vista com desconfiança por líderes sindicais, que desgostavam da chamada corrente sindicalista "amarela", que buscava colaboração com o governo.[11]

Foi o único presidente a casar durante o mandato presidencial, sua primeira esposa, Orsina Francioni da Fonseca, com quem casou-se em 16 de abril de 1879, veio a falecer em 30 de novembro de 1912.[2] Sua segunda esposa foi a caricaturista Nair de Tefé von Hoonholtz, filha do barão de Teffé.[1] Nair seria hoje considerada uma feminista e, em sua longa vida, chegaria a participar das primeiras comemorações do Ano Internacional da Mulher. As cerimônias civil e religiosa ocorreram no dia 8 de dezembro de 1913, no Palácio Rio Negro, em Petrópolis.[12]

Durante seu governo, foi editado um decreto instituindo o uso da faixa presidencial no Brasil, sendo ele mesmo o primeiro presidente a usá-la e o primeiro a passá-la a seu sucessor.[1] Desde então, todos os presidentes a recebem na ocasião da posse.

Hermes da Fonseca é um dos três únicos militares que chegou à Presidência da República de forma direta e eleitoral. Os outros dois foram Eurico Gaspar Dutra e Jair Bolsonaro. Durante todo o seu mandato andou fardado, inclusive durante as reuniões ministeriais.[3]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermes_da_Fonseca

[78] Frei Pedro, em nova pausa, pensa no coronel João Gualberto de Sá Filho, no capitão João Teixeira de Matos Costa e em tantos outros oficiais e soldados que perderam a vida. No entanto, segue relendo: (...) depois do ataque feito, há cinco dias, pelos jagunços, o general (...) verificou que o número de baixas tinha subido a mil setecentos e trinta e sete (...) No acampamento havia mil e duzentos homens feridos (...) Do último capítulo de suas notas, destaca: (...) Narrou-nos um oficial que haviam colocado alguns prisioneiros em frente às tropas, obrigando-os a darem vivas à república, e como se opusessem, tinham sido esquartejados (...) Do reduto jagunço ficara-lhe a terrível imagem: (...) Os chãos das casas (...), ao cessar fogo, estava coalhado de cadáveres. Homens, mulheres e crianças jaziam por ali numa promiscuidade espantosa (...)

 

Santos, Walmor. Contestado: A guerra dos equívocos (p. 291). Bestiário / Class. Edição do Kindle.

7.                 [79] Estatísticas do confronto

·        Área conflagrada: 20 mil km²;

·        População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40 mil habitantes;

·        Municípios do Paraná, na época: Rio NegroItaiópolisTrês BarrasUnião da Vitória e Palmas;

·        Municípios de Santa Catarina, na época: LagesCuritibanosCampos NovosCanoinhas e Porto União;

·        A tropa federal chegou a reunir mais de 7 mil soldados, associados às polícias de Santa Catarina e Paraná e grande grupo de "vaqueanos civis", como eram chamados os capangas dos fazendeiros;

·        Acredita-se que os mortos em combate, de fome e por epidemias ficou entre 10 mil e 20 mil.[20][21]

Consequências

·        20 de outubro de 1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;

·        7 de novembro de 1916: Manifestações nos municípios do contestado paranaense contra o acordo;

·        De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no contestado paranaense, pró estado das Missões;

·        Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;

·        3 de agosto de 1917: Homologação final do acordo de limites;

·        Setembro de 1917: Instalação dos municípios de MafraJoaçaba (então Cruzeiro), Chapecó e de Porto União;

·        1918: Reinício da colonização no centro-oeste catarinense, por empresas particulares;

·        Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;

·        Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.[22]

Mais dados importantes

·        Início da guerra: 22 de outubro de 1912;

·        Tempo da guerra: 46 meses (out/1912 a ago/1916);

·        Auge da guerra: março-abril de 1915, em Santa Maria, na serra do Espigão;

·        Fim da guerra: agosto de 1916, com a captura de Adeodato, o último líder do Contestado;

·        Combatentes militares no auge da guerra: 8 mil homens, sendo 7 mil soldados do Exército Brasileiro, do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais mil civis contratados;

·        Exército Encantado de São Sebastião: 10 mil combatentes envolvidos durante a Guerra;

·        Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1 mil, entre mortos, feridos e desertores;

·        Baixas na população civil revoltada: de 5 mil a 8 mil, entre mortos, feridos e desaparecidos;

·        Custo da guerra para a União: cerca de 3.000:000$000 (?), mais soldados militares;

·        A guerra do Contestado durou mais tempo que a guerra de Canudos, outro conflito semelhante em território brasileiro;[23][24]

·        Em quatro anos de guerra, 9 mil casas foram queimadas e estima-se cerca de vinte mil pessoas mortas.

