De: João Carlos Cascaes
[mailto:jccascaes@onda.com.br]
Enviada em: segunda-feira, 3 de junho de 2013 17:07
Para: jccascaes@onda.com.br
Assunto: book
Enviada em: segunda-feira, 3 de junho de 2013 17:07
Para: jccascaes@onda.com.br
Assunto: book
Sumário
O desafio que
demora a ser vencido é convencer nossas autoridades sobre a importância do
respeito ao cidadão comum, à Pessoa com Deficiência (PcD), idosos, crianças e
ao cidadão que sente os preconceitos, o desprezo e a agressividade tácita das
pessoas que têm imóveis, escolas, cartórios, lojas, empresas em geral e,
principalmente, cargos políticos de onde simplesmente deveriam exigir a legislação
relativa à inclusão e segurança das pessoas.
Inacreditavelmente
descobrimos pessoas aparentemente bem preparadas para cargos públicos optando
pela manutenção da desatenção a questões vitais a dezenas de milhões de
brasileiros.
Precisamos e
agora podemos, graças a novos recursos de mobilização, redação de livros,
registro e lembrança de obrigações induzir lideranças a mudanças de
comportamento essenciais ao ser humano.
No Brasil
estamos demorando demais a entender e aplicar conceitos justos e necessários à
harmonização da vida urbana, principalmente. Nossas cidades transformam-se em
monstrópoles diante da omissão de prefeitos, principalmente, e na colocação de
prioridades diferentes daquelas que são essenciais à vida humana sadia.
Com certeza
nessa proposta muita coisa precisa ser considerada.
A ocupação de
solo sem critério gera desfiladeiros de concreto formados por arquivos de gente
devidamente engaioladas e reclusas, lá embaixo, no vale da miséria, caminham
pessoas sem nome ou, em avenidas de luxo, gente uniformizada e vestida para
caminhar ou andar de bicicleta, mostrando em suas roupas que são “chiques”. O
resto é invisível, se percebidos causam receios, casos de polícia ou dos
serviços de assistência social. Bem caracterizados os pedestres pacíficos
passam...
E nas calçadas
em geral, quando existem?
Curitiba,
nossa cidade modelo, pois nela vivemos, a prioridade é a árvore, as pedra
irregulares, as obras que aparecem sem qualquer cuidado, o trânsito
irresponsável etc.
A luta por
mudanças existem.
Elas são mais
sutis nas escolas. Quantas crianças aprendem com vigor que devem se respeitar e
principalmente nas cidades onde a qualidade de vida dependerá delas quando
forem adultas? É difícil ensinar isso em comunidades onde o egoísmo impera, a
competição alienante é mais charmosa...
Processos
pedagógicos são padronizados, professores e professoras não têm tempo para
estudar, para aprender mais sobre suas atividades, as escolas não têm, com
raras exceções, acessibilidade e segurança para a criança com deficiência, o
processo é excludente por definição, sempre foi e marca comportamento do ensino
em todos os níveis.
As
dificuldades de sociabilização, mobilidade, comunicação e aprendizado agora
podem ser superadas. Para isso os países assim governados precisam investir
muito em Educação. Lamentavelmente nossas escolas são linhas de montagem de
robôs que mais tarde precisarão se enquadrar em linhas de montagem, escritórios
de empresas, no sistema burocrático etc.
Felizmente a
Ciência viabiliza um progresso alucinante.
Poderemos ter
imensas novidades se a Humanidade não se destruir ou sofrer algum cataclismo
natural. Talvez as teses de Domenico de Masi [ (A Economia do Ócio),
(Criatividade - Descoberta e Invenção, 2005), (O Futuro do Trabalho, 1999),
(Entrevista - Domenico De Masi), (A Emoção e a Regra - Os Grupos Criativos na
Europa de 1850 a 1950, 1999)] maravilhosamente aconteçam como efeito natural do
progresso da ciência e assim uma nova ordem social apareça dentro de nosso
sistema capitalista, simplesmente pela exaustão das oportunidades de trabalho e
a possibilidade de se criar um mundo mais criativo e saudável.
Nada é
impossível, estudando a história da Humanidade percebemos os tremendos saltos
de relações sociais que estão longe de chegarem a um nível máximo, seja qual
for a base de análise.
Para as
pessoas carentes de mais cuidados e recursos para exercerem a plenitude de suas
potencialidades há muito a ser conquistado, sim, conquistado. A alienação e
luta individual pela sobrevivência deixa pouco espaço para a evolução pessoal,
mais ainda a partir de reformas do ensino que no passado inibiram qualquer
ativismo social e político.
A
Acessibilidade e inclusão exige atenção total. Das calçadas ao comportamento pessoal
e coletivo há muito a ser feito. Por isso a ênfase deve estar na Educação, da
família ao ambiente escolar, onde realmente a criança aprende a se socializar,
já que as várzeas desapareceram e as ruas pertencem aos automóveis.
O desafio
também reside no convencimento de tecnocratas, administradores e lideranças
civis. Neles está o poder real e capaz de colocar em segundo ou terceiro plano
a cidadania e o respeito recíproco. Obviamente a mídia é fundamental. De
novelas a programas educativos há que se multiplicar lições, exemplos e
orientações técnicas e culturais.
Infelizmente
muito depende de coerção, intimidação e atitudes até agressivas. Sabemos que o
ser humano pode ser portador de patologias mentais que o tornam insensíveis.
Isso dá forças a muitos indivíduos em sua luta pelo poder dentro e fora de
empresas. O egoísta perfeito é um bom executivo...
Os acionistas
agradecem e premiam a violência gerencial, dela dependem, na sombra de seus
portfólios, para enriquecerem.
Após muitas
lutas as teses em torno da satisfação de demandas da sociedade carente de
recursos adicionais para sobreviver ganha espaços, mas outras propostas são
dominantes. Os governantes precisam atender suas bases de financiamento de
campanhas e assim desviam-se facilmente dos Direitos Humanos, dos Objetivos do
Milênio e principalmente do simples e já até regulamentado direito da pessoa
com deficiência.
O mais
intrigante nisso tudo é que para muitas questões bastaria o prefeito, o
Ministério Público, os Tribunais e Conselhos de Profissionais e acima de tudo o
Poder Judiciário determinarem o respeito às leis existentes.
Surpreendemo-nos
inúmeras vezes constatando a ignorância de pessoas poderosas que teriam poderes
para corrigir rumos administrativos e técnicos. Preferem trabalhar no varejo,
talvez porque assim faturem mais...
Neste livro
apresentarmos uma coleção de artigos escritos ao longo do tempo para até
documentar o que afirmamos nessa introdução. Esperamos assim poder contribuir
de forma positiva para a solução, correção e fortalecimento da vontade daqueles
que se preocupam com a PcD, os idosos, as crianças e a sociedade em geral.
