A Ética e o envelhecimento
Saber
envelhecer é algo essencial a qualquer pessoa em relação pessoal, familiar,
social, cidadã. Não é justo a uma pessoa culta e sábia perder-se em lamúrias,
deve enfrentar com dignidade o envelhecimento com suas mazelas e desafios.
Com
certeza o alongamento da idade também traz inúmeras alegrias, como, por
exemplo, acompanhar o nascimento e crescimento da família. Familiares diretos e
indiretos formam uma tribo natural a que devemos pertencer, amar, desenvolver.
Em
família, principalmente, a pessoa idosa precisa aproveitar seus conhecimentos
para, se necessário, educar, ensinar, mostrar a seus descendentes o que serão e
o que poderão ser na condição de pessoas idosas e veneradas.
O
desafio ético é permanente. Somos educadores intuitivos e nessa condição ensinamos
pelo exemplo, pelo aconselhamento e acima de tudo aprendendo sempre para poder
evoluir e se manter em sintonia com a garotada.
O
desafio pessoal de nascer, crescer, viver e envelhecer
Nada
é mais íntimo do que sentir a redução de qualidades e querer ou não aceitar
limitações. O drama ou aventura de somar mais e mais anos de vida pode ser
fascinante se antes tenhamos feito coisas de que nos orgulhamos e possamos
perceber que nossas boas qualidades afetaram positivamente aqueles que
dependeriam de nossas oportunidades de trabalhos e presença na sociedade.
Essa
aventura começa logo que aprendemos estar no seio de uma família ou,
infelizmente não raramente, em ambientes degradados.
Especialistas
ensinaram muito e nós, minha família, aprendemos muito com nossos pais.
Refletimos
seus traumas, vícios e virtude.
A
ciência mostra e desenvolve conhecimentos na cabeça de nossos cientistas
extremante complexos e avançados em relação a poucas décadas passada. O conhecimento
humano chegou a um ponto de impossibilidade de domínio por uma pessoa. Os
gênios do passado seriam mais um na galeria atual de pessoas extremam amente cultas
e inteligentes, mas incapazes de acumular todos os conhecimentos de milhões de
pesquisadores. Essa fragilidade demonstra a insanidade dos fanatismos e
certezas...
Grandes
centros de pesquisas montam bancos de dados e sistemas de processamento e
análise poderosíssimos. Um exemplo é a epidemia de coronavírus 19 e a
mobilização mundial para contê-lo e minimizá-los com vacinas e remédios.
Conceito
essencial
Envelhecimento,
um processo que a gerontologia (O que é Geriatria e Gerontologia?) e sua
ciência afetam os seres humanos que vivem muito.
Essa
e novas ciências assim como aquelas que tratarão de nossas doenças é onde
encontramos profissionais, especialistas e condições de viver e saber morrer,
afinal a vida que conhecemos acabará, e daí?
Toda
a tecnologia, porém, será insuficiente na enorme diversidade que temos entre
nós. Precisamos desenvolver nossas habilidades críticas para escolher caminhos
e, também sentir as limitações sociais, financeiras, culturais em que vivemos.
Religião,
convicções sadias, boa educação pessoal e da família (principalmente) serão
essenciais ao processo de perda gradativa de atributos da pessoa jovem.
Naturalmente
as etapas de avanço na idade possuem desafios singulares e gerais; o
crescimento da expectativa de vida, a corrupção monumental em nosso país, a
incompetência de gestores etc. têm forçado mudanças em planos de aposentadoria,
fundações, constitucionais, planos de saúde etc.
Somos,
os mais velhos, responsáveis por tudo que sofremos, e agora?
O
fundamental é transmitir àqueles que acreditam em nós o que é a Humanidade, o
mundo real e, acima de tudo o nosso povo ainda sem a educação necessária e
suficiente. Nesse processo a tentativa de que as novas gerações sejam melhores,
cultas e produtivas.
Cada
um é único, singular, diferente, um ser no Universo e por mais insignificante
que seja com uma missão, um potencial de realizações. Todo ser humano é um objeto
que lideranças maiores procuram dominar. O terrorismo de Estado é uma
realidade. Temos outros tipos de
ambientes até criminosos como vemos em lugares sob o controle de milícias,
traficantes, líderes comunitários e gente eventualmente rica graças à corrupção.
Muitas crianças e jovens são órfãs de pais ricos. Abandonadas e manipuladas
para não incomodarem os mais velhos.
A
mídia moderna tem força acima de suas promessas éticas. O desejo de poder e
enriquecer leva à existência de programas absolutamente desaconselháveis a
pessoas culturalmente fragilizadas.
Dos
livros passamos à cultura rápida, sem grandes reflexões. Em compensação todos
têm à mão informações, bibliotecas, programas espetaculares. Devemos, pois,
orientar e até exercer o poder de censura quando os sistemas chegam às
crianças.
Tudo
faz da pessoa idosa e consciente de suas responsabilidades um a referência nem
sempre simpática, mas, se saudável, necessária.
Objetivo
desse livro
Esse
é um livro sincero na esperança de ser útil.
Fala-se
muito no envelhecimento, mas cautelas excessivas de comunicação acabam
atrapalhando. Na justa medida de comunicação perde-se conteúdo.
A
sobrevivência e a qualidade de vida dependem demais de planejamento e
consciência de limitações em qualquer fase da vida.
Mais
importante é a introjeção de um comportamento ético que fortaleça a pessoa
idosa e lhe dê condições de entender e aceitar essa fase da vida.
Realmente
a partir do momento em que sentimos as mudanças gradativas e irreversíveis da
vida a força de caráter torna-se essencial a posicionamentos éticos, vitais,
sociais, familiares, profissionais, políticos etc.
Tendo
existido talvez de forma exuberante chaga a fase do desligamento de motores ou
simplesmente da falta de energia em todos os sentidos.
Lamentavelmente
pruridos de comunicação orientam muito mal quem está na terceira idade. Acima
de tudo é fundamental saber viver. Minha opção é a alegria, a zorra, o prazer
de ouvir e contar piadas. Tudo a favor do bom humor que perdi durante alguns
anos até descobrir que a raiva em especial que sentia inexplicavelmente poderia
ser evitada. Um simples calmante fez toda a diferença.
A
experiência comportamental desses últimos anos só fortaleceu minha convicção de
que a culpa é uma condição relativa. Erramos, podemos cometer crimes, também
acertamos, ser o que dizer ser “homem de bem”, ou mulher nessa condição.
Argh!!
Não
escolhemos nossa saúde, educação, DNA, ambiente social familiar etc. somos
máquinas que exigem cuidados para não estragar.
Podemos,
entretanto, trabalhar para o aprimoramento das cidades e nossas residências,
por exemplo, onde flagrantemente costuma haver muito a ser feito.
Minha
experiência profissional e de vida em geral foi muito rica, assim vale até uma
autocrítica e pessoal e cidadã.
Quero,
acima de tudo, contribuir para um mundo melhor, isso é gratificante e enriquece
a velhice, quando sentimos pesadamente nossos erros e acertos.
Moral
– o império cultural
Nascemos
no ceio de uma família responsável ou não. Podemos surgir em períodos de
conflitos, na miséria, em ambientes ricos ou pobres materialmente e
culturalmente.
Desde
cedo recebemos orientações que, principalmente quando religiosos, colocam em
nosso cérebro a visão do que é certo ou errado. Isso varia demais comparando-se
nações e religiões.
Com
certeza o complexo de culpa e castigo move a Humanidade assim como a busca do
prazer, da satisfação de nossos instintos.
A
codificação das regras de conduta e crenças pode dominar um ser humano ou, na
ausência delas, gerar um comportamento permissivo e perigoso (o que também pode
acontecer com moralistas fanáticos).
