segunda-feira, 26 de maio de 2025

 

Mentiras caridosas e saudáveis ou necessárias

 

Mentir é algo tão comum que faz parte da etiqueta, do relacionamento humano. dizer que uma pessoa está linda, principalmente se for feminina, é rotina e satisfaz que recebe esse elogio. O que é ruim é talvez ser o contrário.

Faz parte de nosso padrão brasileiro, ou melhor, em algumas regiões bem definidas, ser cortês, querer agradar. Isso é bom?

Processos de correção estética criam tremendas camuflagens, e quando a máscara cai?

Em qualquer diálogo não profissional parece até que dizer mentiras é correto, ainda que muitas são mais complicadas que a verdade[1]. É importante a avaliação de especialistas, a pessoa mitômana poderá se prejudicar de inúmeras maneiras (Mitomania: saiba o que é a doença da mentira patológica, 2016).

Na educação de crianças e jovens, que impacto poderá acontecer na cabeça desses seres humanos a valorização da mentira[2]?

O que profissionais da saúde devem dizer a seus pacientes?

A pandemia deve estar sendo um tremendo desafio para os relações públicas, médicos, enfermeiras etc. nos contatos com os familiares das pessoas em tratamento.

A mentira é estratégia dominante entres políticos e seus partidos. O resultado disso é a tremenda insegurança democrática. Campanhas eleitorais caríssimas sustentam marketeiros e a própria mídia. Aliás a mídia comercial gosta de embaralhar a verdade com a ilusões, dá dinheiro. Liberdade de Imprensa não deve ser confundida com o direito de engajamentos comerciais inescrupulosos.

O” ser Humano é demasiadamente humano”[3] (Friedrich Nietzsche, s.d.), ou seja, imperfeito, comumente fraco, incoerente.

Se a mentira é estratégia política[4] isso acontece porque ela é necessária, eficaz essencial a quem não deseja perder eleições, principalmente se ela for majoritária.

A verdade será maior e melhor se evoluirmos para uma sociedade mais justa e sem miséria moral, material, social.

Com certeza a sociedade perfeita é uma utopia mas a evolução da dignidade humana é possível e desejável para as pessoas de boa vontade, amor à Humanidade e respeito no convívio pessoal e geral.

 



[1] Quem nunca contou uma mentirinha que atire a primeira pedra. Seja aquele elogio não tão sincero, ou esquecer a data do aniversário de casamento e dizer que, na verdade, não tinha esquecido, mas estava preparando uma surpresa. Mentir uma vez ou outra faz parte do comportamento humano, é normal e todos nós fazemos, em maior ou menor grau.  O problema surge quando a pessoa mente com frequência e entra num ciclo em que as falsas histórias acabam se tornando um estilo de vida. Mentir compulsivamente é uma doença conhecida como mitomania.

“A mitomania, também conhecida como mentira patológica e pseudologia fantástica, é a tendência duradoura e incontrolável para a mentira”, explica o psiquiatra e Coordenador da Equipe de Transtornos Psicóticos do AME Psiquiatria, Deyvis Rocha. O mitômano é aquela pessoa que mente compulsivamente, sejam pequenas mentiras “inofensivas” até histórias mirabolantes extremamente detalhadas.

https://www.spdm.org.br/saude/noticias/item/2379-mitomania-saiba-o-que-e-a-doenca-da-mentira-patologica

[2] 2003). A mesma autora afirma que a mentira, em algumas ocasiões, se torna um pedido de ajuda na qual o jovem não possui uma capacidade cognitiva para descrever o que se passa com ele, seja angústia ou qualquer outro sentimento. Dessa forma, ele é visto como um mentiroso por não saber se expressar. A criança mente também como uma forma de reprodução daquilo que os adultos fazem com ela, pois os adultos sabem o motivo pelo qual realizam um tipo de atividade ou falam sobre alguma coisa. A ingenuidade da criança não permite que ela saiba que a mentira não é verdade, porque é a forma que ela encontra de se expressar, mesmo que não seja um fato o que foi dito. Desse modo, a mentira da criança é diferente da mentira do adulto em termos de consciência e expressividade (MAIA, 2003).

 

Saraiva Flores, Ramom. A mentira na formação da personalidade infantil (pp. 7-8). Edição do Kindle.

[3] Como? Tudo somente — humano, demasiado humano?

 

Nietzsche, Friedrich. Humano, demasiado humano (p. 3). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[4] tornou fato corriqueiro descobrir “mais um caso de corrupção” na saúde, na educação, na segurança pública, entre outros. Mais corriqueiro do que um caso de corrupção, é a ordinária percepção de que são os políticos, os “Representantes do Povo”, que estão por trás das mazelas sociais da sociedade.   Deve-se ter em vista que a falta de ética não atinge somente as grandes esferas sociais, mas também as menores. É intrínseco entender que a corrupção atinge a todos, sem nenhuma distinção entre ricos ou pobres, tornando esse problema de todos. A cultura da corrupção está tão enraizada na sociedade que se perde a noção de onde começa e onde termina.  Este motivo demonstra a necessidade da investigação sobre o assunto, buscando a compreensão dos modos pelos quais a prática da ética ajudaria a sociedade a se tornar saudável.

 

Mello da Silva, Cleverson. ÉTICA NA POLÍTICA : A Importância da ética na política para uma sociedade saudável (pp. 2-3). Edição do Kindle.le.

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