Cascaes
30.5.2013
Um aspecto a
considerar prioritariamente é a necessidade de racionalização na luta e
trabalhos a favor das pessoas com deficiência. Perdemos décadas em discussões
estéreis onde tudo terminava em semântica. Deixamos de colocar questões sérias
graças a debates intermináveis e inúteis.
As crianças
que nascem com deficiência não podem esperar, jovens que precisam formar
personalidade profissional, adulta, dependem de decisões e soluções.
Nada pior do
que constatar a pior solução, por exemplo. O corporativismo e a frieza
burocrática de pessoas com grande responsabilidade, criando complicações e
protelando atitudes positivas.
Estamos,
finalmente, com muitas questões vencidas, mas desperdiçamos décadas.
Agora, graças
ao progresso tecnológico é possível avançar celeremente na prevenção, correção,
sistemas de apoio e autonomia da pessoa com deficiência. Para isso, contudo,
devemos ter humildade e senso de prioridades, radicalizar prioridades e nunca
esquecer a necessidade de se universalizar formas de trabalho, estudos,
comunicação etc. que evitem sacrifícios desnecessários, considerando o estado
da arte dos meios de comunicação.
Pode-se e é
urgente a necessidade de revisão dos métodos de ensino, principalmente nos
níveis superiores, onde o EAD (Ensino a Distância) está apenas no início de
suas possibilidades. A exigência de reuniões presenciais, salas de trabalho
etc. esquecem que o importante é RESULTADO. Não podemos aceitar teses
pré-históricas em pleno século 21.
O potencial
existente e em desenvolvimento reduzirá substancialmente a dependência das
pessoas em qualquer condição de trânsitos perdulários e raramente eficazes.
Enquanto
soluções que independam da vontade dos políticos não aparecem devemos lutar
para convencê-los a aplicar com urgência a legislação existente em todos os
níveis, inclusive acordos internacionais. Espantosamente sentimos que do Poder
Judiciário aos empresários, passando por prefeitos e Governadores, inclusive
muitos ministérios federais, com destaque para o MEC, a situação de desespero e
humilhação de dezenas de milhões de brasileiros pouco se altera.
O cinismo e a
hipocrisia dominam nossas autoridades, algo que o livro (Gomes, 2010) registra
com detalhes em seus livros de história.
Quando
tratamos de PcD e idosos podemos até dizer, na maioria dos casos, que todos
estão colhendo o que plantaram (Cascaes, Para os jovens da década de 60 do
século passado, 2013).
Desistir da
luta é perder a guerra.
Naturalmente
todos os seres humanos têm limitações, mais ainda por efeito da faina diária,
do esforço de sobrevivência. (Hierarquia de necessidades de Maslow, 2012). Para
entender a história da Humanidade ganhamos muitas ideologias, utopias,
religiões, seitas e até cientistas confusos, a verdade é que somos
pequeníssimos e os desafios que enfrentamos muito superiores à nossa capacidade
normal de raciocínio.
Talvez em
futuro não muito distante tenhamos sistemas de processamento de dados capazes
de processar diariamente todo o conhecimento humano e a partir daí a
possibilidade agir com mais eficácia.
De qualquer
jeito no Brasil chegamos a cenários positivos. A legislação foi criada, a ABNT,
aos trancos e barrancos, cumpre suas obrigações e alguns ambientes já
demonstram maior respeito à pessoa com Deficiência. Devemos, contudo,
questionar e cobrar de nossas autoridades o respeito imediato a leis que não
custarão nada aos cofres públicos.
Concessionárias,
por sua vez, não têm desculpas, exceto a maldita diretriz que o próprio Governo
federal impõe de minimizar tarifas e fazer leilão de concessões (quem paga
mais?). Muitos serviços são extremamente importantes.
Exigindo o
respeito aos idosos, por exemplo, estaremos zelando pela saúde e dignidade de
nossos parentes, amigos e a situação pessoal em qualquer ambiente.
Esse livro,
feito por um leigo autodidata, que aprendeu muita coisa lutando por seus
filhos, poderá ajudar nesse sentido, caso contrário não terá tido qualquer
serventia.
Ser engenheiro
com experiência multidisciplinar ajuda a analisar muitas situações e “coisas”
além do que nossos diplomas e entidades de classe autorizam. A idade maior e
bem aproveitada em estudos, filmes, leituras, análise de incidentes e acidentes
e reflexões sobre a própria vida dão uma base de dados fantástica que não deve
ser desperdiçada.
Procurando
entender o corpo humano e o seu cérebro podemos concluir que temos sobre o
pescoço um tremendo computador cujo hardware viabiliza softwares e sistemas de
processamento tão rápidos e complexos que nos permitem ter essa sensação de
continuidade e amplitude com detalhes infinitesimais. Sua ordenação metafísica
ou não é questão de foro íntimo, não nos cabendo aqui aprofundar essa questão.
O fundamental é entender que desde a concepção forma-se dentro da mãe e depois
o processo continua após o parto um ser maravilhoso, do ponto de vista da
Engenharia, tão potente que durante milênios simplesmente induziu filósofos,
estrategistas, políticos e até o cidadão mais independente de qualquer
compromisso ético e científico a acreditar firmemente na escravidão e
utilização de seres humanos, deixando o pensamento e a evolução humana para
universos filosóficos, lúdicos, militares e sacerdotais, sempre na preocupação
de bajular e negociar com ser(es) superior(es).
A produção de
ferramentas e máquinas não era tão importante quanto escravizar e negociar
cativos entre os poderosos e até os mais simples cidadãos.
Felizmente as
ciências exatas, mecânicas, elétricas, de materiais e agora a de processamento
de dados estão libertando o ser humano que deseja não ser escravo de chefes e
necessidades, a escravidão formal diminui no Mundo Ocidental e a sobrevivência
já é possível sem grande esforço, e o indivíduo e sua família escaparem de modelos
consumistas e exibicionistas.
Mas, o que é o
corpo humano?
Do ponto de
vista do engenheiro que passou décadas trabalhando e estudando técnicas e
sistema podemos dizer que é um conjunto harmonioso formado por um computador
sobre o pescoço e com sensores, transdutores, servomecanismos, malha de
transmissão de dados, elementos de produção de estímulos químicos e elétricos
assim como softwares residentes, adquiridos e em criação e desenvolvimento
permanente.
Essa máquina
complexa é frágil, sensível a vícios, comportamentos e ao ambiente de onde
extrai informações.
O cérebro é
também um computador que se autoprograma, tudo dentro de lógicas relativamente
aleatórias, mas subordinadas a estímulos internos e externos.
E a
compactação?
O volume do
cérebro é desprezível se o compararmos a de grandes computadores que estão
longe de fazer o que os humanos são capazes.