Em
tempos atuais a moral no mundo ocidental ganha os impactos da universalização
cultural. Isso com certeza afetará profundamente as próximas gerações pois,
onde não existe censura, os jovens terão condições de escolher seus caminhos e
esses circuitos de amadurecimento são mais complexos à medida que essa criança,
jovem ou adulto quiser consolidar um padrão pessoal de comportamento, direitos
e deveres.
Ética
e coerência da pessoa idosa
Algo
extremamente comum e desastroso é a falta de sintonia entre o comportamento
real e os códigos de ética e a moral, juramentos, votos de todo tipo, diplomas,
cursos etc.. Sem qualquer pudor as pessoas juram obedecer a determinados
padrões morais e muitos códigos de ética nem sempre publicáveis para de
imediato usarem os seus compromissos solenes de acordo com as piores
conveniências pessoais.
A
incoerência depõe contra as instituições que criam seus padrões éticos e em
muitos casos, principalmente de empresas comerciais e industriais, revelam má
fé que ilude seus clientes. Essa forma de agir já é evidente em muitos lugares
invalidando a mídia pretendida, mas para pessoas ingênuas é um marketing
maldoso eficaz.
Filmes
educativos e reportagens independentes ou de boas emissoras mostram, para quem
tem tempo de vê-las e gosto pelo aprendizado mais desenvolvido, situações
incríveis, até romances já apareceram mostrando essa condição do ser humano.
As
denúncias de corrupção no Brasil a partir da Operação Lava Jato e outras
revelaram empresas que orgulhosamente mostravam compromissos morais fictícios,
que desastre!
A
falta de coerência natural do ser humano obrigou inúmeras religiões a criarem
rituais complexos e punições terrenas a seus “fiéis”. O esforço de
aprimoramento também gerou coisas tipo Inquisição...
O
ser humano (Homo sapiens sapiens), insistimos nessa locução substantiva
(qualificativa?), chegou ao “animal que pensa e sabe que pensa” após longo
processo de desenvolvimento com explicações que dependem de crenças religiosas
e científicas [ (Homo sapiens), (Criacionismo). Etc.]. Seu comportamento de um animal eventualmente
racional é compreensível, afinal ele procura sobreviver, crescer e dominar. A
incoerência em si mais cedo ou tarde poderá ser conhecida, é o que vemos no
desmascaramento de grandes organizações religiosas que durante séculos tiveram
o respeito de seus rebanhos.
Não
devemos assumir a posição de juízes de um tribunal tão complexo quanto o da
moral e virtudes humanas, mas é importante procurar padrões que nos deixem
felizes e em paz com a nossa consciência. Julgamentos e punições materiais são
objeto do Poder Judiciário e seus instrumentos de castigo. Onde temos religiões
de Estado com até polícias para fiscalização de comportamentos, roupas,
bebidas, comidas etc. e aplicação de
castigos eventualmente brutais podemos avaliar o que é ditadura, fanatismo,
conservadorismo. Onde a liberdade existe, podemos errar ou acertar
intuitivamente ou com os melhores propósitos, aprendendo e evoluindo.
Regimes
ditatoriais moralistas (geralmente usando ideologias como desculpa), a pior
espécie de ditadura, seguem ou impõem a vontade de lideranças frequentemente
absurdas, mas muito bem protegidas por exércitos formais, puros mercenários,
pois é difícil de acreditar que sistemas judiciários e militares sejam tão
primitivos quanto seus idolatrados chefes.
Nesse
sentido os livros com os ensinamentos dados por Michel Foucault ([org.], Foucault - a coragem da verdade - O
Governo de Si e dos Outros II), ([org.], Foucault - a coragem da verdade)] são
muito bons, pois esse filósofo/jornalista/pesquisador procurou acima de tudo a
verdade da existência, ainda que quase propusesse a honestidade intelectual
como um processo religioso, radical. O resgate da escola Cínica e em especial
de Diógenes Dion é um atrevimento sadio num mundo mais e mais alienado. Aliás,
é interessante notar que nossa civilização migra da hipocrisia para o
pragmatismo. Isso, contudo, tem um tremendo custo. A alternativa pode ser a proposta
Luc Ferry em (Aprender a Viver - Filosofia para os novos tempos),
principalmente se entendermos que raramente seremos capazes de mudar a essência
de nossos sentimentos, inclusive a nós mesmos.
A
aceitação da desonestidade é quase uma virtude nesse mundo poluído acima de
tudo por pessoas de má fé, extremamente vaidosas, alienadas, mercenárias...
Procure
conversar com estelionatários refinados e sentirá a elegância adequada ao
momento. Pessoas desavisadas serão reféns de boas maneiras e vinhos melhores, mais
ainda se tiverem lugares de isolamento e lazer esplendoroso. A arma da sedução
é semelhante à sexual.
Num
país em desenvolvimento material e cultural as fragilidades são imensas.
Aliás
um diretor de uma multinacional disse-nos há muitos anos passados que no Brasil
comprava-se a lealdade de pessoas estratégicas com uma garrafa de Whisky.
A
postura incoerente pode ser ridícula.
Noutro
momento ouvimos a frase de um representante de uma multinacional de informática
extremamente preocupado com a forma de comer, o tipo dos alimentos etc.,
falando da corrupção ele simplesmente disse “corrupção é uma forma de
negócio”...
É
até divertido perceber que muitos se ofendiam se não queríamos entender a
importância da camaradagem a qualquer custo.
Um
colega de escola, nome de uma termelétrica, saiu irritado de um almoço porque
sentiu que o custo do tempo e viagem não valiam a pena.
Processos
e métodos de venda podem ser inerentemente suspeitos quando destacam ganhos
excepcionais para o vendedor, esquecendo o cliente.
Denunciar?
Procuramos muitos caminhos, o máximo que conseguimos foi uma reprimenda.
Eventualmente registros inúteis.
Diante
de tudo vemos extasiados os efeitos da Delação Premiada (Brasil) e da Operação
Lava Jato.
Isso,
contudo, demandava um conjunto harmonioso e multidisciplinar de pessoas de
extrema honestidade, coragem e competência. Agora nós, brasileiros, as temos.
Precisamos de honestidade e só com muita
coragem e capacidade de eliminar gradativamente comportamentos que denominamos
de corrupção[1] e submissão a interesses brutais de elites poderosas poderemos
construir um mundo melhor e sustentável.
Os
interesses em torno das lógicas radicais capitalistas e liberais (exploração
sem limites do ser humano mais esperto sobre o menos capaz) podem destruir a
Humanidade, apesar de terem sido parte da evolução e criação de soluções. O
imperialismo explícito mostra até onde grandes nações foram e vão na ânsia de
poder, prestígio, lucros, defesa de seus interesses, missionarismo etc.
Agora
é tempo de repensar tudo, se quisermos passar o século 21 com sucesso e
evolução de todos os sobreviventes.
A
Ética Universal, algo que um dia talvez tenhamos consensualmente, não poderá
ser submetida a contingências oportunistas. Poderemos ter padrões orais adequados
a ambientes diferentes, mas a ética só pode ser única, à medida que vier a ser
produto da razão subordinada a uma visão metafísica da Verdade.
É
doloroso constatar que na política, comércio, no exercício da Engenharia,
Medicina, Administração etc. encontramos pessoas dizendo isso e fazendo aquilo.
As
contradições chegam a limites perigosos quando empresas, partidos e relações
políticas, públicas e, ou privadas impõem (O QUE É UM CÓDIGO DE ÉTICA?) códigos
de ética explícitos ou discretos (até secretos) contrariando a crença comum
geradora do que poderíamos qualificar como inegociável diante de leis maiores,
tais como a Constituição Federal e estatutos aprovados universalmente, mais
ainda, a crença em Deus.
Entre
mafiosos de toda espécie códigos comportamentais, éticas criminosas estabelecem
lealdades a qualquer custo.
A
ONU/UNESCO, aproveitando um período de excepcional “bondade”, tem criado
estatutos, leis e padrões de alto nível moral. São orientações de altíssimo
nível ético, se entendermos o que se formou a partir de grandes e bons
filósofos e profetas como sendo uma base moral realmente justa e necessária.