Representações na cultura

·        BORELLI, Romario José. "O CONTESTADO". Teatro. 1972. Orion Editora, PR, 2006. Literatura.

·        VASCONCELLOS, Aulo Sanford. Chica Pelega. Florianópolis: Insular, 2002.

·        VASCONCELLOS, Aulo Sanford. O Dragão Vermelho do Contestado. Florianópolis: Insular, 2000.

·        BERNARDI, Jorge Luiz. A guerra do contestado em quadrinhos. Curitiba: Urbi Et Orbi, 2015.

Cinema

·        A Guerra dos Pelados, de Sylvio Back. 1970.

·        Olhar Contestado: desvendando códigos de um conflito, de Fernando Severo, Fabianne Balvedi Luciane Stocco e Jean Gabriell. 2012. Entrevistando: Nilson Cesar Fraga, Rafael Ginane, Paulo Moretti e Dorothy Jansson.

Ver também

·        A Ferrovia do Contestado

·        Litígio de limites entre Ceará e Piauí

·        Estado União de Jeová — relativo ao litígio entre Minas Gerais e Espírito Santo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Contestado#:~:text=Custo%20da%20guerra%20para%20a,de%20vinte%20mil%20pessoas%20mortas

[80] A matança recíproca nos campos de batalha justificou a caracterização do conflito como “o suicídio da Europa”, expressão formulada pelo vencedor do prêmio Nobel de literatura Romain Rolland, em um manifesto pacifista.2 O conflito inaugurou a era da guerra total, diferente de todos os anteriores, que, de forma geral, caracterizavam-se por enfrentamentos curtos, nos quais não havia invasão territorial, o número de baixas era relativamente pequeno e envolviam poucos países beligerantes. Na Primeira Guerra Mundial foi diferente, os embates foram longos, bem mais intensos do que os países esperavam ou se prepararam economicamente. A partir de 1914, as economias das nações envolvidas precisaram se voltar para o conflito e a indústria, os investimentos estatais e a mão de obra se concentraram na economia de guerra. O conceito de “guerra total” foi elaborado ainda no século XIX, pelo general prussiano Carl von Clausewitz, em sua clássica obra Da guerra (Der Krieg).3 A principal lição de Clausewitz para as guerras modernas consistia na aniquilação do exército rival por intermédio da batalha e da força. Em sua visão, era imprescindível que a ideia de guerra absoluta fosse retomada. Muitos dos comandantes militares da guerra – como Foch e Moltke – foram fortemente influenciados pela ideologia do teórico prussiano e, por isso, enfatizaram a importância da destruição do adversário.

 

Dároz, Carlos. O Brasil na Primeira Guerra Mundial: a longa travessia (pp. 8-9). Edição do Kindle.

[81] A guerra chegou ao Brasil pelo mar, quando navios mercantes brasileiros começaram a ser afundados por submarinos alemães,

 

Dároz, Carlos. O Brasil na Primeira Guerra Mundial: a longa travessia (p. 10). Edição do Kindle.

8.            [82] Presidência Interina

No seu governo, o Brasil se fez representar na Conferência de Paz em Paris, pelo senador Epitácio Pessoa, eleito presidente em 13 de maio, em disputa com Rui Barbosa. Logo após a volta do novo presidente do exterior, Delfim Moreira passou-lhe o cargo, voltando à vice-presidência. Seu curto mandato foi um período assinalado por vários problemas sociais.

Com a crise orçamentaria decorrente da Primeira Guerra Mundial, promoveu o aumento das tarifas alfandegarias, emitiu títulos de dívida e reduziu os gastos públicos, afetou os trabalhadores de várias categorias, causando mais revolta e greves pelo país.[4]

Reformou a administração do território do Acre, republicou o Código civil brasileiro com várias correções ao texto original de 1916.

