A Ética e o
envelhecimento - 14 de agosto de 2020
Sumário
A Ética e o envelhecimento
Saber envelhecer é algo essencial a
qualquer pessoa em relação pessoal, familiar, social, cidadã. Não é justo a uma
ser humano culto e sábio perder-se em lamúrias, deve enfrentar com dignidade o tempo
e seus efeitos com suas mazelas e desafios.
Com certeza o alongamento da idade
também traz inúmeras alegrias, como, por exemplo, acompanhar o nascimento e
crescimento da família. Familiares diretos e indiretos formam uma tribo natural
a que devemos pertencer, honrar, amar, desenvolver.
Em família, principalmente, a pessoa
idosa precisa aproveitar seus conhecimentos para, se necessário, educar,
ensinar, mostrar a seus descendentes o que serão e o que poderão ser na
condição de pessoas idosas e veneradas.
O desafio ético é permanente. Não é
difícil vencer com trapaças. Permanecer e crescer de forma honrada é algo que
enobrece e gratifica a todos.
Somos educadores intuitivos e nessa
condição ensinamos pelo exemplo, pelo aconselhamento e acima de tudo aprendendo
sempre para poder evoluir e se manter em sintonia com a garotada.
Estamos sempre aprendendo, talvez
esquecendo mais do possamos agregar a nossos conhecimentos, mas convergindo
para sentimentos e crenças que a vida constrói.
Com certeza falar de ética e
envelhecimento é uma tremenda ousadia num planeta de grandes especialistas, o
desafio é, contudo, tentar explicar o que somos após a vida “útil”.
Considerando que a ética e a moral são o produto de visões filosóficas, pior
ainda. Esses são temas delicados e facilmente polêmicos. Devemos, na minha
opinião pessoal, lembrar que a vida é o resultado de opções religiosas,
técnicas, ideológicas etc. Ou seja, intuitivamente escolhemos nossos caminhos
em searas complexas e perigosas.
A História da Humanidade relata a
sequência de conflitos, comportamentos tribais, nações lutando entre si sob
bandeiras ilusórias. Sob todo esse manto aparentemente racional o puro
darwinismo, a luta pela sobrevivência e o império das glândulas e cérebros de
animais que somos.
Para ilustrar isso historiadores
fantásticos escreveram muito.
Infelizmente a história é
principalmente ancorada em guerras, heróis, lideranças bélicas. Por isso li com
imenso prazer duas coleções de livros sob o título geral de “história da Vida
Privada, uma europeia e a outra brasileira [ (franceses), (brasileiros)].
Se evoluímos não foi sem esforço,
pois a necessidade de conciliar tudo para criar e manter uma família não é
fácil.
Como talvez o derradeiro esforço a
favor daqueles que dependem de nós a importância de escrever, fazer blogs,
gravar filmes, registrar pensamentos e opiniões talvez impertinentes, com
certeza imperfeitas, mas a nosso ver necessárias num mundo que se perde no
egoísmo, nos prazeres e ilusões modernos.
Pensador livre
Meu pai e alguns amigos questionando minhas ideias e ideais
me colocaram na certeza de que devemos ser pensadores livres com preocupações
éticas, existenciais e até políticas.
Ninguém é perfeito, dono da verdade e capaz de explicar a vida e o
universo.
Envelhecendo e preocupado com minha herança intelectual
escrevo esse livro que peço a meus filhos que o transformem em livro bem
editado, ilustrado em todas as formas possíveis.
Ser livre exige muita coragem, pois a maioria da Humanidade
detesta quem discorda de suas ideologias, religiões, paixões.
A sinceridade cria inimigos, assim o fundamental é dizer que
a divulgação do que escrevo tenha sido a vontade explícita do velho falecido.
Lembrando Baruch Spinoza ao não publicar sua principal obra
enquanto vivesse e deu a um livreiro distante a tarefa de fazê-lo após sua
morte [ (Wikipédia) , [i]
(Spinoza) constatamos que
ainda é extremamente difícil dizer em que acreditamos realmente, se bem que a
comunicação sempre é precária, afinal qual é o significado de nossas palavras
para os ouvidos e mentes de nossos interlocutores?
Base cultural e natural
Conheci ao longo da vida, ou melhor,
desde que tomei consciência da qualidade de muitas pessoas próximas, gente
muito inteligente, o que realmente era capacidade de raciocínio e critérios de
vida. Eram seres humanos racionais com um tremendo referencial ético. Foram a
base usada para estimular minha disposição para o estudo formal, algo pouco
atraente, assim como a paixão pelas ciências sociais, história, filosofia,
política, astronomia etc.
Vocação? Creio que podemos sentir
restrições graves tais como deficiência em memorizar, análises matemáticas,
sensibilidade e necessidades especiais, o resto é só uma questão de conhecer e
estudar, praticar. Pessoalmente creio que seria impossível para mim tudo o que
me afetasse emocionalmente de forma violenta (Medicina, por exemplo).
Além de restrições emocionais já
nasci de forma complexa e capaz de provocar lesões graves.
Lendo a história da Princesa Isabel
(Priore) descobri que a disposição para não facilitar partos e parturientes era
uma diretriz religiosa em nosso país sempre atrasado, assim, em condições
similares, ganhei traumas e minha mãe lesões físicas e mentais, provavelmente.
As limitações pessoais foram
“enriquecidas” por uma “tosse de cachorro” ou melhor, “laringite estridulosa”
(Laringite estridulosa ou “Tosse de cachorro” Uma doença de inverno?) que me
acompanhou até o início da puberdade.
Aprendi com tudo isso que a
inteligência e a saúde têm efeitos relativos.
Fiz cursinho em São Paulo em 1963 e
lá, longe da natureza exuberante de Blumenau à época e com saudades do céu
cheio de estrelas frequentei o Planetário no Parque Ibirapuera. Que maravilha!
No Teatro Municipal ouvia concertos
fantásticos e gratuitos, sainda depois andando pelo centro vazio da capital
paulista. Que estranha solidão.
Mais tarde, já apaixonado por
Astronomia, comecei a olhar as estrelas com pequenos telescópios, descobri que
assim via melhor alguns pontos e espaços do firmamento, mas deixava de enxergar
o céu como um todo.
O excesso de capacidade de raciocínio
pode prejudicar a visão das pessoas...
Qualquer que seja a nossa
constituição temos, felizmente, um tremendo potencial.
Somos computadores dotados de
excelentes sensores, servomecanismos, transdutores, sistemas elétricos de
transmissão de dados, estrutura física feita para grande mobilidade, capacidade
de manipulação material, etc. e estruturas de processamento de dados, arquivo,
softwares dedicados, sistema operacional fantástico, unidades poli dimensionais
de comunicação e cálculo (neurônios), glândulas que produzem estimulantes e
atenuadores, produtividade (sexo e complementos), etc.
Ou seja, geneticamente trazemos uma
coleção de características e, desde a concepção, sofremos ajustes e até
transformações radicais em consequência de ambiente (educação, relações
humanas) e acidentes e incidentes decisivos à nossa vida.
Meu pensamento filosófico, minhas crenças
Á medida que envelhecemos vamos
consolidando crenças e dúvidas.
Nosso comportamento reflete tudo que
formou nosso caráter.
Quando se tem uma vida rica de
episódios marcantes derivamos e, oscilamos entre referências que mostram nosso
caráter.
Assim me permito contar um pouco de
minhas visões filosóficas, amadoras, fruto de um autodidata que sempre gostou
de pensar.
Nasci assustando, quase matei minha
mãe. Esse evento traumático com certeza afetou minha cabeça, se não a dela.
Percebi rapidamente que não tinha boa
memória e durante muitos anos meus sonhos eram uma mistura de manchas, coisas
estranhas. Duas vezes, contudo, ainda dormindo em berço perto da cama de meus
pais sinhei que devia um patacão ou algo parecido e que essa dívida crescia sem
parar, acordei assustado.
Minhas limitações eram enormes,
inclusive com pânico da escuridão, incapacidade de viajar e detestar cebola...
Um dia, viajando para Florianópolis
Chiquinha, mamãe, deu-me um conselho perfeito. Aguente um pouco mais, e assim
de viagem em viagem não enjoei mais.
Religião? Educação católica no Jardim
de Infância, no Ginásio e Científico. Bons mestres.
As aulas de catecismo, entretanto,
colocaram um conceito fundamental, a confissão só teria valor se tivéssemos a
determinação de pecar mais. E pecar contra a castidade era pecado grave.
Concluí que era impossível não
fornicar e outras coisas.
Mais adiante veio a dúvida, que espírito
iria para o céu ou o inferno? Aquele do moribundo?
Aí e mais inúmeras conversas com meu
pai levaram-me a desistir de ter religião.
Maravilhosamente tive amigos e amigas
inteligentes, li sempre que possíveis bons livros.
Agora, repensando meus livros, lembrei-me
de Henri Bergson, de quem transcrevo texto da Wikipédia.
Henri Bergson (Paris, 18 de outubro
de 1859 — Paris, 4 de janeiro de 1941) foi um filósofo e diplomata francês,
laureado com o Nobel de Literatura de 1927.
Conhecido principalmente por Ensaios
sobre os dados imediatos da consciência, Matéria e Memória, A evolução criadora
e as duas fontes da moral e da religião, sua obra é de grande atualidade e tem
sido estudada em diferentes disciplinas - cinema, literatura, neuropsicologia,
bioética, entre outras. Bergson procurou construir uma "metafísica
positiva" e fazer da filosofia uma ciência baseada na intuição como um
método, cujos resultados viriam da experiência e seriam tão rigorosos quanto as
ciências baseadas na inteligência, como a matemática. Ao contrário de Platão e
René Descartes, que usavam a geometria como modelo para fazer da metafísica uma
ciência, Bergson adotou a biologia, a psicologia e a sociologia como
fundamentos de seu pensamento filosófico. (wikipédia).