O
amadurecimento da Humanidade viabiliza novas propostas, como, por exemplo, Os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS (ONU) . As pessoas idosas
podem evoluir muito a partir de seus conhecimentos e compreender com mais
profundidade a importância da Sustentabilidade da qual serão favorecidas se a
participação ampla da sociedade avançar.
As
origens e fatores de criação do mundo moderno
As
perturbações institucionais a partir da criação de novos conceitos de formação
de estados e governos com a geração de propostas ideológicas laicas e
radicalmente diferentes das utilizadas pelos estados monárquicos e feudais foram
equivalentes a muitas chuvas de meteoritos, grandes terremotos, maremotos etc.
sobre a cabeça dos seres humanos a partir do século 18 de nossa era.; com
certeza foi o resultado do crescimento do número de pessoas em condições de
ler, estudar mover-se pelos diversos cantos do planeta e assim, em redes
sociais primitivas, escaparem do controle dos poderosos de plantão.
A
Humanidade mudou, começou a se transformar aceleradamente, inovando, retomando
valores antigos e esquecidos, duvidando e procurando novas soluções terrenas
para seus problemas, um comportamento que na civilização ocidental estagnara
com a preocupação radical de conquistar algum paraíso após a morte e no
terrorismo criado por exércitos de fanáticos e submissão de nações inteiras a
lideranças conservadoras.
A
estruturação monárquica, feudal e clerical dos países europeus mais
desenvolvidos era um obstáculo severo ao progresso intelectual. A prioridade
determinada pelas crenças e seitas era a construção de templos, monastérios,
ambientes públicos, discretos e secretos de discussões semânticas e
filosóficas. Isso significou um atraso fatal diante de invasões de outros povos
assim como o desprezo pela construção de cidades e nações saudáveis.
Critérios
da Idade Média fizeram lindíssimas catedrais e cidades cheias de templos, mas
significaram a exposição de seus habitantes a pragas, endemias, epidemias e à
violência de outros povos que lutavam por espaços vitais aqui na Terra.
As
mudanças de comportamento e cenários diferentes merecem estudos minuciosos,
agora com muitos recursos de análise. Um fator decisivo na História do ser
humano foi, é e sempre será o padrão de clima e topografia existe, base de
mudanças permanentes. Vale, por exemplo, pensar no que era a superfície
terrestre há dez mil anos. Existindo h três milhões de anos, a espécie humana
deve ter superado mudanças colossais. A diferença em relação aos tempos atuais
é a fragilidade física e comportamental, a interdependência que cruza oceanos e
a criação de centros extremamente concentrados de pessoas.
O
que podemos imaginar para tudo isso se a Terra der um rearranjo qualquer?
A
divisão rígida da sociedade humana em classes permanentes, modificando
continuamente à força bruta fronteiras de domínio de dinastias (o povo
“pertencia”, era parte das propriedades dos poderosos) era a regra entre seres
humanos que nunca contestavam quem pudesse dominar tropas e sacerdotes. Isso é
uma condição de sobrevivência de uma espécie de vida eventualmente racional e
que tinha instintos de organização semelhantes às alcateias e famílias de feras
que vagavam pelos campos, florestas e savanas.
A
natureza humana é isso e tem sido objeto de estudos mais e mais detalhados de
especialistas. As teorias de Charles Darwin, Sigmund Freud e outros e a
constatação de que mudanças rápidas podem acontecer por acidentes, guerras
doenças, mas os principais fatores de mudança política entre seres humanos já
intelectualmente capazes foram as revoluções dos meios de comunicação e as
guerras, destruindo, substituindo e dando motivações para o desenvolvimento
técnico acelerado e mudanças institucionais.
O
crescimento da população em condições de ler e escrever foi, com certeza, o
principal fator revolucionário, assim como períodos de penúria e desespero.
A
vida lastreada em instintos primários e pregadores oportunistas até a invenção
de Gutemberg e as pregações e Martinho Lutero deu lugar ao sonho da Democracia,
à Liberdade, Fraternidade, Igualdade, Justiça e valores tão nobres que se
colocaram sob a denominação de Direitos Humanos e similares. Pode-se dizer que
eram sentimentos oportunistas, mas, inequivocamente e infinitamente mais nobres
que os precedentes.
A
Revolução Industrial quando aconteceu tinha a base intelectual necessária e
suficiente para a criação de novos valores.
A
visão metafísica que se desenvolveu entre dois e três milênios passados
prometendo benefícios após a morte deu lugar à vontade de viver antes do
cemitério, algo que só as elites mais instruídas e espertas mantinham. O povo
acordou!
A
soberania do cidadão comum era desprezada tacitamente. A ignorância quase
absoluta da população em geral e a concentração hereditária de riquezas e
tropas especiais e sob comando de quem lhes pagava e convencia submetiam os
povos (isso ainda existe, mas enfrentando coisas “assustadoras”, tais como os
sistemas de comunicação alternativos) a vidas ao gosto e violência dos senhores
da terra, das armas e almas.
As
revoluções de fato começaram muito antes. Profetas e filósofos da era clássica
da História da Humanidade (com “H” maiúsculo) formaram a base das mudanças mais
recentes. As dificuldades de registro e transmissão de ideias eram barreiras
colossais, algo que só começou a implodir (é bom repetir) com Gutemberg e na
sociedade cristã com Martinho Lutero. A Reforma propondo o estudo pessoal da
Bíblia estimulou a alfabetização, assustando o clero tradicional e mudando
radicalmente o potencial de transformação.
Matar
fisicamente qualquer ser vivo não é difícil. Pensamentos, culturas, convicções
são decisões íntimas e facilmente desenvolvidas sem percepção dos poderosos;
quando têm informação suficiente tornam-se, eventualmente, forças
avassaladoras. Ou seja, não se destrói ideias com a violência física. Isso
entre nós, humanos, foi essencial à nossa evolução. Passo a passo a Humanidade
criou, padeceu, sofreu muito para crescer.
O
desafio no século 21 é mais sofisticado, pois já chegamos a níveis elevados,
com fortes oscilações...
Chegamos
a padrões de existência insustentáveis e à percepção da nossa fragilidade
diante da Natureza, para onde vamos?
Temos
aí o desafio de novas visões éticas e morais, quais?
As
crianças, os jovens, os adultos e as pessoas idosas
A
família é a principal base de formação de caráter e vocações de qualquer
pessoa. Quando pensamos em Ética devemos de imediato e prioritariamente pensar
nos efeitos de nossos padrões de comportamento na cabeça de nossos filhos, que
serão radicalmente afetados pelos seus pais. Construir e manter um ambiente
familiar saudável é sinal de respeito e amor aos filhos, o resto é
ridiculamente pouco eficaz.
Um
absurdo comum e trágico é a inconsciência de mães e pais em torno de suas
responsabilidades. As crianças aprendem vendo, ouvindo, sentido seus
familiares. Os exemplos criam comportamentos, muito mais do que palavras
formais e chavões clássicos.
A
alienação é visível de diversas formas, os resultados vão aparecendo ao longo
da vida. É fácil perceber e até avaliar os filhos pelos efeitos na ordem
cronológica de nascimento. Tudo exige um processo de paternidade e maternidade
responsáveis. Crianças não podem ser tratadas como se fossem brinquedos à
disposição dos pais, pior ainda, seres intrusos em casas ricas ou pobres, mas
frias e desumanas.
Com
certeza cada ser humano é único, mas todos trazem em si cargas genéticas e
softwares embutidos em sua cabeça desde o nascimento. O processo natural é tal
que a diversidade é provocada desde a concepção e a facilidade de produção
contínua de milhões de espermatozoides a partir dos machos. Prever combinações
é impossível diante dessa dinâmica reprodutiva.
Se
a formação inicial do ser humano é alheia a planos familiares, a educação não o
é, ao contrário, é decisão dos responsáveis pelas crianças (família, sociedade,
governo).