Decretou intervenção no estado de Goiás. Delfim Moreira sofreu durante sua presidência de uma doença, arteriosclerose precoce,[4] que o deixava totalmente desconcentrado e desligado de suas tarefas, sendo que, na prática, quem tomava as decisões era o ministro Afrânio de Melo Franco.[6]

Quando morreu, logo após deixar a presidência, ainda ocupava a vice-presidência do governo de Epitácio PessoaFrancisco Álvaro Bueno de Paiva o substituiu. Delfim e Augusto Rademaker (presidente da Junta Militar de 1969) são os únicos a terem exercido primeiro a Presidência para depois a Vice-presidência.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Delfim_Moreira#:~:text=Delfim%20Moreira%20da%20Costa%20Ribeiro%20(Cristina%2C%207%20de%20novembro%20de,1%20de%20julho%20de%201920.

[83] Nós, os brasileiros, somos como Robinsons: estamos sempre à espera do navio que nos venha buscar da ilha a que um naufrágio nos atirou. Lima Barreto, “Transatlantismo”, Careta Um povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la. George Santayana, The Life of Reason (1905)

http://www.mprj.mp.br/documents/20184/1330165/Sobre_o_autoritarismo_brasileiro.pdf

[84] No início de 1922, ano em que aconteceria a sucessão do então Presidente Epitácio Pessoa, o clima entre o Exército e a classe política não era dos melhores. Entre outros motivos, os militares ainda não haviam engolido o fato de Epitácio Pessoa ter nomeado um civil para o Ministério da Guerra. Para piorar as coisas, a imprensa havia publicado cartas, supostamente escritas pelo candidato do governo, Artur Bernardes, com acusações ao Exército e ao Presidente do Clube Militar, Marechal Hermes da Fonseca.

https://diariodorio.com/histrias-do-rio-os-18-do-forte/

[85] Além da oposição por parte da baixa oficialidade militar, ele ainda confrontou uma guerra civil no Rio Grande do Sul, onde Borges de Medeiros se elegeu presidente do estado pela quinta vez consecutiva, e também o movimento operário que se fortalecia novamente. Em 1923 e 1924 ocorreram novas ações tenentistas no Rio Grande do Sul e em São Paulo, onde ocorreu a Revolta Paulista de 1924, que levou Bernardes a bombardear a cidade de São Paulo. Tudo isso levou Bernardes a decretar o estado de sítio, que perdurou durante quase todo seu governo.

Artur Bernardes foi o pioneiro da siderurgia em Minas Gerais e sempre se bateu pela ideologia nacionalista e de defesa dos recursos naturais do Brasil.

Fundou a Escola Superior de Agricultura e Veterinária em sua cidade natal, Viçosa, que viria depois a se tornar a Universidade Federal de Viçosa.

Sob seu governo, o Brasil se retirou da Liga das Nações em 1926.

Bernardes promoveu a única reforma da Constituição de 1891, reforma que foi promulgada em setembro de 1926 e que alterava principalmente as condições para se estabelecer o estado de sítio no Brasil. Após deixar o governo, foi eleito senador em 1929.

Foi contrário à ascensão de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada ao governo de Minas Gerais mas não pôde evitá-la.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_Bernardes