Ler um pequeno livro de Bergson foi
um episódio que me fez pensar muito. Muito mais foi tentar ler e entender uma
coleção enorme de livros de filosofia. Seria tedioso relacionados, mas Bertrand
Russell, Michel Foucault, Hannah Arendt, Marcuse e romancistas tais como Mário
Vargas Llosa, Hermann Hesse
De Bertrand Russell (Wikipédia) fixei
muitos pensamentos mas o maior deles foi o de que “a Certeza absoluta é por si
só suficiente para impedir qualquer progresso naqueles que a possuem”.
Décadas passadas e muitos debates,
sonhos e experiências me deixam refém do agnosticismo (Wikipédia), mais ainda
diante dos progressos da Ciência. Nesse espaço, contudo, a visão e influência
do entendo por espíritos é mais e mais forte.
Obviamente o final da vida se
aproxima rapidamente, mas a honestidade intelectual é mais forte em minha
maneira de pensar.
Em minha vida fui pessoa de assumir
posições firmes, ainda que moído de questionamentos.
O pragmatismo é essencial e saber
enfrentar os desafios que aparecem é uma arte. Imagino assim porque vi muita
gente infinitamente melhor do que eu perdendo posições que eu conquistava. Quem
tem poder de decisões é obrigado a decidir, escolher, mandar, ordenar, definir
metas etc.
Tudo o que fez pensar exige de mim a
compreensão de que sabemos muito pouco sobre a vida, o Universo e seus
mistérios.
Assim me entendo um pensador livre
por força de honestidade intelectual.
A fragilidade do ser humano
De modo geral a sociedade está
organizada e regulada partindo de princípios de autonomia e livre arbítrio.
Somos tão poderosos assim?
A análise do comportamento de nações
tidas como desenvolvidas e cultas demonstra a nossa incapacidade de fugir de
processos educacionais dirigidos estrategicamente, dentro dos interesses das
classes dominantes. Os exemplos são assustadores. No último século nações
inteiras patrocinaram processos de genocídio absurdos, algumas vezes sob
alegações socialistas, noutras valia a lógica do imperialismo, mas os piores
instintos dominavam soberanamente de forma implícita nas teses e discursos de
qualquer líder daqueles povos. Muitas nações, secularmente crentes de serem
superiores às demais, usaram o poder de seus exércitos para a realização de
massacres abomináveis.
O Nazismo foi o ápice da mediocridade
de uma classe média que se acreditava ter direitos abomináveis e nítidos
indicadores de superioridade. A estupidez nas décadas de trinta e quarenta do
século passado é uma advertência do que significa a crença em valores
fantasiosos e egoístas.
A que devemos tantos riscos e perversões,
assim como valores infinitamente sublimes que muitas pessoas demonstram
possuir?
Observando lobos que vivem em
matilhas, por exemplo, percebemos a hierarquização pela força e a exclusão de
outros bandos. São selvagens com alguma organização familiar e social. No meio
dessas alcateias é possível enxergar a ternura entre as fêmeas e seus filhotes.
Seríamos apenas isso?
Além do que poderíamos definir como
resultado de nossos instintos e anseios, nosso corpo é uma montagem que contém
elementos perigosos e fascinantes. Somos um tremendo computador com sensores,
unidades de lógica, processadores poli dimensionais e extremamente compactos
ocupando segmentos de nosso cérebro onde um sistema operacional, aplicativos
hereditários, sistemas de comunicação, de refrigeração e energia compõem a
maioria das nossas virtudes e capacidades. Temos mobilidade, poder de
procriação etc., tudo organizado de forma infinitamente complexa e ao mesmo
tempo tão simples como só a Natureza é capaz de produzir.
Dentro de nós, em vários lugares do
corpo, encontramos glândulas[8] que mudam os parâmetros de muitas equações de
decisão. O DNA[9] contém elementos que formam o plano construtivo, o relógio de
cada um, as sementes de tecidos, modelos e padrões definindo fases de nossas
vidas com determinação orgânica, além, é claro, da sua composição minuciosa.
Cada ser humano é o produto de
origens materiais, culturais, ambientais etc. O DNA diz muito ele é o produto
de casais que, por sua vez, vêm de outros sucessivamente. Após o nascimento material
passamos a ser objeto de inúmeras influências, com destaque o cenário familiar
e social em que vivemos.
Ou seja, de modo geral podemos até
afirmar que não decidimos sobre as bases em que nascemos, crescemos, fomos
educados. Perante qualquer tribunal realmente justo e submetido a leis
universais (no sentido amplo) todos seriam vistos como objeto de um processo de
transformações, evoluções ou regressões, mas simples produtos de uma miríade de
acidentes, incidentes, DNAs, ambientes e até leis humanas.
Onde podemos mudar algo?
O universo matemático pode ser
dividido entre o espaço determinístico e o probabilístico; de alguma forma
criamos estímulos até pequeníssimos que nos fazem optar por um ou outro
caminho. Deterministicamente podemos dizer que o resultado será esse ou aquele,
no mundo real, contudo, prevalecem os eventos aleatórios, circunstanciais,
distantes de toda espécie de “autoridade”.
Pessoalmente acredito também que
alguma espécie de espírito pode nos apoiar, assim vivi sentindo a influência,
de meu pai, imagino. Minhas decisões durante décadas tinham (e têm) momentos de
inspiração inacreditáveis, algo que simplesmente não posso desprezar.
Ou seja, dentro do mundo que
conhecemos e imersos na complexidade do Universo estamos infinitamente longe de
explicar tudo o que nos acontece.
De qualquer jeito temos o direito de
simplificar e explicar, acreditar em alguma coisa que entendamos como soberana
em nossas vidas.
Falamos em glândulas e em períodos de
existência. Cada um é um conjunto de composições singulares. E daí?
Nascemos absolutamente egoístas,
dependentes. Não fosse assim a sobrevivência da Humanidade estaria em risco, se
é que ela ainda existisse.
É importante lembrar isso. O
altruísmo depende principalmente da educação que recebemos. O egoísmo deixa-nos
dependentes de sentimentos primitivos, de vaidades, vícios e necessidades que
diminuem à medida que esquecemos nossos problemas e nos fixamos em ajudar
outras pessoas, ou seja, aprendemos a amar o próximo.
A infelicidade é flagrante entre pessoas
egocêntricas, sempre apavoradas com a morte, a perda de qualquer coisa,
querendo sempre mais para si, nunca estando satisfeitas.
O egoísmo também pode ser o resultado
de patologias[10]. Merece leitura atenta o verbete (Psicopata) assim como os
livros de Michel Foucault, com destaque para (Foucault, História da Loucura) e
inúmeros bons psicólogos e psiquiatras.
Isso tudo demonstra a importância da
família, da Educação, da Liberdade onde a aleatoriedade pode evitar a dominação
dos tiranos, santos e pregadores.
No Brasil passamos por momentos
absurdos de controle de grupos de fanáticos à direita e à esquerda. Nas
ditaduras militares e marcadamente ideológicas, desde os tempos de Deodoro,
Vargas e mais tarde com os militares que consideravam o Almanaque do Exército o
único documento de escolha de presidentes sofremos processos de lavagem
cerebral terríveis.
Agora estamos, principalmente, sob o
império da mídia[11] comercial e religiosa. Alegando liberdade de imprensa
mentem, promovem vilanias ou “santidades”, estimulam comportamentos doentios a
serviço de patrocinadores alheios às necessidades mais sadias de nosso povo ou
expressam convicções que ferem a liberdade de culto e crenças metafísicas. Com
certeza isso é um instrumento de dominação de fanáticos e grupos econômicos e
financeiros que se sobrepõem na pirâmide de dominação da Humanidade.
Confunde-se liberdade de imprensa com
liberdade de opinião, algo proibido à maioria dos jornalistas, devidamente
monitorados pelas equipes de editoria. Sistemas de comunicação convencionais
são caros e dependem do poder da mídia e seus patrocinadores para sobreviverem,
enquanto os sistemas estatais são implicitamente censurados...
A literatura, emissoras de rádio, TV,
redes sociais, portais, templos, etc. formam um conjunto poderoso que, se
tivermos censura enérgica e até discreta, irresistível na condução de qualquer
nação.
A verdade é uma hipótese sempre que a
procuramos e essa vontade de entender cria sentimentos de humildade e dúvidas
íntimas que precisam ser valorizadas.
Felizmente temos as redes sociais e a
universalização da informação. O Mundo WEB desmonta (por enquanto) até as
ditaduras mais ferozes. A aleatoriedade e a acessibilidade quase universais a
sistemas modernos de comunicação via telefonia e internet está furando
bloqueios seculares.
Sobre a mídia merecem leitura (O
Diabo na Água Benta) e (O Cemitério de Praga) fora outros clássicos mostrando
como as “verdades” são produzidas.
Ainda estamos num planeta ética e
culturalmente subdesenvolvido. São muitos os lugares da Terra em que os
fundamentalismos religiosos, políticos e até esportivos criam cenários de
terror.
A fragilidade do ser humano está mais
do que evidente num mundo em que o desenvolvimento do conhecimento técnico e
científico adianta-se velozmente da inteligência e capacidade de assimilação
sadia das ciências humanas.
Poderá vir da própria Ciência formal
a fórmula de melhor aproveitamento do conhecimento humano universal. Talvez
tenhamos recursos para aceleração do cérebro que não sejam tão prejudiciais
quanto as drogas existentes.
Precisamos de tudo e de todos para
superar nossas limitações.
Estamos preparados para o
envelhecimento?
Com certeza exceto raras pessoas
sabem, preparam-se e entram na terceira idade conscientes do que deverão
enfrentar. A ignorância tem muitas razões, mas os efeitos são tristes quando a
visão do futuro foi opaca.
De modo geral negamos a degradação
física, intelectual e sensorial que a longevidade traz. Com certeza alguns,
graças a facilidades de vidas tranquilas e saudáveis possam até gabar-se da
idade.
Na pandemia COVID isso tem sido uma
tragédia pois nossos dirigentes menosprezam as dificuldades do cidadão comum.
As barreiras que vão aparecendo são
tantas que ela se isola e quando sai encontra dificuldades cada vez maiores
para tudo o que faz e precisa.