As
crianças existem a partir da vontade dos seus pais e não o contrário. A geração
de filhos significa o comprometimento integral em relação à vida de pessoas que
serão o que seus pais quiserem, evidentemente com todas as singularidades que a
Natureza esconde e os efeitos de acidentes, incidentes, amizades, escolas etc.
proporcionam.
Compete
à família orientar, dar exemplos, mostrar caminhos, acima de tudo: EDUCAR.
Frequentemente
alheios às vontades familiares outras lideranças aparecem subvertendo
completamente os ensinamentos familiares. Especialistas em engajamento político,
religioso e até esportivo facilmente cooptam as crianças e principalmente os
jovens para causas eventualmente prejudiciais a esses futuros adultos.
Podemos
ver nos noticiários o resultado de pregadores alucinados e criminosos, formando
batalhões de jovens assassinos. Essa sempre foi a realidade em todos os povos,
algo primitivo que ainda pesa na mente universal humana.
A
vigilância dos pais e mestres mais saudáveis é essencial para se evitar
fanatismos mortais ou simplesmente mediocrizantes.
Estamos
em tempos de mudanças aceleradas, todos os cuidados são poucos diante de
influências que aparecem de diversas maneiras dentro do lar, quanto mais nas
ruas e escolas da vida.
Podemos
e devemos cobrar responsabilidades, de quem?
Os
desafios de sobrevivência mudam constantemente, será que todos estão
conscientes de suas responsabilidades? Os tempos estáveis não existem mais, se
é que em alguma época duraram muito. A Humanidade sempre viveu em guerras e
conflitos locais, tribais, nacionais, coloniais, etc.
O
processo educacional deve ser atento às muitas fases da vida, mas pode educar
mal pessoas que esquecem, a partir de uma formação equivocada, o que é ser
adulto, ter responsabilidades e disposição para trabalhar, cuidar dos filhos,
viver em sociedade, ou seja, continuar a missão de existir.
Teorias
e consultores normalmente procuram focar padrões nem sempre realistas.
“Especialistas” ganham notoriedade e dinheiro inventando fórmulas mágicas. A
intuição pode valer muito mais do que a leitura de uma biblioteca
especializada.
Com
certeza a humanidade ainda precisa avançar muito no conhecimento da mente
humana e nos processos educacionais. Felizmente a cultura universal se
enriquece diariamente e sabendo pesquisar poderemos descobrir preciosidades inacessíveis
há poucos anos graças ao potencial da WEB (World Wide Web). Ainda recentemente
pudemos ver preciosidades entre as quais podemos destacar uma entrevista com o
genial Dr. Carl Jung (C. Jung) que simplesmente resumiu muito do que
acreditamos. Lamentavelmente muitos filmes que colecionamos em blogs acabam
sendo excluídos pelos donos do direito de exposição, o capitalismo intelectual
é a pior forma de exploração do conhecimento humano...
A
vida se desenvolve em etapas, do bebê ao idoso passamos por períodos com
relativa estabilidade psicológica e intelectual. Com certeza é na puberdade que
explodimos por efeito de glândulas e desafios monumentais. As transformações
são enormes e podem neutralizar anos e anos de convivência em família, pois
nessa época, além dos hormônios aparecem os pregadores, os missioneiros que
pretendem aumentar seus rebanhos, custe o que custar, isso sem falar nas
turminhas de amigos e inimigos que marcam essa fase da vida.
Países
tão atrasados quanto o Brasil oferecem um cenário desolador para os jovens de
famílias sem muitos recursos. O Ensino Fundamental[1] é precário e as ruas o
espaço de cooptação do crime organizado. Lamentavelmente ainda estamos na
cultura maniqueísta e pouco sensível à importância da Educação, lideranças nacionais
preferem a violência policial.
Os
educadores, por sua vez, precisam ter cuidados especiais e capacidade de
compreender suas próprias fragilidades, convicções e vontades. O jovem é alvo
perigosamente fácil de extremistas de qualquer espécie e quando adulto poderá
ser o que lhe for ensinado nesse período de imaturidade, inexperiência, de
falta de malícia de um mundo que se fosse tão bom quanto cada povo acredita ser
não teria mostrado tantas monstruosidades nesses últimos tempos.
Do
jovem para o adulto precisamos ensinar a pensar, a ter raciocínio crítico e
capacidade de formar uma visão ética que lhe seja necessária para sobreviver
com felicidade e vida saudável.
Os
mais velhos normalmente têm padrões consolidados em tempos remotos e
absolutamente anacrônicos em relação ao que as crianças, jovens e futuros
adultos enfrentarão.
Obviamente
existe a ética religiosa, que ensina a submissão total a figurino milenares e
promete recompensas eternas após a morte.
Quantos
jovens desperdiçam sua época de amadurecimento em salas fechadas decorando
bíblias...
O
terceiro milênio da era cristã poderá e deverá trazer desafios imensos.
A
Humanidade estará preparada para enfrentá-los? Educamos nossos descendentes
para resistir e sobreviver?
A
proposição de um modelo ético inteligente e ajustado a esse mundo absolutamente
novo é fundamental e se resume em poucas palavras: fraternidade, liberdade
preparação para aproveitamento de oportunidades sadias.
Lamentavelmente
descobrimos adultos chorando limitações que não existem a quem está disposto a
trabalhar, estudar, enfrentar as dificuldades da vida. Com certeza todos
carregam suas limitações que devem ser vistas como desafios a serem superados.
É
gratificante lembrar quando envelhecemos as barreiras que enfrentamos e
vencemos. Ser fraco é uma opção de vida, não uma condição limitante. A força
está na teimosia, na determinação, na coragem de suportar até humilhações, mas
ir em frente.
Viver
é subir montanhas, para isso devemos ter nosso catecismo pessoal, singular,
atento ao que queremos e devemos fazer.
Assim
nascemos
Nascemos
e crescemos na rotina da vida infantil e juvenil sabendo que seremos adultos,
sempre mais fortes e completos. E quando envelhecemos? Com certeza ninguém
duvida da perda gradativa dos atributos do adulto saudável que talvez tenhamos
sido, mas isso é fácil?
Os
problemas começam pelos riscos do aparecimento de doenças graves, sequelas de
acidentes, vícios e até hereditariedade. A rotina eventualmente dura da
existência distrai e nos deixa despreparados (inclusive financeiramente) para o
s tratamentos demorados, caros e talvez inúteis. Precisamos saber, mas a
questão é onde, como, quando, quanto podermos gastar, quem consultar, acreditar
em quê?
Soluções
aparecem exponencialmente, principalmente para aqueles que vivem próximos a
centros médicos e se prepararam para essa fase da vida. Planos de Saúde,
Previdência, orientações adequadas e até o apoio da família são
importantíssimos nessa fase da vida.
Lamentavelmente
a sociedade política não é coerente e assim sempre estaremos expostos a
surpresas. Pior ainda serão as tragédias, acidentes, epidemias imprevisíveis,
cataclismos etc.
A
Natureza é soberana e os políticos suficientemente voláteis para sempre saberem
nos enganar.
Diariamente
podermos saber de episódios dantescos afetando a vida da humanidade, nesse
contexto os mais afetados são normalmente pessoas fragilizadas, com
deficiência(s), ignorantes do que possa acontecer e fazer.
Em
termos de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo os problemas são absurdamente
severos em países subdesenvolvidos.
Se
a Medicina é um desafio, as ciências consideradas “exatas” podemos e matam,
agravam deficiências, humilham as pessoas idosas, gente que até pode ter sido
responsável pelas decisões macabras.
Materializando
detalhes e padrões temos as normas técncias, um instrumento que deveria ter
força de lei. Leis existem em profusão assim como estatutos, cartilhas e até
cursos. No Brasil falta, contudo, a atuação enérgica do Poder Judiciário e seus
instrumentos de apoio.