Enquanto os
computadores existentes, por enquanto, utilizam lógicas binárias, duas
dimensões, o neurônio, o elemento chave do computador orgânico tem muitas
dimensões. Equivale a um polvo conectado a outros, cada tentáculo sendo uma
dimensão, acrescentando a isso a memória química, quântica, estrutural que
ilustra um equipamento fantástico, só agora começando a ser desvendado graças a
novas técnicas e pesquisa e observação.
Ouvidos,
olhos, tato, olfato, paladar e talvez outra formas de percepção do ambiente dão
ao corpo humano uma tremenda capacidade de coleta de dados que o cérebro
processa e transmite em ordens passíveis de viabilizar a locomoção, o manuseio,
a conversação, a autonomia ímpar por efeito dos sistema mecânicos e elétricos
que transmitem em todos os sentidos o que os sensores captam e os transdutores
convertem em ações.
Essa máquina
possui defesas e reage a intromissões, até com parceria de outros
micro-organismos, num processo de simbiose extraordinário.
E daí?
Naturalmente a
fragilidade do corpo humano viabiliza lesões transitórias e permanentes. Essas
falhas adquiridas acontecem na maioria das vezes imperceptivelmente,
viabilizando a criação de uma multidão extremante diversa em comportamentos,
potencialidades e aparências.
Não existe ser
humano perfeito em relação ao que poderia ser se nada lhe prejudicasse.
As restrições
podem ser perceptíveis ou não.
Nesse universo
a Pessoa com Deficiência é aquela que de alguma forma exibe suas restrições, e
são centena de milhões sobre a Terra. Poderiam ser mais numerosas se legalmente
considerássemos, por exemplo, quem depende da prótese denominada óculos de grau
como PcD. A invenção dos óculos de grau salvou multidões incalculáveis da
ignorância a limitações de trabalho e lazer.
Diante de tudo
isso, quais são os direitos e deveres da pessoa com deficiência? Ela é
diferente?
A história da
Humanidade demonstra sua evolução comportamental e a criação de éticas
oportunistas, corporativas e sociais.
A convivência
em comunidades exigiu a viabilizou reflexões e a evolução, principalmente à
medida que a sobrevivência do ser humano afastou da violência cotidiana das
florestas e savana, onde o homo sapiens sapiens precisava enfrentar diariamente
coleções de feras mais preparadas para a luta do que aquele ser frágil, sem
couro, dentes pequenos, força física reduzida etc.
A vida era um
privilégio dos mais fortes, qualquer fragilidade poderia ser a diferença entre
a vida e a morte e até a extinção da tribo ou nação.
Nessas
condições a crueldade era a regra, algo que ainda perdura em nossas mentes,
Jung que o diga.
Graças à
evolução tecnológica e relacional as pessoas agora podem viver tranquilamente
em seus espaços sem perceber a violência institucional residual. Essa
agressividade que sobrou é extremamente útil aos egos e vaidades, servindo de
base para preconceitos e exclusão.
Nosso alvo
precisa ser a pacificação dos eres humanos, a mútua aceitação, a convivência
fraterna, agradável e saudável.
Ao longo da
história a ignorância viabilizou situações absurdas que talvez poucos saibam,
valendo, entre outras coisas, para quem quiser entender um pouco, a leitura
atenta dos livros (História da Loucura) e outros desse autor.
Ou seja, até
recentemente a deficiência intelectual, por exemplo, era motivo de cuidados e
preconceitos extremamente cruéis, quando não simplesmente de atitudes radicais
sob alegações religiosas, militares e até de bom ordenamento social.
Sociólogos,
filósofos, psicólogos, historiadores e outros têm um espaço de pesquisa e
aprofundamento infinito, pois a condição de vida da PcD é acima de tudo um
indicador da evolução de qualquer comunidade. Não existe indicador mais
dolorido da qualidade cultural e moral de povo do que o respeito aos idosos, às
pessoas com deficiência permanente ou transitória, às crianças e todas com
deficiência econômica, onde todos os pesadelos se reúnem com mais intensidade.
Nosso modelo é
neoliberal, o paradigma está em nações capitalistas, mas o câncer da escravidão
e da separação da sociedade em classes persiste fortemente no Brasil gerando
elites pernósticas, alienadas e egoístas ao extremo.
No Brasil
somos especialistas em reuniões, congressos, seminários etc., incapazes,
entretanto, de simplesmente aplicar a legislação existente.
A demagogia
rende frutos quando os problemas são resolvidos no varejo, da doação de
cadeiras de rodas a solução de empregos de potenciais cabos eleitorais.
Nossa
sociedade servil é escrava da sua ignorância e desprezo pelos mais próximos,
preferindo rezar e atribuir culpas estranhas a resolver os seus problemas. Essa
é nossa história muito bem apresentada nos livros [ (Gomes, 1808), (Gomes, 1822
- Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro
ajudaram D. Pedro a criar o Brasil - um país que tinha tudo para dar errado.,
2010), (História da Vida Privada ), etc.]. Um pequeno roteiro de leitura e
filmes em (Livros e Filmes Especiais).
Mas a condição
de vida (e m morte) das pessoas com deficiência tem em muitos portais e blogs
resumos interessantes, além dos indicados [ (As pessoas com deficiência na
história do mundo.), ( Breve Histórico sobre a Deficiência), (BREVE HISTÓRICO
DA DEFICIÊNCIA E SEUS PARADIGMAS) etc.]. Não há, contudo, nada que descreva com
precisão o sofrimento causado a inúmeros seres humanos vítimas da animalidade
da sociedade em que viviam.
Felizmente a
Humanidade evoluiu materialmente e comportamentalmente, assim temos agora leis,
decretos, normas, regulamentos etc. a favor da PcD (Cascaes, Direitos das
Pessoas com Deficiência), falta, contudo, convencimento pleno de nossas
autoridades e do povo em geral de que a aplicação dessa legislação é
fundamental à vida digna de dezenas de milhões de brasileiros. No exterior já é
possível descobrir essa determinação, aqui, contudo, outras prioridades
aparecem circunstancialmente, protelando sempre atitudes que até não custariam
nada ao contribuinte, mas que pesariam nas reeleições malditas e degradantes.
O portal
(MEMORIAL DA INCLUSÃO - Os caminhos da Inclusão) é um registro histórico do que
se fez de mobilização na visão de algumas lideranças. Outros blogs e portais
mostram e confirmam nossa militância tardia [ (TRAJETÓRIA DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA NA HISTÓRIA DO BRASIL: “CAMINHANDO EM SILÊNCIO”., 2011), (A pessoa
com deficiência e sua relação com a história da humanidade )].
Gastamos muito
tempo na lógica assistencialista, sem atenção para a inclusão e autonomia das
PcD. O pesadelo da inclusão escolar, por exemplo, levou-nos a muitas ações a
partir da década de noventa, quando acreditávamos que leis e decretos eram
eficazes assim como a atuação dos Ministérios Públicos.