Mobilidade urbana hostil, mercados
confusos, produtos e embalagens valorizando o marketing em detrimento das
explicações necessárias, sinalização padrão e ruim, comunicação pior... o que fazer?
Note-se que o COVID 19 é
especialmente perigoso para as pessoas idosas, fumantes, diabéticas, cardíacas
e com outras morbidades e vícios. Assim os números assustam.
Com certeza à medida que os recursos
de tratamento avançam para atender multidões de pessoas infectadas as mortes
diminuem, mas os traumas serão decisivos na redução da expectativa de vida e
felicidade.
Estranhamente muitas autoridades
menosprezam cuidados essenciais, serão pessoas alienígenas.
Estamos passando por momentos tristes
em todos os sentidos. Quem envelheceu sente-se mais isolado do que nunca e com
o espectro da doença que pode matar de muitas maneiras.
Precisamos, contudo, resistir para
poder voltar a conviver com as pessoas que amamos.
Sentimos, entretanto, o pesadelo
daqueles que não têm as facilidades regulares da classe média, por exemplo.
Muitos, em seus casebres, só esperam ter adquirido imunidades ao longo da vida,
afinal, que remédios terão?
O desafio pessoal de nascer, crescer,
viver e envelhecer
Nada é mais íntimo do que sentir a
redução de qualidades e competências e querer ou não aceitar limitações. O
drama ou aventura de somar mais e mais anos de vida pode ser fascinante se
antes tenhamos feito coisas de que nos orgulhamos e possamos perceber que
nossas boas qualidades afetaram positivamente aqueles que dependeriam de nossas
oportunidades em família, de trabalhos e presença na sociedade.
Essa aventura começa logo que
aprendemos estar no seio de uma família ou, infelizmente, não raramente, em
ambientes degradados.
Especialistas ensinaram muito e nós,
aprendemos muito com nossos pais.
Refletimos seus traumas, vícios e
virtudes.
A ciência mostra e desenvolve
conhecimentos na cabeça de nossos cientistas. Ciências extremante complexas e
avançadas em relação a daquelas de poucas décadas passadas.
O conhecimento humano chegou a um
ponto de impossibilidade de domínio por uma pessoa. Os gênios do passado seriam
mais alguns na galeria atual de pessoas extremamente cultas e inteligentes, mas
agora incapazes de acumular todos os conhecimentos de milhões de pesquisadores.
Essa fragilidade demonstra a insanidade dos fanatismos e o perigo das
certezas...
Grandes centros de pesquisas montam
bancos de dados e sistemas de processamento e análise poderosíssimos.
Um exemplo é a atual pandemia de
coronavírus 19 e a mobilização mundial para contê-la e minimizá-la com vacinas
e remédios.
Graças aos sistemas atuais de
informação, comunicação, processamento desses conhecimentos, universalização e
aprendizado, ensaios, pesquisas etc. temos esperanças de superar esse pesadelo
com mínimos prejuízos que seriam incalculáveis noutras condições.
Na contramão disso tudo sentimos os
efeitos das vaidades e ambições pessoais de grandes líderes, desesperados para
lucrarem dom a desgraça alheia.
O que é envelhecimento
Envelhecimento, um processo que a
gerontologia (O que é Geriatria e Gerontologia?) e sua ciência afetam os seres
humanos que vivem muito.
Essa e novas ciências assim como
aquelas que tratarão de nossas doenças é onde encontramos profissionais,
especialistas e condições de viver e saber morrer, afinal a vida que conhecemos
acabará, e daí?
Toda a tecnologia, porém, será
insuficiente na enorme diversidade que temos entre nós. Precisamos desenvolver
nossas habilidades críticas para escolher caminhos e, também sentir as
limitações sociais, financeiras, culturais em que vivemos.
Religião, convicções sadias, políticas,
educação pessoal e da família (principalmente), profissão, formas de lazer e
conviver serão essenciais ao processo de perda gradativa de atributos da pessoa
jovem.
Naturalmente as etapas de avanço na
idade possuem desafios singulares, previsíveis e imprevisíveis, circunstancias
e gerais; o crescimento da expectativa de vida, a corrupção monumental em nosso
país, a incompetência de gestores etc. têm forçado mudanças em planos de
aposentadoria, fundações, constitucionais, planos de saúde etc.
Somos, os mais velhos, responsáveis
por tudo que sofremos, e agora?
O fundamental é transmitir àqueles
que acreditam em nós o que é a Humanidade, o mundo real e, acima de tudo o
nosso povo ainda sem a educação necessária e suficiente. Nesse processo a
tentativa de que as novas gerações sejam melhores, cultas e produtivas.
Cada um é único, singular, diferente.
produto especial no Universo e por mais
insignificante que seja com uma missão, um potencial de realizações. Infinitamente
mais significativo do que simplesmente bajular um Deus inatingível é sentir que
temos tarefas divinas, se formos capazes de realizá-las. Não é fácil, isso pode
significar riscos incalculáveis. Afinal os covardes mais agressivos aparecem
quando se sentem intocáveis.
Todo ser humano é um objeto que
lideranças maiores procuram dominar. O terrorismo de Estado é uma
realidade. Temos outros tipos de
ambientes até criminosos como vemos em lugares sob o controle de milícias,
traficantes, líderes comunitários e gente eventualmente rica graças à
corrupção. Muitas crianças e jovens são órfãs de pais ricos. Abandonadas e
manipuladas para não incomodarem os mais velhos.
A mídia moderna tem força acima de
suas promessas éticas. O desejo de poder e enriquecer leva à existência de
programas absolutamente desaconselháveis a pessoas culturalmente fragilizadas.
Dos livros passamos à cultura rápida,
sem grandes reflexões. Em compensação todos têm à mão informações, bibliotecas,
programas espetaculares. Devemos, pois, orientar e até exercer o poder de censura
quando os sistemas chegam às crianças.
Tudo faz da pessoa idosa e consciente
de suas responsabilidades um a referência nem sempre simpática, mas, se
saudável, necessária.
As limitações de qualquer afirmação
Nada mais fácil do que dizer simplesmente “eu
acredito nisso ou naquilo”, “concordo com Você”, eu sei, você não sabe”. Essas
e outras frases acontecem rotineiramente e funcionam para inúmeras atividades,
mas quando o tema é filosófico, religioso, ideológico e até científico entramos
num espaço em que as palavras e a montagem delas são extremamente importantes.
O significado pode ser diferente e a verbalização agravar todas as mensagens.
Em profissões que envolvem riscos elevados a padronização de mensagens é
essencial, simplesmente não pode haver dúvidas quando se faz um pedido, uma
proposta, uma ação.
Ao contrário do exercício de profissões tais
como o Direito, a Política, a doutrinação e até a conquista de crentes,
associados, militantes e amantes a oratória é importante e um enorme risco de
sofismas, erros, logros terríveis.
Precisamos entender também que podemos estar
erados; pior, contudo, é a certeza entre muitas pessoas de afirmações
semelhantes no texto mas compreendidas de forma diferente.
Modernamente muitas ciências são desenvolvidas
em torno da comunicação. Na sua origem tivemos a luta dos filósofos gregos
entre os sofistas, os dogmáticos etc. e aqueles que pretendiam raciocínios
lógicos.
Sócrates foi um pioneiro valente e tomou
cicuta porque simplesmente não aceitou mentir.
Envelhecendo ganhamos convicções ou, na pior
das hipóteses, a ausência de valores que acabam criando tremendas frustrações,
inseguranças.
Desde cedo construímos nosso futuro que
dependerá de fatores eventuais, circunstanciais, estruturais e de nossa inteligência
nata.
Estamos em tempos de transformações violentas,
que pessoas idosas serão os nossos jovens?
As mudanças tecnológicas mais e mais
aceleradas, terreno fértil para anomias (Wikipédia) , oportunismos,
demagogia, fanatismos e conflitos agora
turbinadas pela pandemia COVID 19, endemias revigoradas e mal contidas; que
pesadelo!
As pessoas idosas têm uma tremenda
responsabilidade. Queiram ou não se amarem seus familiares, a Humanidade em
geral, devem saber usar suas competências para a superação dos desafios do
século 21.
Com certeza nossa garotada está em tremendo
risco e seus pais não foram educados para esses tempos atuais.
Saber envelhecer
Saber envelhecer é algo essencial a qualquer
pessoa em relação pessoal, familiar, social, cidadã. Não é justo a uma pessoa
culta e sábia perder-se em lamúrias, deve enfrentar com dignidade o
envelhecimento com suas mazelas e desafios.
Com certeza o alongamento da idade também traz
inúmeras alegrias, como, por exemplo, acompanhar o nascimento e crescimento da
família. Familiares diretos e indiretos formam uma tribo natural a que devemos
pertencer, amar, desenvolver.
Em família, principalmente, a pessoa idosa
precisa aproveitar seus conhecimentos para, se necessário, educar, ensinar, mostrar
a seus descendentes o que serão e o que poderão ser na condição de pessoas
idosas e veneradas.
O desafio ético é permanente. Somos educadores
intuitivos e nessa condição ensinamos pelo exemplo, pelo aconselhamento e acima
de tudo aprendendo sempre para poder evoluir e se manter em sintonia com a
garotada.
Estamos sempre aprendendo, talvez esquecendo
mais do possamos agregar a nossos conhecimentos, mas convergindo para
sentimentos e crenças que a vida constrói.
Com certeza falar de ética e envelhecimento é
uma tremenda ousadia num planeta de grandes especialistas, o desafio é,
contudo, tentar explicar o que somos após a vida “útil”. Considerando que a
ética e a moral são o produto de visões filosóficas, pior ainda. Esses são
temas delicados e facilmente polêmicos. Devemos, na minha opinião pessoal,
lembrar que a vida é o resultado de opções religiosas, técnicas, ideológicas
etc. Ou seja, intuitivamente escolhemos nossos caminhos em searas complexas e
perigosas.
A História da Humanidade relata a sequência de
conflitos, comportamentos tribais, nações lutando entre si sob bandeiras
ilusórias. Sob todo esse manto aparentemente racional o puro darwinismo, a luta
pela sobrevivência e o império das glândulas e cérebros de animais que somos.