[87] decisivo para sua eleição. Com uma peça de artilharia no cruzamento da Rua João Teodoro com a Avenida da Cantareira, o tenente Eduardo Gomes comandou o primeiro tiro por volta das quinze horas. Atingiu o alvo em cheio. O governador decidiu, então, abandonar a cidade. A comitiva composta pelo general Pamplona, o senhor Bento Bueno (secretário de Justiça), o tenente Guilherme Paraense, Aguinaldo Caiado, José Melo de Matos e Inimá Siqueira, saiu pela porta da secretaria da Justiça que faz frente à Rua 25 de Março. A retirada foi feita em dois automóveis pela estrada de rodagem que vai para Santos. Uma vez atingido São Bernardo, partiram todos para Vila Matilde, aonde chegaram ao anoitecer. Aí foi organizado um trem que os conduziu para Mogi das Cruzes, onde se achava o general Eduardo Sócrates. No dia seguinte, o general Eduardo Sócrates deslocou o seu quartel general para Itaquera e, dias depois, para Guaiaúna, sendo acompanhado nesses deslocamentos pelo presidente Carlos de Campos e pelo doutor Bento Bueno. Neste local, ficou estacionado um grande comboio, onde funcionava o quartel general e onde Carlos de Campos governava. Tal isolamento fez com que a intransigência de Carlos de Campos só fosse aumentando. Não queria armistício, nem acordo com os revoltosos. Paulo Duarte conta-nos um curioso episódio, quando fora levar ao presidente Carlos de Campos uma proposta de armistício, que bem nos mostra a indiferença deste com relação ao povo de São Paulo. Paulo Duarte diz que, quando chegou ao quartel general, Carlos de Campos voltava de um passeio a um sítio nos arredores e teve que esperá-lo ainda engraxar os sapatos para, só então, entrar no carro central: “Confortavelmente instalado numa das macias poltronas do majestoso carro, acariciado também pela companhia do ilustre secretário, disse qual era a minha missão e entreguei a S. Exª. a carta que trouxera. O doutor Carlos de Campos leu a que lhe fora endereçada e principiou a leitura da cópia, cujo original ia ser entregue ao general Sócrates. Ao meio da carta, já o amável presidente não pode esconder mais sua irritação dizendo: - Absolutamente! Aos revoltosos nada. Nós iremos até o fim e qual o destino terão os rebeldes, o futuro dirá. Eles que aguardem as consequências. E dirigindo-se ao ilustre secretário: - Leia isto Bento, é uma carta de José Carlos, pedindo um armistício e anistia aos revoltosos. Ele nada mais é que o porta voz do general Isidoro, de quem se mostra tão amigo. - Mas doutor Carlos, (aventurei) se V. Exª. conhecesse a situação da cidade... - Não será pior que a minha aqui... - Tive a ousadia de lamber com um olhar tímido o ambiente confortável do carro salão, passando-me também, ao mesmo tempo, pela atmosfera de horror que se respirava em São Paulo. - Vocês – continuou S. Exª. ainda agitado – parece que estão fazendo causa comum aos revoltosos. Engana-se V.Exª. – a nossa causa é da população de São Paulo, sufocada pelas forças revoltosas e cruelmente bombardeada... - Nada disso! Interrompeu. Agora, eu que tenho feito empecilhos para que o bombardeio se efetive, em vista dos termos desta carta, vou mandar aumentá-los ainda mais. A granada será a resposta. -Se Vossa Exª. soubesse o que a granada tem feito... -Para isso, a cidade foi avisada a tempo, a fim de a população se retirar. Os que ficaram, é porque não tem medo.” Realmente, era de dar medo a insensibilidade dos governantes legalistas. Tanto Bernardes, quanto Carlos de Campos, são insensíveis aos sofrimentos do povo e estavam preocupados apenas com seus governos.

 

Martino, João Paulo. 1924 - São Paulo em Chamas . Excalibur. Edição do Kindle.

[88] Crescia, em dados instantes, o prestígio da Coluna. “É o povo quem nos abastece”, enfatizou o general Miguel Costa. A 11 de julho de 1926, o capitão Luiz Carlos Prestes comandou a retirada geral, escalando a Serra de Dois Irmãos, no extremo oeste de Pernambuco. Sete dias, apenas, durara a razzia da “Coluna Invicta”, na segunda jornada de suas lutas pelo Estado. Num balanço imparcial e desapaixonado, a Grande Marcha, como perspectiva histórica, abriu enormes horizontes à conscientização dos problemas nacionais, forjando líderes e preparando homens para as lutas do futuro. “Meu irmão, repete a história do invicto Capitão, que tem na alma a esperança e o povo no coração.” 1 Em entrevista recente, publicada no jornal O Estado de São Paulo em 2/7/78, Prestes se engana, ao aludir que foi procurado não por Josias, mas por Cristiano Cordeiro. É inexato. 2 Outro engano de Prestes, na citada entrevista. Cleto não “servia na guarnição do Recife”. Pelo contrário, encontrava-se no Recife ilegalmente, em plena atividade conspiratória, vindo às escondidas do Rio.

 

Cavalcanti, Paulo. Da coluna Prestes à queda de Arraes (O caso eu conto como o caso foi) (pp. 78-79). Cepe editora. Edição do Kindle.