Pessoalmente
começamos a sentir, motivados por necessidades familiares, a indiferença e até
desprezo em ambientes onde nunca imagináramos tanta frieza (universidades).
Essa situação
persiste, bastando lembrar que basta nossas autoridades e gerentes determinarem
e o Brasil terá uma revolução a favor da dignidade da PcD em poucos meses.
Considerando
nossas leis até em nível municipal concluímos que muito poderia já ter sido
feito transformando nossas cidades em lugares inclusivos, com mobilidade,
comunicação e segurança para a grande maioria de seus cidadãos.
Algo
intrigante é perceber que políticos experientes e bem educados relutam em
determinar o cumprimento de leis importantíssimas para os cidadãos que vivem
sob seu império.
Sabemos que em
torno dos nossos eleitos existe um cinturão de apoio técnico, administrativo,
midiático, político e ...
A simbiose dos
gerentes eleitos entre seus companheiros significa um conjunto opaco que
elegemos quando escolhemos nossos candidatos. Infelizmente os discursos não têm
qualquer relação com o trabalho a ser realizado, e sempre aparecem com
desculpas de rotina, como se desconhecessem a situação dos postos pretendidos.
As Pessoas com
deficiencia estão entre as maiores vítimas da demagogia. Até por suas limitações
eventuais de comunicação agem de forma ingênua ou oportunista, nada de
diferente dos demais cidadãos, só que agravado pelo desconhecimento pleno das
malícias dos poderosos.
Felizmente os
sistemas de comunicação e processamento de dados ampliam a troca de
informações, formação de opinião e mobilização. A convicção é a de que usando
as redes sociais, internet (emails), blogs, youtube, clubes de serviço
cibernéticos, ONGs dedicadas à Tecnologia Assistiva e portais de transparência
a pessoas, ainda que reclusas e com restrições de qualquer espécie, em sua
maioria poderão mais e mais entender porque são excluídas do convívio social.
O século 21
promete transformações positivas extraordinárias, se a prioridade for o ser
humano. Infelizmente os oligarcas querem outras prioridades, via de regra
definidas por seus interesses industriais, comercias e financeiros.
Devemos estar
atentos, lutando, cobrando, exigindo o respeito a todos o cidadãos, do mais
humilde ao mais rico, mas, acima de tudo, daqueles que precisam do estado para
crescerem.
É bom
exemplificar, calçadas são circuitos de responsabilidade legislativa dos
municípios. De modo geral atribuem aos proprietários de imóveis, apesar de
serem faixas de servidão para todo tipo de concessionária, a responsabilidade
de fazer e manter esses espaços.
Se nada existe
contra essa decisão estranha o prefeito pode determinar por ação administrativa
que todas as calçadas mal feitas sejam corrigidas de acordo com as normas
técnicas existentes.
Ou seja, no
máximo dentro de um ano as cidades podem se transformar radicalmente.
Caso contrário
nada impede que a administração municipal arrogue para si a responsabilidade
sobre os passeios, viabilizando grandes projetos de reurbanização que
certamente encontrarão financiadores, com custos que poderão ser distribuídos
entre as concessionárias, o contribuinte em geral e os proprietários de
imóveis.
Com tantas
opções, por que continuamos com cidades tão ruins no Brasil?
Querer é
poder, mais ainda quando se tem poder real, delegado em eleições democráticas.
Elas não existem para se criar novos reizinhos, mas para que os eleitos
trabalhem com inteligência e determinação a favor do povo.
No Brasil (e
no mundo em geral) é mais do que evidente que as elites políticas estão a
serviço de grupos estranhos às necessidades reais do povo, sempre imerso na
propaganda a favor de quem paga os horários televisivos, custos que mais
adiante cairão sobre o povo, inclusive na forma alienada de governar.
Acreditando na
força da mobilização e atuando energicamente poderemos, talvez, chegar ao
Estado de Direito[1], quando a legislação não será questionada, mas
simplesmente aplicada.
Em nossa terra
a sustentação da escravidão e o poder dos donos de senzalas criou uma cultura
de desrespeito a leis que o Brasil adotou na luta contra o comércio negreiro
(Gomes, 1822 - Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por
dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil - um país que tinha tudo para dar
errado., 2010). Foi, talvez, o preço para a formação de um grande país,
as sequelas, entretanto, persistem, a pior delas é não vivermos num estado em
que as leis são respeitadas, não são circunstancias nem objeto de negociações
subterrâneas entre o poderes executivos e legislativos.
Quem viver
verá, a humanidade não se destruindo em guerras absurdas, qualquer guerra beira
pelo menos à loucura, terá progressos inimagináveis em soluções a favor das
pessoas com deficiência, com doenças graves permanentes e transitórias, idosos
e para todos em geral.
Já temos muito
graças a determinações federais e à luta já de algumas décadas a favor das
Pessoas com Deficiência, além da legislação conquistada.
Pessoalmente,
sendo engenheiro e sempre trabalhado em áreas de alta tecnologia sou testemunha
do avanço fantástico da Ciência, do conhecimento humano desde meados do século
passado.
Grandes
instalações com funções inéditas há um século agora são possíveis graças a um
conjunto universal de técnicas e produtos além de serviços incomparavelmente
mais complexos ao que a Humanidade usava até o final do século 19.
Se grandes
instalações mostram isso, mais ainda podemos dizer de pequenos e maravilhosos
equipamentos capazes de apoiarem médicos, engenheiros, especialistas em geral
na pesquisa sobre o funcionamento do corpo humano e a correção de deficiências
e cura de muitas doenças.
Saber como
funciona o cérebro humano e todos os sensores, transdutores e softwares de
recursos tão fantásticos quanto a audição, a visão, a mobilidade e até a
própria inteligência dá condições para entender e desenvolver soluções
inimagináveis há poucas décadas. Elas já existem em muitos casos e tendem a
crescer exponencialmente, desde que se aplique um volume substancial de
recursos à pesquisa e desenvolvimento do que for necessário.
Chamamos, por
exemplo, de Tecnologia Assistiva o que se produz para facilitar a vida da PcD.
A Tecnologia Assistiva[2]
é uma realidade já conceituada e colocada em marcha [ (Cascaes, A Pessoa com
Deficiência Auditiva Blog dedicado aos deficientes auditivos de diversas
formas., 2012), (Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva:
Ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República, visita CTI Renato Archer) etc.].
Não é
novidade, além das bengalas e cadeiras especiais e outros recursos usados há
milênio pelos seres humanos em nações pouco mais desenvolvidas temos, por
exemplo, algo que nos parece natural, os óculos[3], tão comum que as
pessoas esquecem como seria a vida para elas sem essa prótese.