Para ilustrar isso historiadores fantásticos
escreveram muito.
Infelizmente a história é principalmente
ancorada em guerras, heróis, lideranças bélicas. Por isso li com imenso prazer
duas coleções de livros sob o título geral de “história da Vida Privada, uma
europeia e a outra brasileira [ (Philipep Ariès, Georges Duby) , (Fernando A. Novais) ].
Se evoluímos não foi sem esforço, pois a
necessidade de conciliar tudo para criar e manter uma família não é fácil.
Como talvez o derradeiro esforço a favor
daqueles que dependem de nós a importância de escrever, fazer blogs, gravar
filmes, registrar pensamentos e opiniões talvez impertinentes, com certeza imperfeitas,
mas a nosso ver necessárias num mundo que se perde no egoísmo, nos prazeres e
ilusões modernos.
A Família
O privilégio de nascer com pais realmente
preocupados com a educação de seus filhos foi, acima de tudo, o processo mais
importante para minha formação.
Assim aprendi (vou alternar a primeira pessoa
do singular com a do plural em favor da melhor compreensão do texto) muito com
meu pai, pessoa extraordinariamente inteligente, lúcida e responsável. Graças a
ele aprendi a duvidar com tolerância as divergências; existe maior lição do que
essa? Pedro Cascaes morreu cedo, algo que me entristece profundamente sempre
que me lembro disto. Fez muita falta ao filho curioso, teimoso acima de tudo,
ainda que relativamente disciplinado à força pela mãe.
Entre a inteligência primorosa e bem
estruturada e a cultura do pai e os padrões comportamentais da mãe, criada em
tempos de escravatura, disciplina a qualquer custo, sentimentos excessivos e
fúteis típicos da educação que recebeu, ganhei uma base inestimável além da
herança genética extremamente pronunciada para tudo o que sou.
Fantasticamente as divergências de base
religiosa de meus pais estimularam conversas intermináveis e diárias
(principalmente no horário do almoço e janta) com o Pedro Cascaes. Com imensa
paciência ele explicava seus pontos de vista, não os impunha. Meu pai falava
pausadamente, pensava muito antes de responder, ensinou-me a raciocinar.
As lições de casa também mostraram os
equívocos, tais como a violência física que minha mãe exercia de forma
arbitrária e ilógica e os vícios do casal, dentre os quais o tabagismo foi o de
piores consequências. Era uma época em que a mídia comercial, sempre ela,
faturava fortunas continuamente defendendo a tétrica arte de fumar, mesmo
depois da demonstração mundial a partir de centros médicos honestos de que o
cigarro e similares eram vícios mortais. Aliás, isso não mudou. O alcoolismo, o
uso abusivo de automóveis (sustentabilidade?), prazeres irresponsáveis etc. e o
consumismo desregrado mantêm os sistemas privados de comunicação, bem pagos por
grandes grupos econômicos.
É fácil de sentir o império dos patrocinadores
e visão comercial da mídia.
A acessibilidade incomoda, por exemplo,
principalmente para as pessoas surdas. O resultado é que ainda é difícil ver programas
com intérpretes LIBRAS...
A base cultural em que me formei teve uma
contribuição excepcional do povo de Blumenau. Os blumenauenses das décadas de
quarenta a sessenta eram bem caracterizados. Gente de origem predominantemente
germânica naquela época externava fortemente as virtudes e defeitos de um povo
determinado, guerreiro, trabalhador e também vítima e algoz graças a conceitos
de raça e poder.
Blumenau era uma vitrine mais elaborada do
fascismo que os getulistas tentaram aplicar aos brasileiros. Aliás, aqui,
Brasil, dizia meu pai que qualquer ideologia seria desmoralizada pela maneira
de ser dos brasileiros, o que não deixa de ser uma virtude importantíssima num
planeta que abriga uma espécie de vida tão cheia de certezas, quanto o é o ser
humano.
Entre defeitos e virtudes meu segundo lar foi
o Colégio Santo Antônio. A disciplina era forte, menos do que em minha casa.
Assim lá vivi e convivi com pessoas excepcionais (em todos os sentidos). Mais
uma vez a heterogeneidade entre professores demonstrava a fragilidade dos
dogmas, ideologias, religiões, morais e éticas que ao longo da história foram
construídos e se construiu para agora dividir o mundo, nações, famílias e até
grupos circunstanciais presos a catecismos que aceitam, por mais idiotas que sejam.
É incrível a fragilidade de pessoas
aparentemente cultas, capazes de afirmar e fazer juramentos e afirmar crenças
absolutamente anacrônicas e distantes de suas vidas particulares e sociais,
onde demonstram inequivocamente que só aproveitam de tudo o que dizem acreditar
o que lhes convêm.
O processo de racionalização assusta.
É bom reafirmar, contudo, aspectos pessoais
que me afetaram profundamente.
A saúde pessoal foi um fator marcante e
decisivo na construção e percepção de minhas crenças. Desde muito cedo a
alergia e bronquite “Tosse de Cachorro” (Laringite estridulosa ou “Tosse de
cachorro” Uma doença de inverno?) foi uma limitação violenta, levando meus pais
a exercerem uma vigilância severa sobre o que fazia.
Era um tremendo “perna de pau” e assim acabei
tendo nos passeios de bicicleta o meu lazer e esporte favorito (Brasil Não
Morizado), algo que viabilizava o gosto por esportes radicais, nunca
confessados aos meus pais. Imagino qual seria a reação de minha mãe se, ao
longo dos anos, soubesse em detalhes o que o filho fazia em todos os lugares em
que viveu...
Com certeza tive o privilégio de estudar em
São Paulo, capital, onde passei um ano (1963) frequentando o cursinho
pré-vestibular Di Túlio, na rua Conde de Sarzedas, na Liberdade. Neste ano de
dúvidas imensas ou simples apatia profissional aprendi muito conhecendo a
cidade de São Paulo e suas atrações gratuitas, das apresentações da Orquestra
Sinfônica no Teatro Municipal ao Planetário no Ibirapuera onde revia as
estrelas que deixara em Blumenau.
Vestibular, Itajubá e tudo o que aconteceu a
partir de 1964 serviram para educar e temperar conhecimentos e ideais, entre
eles o mais nobre, cuidar de minha família.
Maravilhosamente tudo contribuiu para agora
escrever este livro, ser autodidata pode desmerecer o que se faz no mundo
acadêmico, mas, se feito de coração e com base em bons livros, filmes e na
grande escola que é a vida pode merecer registro...
Meu pensamento filosófico, minhas
crenças
Á medida que envelhecemos vamos consolidando crenças
e dúvidas.
Nosso comportamento reflete tudo que formou
nosso caráter.
Quando se tem uma vida rica de episódios
marcantes derivamos e, oscilamos entre referências que mostram nosso caráter.
Assim me permito contar um pouco de minhas
visões filosóficas, amadoras, fruto de um autodidata que sempre gostou de
pensar.
Nasci assustando, quase matei minha mãe. Esse
evento traumático com certeza afetou minha cabeça, se não a dela.
Percebi rapidamente que não tinha boa memória
e durante muitos anos meus sonhos eram uma mistura de manchas, coisas
estranhas. Duas vezes, contudo, ainda dormindo em berço perto da cama de meus
pais sinhei que devia um patacão ou algo parecido e que essa dívida crescia sem
parar, acordei assustado.
Minhas limitações eram enormes, inclusive com
pânico da escuridão, incapacidade de viajar e detestar cebola...
Um dia, viajando para Florianópolis Chiquinha,
mamãe, deu-me um conselho perfeito. Aguente um pouco mais, e assim de viagem em
viagem não enjoei mais.
Religião? Educação católica no Jardim de
Infância, no Ginásio e Científico. Bons mestres.
As aulas de catecismo, entretanto, colocaram
um conceito fundamental, a confissão só teria valor se tivéssemos a
determinação de pecar mais. E pecar contra a castidade era pecado grave.
Concluí que era impossível não fornicar e
outras coisas.
Mais adiante veio a dúvida, que espírito iria
para o céu ou o inferno? Aquele do moribundo?
Aí e mais inúmeras conversas com meu pai
levaram-me a desistir de ter religião.
Maravilhosamente tive amigos e amigas
inteligentes, li sempre que possíveis bons livros.
Agora, repensando meus livros, lembrei-me de Henri
Bergson, de quem transcrevo texto da Wikipédia.
Henri Bergson (Paris, 18 de outubro de 1859 —
Paris, 4 de janeiro de 1941) foi um filósofo e diplomata francês, laureado com
o Nobel de Literatura de 1927.
Conhecido principalmente por Ensaios sobre os
dados imediatos da consciência, Matéria e Memória, A evolução criadora e as
duas fontes da moral e da religião, sua obra é de grande atualidade e tem sido
estudada em diferentes disciplinas - cinema, literatura, neuropsicologia,
bioética, entre outras. Bergson procurou construir uma "metafísica
positiva" e fazer da filosofia uma ciência baseada na intuição como um
método, cujos resultados viriam da experiência e seriam tão rigorosos quanto as
ciências baseadas na inteligência, como a matemática. Ao contrário de Platão e
René Descartes, que usavam a geometria como modelo para fazer da metafísica uma
ciência, Bergson adotou a biologia, a psicologia e a sociologia como
fundamentos de seu pensamento filosófico. (wikipédia) .
Ler um pequeno livro de Bergson foi um
episódio que me fez pensar muito. Muito mais foi tentar ler e entender uma
coleção enorme de livros de filosofia. Seria tedioso relacionados, mas Bertrand
Russell, Michel Foucault, Hannah Arendt, Marcuse e romancistas tais como Mário
Vargas Llosa, Hermann Hesse
De Bertrand Russell (Wikipédia) fixei muitos
pensamentos mas o maior deles foi o de que “a Certeza absoluta é por si só
suficiente para impedir qualquer progresso naqueles que a possuem”.
Décadas passadas e muitos debates, sonhos e
experiências me deixam refém do agnosticismo (Wikipédia) , mais ainda diante
dos progressos da Ciência. Nesse espaço, contudo, a visão e influência do
entendo por espíritos é mais e mais forte.