É
importante lembrar que a quantidade de pessoas poderosas em condições de fazer
e obter a excelência do mundo aumenta constantemente, deixando aos deserdados
as migalhas de seus caprichos.
Maldosamente
até as desgraças dão lucro...
No
Brasil estamos pagando um preço elevadíssimo por efeito de vícios crônicos e
comportamentos criminosos. A corrupção, a omissão, o medo de falar, o egoísmo
exagerado, ambições ilimitadas e muito mais formaram uma poção venenosa capaz
de permitir ambientes e situações impossíveis de vida tranquila, principalmente
para as pessoas idosas.
Devemos
e podemos pensar e colocar propostas para cada fator de agravamento da vida
humana em nossa terra, um país que deveria ser rico e saudável.
Exemplos?
A
má Engenharia tem causado tragédia inacreditáveis como as aquelas que
aconteceram em Minas Gerais, onde Brumadinho foi o modelo perfeito da gerência
mafiosa incompetência técnica. Foram necessárias diversas desgraças para que
agências reguladoras, ministérios públicos e tribunais reagissem, ainda que
tardiamente.
É
importante lembrar que obras malfeitas podem levar dezenas de anos para se
desmancharem ou caírem imediatamente, tudo será consequência de situações
circunstanciais e dos erros cometidos.
Nesses últimos anos o crime organizado cresceu,
temos regiões sob controle de milícias e quadrilhas. O número de assassinatos
assusta além daqueles que se tornaram pessoas com deficiência por efeito de
tiroteios. Lamentavelmente no Brasil não aplicamos a pena de morte e
paralelamente falta dinheiro para creches, escolas, hospitais e, obviamente,
penitenciárias de segurança máxima.
Precisamos
de soluções emergenciais e as eleições de 2018 mostraram que nosso povo quer
desesperadamente mudanças. Mudanças que parecem frustradas...
Naturalmente
projetos de médio e longo prazo deverão considerar seriamente a presença das
pessoas idosas, mais e mais numerosas e despreparadas para os desafios do
século 21.
Nisso
tudo a atuação do Poder judiciário será decisiva, mais ainda se os processos
forem ágeis e consequentes, justiça lenta é lenda.
Algo
assustador é perceber que a Humanidade reage à mídia esquecendo seus efeitos
sobre as pessoas idosas que custam caro e parece perderem prioridade.
O
pesadelo das mudanças climáticas aparece com violência e até essa questão
desliza em demagogias e conveniências discretas, ocultas, maldosas.
Temos
uma longa sequência de temas para ações a favor de nossas vidas.
Podemos,
pois elencar:
1.
Comportamento da pessoa idosa
2.
Inclusão e segurança
3.
Saúde
4.
Segurança – atitudes
5.
Limiares – autocrítica
6.
Sistemas de apoio e segurança
7.
Urbanismo
8.
Arquitetura
9.
Designem
10. Moda
11. Atendimentos
emergenciais
12. Residência
13. Lazer
14. Legislação
15. Previdência
16. Relacionamento
familiar
17. Especialistas
18. Asilos
19. Etc.
Vamos
procurar tratar cada assunto na condição de auto didata, pessoa que vive o
desafio de viver com 75 anos, deficiência sensorial e tratamentos cardiológicos
e contra o câncer.
O
Comportamento da pessoa idosa
Acima
de tudo o que realmente incomoda e prejudica é a aceitação de “ser pessoa
idosa”. Isso constrange principalmente quando a vaidade é imperativa e pode ser
motivo de acidentes, doenças, lesões, enfim, do agravamento ou redução da
expectativa de vida.
Precisamos,
portanto, ter consciência de que a “terceira idade” é o período em que estaremos
reduzindo gradativamente nossas habilidades, potenciais e vitalidade. É
importante ter orientações profissionais e ser habilíssimo na autocrítica, o
que é muito raro.
A
incapacidade de autocrítica sadia é o principal pesadelo no relacionamento
entre amigos e amigas assim como fator de risco de acidentes.
Com
facilidade tornamo-nos ranzinzas, arredios. O isolamento pode dizer muito, bons
psicólogos sabem cuidar dessa condição humana. O que é uma doença poderá criar
inúmeros desafetos antes de ser objeto de atenção objetiva. É extremamente
desagradável sentir que erramos, muitas vezes ofendendo amigos de muitos anos.
Devemos
criar hábitos de convivência seletivos, sob o preço de sofrermuito quando os
amigos e amigas falecem ou simplesmente adoecem antes da gente. É triste, mas
viver muito significa perder amigos e amigas, parentes, pessoas que
admiramos...
Mais
cedo que todos nossos pais nos deixam. A lei da Natureza é essa e assim deve
ser entendida. Seria extremamente trágico se as pessoas não resistissem à morte
de entes queridos. A renovação da vida é um processo fantástico quando amamos
as crianças, cuidamos delas, educamos, zelamos pelo futuro dessas sementes que
podem vir a ser maravilhosas.
Sempre
é bom notar que as cidades brasileiras mal consideram as dificuldades da pessoa
idosa, pior ainda, em nosso país criamos o império dos motoristas e de pilotos
e usuários de outros veículos. Sentimos duramente que urbanistas não se
interessam com as limitações das pessoas fragilizadas, a prioridade é, geralmente,
estética.
Nossos
artistas urbanos ganham fama pelo que produzem e agradam turistas. É
interessante lembrar que agimos assim, viajamos para admirar o que é bonito,
não importa para que tudo o que gostamos de ver foi feito, de que jeito e
quanto custaram.
Nos
capítulos que seguem seremos mais precisos, pois o comportamento de uma pessoa
idosa é o resultado de tudo o que aconteceu com ela mais heranças clínicas,
genéticas, culturais etc.
Inclusão
e segurança
A
aceitação da pessoa idosa em qualquer cenário social é um desafio que reflete o
grau de desenvolvimento cultural e técnico de qualquer sociedade. O Brasil
ainda é um país jovem e isso define a situação dos mais velhos, ainda um
contingente minoritário, exceto, talvez, em balneários onde a população das
pessoas aposentadas e envelhecidas cresce continuamente. Nesses lugares a
infraestrutura tende a se aprimorar pois as pessoas mais velhas que para lá se
mudam normalmente têm conduções e necessidade de muitos serviços.
Pessoalmente
percebo a tremenda incapacidade das pessoas mais jovens e até de gente
envelhecida (e saudável) na percepção das limitações possíveis de um idoso com
deficiências. Sofrendo um processo acelerado de perdas sensoriais e até, mais
lentamente, intelectuais.
Vivo
o pesadelo da aceitação respeitosa até de pessoas amigas. É muito difícil para
outros adultos entenderem de doenças que não têm, patologias raras. Explicações
tornam-se inúteis quanto o(s) interlocutores também passam por dificuldades
parecidas. A conversa termina com os amigos e amigas mudando de assunto
rapidamente, escapando do esforço da compreensão e até da possibilidade de
maiores e orientações recíprocas.
A
inclusão da pessoa idosa pode ser precária e até agressiva quando a
incompreensão é maior do que a tolerável.
Note-se
que restrições não previstas deixam as pessoas deprimidas, irritadiças,
desagradáveis. A surdez, por exemplo, induz o ser humano a falar mais alto. No
sentido inverso os alertas para baixar a voz. Resultado: a conversa fica
impossível.
Isso
é, felizmente, superável com o tempo. Gradativamente nos ambientes mais amigos
ganhamos espaços. Conversar é importante assim como o silêncio é de ouro.
Alguns
casos são piores, pois não demonstram detalhes e a impressão de todos é a de
que as limitações da PcD Idosa é culpa dela, afinal teria condições de resolver
seus problemas.
Um
exemplo clássico é a surdez, com inúmeras alternativas e composições
intelectuais, clínicas etc.
A
queixa de todos é a de que a pessoa com deficiência auditiva deve suar
aparelhos de surdez. Lamentavelmente isso nem sempre funciona, principalmente
em ambientes ruidosos. O ideal seria andar com microfones especiais e fones de
ouvido, isso não seria ridículo?