Atualmente o
potencial de produtos já é infinito, nações mais competentes criam diariamente
algo novo.
O desafio
brasileiro é estimular pesquisadores e industriais assim como entidades de
fomento a criar e viabilizar a produção de soluções.
Sempre é
importante enfatizar a universalidade do que vier a ser criado e implementado,
o que é útil para a PcD estará sendo valioso para quem não é na vida comum ou
em períodos de restrição por doença ou acidentes.
Temos razões
concretas para afirmar que a TA está em franco desenvolvimento. É um nicho de
mercado para empreendedores competentes, assim como um mote de desafio a
pesquisadores e laboratórios. Com certeza a inércia no mundo acadêmico
atrapalha muito, havendo nesse espaço até a necessidade de diretrizes
impositivas.
A inclusão
mais difícil é no ambiente escolar em todos os seus níveis.
O que se
aplica em Educação no Brasil é muito pouco, tornando qualquer custo adicional
um valor significativo em termos percentuais. Há um longo caminho a ser
percorrido.
No caso das
escolas a inclusão é algo que avança muito lentamente, apesar de muitos
esforços para conscientização. Infelizmente até as quem depende do respeito às
leis se deixa cooptar e transige quando tem poder.
Lutar a favor
da criação de soluções para inclusão e autonomia não ofende ninguém, é uma
causa difusa com resultados concretos.
Tudo favorece
o apoio técnico à PcD, é só querer.
Sim, mas é
preciso também entender que não deixa de ser TA a construção e manutenção de
passeios, ônibus, aviões, escolas, restaurantes, repartições públicas com
acessibilidade. O desafio é colocar energicamente nas nossas escolas
profissionais em todos os níveis a consciência e a priorização para a dignidade
humana, algo que se perdeu em meio a outras prioridades.
Inacreditavelmente
encontramos a exclusão institucional, social (Exclusão Social ) mal
percebida, atitudes comportamentais e profissionais quase imperceptíveis
, mas que causam grandes barreiras, constrangimentos e prejuízos aos idosos,
pessoas com deficiência etc. Essa maneira de ser dificulta a percepção da
importância da Pesquisa & Desenvolvimento de soluções a favor de pessoas
carentes desse tipo de auxílio. Infelizmente é normal a todos esquecerem que,
se viverem muito, mais cedo ou tarde dependerão de próteses, soluções
urbanísticas, arquitetura, TAs e TICs para sobreviverem com autonomia.
As cidades, essenciais ao ser
humano e reflexo do desenvolvimento comportamental e técnico da nação.
A principal
vitrine ilustrando o desenvolvimento cultural, político, em torno dos Direitos
Humanos, cidadania e coerência é a cidade. Nela também sentimos a convergência
das neuroses mundiais e nacionais, expressas em projetos episódicos e processos
educativos circunstanciais.
A preocupação
com os idosos e as pessoas com deficiência, estranhamente, era praticamente
inexistente no Brasil. Ainda na década de oitenta do século passado era muito
raro perceber essa discussão. Quando muito havia a luta pelas rampas de acesso
a calçadas, ainda que não fossem transitáveis.
Mais ainda, os
passeios eram instrumento de decoração e cuidados com a permeabilidade do solo
(Cascaes, Cidade do Pedestre). A utilização do “petit pavê” era moda enchendo
de desenhos pisos que deveriam respeitar as condições de trânsito de pessoas
com dificuldades visuais, para quem tudo confundia. Detalhes técnicos tais como
coeficientes de atrito, abrasão, continuidade, resistência a peso, ao clima,
facilidades de manutenção etc. eram desprezados.
Se ficávamos
surpresos com padrões europeus, logo entendíamos o que víamos como uma
necessidade a mutilados de guerra, o Brasil não os tinha em quantidade
suficiente para justificar “privilégios”.
Acessibilidade
e inclusão era assunto para ambientes especiais e um pesadelo para os pais que
chegavam a mudar de cidade para encontrar escolas capazes de atender filo(s)
com deficiência.
Em Curitiba
uma coleção de escolas especiais gerou a preocupação do com o transporte
coletivo de seus alunos levando-nos a construir um terminal de integração e
adaptar uma frota de ônibus para o transporte especial no início da década de
oitenta.
Simplesmente
não existia uma preocupação com a pessoa com deficiência, algo notável em
projetos de arquitetura, urbanismo, transporte coletivo, escolas e
universidades, hospitais etc.
Essa condição
excluía o idoso e a PcD do convívio social, do trabalho, da vida urbana.
Os movimentos
a favor das pessoas com deficiência (História do Movimento Político das Pessoas
com Deficiência no Brasil) eram dispersos e ineficazes. Aos poucos ganharam
consistência, mais ainda com a mobilização a partir de outros países, de onde
ganhamos lógica e propostas.
Paralelamente
o Brasil sentia o peso dos excluídos da lavoura.
O crescimento
dos aglomerados urbanos, a migração do campo para as áreas urbanas, a qualidade
do migrante e seu poder de inclusão nas metrópoles foi (e ainda é) um grande
fator de transformação das cidades que pesou em seus orçamentos.
N Brasil esse
é um processo tardio e a origem dos migrantes brasileiros, em geral regiões sem
ambiente escolar, sanitário, profissionais e sociais suficientemente
desenvolvidos para que a inclusão seja harmoniosa.
Em volta das
capitais políticas e econômicas descobrimos cinturões de favelas.
O crescimento
das grandes metrópoles atuais aconteceu em tempos de crises econômicas e
financeiras graves, surpreendendo prefeitos com novas responsabilidades em
tempos de poucos recursos.
O Brasil
demorou demais para sair de suas crises maiores na área econômica e agora,
fruto de uma distribuição perversa dos impostos, inibe ações que atenderiam
melhor a população em geral, destacando-se o que é necessário para bem atender
suas pessoas carentes de melhor estrutura urbana.
A pessoa com
deficiência e os idosos são vítimas da deseducação, erros de planejamento,
obras mal feitas, gerenciamento ineficaz e finalmente da falta de recursos por
efeito da corrupção, carência de recursos e falta de vontade política em
relação a suas necessidades.
Agravando
tudo, portanto, a demagogia, a corrupção e a pura incompetência aumentaram as
contas municipais, desviando prioridades e projetos para setores não
essenciais.
Um exemplo
clássico é a realização de campeonatos mundiais gerenciados pela FIFA. Essa
entidade tem força descomunal, pois além de suas receitas diretas defende
conveniências industriais e comerciais internacionais. Assim constatamos que,
graças à mídia fortíssima em torno do futebol, as pessoas se alienam totalmente
aceitando imposições inacreditáveis geradas por uma entidade dedicada ao um
esporte profissional. O principal aspecto negativo é a concentração de recursos
em projetos não prioritários, principalmente em países como, no caso do Brasil,
saem de décadas de crises financeiras e econômicas.