[89] Os principais produtos de exportação eram café, açúcar, cacau, mate, fumo, algodão, borracha, couros e peles. A quebra da bolsa de Nova York, em 1929, provoca uma crise que se alastra pelo mundo e atinge em cheio a economia cafeeira brasileira.6 de mai. de 2008



MDIC divulga material histórico sobre os 200 anos do ...

 

https://www.google.com/search?q=principais+exporta%C3%A7%C3%B5es+brasileiras+no+in%C3%ADcio+do+s%C3%A9culo+20&rlz=1C1NDCM_pt-BRBR803BR803&oq=principais+exporta%C3%A7%C3%B5es+brasileiras+no+in%C3%ADcio+do+s%C3%A9culo+20&aqs=chrome..69i57j33i22i29i30.19813j0j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8

[90] Em 1888, o veterinário e inventor escocêsJohn Boyd Dunlop, desenvolveu o primeiro pneu com câmara de ar para um velocípede de seu filho de nove anos de idade, antes disso, as rodas eram de madeira, ferro, ou materiais compostos, o que prejudicava a condução e conforto, esse triciclo era utilizado para ir à escola pelas ruas esburacadas de Belfast. Para resolver o problema de trepidação, Dunlop inflou alguns tubos de mangueira de látex, utilizados em medicina, através de uma bomba de ar de inflar bolas. Depois, envolveu os tubos com uma manta de lona para proteger e colocou em volta da roda do triciclo. Até então, a maioria das rodas eram maciças, de borracha ou madeira. O pneu inflável foi notavelmente sua maior invenção. Desenvolveu-se a ideia de patente de um pneu com câmara em 7 de dezembro de 1889. Dois anos depois de concedida a patente, Dunlop foi informado que sua patente foi invalidada devido a uma invenção de um escocês chamado Robert William Thomson, que havia patenteado a ideia na França em 1847, e nos Estados Unidos em 1891.[2] Dunlop ganhou a batalha legal contra Robert William Thomson e revalidou sua patente. O desenvolvimento do pneu com câmara foi crucial para a expansão do transporte terrestre, com introdução de novas bicicletas e automóveis.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pneu#Hist%C3%B3ria 

[91] A extração da borracha teve seu auge nas décadas de 1900 e 1910. Nesse período, o Congo foi um dos maiores exportadores de borracha do mundo e foi por causa da extração da borracha que ali se cometeu um dos maiores genocídios que a humanidade já teve notícia.

https://historiaecultura.ciar.ufg.br/modulo2/capitulo7/conteudo/7-3.html#:~:text=A%20extra%C3%A7%C3%A3o%20da%20borracha%20teve,a%20humanidade%20j%C3%A1%20teve%20not%C3%ADcia.

[92] Recebia-se um novo nome, a água do batismo e o sal como sinal da libertação do pecado original, enquanto na ata batismal anotava-se sua condição de cativo e o nome do seu proprietário. ... Outros, eram batizados nas ilhas atlânticas ou nos domínios de Angola e do Congo, antes de sofrerem a terrível travessia.

Uma nova interpretação da chegada de escravos africanos à ...

 

 

[93] Por aquela bula os portugueses eram autorizados a conquistar territórios não cristianizados e consignar a escravatura perpétua os sarracenos e pagãos que capturassem, tomando posse das suas terras e bens e é considerada por alguns como o " advento do comércio de escravos da África Ocidental. "



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[94] O que na verdade produzia a Escola eram bacharéis fardados, a competir com os bacharéis sem farda das escolas de direito e medicina. Esses oficiais gostavam de ser chamados de doutores dentro do próprio Exército. Era “dr. General”, “dr. Tenente”, ou simplesmente, “seu doutor”.[27] Estava criado o ambiente para a aceitação da ideia do soldado-cidadão que desde a proclamação da República passou a integrar a ideologia das intervenções militares no Brasil. Ao lado do grupo de bacharéis de farda, quase todos alunos ou ex-alunos de Benjamin Constant, todos ainda nos postos iniciais da carreira, havia, no fim do Império, outro grupo chamado, algo pejorativamente, de “tarimbeiros”. Era composto de oficiais mais velhos, quase todos ex-combatentes da Guerra do Paraguai, muitos sem curso na Escola Militar. Dos sessenta generais das três últimas décadas do Império, por exemplo, mais de 90% tinham lutado no Paraguai, e mais de 50% haviam participado também da guerra contra Rosas ou de campanhas internas. Apesar de terem chegado ao posto máximo da hierarquia, 30% não tinham o curso da Escola Militar. Se Benjamin Constant e Euclides da Cunha eram exemplos do primeiro tipo de oficial, Deodoro era a personificação do segundo.