E Deus?
O conjunto das leis da Natureza qualificam uma
vontade universal, absoluta. Podemos, no máximo, identificar algumas leis,
frmulá-las, mas sempre estaremos muito abaixo da visão plena.
A tecnologia e ciência moderna, entendendo
como “ciência” o conhecimento acumulado por cientistas, cria mais e mais
dúvidas que já inviabilizam completamente as antigas certezas, dogmas e
postulados religiosos.
Lamentavelmente teocracias estão crescendo
mostrando regressões lamentáveis. Isso demonstra a impossibilidade do ser
humano viver com as dúvidas de quem procura a visão séria e correta da
Natureza.
Obviamente o final da vida se aproxima rapidamente,
mas a honestidade intelectual é mais forte em minha maneira de pensar.
Em minha vida fui pessoa de assumir posições
firmes, ainda que moído de questionamentos.
O pragmatismo é essencial e saber enfrentar os
desafios que aparecem é uma arte. Imagino assim porque vi muita gente
infinitamente melhor do que eu perdendo posições que eu conquistava. Quem tem
poder de decisões é obrigado a decidir, escolher, mandar, ordenar, definir
metas etc.
Aliás, em um discurso diante de meus colegas
de Diretório um veterano levantou-se e com o apoio )aplausos) de muitos
acadêmicos perguntou se eu afinal era contra ou a favor de teses políticas,
isso me desmontou pois concluí que falava ao vento, era muito difícil explicar
que a ideologia era uma coisa, a realidade e as necessidades de nosso povo eram
outras.
Nessa rotina de convencimento e contrariedades
vivo até hoje lutando com a preocupação de evitar radicalismos, lua
praticamente inútil.
Tenho, contudo, mais e mais certeza de que
minha base filosófica produziu pensamentos saudáveis e por isso procuro
escrever, falar, questionar pessoas que poderão ser vítimas de suas convicções.
A fragilidade do ser humano
De modo geral a sociedade está organizada e
regulada partindo de princípios de autonomia e livre arbítrio.
Somos tão poderosos assim?
A análise do comportamento de nações tidas
como desenvolvidas e cultas demonstra a nossa incapacidade de fugir de
processos educacionais dirigidos estrategicamente, dentro dos interesses das
classes dominantes. Os exemplos são assustadores. No último século nações
inteiras patrocinaram processos de genocídio absurdos, algumas vezes sob
alegações socialistas, noutras valia a lógica do imperialismo, mas os piores
instintos dominavam soberanamente de forma implícita nas teses e discursos de
qualquer líder daqueles povos. Muitas nações, secularmente crentes de serem
superiores às demais, usaram o poder de seus exércitos para a realização de
massacres abomináveis.
O Nazismo foi o ápice da mediocridade de uma
classe média que se acreditava ter direitos abomináveis e nítidos indicadores
de superioridade. A estupidez nas décadas de trinta e quarenta do século
passado é uma advertência do que significa a crença em valores fantasiosos e
egoístas.
A que devemos tantos riscos e perversões,
assim como valores infinitamente sublimes que muitas pessoas demonstram
possuir?
Observando lobos que vivem em matilhas, por
exemplo, percebemos a hierarquização pela força e a exclusão de outros bandos.
São selvagens com alguma organização familiar e social. No meio dessas
alcateias é possível enxergar a ternura entre as fêmeas e seus filhotes.
Seríamos apenas isso?
Além do que poderíamos definir como resultado
de nossos instintos e anseios, nosso corpo é uma montagem que contém elementos
perigosos e fascinantes. Somos um tremendo computador com sensores, unidades de
lógica, processadores poli dimensionais e extremamente compactos ocupando
segmentos de nosso cérebro onde um sistema operacional, aplicativos
hereditários, sistemas de comunicação, de refrigeração e energia compõem a
maioria das nossas virtudes e capacidades. Temos mobilidade, poder de
procriação etc., tudo organizado de forma infinitamente complexa e ao mesmo
tempo tão simples como só a Natureza é capaz de produzir.
Dentro de nós, em vários lugares do corpo,
encontramos glândulas[8] que mudam os parâmetros de muitas equações de decisão.
O DNA[9] contém elementos que formam o plano construtivo, o relógio de cada um,
as sementes de tecidos, modelos e padrões definindo fases de nossas vidas com
determinação orgânica, além, é claro, da sua composição minuciosa.
Cada ser humano é o produto de origens
materiais, culturais, ambientais etc. O DNA diz muito ele é o produto de casais
que, por sua vez, vêm de outros sucessivamente. Após o nascimento material
passamos a ser objeto de inúmeras influências, com destaque o cenário familiar
e social em que vivemos.
Ou seja, de modo geral podemos até afirmar que
não decidimos sobre as bases em que nascemos, crescemos, fomos educados.
Perante qualquer tribunal realmente justo e submetido a leis universais (no
sentido amplo) todos seriam vistos como objeto de um processo de
transformações, evoluções ou regressões, mas simples produtos de uma miríade de
acidentes, incidentes, DNAs, ambientes e até leis humanas.
Onde podemos mudar algo?
O universo matemático pode ser dividido entre
o espaço determinístico e o probabilístico; de alguma forma criamos estímulos
até pequeníssimos que nos fazem optar por um ou outro caminho.
Deterministicamente podemos dizer que o resultado será esse ou aquele, no mundo
real, contudo, prevalecem os eventos aleatórios, circunstanciais, distantes de
toda espécie de “autoridade”.
Pessoalmente acredito também que alguma espécie
de espírito pode nos apoiar, assim vivi sentindo a influência, de meu pai,
imagino. Minhas decisões durante décadas tinham (e têm) momentos de inspiração
inacreditáveis, algo que simplesmente não posso desprezar.
Ou seja, dentro do mundo que conhecemos e
imersos na complexidade do Universo estamos infinitamente longe de explicar
tudo o que nos acontece.
De qualquer jeito temos o direito de
simplificar e explicar, acreditar em alguma coisa que entendamos como soberana
em nossas vidas.
Falamos em glândulas e em períodos de
existência. Cada um é um conjunto de composições singulares. E daí?
Nascemos absolutamente egoístas, dependentes.
Não fosse assim a sobrevivência da Humanidade estaria em risco, se é que ela
ainda existisse.
É importante lembrar isso. O altruísmo depende
principalmente da educação que recebemos. O egoísmo deixa-nos dependentes de
sentimentos primitivos, de vaidades, vícios e necessidades que diminuem à
medida que esquecemos nossos problemas e nos fixamos em ajudar outras pessoas, ou
seja, aprendemos a amar o próximo.
A infelicidade é flagrante entre pessoas
egocêntricas, sempre apavoradas com a morte, a perda de qualquer coisa,
querendo sempre mais para si, nunca estando satisfeitas.
O egoísmo também pode ser o resultado de
patologias[10]. Merece leitura atenta o verbete (Psicopata) assim como os
livros de Michel Foucault, com destaque para (Foucault, História da Loucura) e
inúmeros bons psicólogos e psiquiatras.
Isso tudo demonstra a importância da família,
da Educação, da Liberdade onde a aleatoriedade pode evitar a dominação dos
tiranos, santos e pregadores.
No Brasil passamos por momentos absurdos de
controle de grupos de fanáticos à direita e à esquerda. Nas ditaduras militares
e marcadamente ideológicas, desde os tempos de Deodoro, Vargas e mais tarde com
os militares que consideravam o Almanaque do Exército o único documento de
escolha de presidentes sofremos processos de lavagem cerebral terríveis.
Agora estamos, principalmente, sob o império
da mídia[11] comercial e religiosa. Alegando liberdade de imprensa mentem,
promovem vilanias ou “santidades”, estimulam comportamentos doentios a serviço
de patrocinadores alheios às necessidades mais sadias de nosso povo ou
expressam convicções que ferem a liberdade de culto e crenças metafísicas. Com
certeza isso é um instrumento de dominação de fanáticos e grupos econômicos e
financeiros que se sobrepõem na pirâmide de dominação da Humanidade.
Confunde-se liberdade de imprensa com
liberdade de opinião, algo proibido à maioria dos jornalistas, devidamente
monitorados pelas equipes de editoria. Sistemas de comunicação convencionais
são caros e dependem do poder da mídia e seus patrocinadores para sobreviverem,
enquanto os sistemas estatais são implicitamente censurados...
A literatura, emissoras de rádio, TV, redes
sociais, portais, templos, etc. formam um conjunto poderoso que, se tivermos
censura enérgica e até discreta, irresistível na condução de qualquer nação.
A verdade é uma hipótese sempre que a
procuramos e essa vontade de entender cria sentimentos de humildade e dúvidas
íntimas que precisam ser valorizadas.
Felizmente temos as redes sociais e a
universalização da informação. O Mundo WEB desmonta (por enquanto) até as
ditaduras mais ferozes. A aleatoriedade e a acessibilidade quase universais a
sistemas modernos de comunicação via telefonia e internet está furando
bloqueios seculares.
Sobre a mídia merecem leitura (O Diabo na Água
Benta) e (O Cemitério de Praga) fora outros clássicos mostrando como as
“verdades” são produzidas.
Ainda estamos num planeta ética e
culturalmente subdesenvolvido. São muitos os lugares da Terra em que os
fundamentalismos religiosos, políticos e até esportivos criam cenários de
terror.
A fragilidade do ser humano está mais do que
evidente num mundo em que o desenvolvimento do conhecimento técnico e
científico adianta-se velozmente da inteligência e capacidade de assimilação
sadia das ciências humanas.
Poderá vir da própria Ciência formal a fórmula
de melhor aproveitamento do conhecimento humano universal. Talvez tenhamos
recursos para aceleração do cérebro que não sejam tão prejudiciais quanto as
drogas existentes.
Precisamos de tudo e de todos para superar
nossas limitações.
Estamos preparados para o
envelhecimento?
Com certeza exceto raras pessoas sabem, preparam-se
e entram na terceira idade conscientes do que deverão enfrentar. A ignorância
tem muitas razões, mas os efeitos são tristes quando a visão do futuro foi
opaca.