Qualquer
cidade brasileira tem muito a fazer a favor da pessoa com deficiência. Um exemplo
dessa carência é o transporte coletivo urbano e a mobilidade dos usuários desse
sistema. Não entra na cabeça dos formadores de opinião e dos gerentes
municipais que a segurança e facilidades de trânsito dos pedestres são
essenciais à opção “transporte coletivo”.
Assim temos
registros e opiniões que se perdem pela absoluta falta de vontade política dos
prefeitos, a quem compete realmente decidir sobre a qualidade das cidades [
(Cascaes, Bordeaux) (Cascaes, O transporte coletivo urbano – um desafio de todos
os cidadãos) (Cascaes, Reurbanização Inclusiva) (Cascaes, Táxi é transporte
coletivo - um carro atende muita gente )].
Além da
acessibilidade ao transporte coletivo urbano e as calçadas sentimos a péssima
acolhida em repartições públicas, agências de concessionárias, bancos,
comércio, hospitais, cartórios principalmente ao idoso e à pessoa com
deficiência auditiva e até intelectual. É fácil de entender se lembrarmos que a
legislação é posterior ao período escolar de nossos dirigentes, pessoas que não
foram educadas para o respeito recíproco.
Lendo livros
sobre sociedades estrangeira e lembrando as lógicas nazistas que quase
dominaram o mundo no meio do século passado compreendemos, com facilidade, o
que é o ser humano [ (Foucault, Vigiar e Punir), (Humano, Demasiado Humano),
(Aprender a Viver - Filosofia para os novos tempos, 2006)].
Estamos num
momento da História da Humanidade em que poderemos retroagir a culturas
antigas, primitivas, ou avançar para um período luminoso.
Atenção para
os direito e deveres sociais poderão salvar a Humanidade do radicalismo
religioso e político, exemplos não faltam ao longo de milênios, desde que
alguma coisa se assemelhou à civilização, que o império de fanáticos é
assustador.
Nossas aglomerações
urbanas mostram, contudo, a radicalização da omissão. Cidades criando blocos
gigantescos de concreto, desfiladeiros e espaços comunitários perigosos apontam
para o medo, o isolamento.
A PcD precisa
exatamente do oposto, de facilidades urbanas, de aceitação e tolerância que
precisa para demonstrar seu potencial, sempre capaz de surpreender quem quer
que seja.
Note-se que a
pessoa idosa naturalmente se isola à medida que vai percebendo suas limitações,
o que é péssimo, pois com a experiência que adquiriram poderiam ser um reforço
importantíssimo na inclusão. Habituamo-nos a ver os “velhos” como uma
curiosidade ou afeto, quando parentes.
São cidadãos e
merecem viver nas cidades sem restrições.
Tudo isso é
possível?
Perfeitamente
desde que nossas autoridades e legisladores tenham essa preocupação. Não existe
limite para a Engenharia que impeça a criação de soluções, nossos urbanistas e
arquitetos precisam dar mais espaço para os engenheiros e todos eles aos
sociólogos, psicólogos, médicos etc. que saberão orientar quem realmente tiver
disposição e poder para fazer mudanças urgentes, inclusive.
Dentro das
cidades temos todos os equipamentos e instalações que a imensa maioria dos
povos modernos precisa para viver bem, mal ou pessimamente. Tudo depende da
vontade política dos administradores públicos e de seus eleitores.
Ou seja, as
dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência não existiriam se nossos
administradores tivessem maior seriedade em seus trabalhos.
Normas
técnicas? Especialistas? Temos com excelente nível e disponibilidade
(Acessibilidade e o Arq Ricardo Mesquita) e inúmeros fóruns, ONGs etc.
Ninguém pode
alegar ignorância, seria até o caso de processar nossas autoridades por
desrespeito à legislação existente, o Poder Judiciário reagiria de que forma?
Serviços
essenciais[4]
definem padrões de vida, mobilidade, segurança, autonomia, acessibilidade etc.
em função da qualidade, confiabilidade e acessibilidade que tiverem.
Por exemplo,
famílias que moram em andares mais altos em prédios com elevadores dependem da
energia elétrica, que se faltar poderá significar a necessidade de um imenso
esforço para subir ou até descer de onde moram ou trabalham.
A energia
elétrica é essências aos serviços de água e esgoto, que por sua vez podem
afetar pessoas adoentadas, frágeis e com dependência de equipamentos
adicionais.
Aos poucos
desenvolve-se sistemas que dependem de bons padrões de telecomunicações. Quando
mal cuidados, especificados, fabricados, instalados e usados inibem a
utilização de recursos de comunicação, orientação, socorro e segurança de todos
aqueles que dependem de nossos sistemas.
Infelizmente
no Brasil a fiscalização é precária e os processos de privatização têm como
principal objetivo arrecadar dinheiro que o Governo eufemisticamente denomina
de, por exemplo, aplicação na “modicidade tarifária”.
Assim em
muitas ruas brasileiras com sistemas aéreos de transporte de energia e
comunicação pode-se notar situações como a mostrada a seguir:
Ou, pior
ainda:
Naturalmente a
Educação é a pedra angular do aprimoramento da qualidade de vida de todos os
seres humanos, sem exceção.
Isso significa
a necessidade de, a partir dos primeiros momentos escolares (Cascaes, Creche –
vacina contra a mortalidade infantil e a má educação das crianças),
desenvolver-se um esforço de socialização e formação das crianças para maior
respeito e fraternidade com suas colegas PcD.
Nossa garotada
merece creches, escolas em tempo integral bem equipadas e condições de sala de
aula tão boas quanto possível, só assim entenderão plenamente a importância da
comunidade em que vivem. É difícil acreditar que ambientes hostis formem bons
cidadãos.
Invertendo a
análise, começando pelo nível universitário tivemos exemplos de alienação
terríveis em escolas federais.
Inacreditavelmente
(para exemplificar) a necessidade de tradutores LIBRAS converteu-se em função
complexa criando especialistas [exemplo oposto (Formação de Intérpretes na
Europa)] que dificilmente aceitarão servir de instrumentos de apoio aos
professores em sala de aula. Aos professores, intocáveis em seus postos de
trabalho, deu-se o direito de atenderem ou não os deficientes auditivos (um
caso familiar, de que podemos falar de cátedra (Cascaes, A Pessoa com
Deficiência Auditiva Blog dedicado aos deficientes auditivos de diversas
formas.)). A legislação não valia e sim os votos para eleger reitores e sabe-se
o que mais.
É interessante
ver a experiência norte-americana (Cascaes, Em LIBRAS - Gallaudet University -
modelo para o Brasil) e conhecer em outros países a evolução da pessoa com
deficiência (O surdo na Dinamarca).