 

de Carvalho, José Murilo. Forças Armadas e política no Brasil (pp. 38-39). Todavia. Edição do Kindle.

[95] Escola das Américas (School of the Americas, em inglês) é um instituto do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, fundado em 1946. Em 1961, seu objetivo oficial passou a ser o de ensinar a "formação de contra-insurgência anticomunista".[3]

A Escola treinou vários ditadores latino-americanos, gerações de seus militares e, durante os anos 1980, incluiu o uso de tortura em seu currículo.

Em 2001 foi renomeada para Western Hemisphere Institute for Security Cooperation (WHINSEC). (Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança, em português)[4]

A instituição é mantida pelos Estados Unidos e, entre outros, oficialmente ministra cursos sobre assuntos militares a oficiais de outros países.[5][6]

Atualmente situada em Fort BenningColumbusGeórgia, a escola esteve de 1946 a 1984 situada no Panamá, onde se graduaram mais de 60 mil militares e policiais de cerca de 23 países da América Latina, alguns deles de especial relevância pelos seus crimes contra a humanidade como os generais Leopoldo Fortunato Galtieri ou Manuel Noriega.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_das_Am%C3%A9ricas

[96] Exceção dos grandes comerciantes que implantaram filiais de suas empresas no município, a maioria dos que para lá se dirigiam construíram seus patrimônios graças a extraordinário esforço, combinando duplamente a submissão da natureza à organização do processo produtivo. Sob esse ponto de vista, a maioria dos coronéis adveio ou de levas de nordestinos pobres, de filhos da terra de origem humilde ou de remanescentes de estrangeiros de núcleos coloniais anteriores à cacauicultura. Nivelados na sua condição de lavradores pioneiros, esses fazendeiros prosperaram e formaram o núcleo fundamental da futura burguesia regional, engrossado por outros segmentos. A maioria deles não possuía qualquer formação educacional. Muitos eram, na realidade, semi-analfabetos, alguns autodidatas desempenhando funções auxiliares à ocupação principal, como farmacêuticos práticos, rábulas etc. Na medida em que o município se desenvolvia e Ilhéus deixava cada vez mais para trás sua condição de vila, as elites passaram a buscar reconhecimento social. E a patente da Guarda Nacional tornou-se o substitutivo para o diploma de bacharel e para a origem nobiliárquica inexistente, mas de grande presença na vida política graças à participação ativa das pessoas de origem nobre na condução dos destinos do Estado. Essa busca do reconhecimento, tão necessário à ascensão dos expoentes do mandonismo local na esfera municipal, passou a ter grande validade também na esfera da vida política estadual, já que, freqüentemente, ser coronel significava controlar um reduto eleitoral expressivo, deter alguma riqueza e/ou influência, condição elementar para a participação no sistema oligárquico da Bahia republicana. Este fator, bem como as facilidades existentes numa região de fronteira para a formação de riqueza, talvez explique a proliferação da distribuição de patentes da Guarda Nacional no município, já que razões especificamente militares não havia para tanto. Existia então, demasiado número de coronéis para poucos destacamentos e regimentos. “Mais caciques do que índios”, na expressão do folclore político contemporâneo. Folclore exemplarmente ilustrado, com relação ao rudimentar nível de informação dos potentados, por um cronista regional – também ele descendente de um coronel –, de referência a um figurão da política ilheense: chefe político, intendente, proprietário de vastas fazendas e presidente da Associação Comercial de Ilhéus, que tendo retomado de Paris, para onde foi representando a ACI, confessou-se admirado com o fato das crianças da cidade falarem fluentemente o “idioma francês”.​../css/%5B​74​../css/%5D​ Sobrevinda a década de 1920, entretanto, quando os filhos dos coronéis pioneiros começaram a participar dos negócios da família e da política, esta situação começou a mudar. O afastamento de Antonio Pessoa dos cargos públicos e a ascensão de seu filho à Intendência Municipal (1924-1928) é prova disso. Exercendo a liderança sobre o partido, o coronel Pessoa, de longe, estabelecia as regras políticas e, usando sua influência, elegeu o dr. Mário Pessoa da Costa e Silva.​../css/%5B​75​../css/%5D​ Contribuíram para a modificação do quadro anterior, igualmente, revigorando e reproduzindo o sistema coronelista, os casamentos inter-familiares (Berbert–Amorim, Berbert–Castro, Tavares–Amado, etc), bem como os casamentos entre filhos e filhas de coronéis com pessoas de prestígio em Salvador e fora do Estado. Expandido, renovado por dentro pelo sangue dos descendentes, o coronelismo caminhou para sua nova fase, assentando-se na riqueza gerada pelo cacau e no poder dos grandes fazendeiros regionais.