Fazendo
exames para avaliação tive a desagradabilíssima a conclusão da médica: eu não
colaborei com ela. Precedendo esse momento triste, a procurar um especialista
em tinitus atendeu-me com incrível má vontade. Pessoalmente não entendera nada
da reserva de horário e comentei (em voz alta, padrão surdez) que deveria existir
algum equívoco. A doutora certamente ouviu e não gostou. Virei boneco com
ouvidos nas mãos dela.
A
perda de visão também cria limitações graves quando não se enquadra em padrões
clássicos, tão rentáveis àqueles que clinicam e vendem próteses.
Resumindo,
nessa fase da vida perdemos o vigor, agilidade física e intelectual e
capacidade sensorial, tudo isso agravado pela fragilização geral. Passamos a
depender demais das autoridades planejadoras e decisoras. As limitações poderão
condenar a pessoa idosa à solidão da auto- reclusão.
A
segurança piora muito, e pode ser de repente, após algum acidente ou
agravamento da saúde. É assustador perceber que é perigoso até brigar. Passamos
a depender de uma coleção de remédios que, por sua vez, causam outros problemas.
Isso
tudo exige autocrítica, saber viver, não atrapalhar, procurar alegrias e formas
de passar o tempo.
É
até estranho, à medida que a vida se esgota parece-nos sobrar tempo...
A
segurança é essencial para qualquer atividade. Qualquer descuido poderá custar
caro, tenebrosamente as cidades em seus ambientes externos pioraram muito. A
criminalidade, erros de urbanismo, manutenção inadequada, falta de percepção
para aqueles que andam é grave.
Temos
batalhado para que isso mude via LIONS, principalmente.
Exclusão
inercial
Algo
intrigante é perceber que até entre organizações dedicadas à defesa das pessoas
com deficiência a ignorância das condições de acessibilidade e inclusão são
desprezadas. Principalmente para PcD intelectual, auditivo e até visual não se
prepara sistemas capazes de complementar a comunicação.
Apesar
da tecnologia oferecer inúmeras oportunidades de comunicação e acesso até em
instituições ricas que pretendem defender as PcD no Brasil não raciocinam em
preparar ambientes, recursos de apoio, tradutores Libras, mídia digital etc.,
para a integração de todos aos cursos e debates que promovem. Isso por si só é
extremamente constrangedor e explica a ausência desses ambientes de
representantes de outras organizações de mobilização de PcD.
Os
idosos, por exemplo, que gradativamente vão perdendo acuidade sensorial e
intelectual além de sofrerem com lesões e restrições motoras não existem.
No
Brasil, até em eventos como a REATECH [(Cascaes, Problemas e soluções técnicas
e comportamentais - a XI ReaTech), (ReaTech)] percebemos a alienação
impressionante em relação a seus frequentadores.
Temos
lideranças nacionais superadas que demoram a perceber a amplitude de suas
bandeiras.
No
Brasil vivemos um período de gravíssima pobreza comportamental, indigência
técnica e outras coisas que preferimos não comentar.
A
exclusão é a regra e todo o discurso parece acontecer ao gosto de lideranças
institucionalizadas e alienadas, ou incompetentes.
Chegamos
a situações absurdas como, por exemplo, representando uma instituição dedicada
a pessoas com deficiência visual fomos impedidos de filmar para colocação em
blog uma reunião de uma comissão dedicada às pessoas com deficiência(s) (Cascaes, O direito de registrar para
informar).
Na
área de Urbanismo o problema é gravíssimo.
Curitiba
tem tradição e muitos de seus profissionais conquistaram seus diplomas nas
escolas locais. Resultado, a idolatria em relação ao que foi realizado no meio
do século passado até hoje. Existe uma resistência radical a ajustes que a
cidade precisa fazer para garantir mobilidade, segurança e conforto a seus
habitantes. Como os projetos são feitos internamente à Prefeitura não passam
pelo crivo de concorrências cujos editais não poderiam omitir o respeito à
legislação pertinente.
A
execução de trabalhos internos evita a exposição e competição, sustentando diretrizes
erradas.
Não
podemos também desprezar certos vícios comportamentais, fruto, acima de tudo,
da mídia promocional da cidade. Assim a vaidade e a empáfia de muitos
profissionais espantam.
A
evolução de tudo que deriva das primeiras teses em relação aos Direitos Humanos
agora chega ao respeito universal, a todos os seres humanos, sendo essa a real
e imensa prioridade humanística. Infelizmente outras teses funcionaram como
contaminação de uma epidemia comportamental extremamente prejudicial a todos nós.
O
imenso contingente de pessoas com deficiência e seus parentes e amigos e amigas
precisam ter consciência de que não se pode fazer concessões em relação à
dignidade humana, à inclusão e universalização de direitos e deveres. Devemos
criteriosamente estabelecer espaços especiais e, também, mister dar exemplo de
boa conduta.
Principalmente
promotores de eventos dedicados à PcD, idosos, etc. precisam ser criteriosos na
preparação de todos os recursos e condições de participação de pessoas que
deles participam. É constrangedor fazer um grande esforço para não ter
resultados...
Saúde
Com
certeza a saúde e causa e consequência da vida que escolhemos ter, ou melhor,
daquela que herdamos. Não escolhemos, recebemos por genética a principal base
de nossa existência. Além disso a saúde física e mental será o que resultar de
ambientes sociais, educativos, acidentes, tragédias, cuidados familiares,
escolares etc.
Somos
o que um coquetel de circunstâncias produziu.
Pessoalmente
sei que tudo foi muito importante.
O
fato é que agora vivo em tratamento constante e daí a necessidade de muitos
medicamentos, exames, cuidados e embaralhamentos. Certamente é uma situação
complicada, mais ainda por misturar remédios.
Irritante
é sentir que tudo é feito sem consideração pelas necessidades das pessoas
idosas, fragilizadas, com deficiência(s). existe muito pouco a favor de que
envelhece, mais ainda lembrando que diariamente acordamos com limitações
maiores. Arquitetos, projetistas de toda espécie, engenharia de segurança, defesa
civil etc. dormem em seus diplomas.
Pensar
dói e mudar, evoluir, estudar, aprender é um ato desgastante para muitos
profissionais.
No
século 21 a humanidade adquire novos padrões físicos, intelectuais e mais
doenças.
Meu
caso é um bom exemplo, tratando de muitas doenças e com inúmeras sequelas de
acidentes sofri nestes últimos três anos dezenas de quedas, batidas com a
cabeça, torções etc. naturalmente com 75 anos já não tenho a capacidade de
recuperação de algumas décadas passadas. O que noto, assim, é a importância de
tudo o que frequento, uso, estou sujeito. Como me defender?
O
fundamental, acima de tudo, é viver e fazer o que for possível. Não adianta
nada ficar triste com o que acontece. A alegria é remédio.
De
modo geral precisamos planejar ações de socorro. Em nossos bolsos e bolsas
seria prudente levar listas de telefones e outros recursos de comunicação. Por
exemplo: planos de saúde, seguro, amigos, hospitais, médicos, SOS ambulâncias,
policiamento, bombeiros etc.
Felizmente
recursos integrados a celulares oferecem tudo isso, mas eles são atualmente o
primeiro objeto a ser roubado ou furtado. O ideal seruia algo semelhante
dedicado exclusivamente à segurança.
Outra
forma de segurança é prender objetos ao corpo, obrigando os bandidos a perderem
tempo que rendo retirar da gente o que desejam.
No
Rio de Janeiro alguns amigos me diziam para levar o dinheiro do ladrão. Assim
rapidamente iriam embora.
Quem
usa automóvel precisa pensar muito. Poderá estar simplesmente facilitando e
atraindo bandidos piores, e um balaço se não mata cria sequelas terríveis.