De modo geral negamos a degradação física,
intelectual e sensorial que a longevidade traz. Com certeza alguns, graças a
facilidades de vidas tranquilas e saudáveis possam até gabar-se da idade.
Na pandemia COVID isso tem sido uma tragédia
pois nossos dirigentes menosprezam as dificuldades do cidadão comum.
As barreiras que vão aparecendo são tantas que
ela se isola e quando sai encontra dificuldades cada vez maiores para tudo o
que faz e precisa.
Mobilidade urbana hostil, mercados confusos,
produtos e embalagens valorizando o marketing em detrimento das explicações
necessárias, sinalização padrão e ruim, comunicação pior... o que fazer?
Note-se que o COVID 19 é especialmente
perigoso para as pessoas idosas, fumantes, diabéticas, cardíacas e com outras
morbidades e vícios. Assim os números assustam.
Com certeza à medida que os recursos de tratamento
avançam para atender multidões de pessoas infectadas as mortes diminuem, mas os
traumas serão decisivos na redução da expectativa de vida e felicidade.
Estranhamente muitas autoridades menosprezam
cuidados essenciais, serão pessoas alienígenas.
Estamos passando por momentos tristes em todos
os sentidos. Quem envelheceu sente-se mais isolado do que nunca e com o
espectro da doença que pode matar de muitas maneiras.
Precisamos, contudo, resistir para poder
voltar a conviver com as pessoas que amamos.
Sentimos, entretanto, o pesadelo daqueles que
não têm as facilidades regulares da classe média, por exemplo. Muitos, em seus
casebres, só esperam ter adquirido imunidades ao longo da vida, afinal, que
remédios terão?
O desafio pessoal de nascer, crescer,
viver e envelhecer
Nada é mais íntimo do que sentir a redução de
qualidades e competências e querer ou não aceitar limitações. O drama ou
aventura de somar mais e mais anos de vida pode ser fascinante se antes
tenhamos feito coisas de que nos orgulhamos e possamos perceber que nossas boas
qualidades afetaram positivamente aqueles que dependeriam de nossas
oportunidades em família, de trabalhos e presença na sociedade.
Essa aventura começa logo que aprendemos estar
no seio de uma família ou, infelizmente, não raramente, em ambientes
degradados.
Especialistas ensinaram muito e nós,
aprendemos muito com nossos pais.
Refletimos seus traumas, vícios e virtudes.
A ciência mostra e desenvolve conhecimentos na
cabeça de nossos cientistas. Ciências extremante complexas e avançadas em
relação a daquelas de poucas décadas passadas.
O conhecimento humano chegou a um ponto de
impossibilidade de domínio por uma pessoa. Os gênios do passado seriam mais
alguns na galeria atual de pessoas extremamente cultas e inteligentes, mas
agora incapazes de acumular todos os conhecimentos de milhões de pesquisadores.
Essa fragilidade demonstra a insanidade dos fanatismos e o perigo das
certezas...
Grandes centros de pesquisas montam bancos de
dados e sistemas de processamento e análise poderosíssimos.
Um exemplo é a atual pandemia de coronavírus
19 e a mobilização mundial para contê-la e minimizá-la com vacinas e remédios.
Graças aos sistemas atuais de informação,
comunicação, processamento desses conhecimentos, universalização e aprendizado,
ensaios, pesquisas etc. temos esperanças de superar esse pesadelo com mínimos
prejuízos que seriam incalculáveis noutras condições.
Na contramão disso tudo sentimos os efeitos
das vaidades e ambições pessoais de grandes líderes, desesperados para lucrarem
dom a desgraça alheia.
Conceito essencial
Envelhecimento, um processo que a gerontologia
(O que é Geriatria e Gerontologia?) e sua ciência afetam os seres humanos que
vivem muito.
Essa e novas ciências assim como aquelas que
tratarão de nossas doenças é onde encontramos profissionais, especialistas e
condições de viver e saber morrer, afinal a vida que conhecemos acabará, e daí?
Toda a tecnologia, porém, será insuficiente na
enorme diversidade que temos entre nós. Precisamos desenvolver nossas
habilidades críticas para escolher caminhos e, também sentir as limitações
sociais, financeiras, culturais em que vivemos.
Religião, convicções sadias, boa educação
pessoal e da família (principalmente) serão essenciais ao processo de perda
gradativa de atributos da pessoa jovem.
Naturalmente as etapas de avanço na idade
possuem desafios singulares e gerais; o crescimento da expectativa de vida, a
corrupção monumental em nosso país, a incompetência de gestores etc. têm
forçado mudanças em planos de aposentadoria, fundações, constitucionais, planos
de saúde etc.
Somos, os mais velhos, responsáveis por tudo
que sofremos, e agora?
O fundamental é transmitir àqueles que acreditam
em nós o que é a Humanidade, o mundo real e, acima de tudo o nosso povo ainda
sem a educação necessária e suficiente. Nesse processo a tentativa de que as
novas gerações sejam melhores, cultas e produtivas.
Cada um é único, singular, diferente, um ser
no Universo e por mais insignificante que seja com uma missão, um potencial de realizações.
Todo ser humano é um objeto que lideranças maiores procuram dominar. O
terrorismo de Estado é uma realidade.
Temos outros tipos de ambientes até criminosos como vemos em lugares sob
o controle de milícias, traficantes, líderes comunitários e gente eventualmente
rica graças à corrupção. Muitas crianças e jovens são órfãs de pais ricos. Abandonadas
e manipuladas para não incomodarem os mais velhos.
A mídia moderna tem força acima de suas
promessas éticas. O desejo de poder e enriquecer leva à existência de programas
absolutamente desaconselháveis a pessoas culturalmente fragilizadas.
Dos livros passamos à cultura rápida, sem
grandes reflexões. Em compensação todos têm à mão informações, bibliotecas,
programas espetaculares. Devemos, pois, orientar e até exercer o poder de
censura quando os sistemas chegam às crianças.
Tudo faz da pessoa idosa e consciente de suas
responsabilidades um a referência nem sempre simpática, mas, se saudável,
necessária.
Moral – o império cultural
Nascemos no ceio de uma família responsável ou
não. Podemos surgir em períodos de conflitos, na miséria, em ambientes ricos ou
pobres materialmente e culturalmente.
Desde cedo recebemos orientações que,
principalmente quando religiosas, colocam em nosso cérebro a visão do que é
certo ou errado. Isso varia demais comparando-se nações e religiões.
Com certeza o complexo de culpa e castigo move
a Humanidade assim como a busca do prazer, da satisfação de nossos instintos.
A codificação das regras de conduta e crenças
pode dominar um ser humano ou, na ausência delas, gerar um comportamento
permissivo e perigoso (o que também pode acontecer com moralistas fanáticos).
Em tempos atuais a moral no mundo ocidental
ganha os impactos da universalização cultural. Isso com certeza afetará
profundamente as próximas gerações pois, onde não existe censura, os jovens
terão condições de escolher seus caminhos e esses circuitos de amadurecimento
são mais complexos à medida que essa criança, jovem ou adulto quiser consolidar
um padrão pessoal de comportamento, direitos e deveres.
É interessante ouvir qualificações tais como é
“homem do bem”, subversivo, materialista etc.
Se prestarmos mais atenção perceberemos muito
mais os preconceitos do que análises justas e merecidas.
A Humanidade até parece regredir. Lideranças
irresponsáveis, ignorantes e radicais elaboram discursos do ódio, maldosos,
ainda reforçados por campanhas anônimas de desmoralização de seus desafetos.
No Brasil esse é um pesadelo que só não é pior
porque não tivemos ainda um fato irreversível e a pandemia Covid inibe
extravagâncias.
O que assusta muito a quem pretende ser livre
é a volta a tempos de ditadura, censura, arbitrariedades e covardias.
Sim, covardias, é fácil perceber como parte da
“maioria silenciosa” se atreve a brandir palavras de ordem quando tudo indica a
dominação de grupos poderosos e dispostos a tudo.
A liberdade, a Democracia e a Justiça são
conquistas que merecerão aprimoramentos permanentes.
Aprimoramentos dependem de tolerância,
fraternidade, direito de pensar em voz alta sem medo de represálias.
Países violentos normalmente vivem sob padrões
religiosos, ideológicos, raciais e desprezo pelos povos estrangeiros.
Estudar sempre, procurar aprender e cultivar a
dúvida é a chave da evolução. Temos bons exemplos relativamente recentes, entre
os quais reverencio Michel Foucault (Foucault) , Hanna Arendt (Arendt) e Mário Vargas Llosa
(Llosa) .
Ética e coerência da pessoa idosa
Algo extremamente comum e desastroso é a falta
de sintonia entre o comportamento real e os códigos de ética e a moral,
juramentos, votos de todo tipo, diplomas, cursos etc.. Sem qualquer pudor as
pessoas juram obedecer a determinados padrões morais e muitos códigos de ética
nem sempre publicáveis para de imediato usarem os seus compromissos solenes de
acordo com as piores conveniências pessoais.
A incoerência depõe contra as instituições que
criam seus padrões éticos e em muitos casos, principalmente de empresas
comerciais e industriais, revelam má fé que ilude seus clientes. Essa forma de
agir já é evidente em muitos lugares invalidando a mídia pretendida, mas para
pessoas ingênuas é um marketing maldoso eficaz.
Filmes educativos e reportagens independentes
ou de boas emissoras mostram, para quem tem tempo de vê-las e gosto pelo
aprendizado mais desenvolvido, situações incríveis, até romances já apareceram
mostrando essa condição do ser humano.
As denúncias de corrupção no Brasil a partir
da Operação Lava Jato e outras revelaram empresas que orgulhosamente mostravam
compromissos morais fictícios, que desastre!
A falta de coerência natural do ser humano
obrigou inúmeras religiões a criarem rituais complexos e punições terrenas a
seus “fiéis”. O esforço de aprimoramento também gerou coisas tipo Inquisição...