 

Falcón, Gustavo. Coronéis do Cacau . Solisluna Editora. Edição do Kindle.

[97]
Em 9 de junho é comemorado o Dia Nacional da Imunização, data criada para conscientizar a sociedade da importância de manter a vacinação sempre em dia para controlar e erradicar doenças infecciosas. Idealizada pelo médico Edward Jenner, a primeira vacina foi criada no século XVIII, quando a varíola era a maior ameaça da humanidade. Hoje, há imunizantes contra muitas outras doenças, como poliomielite, sarampo, caxumba, gripe, hepatite A e B, entre muitas outras. Considerada um dos maiores avanços da ciência, a vacina é responsável por evitar, a cada ano, entre dois e três milhões de mortes por doenças preveníveis, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.  

 

A história da primeira vacina

O primeiro indício de vacina surgiu na China, no século X, contra a varíola, doença febril que produzia pústulas, deixando cicatrizes, e não tinha cura. Mas o método usado era bem diferente do que estamos acostumados: os cientistas da época transformavam cascas de feridas de varíola em um pó contendo o vírus já inativo, e espalhavam nos ferimentos das pessoas já contaminadas. Esse método ficou conhecido como variolação. Alguns séculos depois, em 1796, com as pesquisas de Edward Jenner, as vacinas passaram a ser semelhantes às atuais. Ao perceber que moradores de áreas rurais que haviam contraído cowpox, uma doença semelhante à varíola, não ficavam doentes com a varíola humana, Jenner fez um experimento e aplicou em um menino chamado James Phipps de oito anos, uma pequena dose de varíola bovina. O garoto ficou doente, mas manifestou uma forma branda da doença. Após sua recuperação, Jenner introduziu na criança o vírus da doença humana em sua forma mais fatal, retirado de uma ordenhadeira. O menino, já imune, não desenvolveu a varíola. A palavra “vacina” vem de “vacca”, justamente pelo contexto histórico. 

https://butantan.gov.br/noticias/imunizacao-uma-descoberta-da-ciencia-que-vem-salvando-vidas-desde-o-seculo-xviii#:~:text=Idealizada%20pelo%20m%C3%A9dico%20Edward%20Jenner,e%20B%2C%20entre%20muitas%20outras.

[98] Louis Pasteur

 El cazador de virus

 La lucha de los seres humanos contra los microorganismos, especialmente los virus, ha sido permanente, grandes pandemias nos han azotado periódicamente, dejando miles de muertos, como: la peste negra, en el siglo XIV, la gripe española en el siglo XX y en la actualidad el Covid. Enfermedades producidas por los microorganismos como el resfriado común, la influenza, el sarampión, la varicela, por mencionar algunas de las más comunes, constantemente nos afectan. Al principio de nuestra historia no sabíamos que era lo que las producía, toda clase de supersticiones las explicaban, la más extendida era la de la generación espontánea, que sostenía que ciertas formas de vida (animal y vegetal) surgían de manera directa a partir

 

Cruz Oliva, Óscar René. Louis Pasteur: El cazador de virus (Biografía breve) (Spanish Edition) (pp. 5-6). Edição do Kindle.

9.               [99] A IMPORTÂNCIA DO SANEAMENTO BÁSICO PARA A SOCIEDADE

A importância do saneamento básico começa por sua influência na saúde, qualidade de vida e no desenvolvimento da sociedade como um todo.