Sempre
sou alertado quando pretendo usar o transporte coletivo urbano mas os piores
casos de roubo e acidentes aconteceram com meus familiares dirigindo automóveis
ou simplesmente na condição de passageiros.
Tenho
sequelas antigas que apareceram de diversas formas agravando substancialmente
minha qualidade de vida.
Tristemente
a mídia do carro é esmagadora tonando infelizes aqueles que não os têm. Ao
contrário do cigarro não temos leis e compromissos que eduquem pagas pelos
fabricantes desses veículos que agora sofrem pressão dos ambientalistas.
E
a partir de dezembro de 2019 surge o coronavírus.
Nossas
autoridades nacionais e internacionais demoraram a reagir de forma eficaz a
essa epidemia. As principais vítimas, pessoas idosas, debilitadas e crianças
não entendiam o que acontecia...
Remédios
– exames – cuidado
Um
pesadelo com efeitos nem sempre evidentes é a necessidade de tomar medicamentos
que criem sequelas e conflitos quando administrados juntos. Saber o que isso
possa representar é importantíssimo para se evitar complicações e até condições
fatais.
Pessoas
com problemas cardiovasculares precisam de tratamentos permanentes e se outras
doenças surgirem, o que evitar?
Sendo
usuário de muitos medicamentos sinto a importância de saber como proceder.
Inúmeras
vezes precisei avisar quem me atendia para problemas que não tinha até surgiram
após e com o tratamento recomendado pelo especialista.
Imagino
que essa questão é passível de pesquisas e aplicativos que salvarão vidas.
Devemos
insistir em estudos físico – químicos.
Limiares
– autocrítica
Talvez
algo que mereça muito maior atenção é o conhecimento honesto e responsável de
suas próprias limitações. Inúmeros acidentes acontecem porque pessoas desafiam
suas idades e deficiências colocando em risco a vida de outras pessoas.
Naturalmente
somos senhores de nossos destinos, e o futuro dos outros, inclusive daqueles
que dependem da gente?
Pessoalmente
senti os efeitos de acidentes que continuam a acontecer, o resultado é agora um
processo de lesões sensoriais que se agravam rapidamente. Há alguns anos parei
de dirigir automóvel o que reduziu muito minha condição de mobilidade e
recentemente limitações severas para leitura e audição.
Com
certeza tudo isso implica em necessidade de parar de fazer coisas que me
empolgavam. Difícil é explicar pois externamente pareço normal, inteiro.
O
cérebro, contudo, apesar de recuos respeitáveis ainda me permite escrever esse
livro usando teclado maior e monitor grande. Graças à tecnologia aplicada posso
existir socialmente.
De
que forma avaliar limitações?
Antes
de mais nada conhecer e estudar lógicas de seguran,a, exercer a autocrítica,
ter bons paradigmas e procurar existir explorando inteligente o potencial
pessoal.
O
que intriga, contudo, é tudo o que a ciência não explica.
Pessoalmente
eu me senti um ser protegido, inúmeras vezes tudo aconteceu de forma correta e
diferente. Em minha vida profissional, principalmente, creio que fui protegido
pelo meu pai, um excelente eletricista e pessoa responsável, sempre atento às
necessidades de sua família ampliada perla mãe viúva, irmãs (principalmente),
parentes afins e nós.
Aliás
minha vida de estudante foi o resultado do esforço deles para que eu estudasse.
Pessoalmente
não sabia o que queria.
Vivia
meus conflitos, desejos, dúvidas típicos de uma criança e jovem que amava
pensar...
Segurança
– atitudes
Nada
é mais importante do que a consciência de nossas limitações. Precisamos
reaprender a andar, vestir-se, tomar banho, viajar, falar, ouvir, viver em
casa, se necessário trabalhar etc.
Normalmente
não percebemos o que somos e o resultado pode ser uma coleção de acidentes
reincidentes intermináveis,
Pessoalmente
estou surpreso com a frequência de tombos, quase mensais. Além das quedas
tornou-se rotina bater do a cabeça, derrubar coisas, esbarrar etc. falta
consciência em geral e convicções sadias de nós por nossa vontade e vaidade.
Divirto-me
pensando na roupa que deveríamos usar, mas a verdade é que, naturalmente,
podemos e devemos vestir para chamar a atenção de motoristas e daqueles que
podem-nos ajudar.
Lamentavelmente
a violência cresce e se aprimora. Esse é um complicador tenebroso. Antes de
sair de casa precisamos pensar muito nos roteiros, roupas e valores que
transportaremos.
Qualquer
descuido os bandidos aparecem que nem mel sobre açúcar.
De
tudo teria histórias para contar, alguma hilariantes.
Tristemente
os administradores públicos e legisladores não se preocupam com os pedestres.
Esse não é um problema que sintam em sua plenitude. O político faz é usar
veículos especiais com motoristas. Eles sabem o que é caminhar pela cidade? E
se andarem geralmente serão acompanhados por seguranças e assessores...
Tudo
isso mostra a situação das pessoas mais humildes, não têm proteção, sofrem
todos os tipos de violência. É estarrecedor conhecedor e testemunha das mazelas
do povo trabalhador é desumana. E dizemos que somos cristãos...
Basta
comparar as festas. Gastar para auto bajulações, luxo, fantasias, uniformes,
medalhas, honrarias é justo. Para as ações sociais, migalhas, brioches.
O
Brasil tem exemplos escabrosos de omissão social. Pessoas com deficiência(s),
adoentadas, crianças e todos que não fazem parte de nossas elites formais
precisam enfrentar situações humilhantes, com certeza muito disso da cultura
escravocrata, racista, cortesã e alienada que nossos ancestrais trouxeram de
países que existiam nas piores condições. Os imigrantes miseráveis criaram
riquezas a partir de lógicas antigas.
5. Limiares – autocrítica
Saber
de si e quando desistir, parar, mudar, procurar outras condições de
sobrevivência é o maior desafio do envelhecimento. Normalmente isso acontece em
casos extremos quando alguma situação grave, doença ou perda sensível acontecer.
Precisamos
evitar acidentes, doenças e vexames, essa é a forma ideal de se evitar
incidentes e acidentes.
Decidi
parar de dirigir automóvel quando notei que minhas limitações já eram
insuportáveis. Nada impediu, contudo, que acidentes maiores tivessem
acontecido. O pior é que os exames para renovação de licenças para motoristas
são precários. A quantidade gigantesca de pessoas motorizadas inviabiliza
testes maiores. Devemos ser nossos sensores.
Em
casa os cuidados precisam ser redobrados. Elegemos e mobiliamos nossas
residências em tempos mais favoráveis. Gradativamente tudo o que fizemos tende
a ser no mínimo algo não otimizado para a velhice.
É
importante entender que qualquer acidente poderá degradar muito a vida
restante. A juventude passou, estamos sendo idosos, em condições de fragilidade
crescente e passíveis de termos deficiências graves, assim como novas doenças.
A
tecnologia vem a favor dos mais jovens que certamente terão maiores condições
de sobreviver com dignidade. Tudo isso, contudo, depende do mundo em geral.
Consertar
a Humanidade é impossível, mas, pelo menos em família e entre amigos poderemos
fazer a diferença.
O
essencial é acreditar na sinceridade, honestidade intelectual, atitudes pró
ativas, senso crítico objetivo e eficaz.
E
quais seriam os limiares importantes?
O
ideal seria começar pela residência e ambiente de trabalho. Corrigir fatores de
risco. Nessa tarefa seria muito importante a aplicação de arquitetos e
engenheiros dedicados à segurança. É raro descobrir profissionais que vão além
de ambientes industriais. Com certeza será atividade com importância crescente,
de futuro diante da expectativa de crescimento a expectativa de vida.
Podemos,
ao fazer ou comprar casa ou apartamento desde cedo cuidar de detalhes que
tornem o ambiente familiar mais seguro. Afinal ele deve ser acolhedor a todos
que nele entrarem, especialmente os parentes e amigos mais velhos.