No Brasil a
principal atenção é em relação às pessoas com deficiência física (Cascaes, A
Pessoa com Deficiência Física), uma consequência natural diante da quantidade
de brasileiros nessa condição (crescendo aceleradamente graças a acidentes de
trânsito) e a visibilidade e organização de entidades tão atuantes quanto as
diversas unidades da Associação de
Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE - Brasil).
O que é
espantoso é a situação das PcD em cidades como a capital do Paraná, Curitiba.
Nela a pessoa com deficiência física raramente terá mobilidade, pois suas
calçadas, prédios importantes, travessias de ruas e avenidas etc. são
obstáculos absurdos, isso sem falar nos idosos, crianças e pessoas com doenças
debilitantes.
A má educação
é flagrante em todos os níveis, ou seja, é urgente estimular novas atitudes,
entre elas o respeito e atuação de nossas autoridades no cumprimento às leis
existentes (seriam leis para inglês ver? (Cascaes, As leis que estimulam o
respeito aos ODM seriam para inglês ver? Acessibilidade é utopia? Inclusão no
Brasil existe?l)).
Educação é um
processo, não muda por decreto. O problema é que esse processo precisa ter
lideranças confiáveis, não cooptáveis, sinceras. Sentimos que a PcD e a
Educação transformaram-se em mote político da pior espécie.
Imbatíveis são
os interesses de forças ocultas que determinam os rumos e ações gerenciais de
municípios, estados e da própria União. Infelizmente não prestam depoimentos em
cartório, são bem escoradas por caríssimas bancas de advogados e ao longo da
história do Brasil fizeram acontecer [(Gomes, 1808), (Gomes, 1822 - Como um
homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D.
Pedro a criar o Brasil - um país que tinha tudo para dar errado., 2010),
(Quase-cidadão), (istória da Vida Privada no Brasil) etc.].
Na
insensibilidade pelos mais frágeis criaram lógicas cruéis e comportamento
institucionalizados terríveis.
Em Curitiba
isso é sensível no esforço de se inventar e tombar soluções urbanísticas
ofensivas e perigosas a quem não é atleta. O resultado é o atraso em tornar a
cidade acessível, inclusiva.
Na Educação,
surpreendentemente, só ouvimos desculpas protelatórias, em todos os níveis
políticos. Seria o resultado de nossa história?
O ensino
convencional foi estruturado para crianças e jovens imaturos. De forma
complementar a era industrial, a Igreja e os exércitos precisavam de pessoas
disciplinadas, para não dizer amestradas. Escolas eram autênticos quarteis, e
muitas ainda o são.
Naturalmente
se a vontade do jovem é seguir carreiras onde a disciplina é fundamental a
escola convencional é o lugar certo para aprender.
No século 21
as profissões passarão por mudanças gigantescas, a maioria delas demandando
raciocínio atilado e capacidade de utilização de sistemas de controle a
distância (Cascaes, Ensino e literatura século 21). O deslocamento residência –
escola tende a ser um problema crescente, poluidor, caro, perigoso. A
literatura técnica poderá crescer exponencialmente vi internet e ser acessível
com custos reduzidos. Livros técnicos poderão dar links para filmes, jogos
inteligentes e didáticos, museus, laboratórios virtuais e trazer para dentro de
casa cenários holográficos.
Tudo se dirige
para maior facilidade de estudo, desde que as autoridades e corporações não
atrapalhem.
O ensino a
distância não precisa ser síncrono à exposição do professor. As boas escolas
serão base de professores orientadores, consultores, bibliotecas, laboratórios
e produtora de filmes educativos.
A pessoa com
deficiência poderá estudar sem a necessidade de deslocamentos e imersão em
ambientes hostis. Aulas difíceis estarão à disposição dos alunos para repetição
quantas vezes julgarem necessário. Mestres a distância orientação e monitorarão
estudantes quando necessário.
O fundamental
será o mercado de trabalho, sempre exigente em seus concursos de admissão e
exames à semelhança daqueles que a Ordem dos Advogados (Universidades como
produtoras de conhecimento para o desenvolvimento econômico: sistema superior
de ensino e as políticas de CT&I) precisam fazer para terem autorização de
exercício pleno de suas profissões.
Aliás, os
exames poderão existir adiante, definindo graus de conhecimento que serão
utilíssimos em concursos públicos e serviços que exijam profissionais
superiores.
O fundamental
é a redução da autoridade do MEC e corporações. Acima de tudo compete ao
contratante e contratado demonstrarem conhecimentos, até porque a automação
chegará a muitas profissões ainda artesanais.
A evolução dos
sistemas de aquisição, armazenamento e processamento de dados é extremamente
acelerada. Ainda que nada seja inventado, levaríamos milênios para esgotar o
potencial do hardware disponível.
A tecnologia
possibilita já a transferência da formação profissional do professor para o
aluno, principalmente quando já de maior idade. Não faz sentido tratar
estudantes adultos como se fossem crianças. O futuro de cada um pertence a ele
próprio.
Não existe
evidência de que o ensino convencional seja essencial, ao contrário, as
universidades são excelentes lugares para desvirtuamento dos alunos.
O que nelas
deve existir serão os núcleos de ensino, apoio e orientação ao aluno à
distância, sempre que possível.
Com isso a
universalização do ensino será uma realidade, reduzindo seus custos e liberando
mais recursos para o Ensino Fundamental, onde a aula presencial é imbatível e a
escola precisa ser uma extensão da casa do aluno.
Para o
estudante PcD até no Ensino fundamental os recursos de EAD são importantes, servindo
de reforço para o que aprender na escola.
Algo
intrigante é perceber que até entre organizações dedicadas à defesa das pessoas
com deficiência a ignorância das condições de acessibilidade e inclusão são
desprezadas. Principalmente para PcD intelectual, auditivo e até visual não se
prepara sistemas capazes de complementar a comunicação.
Apesar da
tecnologia oferecer inúmeras oportunidades de comunicação e acesso até em
instituições ricas que pretendem defender as PcD no Brasil não raciocinam em
preparar ambientes, recursos de apoio, tradutores Libras, mídia digital etc.,
para a integração de todos aos cursos e debates que promovem. Isso por si só é
extremamente constrangedor e explica a ausência desses ambientes de representantes
de outras organizações de mobilização de PcD.
Os idosos, por
exemplo, que gradativamente vão perdendo acuidade sensorial e intelectual além
de sofrerem com lesões e restrições motoras não existem.
No Brasil, até
em eventos como a REATECH [(Cascaes, Problemas e soluções técnicas e
comportamentais - a XI ReaTech), (ReaTech)] percebemos a alienação
impressionante em relação a seus frequentadores.
Temos
lideranças nacionais superadas que demoram a perceber a amplitude de suas
bandeiras.
No Brasil
vivemos um período de gravíssima pobreza comportamental, indigência técnica e
outras coisas que preferimos não comentar.