O contato com esgoto e o consumo de água sem tratamento estão ligadas à altas taxas de mortalidade infantil. A principal causa são doenças como parasitoses, diarreias, febre tifoide e leptospirose.

As cidades mais desenvolvidas do Brasil e do mundo dão prioridade ao saneamento. Infelizmente isso não é realidade para as localidades mais carentes. Normalmente essa mesma massa populacional também sofre com falta de moradia e renda adequadas.

https://www.eosconsultores.com.br/a-importancia-do-saneamento-basico-para-a-sociedade/#:~:text=A%20import%C3%A2ncia%20do%20saneamento%20b%C3%A1sico%20come%C3%A7a%20por%20sua%20influ%C3%AAncia%20na,altas%20taxas%20de%20mortalidade%20infantil.

[100] Caminhos da Saúde Pública no Brasil aborda como o país foi capaz de incorporar, na organização de seus programas de saúde, os elementos teórico-conceituais emergentes que sustentaram a evolução de seus paradigmas da saúde, considerando os diferentes momentos de seu desenvolvimento social, político e econômico. Mostra ainda como esses estágios de desenvolvimento, nacional e regional, influíram, por sua vez, na formulação e na transformação das políticas e programas de saúde, desde os estágios iniciais, dominados por um modelo de produção orientado à exportação de matérias-primas de origem agrícola, passando pela expansão urbano-industrial, até o momento atual, em que o Brasil luta por definir seu espaço como protagonista em um mundo de crescente globalização e interdependência.

 

Finkelman, Jacobo. Caminhos da saúde pública no Brasil . Editora FIOCRUZ. Edição do Kindle.

[101] AS INSTITUIÇÕES ELEITORAIS em vigor no Brasil – país que possui o quarto maior eleitorado do planeta, perdendo apenas para Índia, Estados Unidos e Indonésia – são um caso de sucesso. Os eleitores escolhem seus representantes para os principais postos de poder (presidente, governador, senador, deputado federal, deputado estadual, prefeito e vereador) e as fraudes eleitorais foram praticamente eliminadas. Apesar do tamanho do território, o processo eletrônico de voto e apuração permite que os resultados sejam proclamados poucas horas após o encerramento da votação. Além disso, as eleições são competitivas, com uma enorme oferta de candidatos e partidos (em torno de trinta legendas por eleição). O sufrágio é universal – pois já não existem restrições significativas que impeçam qualquer cidadão com pelo menos dezesseis anos de ser eleitor – e quatro em cada cinco adultos compareceram às últimas eleições para votar. Sabemos muito pouco, no entanto, como as eleições eram realizadas em outros períodos da história do país. Este livro pretende apresentar um pouco dessa história, que revela que o Brasil tem uma das mais duradouras experiências com eleições no mundo, iniciadas há 190 anos.

 

Nicolau, Jairo. Eleições no Brasil (Nova Biblioteca de Ciências Sociais) (p. 4). Zahar. Edição do Kindle.

[102] Nesse contexto, em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a “hesitação em se vacinar” como uma das dez maiores ameaças globais à saúde, o que fez com que a vacinação voltasse a ser ponto central nas discussões sobre saúde. Frente a esse paradoxo, sucesso e desprestígio, optamos pela produção de um volume da coleção Temas em Saúde que auxilie os leitores a se familiarizar com a temática. Tendo em vista toda a complexidade envolvendo as vacinas, não foi a intenção, nem seria possível, tratar de todas as vertentes e as ciências associadas aos estudos sobre vacinas.

 

Fernandes, Jorlan; Lanzarini, Natália Maria; Homma, Akira; Lemos, Elba Regina Sampaio de. Vacinas (p. 11). SciELO - Editora FIOCRUZ. Edição do Kindle.

[103] o país é muito rico em ritmos musicais, que aqui se originaram e se tornaram conhecidos internacionalmente. O samba ), por exemplo, juntamente com o futebol, é uma das expressões mais conhecidas do Brasil no exterior. Mas o samba é somente um de nossos típicos ritmos musicais, que ainda incluem o frevo (), o maracatu ) , o baião )... Vamos conhecer a seguir alguns desses ritmos.... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/ritmos-do-brasil-samba-frevo-maracatu-forro-baiao-xaxado-etc.htm?cmpid=copiaecola

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