Tapetes,
móveis, largura das portas, piso antiderrapante, iluminação eficaz, banheiros
universais, quartos espaçosos, móveis fortes e com bomdesigna, metais e
luminárias, tudo é significativo. Infelizmente as limitações financeiras pesam
decisivamente. Isso impõe a definição de prioridades ao longo da vida.
Nas
ruas o momento decisivo foi não querer renovar a licença para dirigir.
Consciente que a minha visão chegara ao limite do razoável decidi parear. Sinto
agora a tremenda perda de mobilidade, mais ainda diante da violência urbana,
caminhar, usar o transporte coletivo urbano, chegar em lugares distantes tudo
ficou quase impossível.
Não
me arrependo dessa condição. Imagino que atropelar ou causar um acidente grave
seja algo insuportável, mais grave quando sabemos que não deveríamos estar
dirigindo.
Muita
coisa não tem retrocesso...
Um
pesadelo é não sentir a degradação e a agressividade. Perdemos a paciência com
maior facilidade. Senti e com força a impaciência diante de grupos de pessoas
com manifestações estranhas. Em tempos de maior juventude isso seria natural, a
idade, contudo, soma a impaciência à incapacidade de suportar besteiras. Pior
ainda quando temos convicções arraigadas. É muito difícil continuar em
ambientes hostis a ideais que nos balizaram a vida. O que não toleramos é ,
entretanto, o direito de expressão e o
resultado de educações diferentes daquela que tivemos. Isso cria comportamentos
explosivos e a idade só agrava esse temperamento, quando o temos.
Maravilhosamente
tive de minha cardiologista (!) a receita necessária e suficiente para mudar,
virei zen, ainda que sonolento.
Fico
imaginando a quantidade de pessoas que se perdem em agressões desnecessárias,
muita coisa seria evitada se pudessem ter uma assistência clínica e psicológica
adequadas.
Com
certeza podemos renunciar à vida ativa, e a que preço?
Podemos
perder muito com o envelhecimento, mas dificilmente não teremos bons conselhos
e análises a oferecer.
Os
sistemas de comunicação modernos viabilizam o estudo contínuo, mais ainda para
quem pode usá-los de forma sistemática.
Via
internet, WEB, e bons provedores de TV conseguimos saber muito mais, ainda que
frequentemente com programas já superados.
E
os limiares?
Quando
devemos mudar de comportamento?
Por
que insistimos em atitudes erradas?
Temos
apoio para análises maiores?
Talvez
o menos desejável seja a mudança de comportamento sexual. Entendemos que o
ideal é aceitar e não ter vergonha de ignorar detalhes óbvios ou não. A
sinceridade poderá ser utilíssima em emergências. Em ambiente amigo, o que um
poderá fazer pelo outro sem piorar os estragos eventuais?
Urbanismo
e Arquitetura
A
vida da pessoa idosa depende dramaticamente das decisões tomadas em torno do
planejamento, gerenciamento e definições de prioridade da administração
pública.
Em
casa a residência será um fator a ser otimizado constantemente.
As
estatísticas mostram a triste realidade da insegurança progressiva, pois o ser
humano demora a perceber que ultrapassou seus limites.
Do
portal (Equipe do Hospital Sírio Libanês) temos que
O
Brasil tinha 28 milhões de idosos em 2016, 13,5% do total da população. Em dez
anos, chegará a 38,5 milhões (17,4% do total de habitantes). Em 2042, a
projeção do IBGE é de que a população brasileira atinja 232,5 milhões de
habitantes, sendo 57 milhões de idosos (24,5%). Em 2031, o número de idosos
(43,2 milhões) vai superar pela primeira vez o número de crianças e
adolescentes, de 0 a 14 anos (42,3 milhões). Antes de 2050, os idosos já serão
um grupo maior do que a parcela da população com idade entre 40 e 59 anos.
Aproximadamente
30% das pessoas com mais de 65 anos de idade caem pelo menos uma vez por ano.
Depois dos 80 anos de idade, essa porcentagem pode chegar a 50%, informa a Dra.
Kelem de Negreiros Cabral, geriatra no Hospital Sírio-Libanês. "As quedas
são um sinal de que algo que não está bem na saúde do idoso", afirma a
médica.
Essa
é a triste realidade que se agrava pela falta de atenção de arquitetos
dedicados ao planejamento de residências.
Em
família temos visto essa situação e pessoalmente a percepção de uma realidade
brutal.
Posso
afirmar que apesar de muitos cuidados vamos perdendo capacidades e quando damos
pela coisa o mal estará feito.
As
quedas, batidas, dispersão de líquidos etc. deixam sequelas mais e mais graves
até porque muitos tombos criam problemas permanentes que vão se somando aos
efeitos dos anteriores.
Quando
jovens esquecemos que o corpo humano tem um estoque de recursos para manutenção
que se consome ao longo da vida.
Especialistas
detalham efeitos e causas acessíveis em bons portais de hospitais, clínicas e
ONGs.
Precisamos
assumir a idade e isso não é difícil quando adquirimos doenças típicas do tempo
de vida.
Assim
posso dizer que me tornei autodidata do envelhecimento.
A
vida profissional e lúdica cria situações de acidentes de que nos
arrependeremos talvez muitos anos depois.
Vivo
uma série crescente de problemas criados por diversos acidentes, um em especial
(em Santos) e doenças que poderia ter evitado.
Irritação
e quase acidentes fatais vivi nesses dois últimos anos simplesmente andando ou
dentro de ônibus, isso sem esquecer a atuação voluntariosa de alguns cachorros.
É
absurdamente desagradável ouvir, sentir e ver a incredulidade e indiferença de
pessoas que poderiam corrigir os absurdos detalhes urbanísticos de Curitiba,
por exemplo.
Pessoas
bem de vida não usam o transporte coletivo urbano, as calçadas e praças da
cidade. Têm seus carros, motoristas, táxis, helicópteros, seguranças, clubes e
muito mais se forem realmente muito ricas.
Cidades
com cultura antiga arraigada e querendo copiar modelos de cidades europeias
velhas esquecem que os tempos mudaram, cobrando novas soluções.
Com
certeza novas gerações de cidadãos já distantes de titias e vovós dão menos
valor a calçadas inseguras, por exemplo.
O
que impressiona viajando pelo “Velho Mundo” é olhar para o chão e ver que
pisamos em pistas seguras cobrindo calçadas centenárias.
Participei
da elaboração do Programa Blumenau Século 21 (https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Regional_de_Blumenau) e lá vi a atuação
positiva dos professores a favor de mudanças inteligentes para a cidade, com
destaque para a pessoa com deficiência.
Note-se
que as Normas Técnicas e as leis precisam de ajustes permanentes, regulares,
não frequentes de modo a desmoralizá-las, mas sempre que detalhes importantes
surgirem para ajustes necessários. A dinâmica de construção desses instrumentos
técnicos e culturais mostram o nível de racionalidade de época, data em que
foram publicadas, dos seres humanos existentes. Tudo se transforma e o custo
enorme de qualquer determinação legal e inadequada pode ser intolerável.
Sei
disso ao avaliar conclusões de inúmeros cursos, seminários, palestras etc.
Arquitetura
é um foco essencial à segurança da pessoa idosa.
Agora
sinto na violência de acidentes e incidentes o que poderia ter sido evitado.
Bibliografia
Equipe do Hospital Sírio Libanês. (s.d.). Conteúdos para Você. Portal
do S-irio Libanês. São Paulo, Sâo Paulo, Brasil. Fonte:
https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/sua-saude/Paginas/prevencao-quedas-idosos.aspx
O que é Geriatria e Gerontologia? (s.d.). Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Fonte:
https://sbgg.org.br/espaco-cuidador/o-que-e-geriatria-e-gerontologia/
Wikipédia. (s.d.).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Regional_de_Blumenau. Universidade
Regional de Blumenau. Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Regional_de_Blumenau
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