A exclusão é a
regra e todo o discurso parece acontecer ao gosto de lideranças
institucionalizadas e alienadas, ou incompetentes.
Chegamos a
situações absurdas como, por exemplo, representando uma instituição dedicada a
pessoas com deficiência visual fomos impedidos de filmar para colocação em blog
uma reunião de uma comissão dedicada às pessoas com deficiência(s)
(Cascaes, O direito de registrar para informar).
Na área de
Urbanismo o problema é gravíssimo.
Curitiba tem
tradição e muitos de seus profissionais conquistaram seus diplomas nas escolas
locais. Resultado, a idolatria em relação ao que foi realizado no meio do
século passado até hoje. Existe uma resistência radical a ajustes que a cidade
precisa fazer para garantir mobilidade, segurança e conforto a seus habitantes.
Como os projetos são feitos internamente à Prefeitura não passam pelo crivo de
concorrências cujos editais não poderiam omitir o respeito à legislação
pertinente.
A execução de
trabalhos internos evita a exposição e competição, sustentando diretrizes
erradas.
Não podemos
também desprezar certos vícios comportamentais, fruto, acima de tudo, da mídia
promocional da cidade. Assim a vaidade e a empáfia de muitos profissionais
espantam.
A evolução de
tudo que deriva das primeiras teses em relação aos Direitos Humanos agora chega
ao respeito universal, a todos os seres humanos, sendo essa a real e imensa
prioridade humanística. Infelizmente outras teses funcionaram como contaminação
de uma epidemia comportamental extremamente prejudicial a todos nós.
O imenso
contingente de pessoas com deficiência e seus parentes e amigos e amigas
precisam ter consciência de que não se pode fazer concessões em relação à
dignidade humana, à inclusão e universalização de direitos e deveres. Devemos
criteriosamente estabelecer espaços especiais e também é mister dar exemplo de
boa conduta.
Principalmente
promotores de eventos dedicados à PcD, idosos, etc. precisam ser criteriosos na
preparação de todos os recursos e condições de participação de pessoas que
deles participam. É constrangedor fazer um grande esforço para não ter
resultados...
- Simplesmente exigindo-se o cumprimento da legislação
existente (federal, estadual e municipal) as condições de acessibilidade e
inclusão poderão ser resolvidas em prazo curto se o Poder Judiciário e os
Ministérios Públicos assim o desejarem.
- Existem soluções técnicas para otimização de ambientes
a favor das pessoas com deficiência que devem ser monitoradas em novas
construções de escolas, clubes, espaços públicos, calçadas etc.
- Principalmente o transporte coletivo (terrestre, naval,
fluvial e aéreo) deve ser corrigido a favor da PcD.
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[1] O estado
de direito é uma situação jurídica, ou um sistema institucional, no
qual cada um é submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo até a
potência pública. O estado de direito é assim ligado ao respeito da hierarquia
das normas, da separação dos poderes e dos direitos fundamentais.
Em outras palavras, o estado de direito é aquele no
qual os mandatários políticos (na democracia: os eleitos) são submissos às leis
promulgadas. - Wikipédia
[2] Wikipédia
- Na nova sociedade da informação tem se falado muito sobre o design
universal e a acessibilidade.
Para permitir as pessoas com deficiênciaa
ter autonomia e independência é foi (sic) criado as tecnologias assistivas.
“Tecnologia assistiva (sic) são recursos e serviços
que visam facilitar o desenvolvimento de atividades diárias por pessoas
com deficiência. Procuram aumentar as capacidades funcionais
e assim promover a independência e a autonomia de quem as utiliza”. (MELO,
2007, p. 94)
Conforme conceito proposto pelo Comitê de Ajudas
Técnicas (CAT) da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República:
"Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à
atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e
inclusão social" (CAT, Ata da Reunião VII, SDH/PR, 2007).
Os Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou
parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob-medida utilizado para
aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com
deficiência. Os Serviços, (sic) são definidos como aqueles que auxiliam
diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar os
recursos acima definidos.
É Qualquer instrumento adaptado como um lápis com um
cabo curvado ou mais grosso, ou um teclado adaptado, leitores de tela. Pode ser um
artefato rústico ou como os últimos citados programas especiais de computador
que visam a acessibilidade.
"Hoje em dia é sabido que as tecnologias da informação e comunicação vem
se tornando de forma crescente, importantes instrumentos de nossas cultura e,
sua utilização, meio concreto de inclusão e interação no mundo" (LEVY apud
BASTOS, 2007, p.30)
No tocante as pessoas com deficiência essas
tecnologias de informação e comunicação as TIC's tem contribuído
significantemente e tem permitido o acesso ao conhecimento com necessidades
especiais independentemente dela qual seja.
Dessa forma busca-se integrar essas pessoas a
sociedade, promovendo a inclusão
social dessas pessoas. E como Devourny (2007, p. 8) menciona a
importância dos profissionais em ajudar os deficientes na superação das
barreiras ao acesso a informação e ao conhecimento, para contribuir e reduzir o
preconceito social e promover maior integração das pessoas com deficiência.
[3] Wikipedia
-A palavra óculos surgiu com o termo ocularium, na Antiguidade
Clássica. Era utilizado para designar os orifícios das armaduras dos soldados
da época, que serviam para permitir que os mesmos enxergassem.
Somente no século I d.C surgiram às primeiras lentes
corretivas, que eram feitas com pedras semipreciosas que eram cortadas em tiras
finas e davam origem aos óculos de grau para perto. Tudo isso se deve ao
matemático árabe Alhazen, que, perto do ano 1000 d.C., formulou uma teoria
sobre a incidência de luz em espelhos esféricos e como isso reagia no olho humano.
Os monges eram, sobretudo, os mais beneficiados com o objeto, por passarem
horas trabalhando nas grandes bibliotecas da Europa. Em 1270, na Alemanha,
foram criados os primeiros óculos com aros de ferro e unidos por rebites. Era
semelhante a um compasso, porém não possuía hastes. Os modelos que foram mais
usados no século XV eram o Pince-nez e o Lornhons. Porém eles ainda não
possuíam hastes fixas, sendo que a mesma só passou a surgir no século XVII, e
era usada para se apoiar às orelhas.
No Brasil, os óculos surgiram no século XVI, com a
colonização portuguesa, e eram usados principalmente por religiosos (em sua
maioria jesuítas), funcionários da coroa portuguesa, colonos abastados e homens
de letras.
·
tratamento e abastecimento de água; produção e
distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; assistência médica e
hospitalar; distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
funerários; transporte coletivo; captação e tratamento de esgoto e lixo;
telecomunicações; guarda, uso e controle de substâncias radioativas,
equipamentos e materiais nucleares; processamento de dados ligados a serviços essenciais;
controle de tráfego aéreo; compensação bancária.
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