Mentiras caridosas e saudáveis ou necessárias
Mentir é algo tão comum que faz parte da etiqueta, do
relacionamento humano. dizer que uma pessoa está linda, principalmente se for
feminina, é rotina e satisfaz que recebe esse elogio. O que é ruim é talvez ser
o contrário.
Faz parte de nosso padrão brasileiro, ou melhor, em algumas
regiões bem definidas, ser cortês, querer agradar. Isso é bom?
Processos de correção estética criam tremendas camuflagens, e
quando a máscara cai?
Em qualquer diálogo não profissional parece até que dizer
mentiras é correto, ainda que muitas são mais complicadas que a verdade[1].
É importante a avaliação de especialistas, a pessoa mitômana poderá se
prejudicar de inúmeras maneiras
Na educação de crianças e jovens, que impacto poderá
acontecer na cabeça desses seres humanos a valorização da mentira[2]?
O que profissionais da saúde devem dizer a seus pacientes?
A pandemia deve estar sendo um tremendo desafio para os
relações públicas, médicos, enfermeiras etc. nos contatos com os familiares das
pessoas em tratamento.
A mentira é estratégia dominante entres políticos e seus
partidos. O resultado disso é a tremenda insegurança democrática. Campanhas
eleitorais caríssimas sustentam marketeiros e a própria mídia. Aliás a mídia
comercial gosta de embaralhar a verdade com a ilusões, dá dinheiro. Liberdade
de Imprensa não deve ser confundida com o direito de engajamentos comerciais
inescrupulosos.
O” ser Humano é demasiadamente humano”[3]
Se a mentira é estratégia política[4]
isso acontece porque ela é necessária, eficaz essencial a quem não deseja
perder eleições, principalmente se ela for majoritária.
A verdade será maior e melhor se evoluirmos para uma
sociedade mais justa e sem miséria moral, material, social.
Com certeza a sociedade perfeita é uma utopia mas a evolução
da dignidade humana é possível e desejável para as pessoas de boa vontade, amor
à Humanidade e respeito no convívio pessoal e geral.
[1] Quem nunca contou uma
mentirinha que atire a primeira pedra. Seja aquele elogio não tão sincero, ou
esquecer a data do aniversário de casamento e dizer que, na verdade, não tinha
esquecido, mas estava preparando uma surpresa. Mentir uma vez ou outra faz
parte do comportamento humano, é normal e todos nós fazemos, em maior ou menor
grau. O problema surge quando a pessoa mente com frequência e entra num ciclo
em que as falsas histórias acabam se tornando um estilo de vida. Mentir
compulsivamente é uma doença conhecida como mitomania.
“A mitomania, também conhecida como mentira patológica e
pseudologia fantástica, é a tendência duradoura e incontrolável para a mentira”,
explica o psiquiatra e Coordenador da Equipe de Transtornos Psicóticos do AME
Psiquiatria, Deyvis Rocha. O mitômano é aquela pessoa que mente
compulsivamente, sejam pequenas mentiras “inofensivas” até histórias
mirabolantes extremamente detalhadas.
[2]
2003). A mesma autora afirma que a mentira, em algumas ocasiões, se torna um
pedido de ajuda na qual o jovem não possui uma capacidade cognitiva para
descrever o que se passa com ele, seja angústia ou qualquer outro sentimento.
Dessa forma, ele é visto como um mentiroso por não saber se expressar. A
criança mente também como uma forma de reprodução daquilo que os adultos fazem
com ela, pois os adultos sabem o motivo pelo qual realizam um tipo de atividade
ou falam sobre alguma coisa. A ingenuidade da criança não permite que ela saiba
que a mentira não é verdade, porque é a forma que ela encontra de se expressar,
mesmo que não seja um fato o que foi dito. Desse modo, a mentira da criança é
diferente da mentira do adulto em termos de consciência e expressividade (MAIA,
2003).
Saraiva Flores, Ramom. A mentira na formação da
personalidade infantil (pp. 7-8). Edição do Kindle.
[3]
Como? Tudo somente — humano, demasiado humano?
Nietzsche, Friedrich. Humano, demasiado humano (p. 3).
Companhia das Letras. Edição do Kindle.
[4] tornou
fato corriqueiro descobrir “mais um caso de corrupção” na saúde, na educação,
na segurança pública, entre outros. Mais corriqueiro do que um caso de
corrupção, é a ordinária percepção de que são os políticos, os “Representantes
do Povo”, que estão por trás das mazelas sociais da sociedade.
Deve-se ter em vista que a falta de ética não atinge somente as grandes esferas
sociais, mas também as menores. É intrínseco entender que a corrupção atinge a
todos, sem nenhuma distinção entre ricos ou pobres, tornando esse problema de
todos. A cultura da corrupção está tão enraizada na sociedade que se perde a
noção de onde começa e onde termina. Este motivo demonstra a necessidade
da investigação sobre o assunto, buscando a compreensão dos modos pelos quais a
prática da ética ajudaria a sociedade a se tornar saudável.
Mello da Silva, Cleverson. ÉTICA NA POLÍTICA : A Importância da ética na política para uma sociedade saudável (pp. 2-3). Edição do Kindle.le.
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