O ser humano (Homo sapiens sapiens),
insistimos nessa locução substantiva (qualificativa?), chegou ao “animal que
pensa e sabe que pensa” após longo processo de desenvolvimento com explicações
que dependem de crenças religiosas e científicas [ (Homo sapiens),
(Criacionismo). Etc.]. Seu
comportamento de um animal eventualmente racional é compreensível, afinal ele
procura sobreviver, crescer e dominar. A incoerência em si mais cedo ou tarde
poderá ser conhecida, é o que vemos no desmascaramento de grandes organizações
religiosas que durante séculos tiveram o respeito de seus rebanhos.
Não devemos assumir a posição de juízes de um
tribunal tão complexo quanto o da moral e virtudes humanas, mas é importante
procurar padrões que nos deixem felizes e em paz com a nossa consciência.
Julgamentos e punições materiais são objeto do Poder Judiciário e seus
instrumentos de castigo. Onde temos religiões de Estado com até polícias para
fiscalização de comportamentos, roupas, bebidas, comidas etc. e aplicação de castigos eventualmente brutais
podemos avaliar o que é ditadura, fanatismo, conservadorismo. Onde a liberdade
existe, podemos errar ou acertar intuitivamente ou com os melhores propósitos,
aprendendo e evoluindo.
Regimes ditatoriais moralistas (geralmente
usando ideologias como desculpa), a pior espécie de ditadura, seguem ou impõem
a vontade de lideranças frequentemente absurdas, mas muito bem protegidas por
exércitos formais, puros mercenários, pois é difícil de acreditar que sistemas
judiciários e militares sejam tão primitivos quanto seus idolatrados chefes.
Nesse sentido os livros com os ensinamentos
dados por Michel Foucault ([org.],
Foucault - a coragem da verdade - O Governo de Si e dos Outros II), ([org.], Foucault
- a coragem da verdade)] são muito bons, pois esse
filósofo/jornalista/pesquisador procurou acima de tudo a verdade da existência,
ainda que quase propusesse a honestidade intelectual como um processo
religioso, radical. O resgate da escola Cínica e em especial de Diógenes Dion é
um atrevimento sadio num mundo mais e mais alienado. Aliás, é interessante
notar que nossa civilização migra da hipocrisia para o pragmatismo. Isso,
contudo, tem um tremendo custo. A alternativa pode ser a proposta Luc Ferry em
(Aprender a Viver - Filosofia para os novos tempos), principalmente se
entendermos que raramente seremos capazes de mudar a essência de nossos
sentimentos, inclusive a nós mesmos.
A aceitação da desonestidade é quase uma
virtude nesse mundo poluído acima de tudo por pessoas de má fé, extremamente
vaidosas, alienadas, mercenárias...
Procure conversar com estelionatários
refinados e sentirá a elegância adequada ao momento. Pessoas desavisadas serão
reféns de boas maneiras e vinhos melhores, mais ainda se tiverem lugares de
isolamento e lazer esplendoroso. A arma da sedução é semelhante à sexual.
Num país em desenvolvimento material e
cultural as fragilidades são imensas.
Aliás um diretor de uma multinacional
disse-nos há muitos anos passados que no Brasil comprava-se a lealdade de
pessoas estratégicas com uma garrafa de Whisky.
A postura incoerente pode ser ridícula.
Noutro momento ouvimos a frase de um
representante de uma multinacional de informática extremamente preocupado com a
forma de comer, o tipo dos alimentos etc., falando da corrupção ele
simplesmente disse “corrupção é uma forma de negócio”...
É até divertido perceber que muitos se
ofendiam se não queríamos entender a importância da camaradagem a qualquer
custo.
Um colega de escola, nome de uma termelétrica,
saiu irritado de um almoço porque sentiu que o custo do tempo e viagem não
valiam a pena.
Processos e métodos de venda podem ser
inerentemente suspeitos quando destacam ganhos excepcionais para o vendedor,
esquecendo o cliente.
Denunciar? Procuramos muitos caminhos, o
máximo que conseguimos foi uma reprimenda. Eventualmente registros inúteis.
Diante de tudo vemos extasiados os efeitos da
Delação Premiada (Brasil) e da Operação Lava Jato.
Isso, contudo, demandava um conjunto
harmonioso e multidisciplinar de pessoas de extrema honestidade, coragem e
competência. Agora nós, brasileiros, as temos.
Precisamos de honestidade e só com muita
coragem e capacidade de eliminar gradativamente comportamentos que denominamos
de corrupção[1] e submissão a interesses brutais de elites poderosas poderemos
construir um mundo melhor e sustentável.
Os interesses em torno das lógicas radicais
capitalistas e liberais (exploração sem limites do ser humano mais esperto
sobre o menos capaz) podem destruir a Humanidade, apesar de terem sido parte da
evolução e criação de soluções. O imperialismo explícito mostra até onde
grandes nações foram e vão na ânsia de poder, prestígio, lucros, defesa de seus
interesses, missionarismo etc.
Agora é tempo de repensar tudo, se quisermos
passar o século 21 com sucesso e evolução de todos os sobreviventes.
A Ética Universal, algo que um dia talvez
tenhamos consensualmente, não poderá ser submetida a contingências
oportunistas. Poderemos ter padrões orais adequados a ambientes diferentes, mas
a ética só pode ser única, à medida que vier a ser produto da razão subordinada
a uma visão metafísica da Verdade.
É doloroso constatar que na política,
comércio, no exercício da Engenharia, Medicina, Administração etc. encontramos
pessoas dizendo isso e fazendo aquilo.
As contradições chegam a limites perigosos
quando empresas, partidos e relações políticas, públicas e, ou privadas impõem
(O QUE É UM CÓDIGO DE ÉTICA?) códigos de ética explícitos ou discretos (até
secretos) contrariando a crença comum geradora do que poderíamos qualificar
como inegociável diante de leis maiores, tais como a Constituição Federal e
estatutos aprovados universalmente, mais ainda, a crença em Deus.
Entre mafiosos de toda espécie códigos
comportamentais, éticas criminosas estabelecem lealdades a qualquer custo.
A ONU/UNESCO, aproveitando um período de
excepcional “bondade”, tem criado estatutos, leis e padrões de alto nível
moral. São orientações de altíssimo nível ético, se entendermos o que se formou
a partir de grandes e bons filósofos e profetas como sendo uma base moral
realmente justa e necessária.
O amadurecimento da Humanidade viabiliza novas
propostas, como, por exemplo, Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS
(ONU) . As pessoas idosas
podem evoluir muito a partir de seus conhecimentos e compreender com mais
profundidade a importância da Sustentabilidade da qual serão favorecidas se a
participação ampla da sociedade avançar.
As origens e fatores de criação do
mundo moderno
As perturbações institucionais a partir da
criação de novos conceitos de formação de estados e governos com a geração de
propostas ideológicas laicas e radicalmente diferentes das utilizadas pelos
estados monárquicos e feudais foram equivalentes a muitas chuvas de meteoritos,
grandes terremotos, maremotos etc. sobre a cabeça dos seres humanos a partir do
século 18 de nossa era.; com certeza foi o resultado do crescimento do número
de pessoas em condições de ler, estudar mover-se pelos diversos cantos do
planeta e assim, em redes sociais primitivas, escaparem do controle dos
poderosos de plantão.
A Humanidade mudou, começou a se transformar
aceleradamente, inovando, retomando valores antigos e esquecidos, duvidando e
procurando novas soluções terrenas para seus problemas, um comportamento que na
civilização ocidental estagnara com a preocupação radical de conquistar algum
paraíso após a morte e no terrorismo criado por exércitos de fanáticos e
submissão de nações inteiras a lideranças conservadoras.
A estruturação monárquica, feudal e clerical
dos países europeus mais desenvolvidos era um obstáculo severo ao progresso
intelectual. A prioridade determinada pelas crenças e seitas era a construção
de templos, monastérios, ambientes públicos, discretos e secretos de discussões
semânticas e filosóficas. Isso significou um atraso fatal diante de invasões de
outros povos assim como o desprezo pela construção de cidades e nações
saudáveis.
Critérios da Idade Média fizeram lindíssimas
catedrais e cidades cheias de templos, mas significaram a exposição de seus
habitantes a pragas, endemias, epidemias e à violência de outros povos que
lutavam por espaços vitais aqui na Terra.
As mudanças de comportamento e cenários
diferentes merecem estudos minuciosos, agora com muitos recursos de análise. Um
fator decisivo na História do ser humano foi, é e sempre será o padrão de clima
e topografia existe, base de mudanças permanentes. Vale, por exemplo, pensar no
que era a superfície terrestre há dez mil anos. Existindo h três milhões de
anos, a espécie humana deve ter superado mudanças colossais. A diferença em
relação aos tempos atuais é a fragilidade física e comportamental, a
interdependência que cruza oceanos e a criação de centros extremamente
concentrados de pessoas.
O que podemos imaginar para tudo isso se a
Terra der um rearranjo qualquer?
A divisão rígida da sociedade humana em
classes permanentes, modificando continuamente à força bruta fronteiras de
domínio de dinastias (o povo “pertencia”, era parte das propriedades dos
poderosos) era a regra entre seres humanos que nunca contestavam quem pudesse
dominar tropas e sacerdotes. Isso é uma condição de sobrevivência de uma
espécie de vida eventualmente racional e que tinha instintos de organização
semelhantes às alcateias e famílias de feras que vagavam pelos campos,
florestas e savanas.
A natureza humana é isso e tem sido objeto de
estudos mais e mais detalhados de especialistas. As teorias de Charles Darwin,
Sigmund Freud e outros e a constatação de que mudanças rápidas podem acontecer
por acidentes, guerras doenças, mas os principais fatores de mudança política
entre seres humanos já intelectualmente capazes foram as revoluções dos meios
de comunicação e as guerras, destruindo, substituindo e dando motivações para o
desenvolvimento técnico acelerado e mudanças institucionais.
O crescimento da população em condições de ler
e escrever foi, com certeza, o principal fator revolucionário, assim como
períodos de penúria e desespero.
A vida lastreada em instintos primários e
pregadores oportunistas até a invenção de Gutemberg e as pregações e Martinho
Lutero deu lugar ao sonho da Democracia, à Liberdade, Fraternidade, Igualdade,
Justiça e valores tão nobres que se colocaram sob a denominação de Direitos
Humanos e similares. Pode-se dizer que eram sentimentos oportunistas, mas,
inequivocamente e infinitamente mais nobres que os precedentes.
A Revolução Industrial quando aconteceu tinha
a base intelectual necessária e suficiente para a criação de novos valores.
A visão metafísica que se desenvolveu entre
dois e três milênios passados prometendo benefícios após a morte deu lugar à
vontade de viver antes do cemitério, algo que só as elites mais instruídas e
espertas mantinham. O povo acordou!
A soberania do cidadão comum era desprezada tacitamente.
A ignorância quase absoluta da população em geral e a concentração hereditária
de riquezas e tropas especiais e sob comando de quem lhes pagava e convencia
submetiam os povos (isso ainda existe, mas enfrentando coisas “assustadoras”,
tais como os sistemas de comunicação alternativos) a vidas ao gosto e violência
dos senhores da terra, das armas e almas.
As revoluções de fato começaram muito antes.
Profetas e filósofos da era clássica da História da Humanidade (com “H”
maiúsculo) formaram a base das mudanças mais recentes. As dificuldades de
registro e transmissão de ideias eram barreiras colossais, algo que só começou
a implodir (é bom repetir) com Gutemberg e na sociedade cristã com Martinho
Lutero. A Reforma propondo o estudo pessoal da Bíblia estimulou a
alfabetização, assustando o clero tradicional e mudando radicalmente o
potencial de transformação.
Matar fisicamente qualquer ser vivo não é
difícil. Pensamentos, culturas, convicções são decisões íntimas e facilmente
desenvolvidas sem percepção dos poderosos; quando têm informação suficiente
tornam-se, eventualmente, forças avassaladoras. Ou seja, não se destrói ideias
com a violência física. Isso entre nós, humanos, foi essencial à nossa
evolução. Passo a passo a Humanidade criou, padeceu, sofreu muito para crescer.
O desafio no século 21 é mais sofisticado,
pois já chegamos a níveis elevados, com fortes oscilações...
Chegamos a padrões de existência
insustentáveis e à percepção da nossa fragilidade diante da Natureza, para onde
vamos?
Temos aí o desafio de novas visões éticas e
morais, quais?
As crianças, os jovens, os adultos e
as pessoas idosas
A família é a principal base de formação de
caráter e vocações de qualquer pessoa. Quando pensamos em Ética devemos de
imediato e prioritariamente pensar nos efeitos de nossos padrões de
comportamento na cabeça de nossos filhos, que serão radicalmente afetados pelos
seus pais. Construir e manter um ambiente familiar saudável é sinal de respeito
e amor aos filhos, o resto é ridiculamente pouco eficaz.
Um absurdo comum e trágico é a inconsciência
de mães e pais em torno de suas responsabilidades. As crianças aprendem vendo,
ouvindo, sentido seus familiares. Os exemplos criam comportamentos, muito mais
do que palavras formais e chavões clássicos.
A alienação é visível de diversas formas, os
resultados vão aparecendo ao longo da vida. É fácil perceber e até avaliar os
filhos pelos efeitos na ordem cronológica de nascimento. Tudo exige um processo
de paternidade e maternidade responsáveis. Crianças não podem ser tratadas como
se fossem brinquedos à disposição dos pais, pior ainda, seres intrusos em casas
ricas ou pobres, mas frias e desumanas.
Com certeza cada ser humano é único, mas todos
trazem em si cargas genéticas e softwares embutidos em sua cabeça desde o
nascimento. O processo natural é tal que a diversidade é provocada desde a
concepção e a facilidade de produção contínua de milhões de espermatozoides a
partir dos machos. Prever combinações é impossível diante dessa dinâmica reprodutiva.
Se a formação inicial do ser humano é alheia a
planos familiares, a educação não o é, ao contrário, é decisão dos responsáveis
pelas crianças (família, sociedade, governo).
As crianças existem a partir da vontade dos
seus pais e não o contrário. A geração de filhos significa o comprometimento
integral em relação à vida de pessoas que serão o que seus pais quiserem,
evidentemente com todas as singularidades que a Natureza esconde e os efeitos
de acidentes, incidentes, amizades, escolas etc. proporcionam.
Compete à família orientar, dar exemplos,
mostrar caminhos, acima de tudo: EDUCAR.
Frequentemente alheios às vontades familiares
outras lideranças aparecem subvertendo completamente os ensinamentos
familiares. Especialistas em engajamento político, religioso e até esportivo
facilmente cooptam as crianças e principalmente os jovens para causas
eventualmente prejudiciais a esses futuros adultos.
Podemos ver nos noticiários o resultado de
pregadores alucinados e criminosos, formando batalhões de jovens assassinos.
Essa sempre foi a realidade em todos os povos, algo primitivo que ainda pesa na
mente universal humana.
A vigilância dos pais e mestres mais saudáveis
é essencial para se evitar fanatismos mortais ou simplesmente mediocrizantes.
Estamos em tempos de mudanças aceleradas,
todos os cuidados são poucos diante de influências que aparecem de diversas
maneiras dentro do lar, quanto mais nas ruas e escolas da vida.
Podemos e devemos cobrar responsabilidades, de
quem?
Os desafios de sobrevivência mudam constantemente,
será que todos estão conscientes de suas responsabilidades? Os tempos estáveis
não existem mais, se é que em alguma época duraram muito. A Humanidade sempre
viveu em guerras e conflitos locais, tribais, nacionais, coloniais, etc.
O processo educacional deve ser atento às
muitas fases da vida, mas pode educar mal pessoas que esquecem, a partir de uma
formação equivocada, o que é ser adulto, ter responsabilidades e disposição
para trabalhar, cuidar dos filhos, viver em sociedade, ou seja, continuar a
missão de existir.
Teorias e consultores normalmente procuram
focar padrões nem sempre realistas. “Especialistas” ganham notoriedade e
dinheiro inventando fórmulas mágicas. A intuição pode valer muito mais do que a
leitura de uma biblioteca especializada.
Com certeza a humanidade ainda precisa avançar
muito no conhecimento da mente humana e nos processos educacionais. Felizmente
a cultura universal se enriquece diariamente e sabendo pesquisar poderemos
descobrir preciosidades inacessíveis há poucos anos graças ao potencial da WEB
(World Wide Web). Ainda recentemente pudemos ver preciosidades entre as quais
podemos destacar uma entrevista com o genial Dr. Carl Jung (C. Jung) que
simplesmente resumiu muito do que acreditamos. Lamentavelmente muitos filmes que
colecionamos em blogs acabam sendo excluídos pelos donos do direito de
exposição, o capitalismo intelectual é a pior forma de exploração do
conhecimento humano...
A vida se desenvolve em etapas, do bebê ao
idoso passamos por períodos com relativa estabilidade psicológica e
intelectual. Com certeza é na puberdade que explodimos por efeito de glândulas
e desafios monumentais. As transformações são enormes e podem neutralizar anos
e anos de convivência em família, pois nessa época, além dos hormônios aparecem
os pregadores, os missioneiros que pretendem aumentar seus rebanhos, custe o
que custar, isso sem falar nas turminhas de amigos e inimigos que marcam essa
fase da vida.
Países tão atrasados quanto o Brasil oferecem
um cenário desolador para os jovens de famílias sem muitos recursos. O Ensino
Fundamental[1] é precário e as ruas o espaço de cooptação do crime organizado.
Lamentavelmente ainda estamos na cultura maniqueísta e pouco sensível à
importância da Educação, lideranças nacionais preferem a violência policial.
Os educadores, por sua vez, precisam ter
cuidados especiais e capacidade de compreender suas próprias fragilidades,
convicções e vontades. O jovem é alvo perigosamente fácil de extremistas de
qualquer espécie e quando adulto poderá ser o que lhe for ensinado nesse
período de imaturidade, inexperiência, de falta de malícia de um mundo que se
fosse tão bom quanto cada povo acredita ser não teria mostrado tantas
monstruosidades nesses últimos tempos.
Do jovem para o adulto precisamos ensinar a
pensar, a ter raciocínio crítico e capacidade de formar uma visão ética que lhe
seja necessária para sobreviver com felicidade e vida saudável.
Os mais velhos normalmente têm padrões
consolidados em tempos remotos e absolutamente anacrônicos em relação ao que as
crianças, jovens e futuros adultos enfrentarão.
Obviamente existe a ética religiosa, que
ensina a submissão total a figurino milenares e promete recompensas eternas
após a morte.
Quantos jovens desperdiçam sua época de
amadurecimento em salas fechadas decorando bíblias...
O terceiro milênio da era cristã poderá e
deverá trazer desafios imensos.
A Humanidade estará preparada para
enfrentá-los? Educamos nossos descendentes para resistir e sobreviver?
A proposição de um modelo ético inteligente e
ajustado a esse mundo absolutamente novo é fundamental e se resume em poucas
palavras: fraternidade, liberdade preparação para aproveitamento de
oportunidades sadias.
Lamentavelmente descobrimos adultos chorando
limitações que não existem a quem está disposto a trabalhar, estudar, enfrentar
as dificuldades da vida. Com certeza todos carregam suas limitações que devem
ser vistas como desafios a serem superados.
É gratificante lembrar quando envelhecemos as
barreiras que enfrentamos e vencemos. Ser fraco é uma opção de vida, não uma
condição limitante. A força está na teimosia, na determinação, na coragem de
suportar até humilhações, mas ir em frente.
Viver é subir montanhas, para isso devemos ter
nosso catecismo pessoal, singular, atento ao que queremos e devemos fazer.
Assim nascemos
Nascemos e crescemos na rotina da vida
infantil e juvenil sabendo que seremos adultos, sempre mais fortes e completos.
E quando envelhecemos? Com certeza ninguém duvida da perda gradativa dos
atributos do adulto saudável que talvez tenhamos sido, mas isso é fácil?
Os problemas começam pelos riscos do
aparecimento de doenças graves, sequelas de acidentes, vícios e até
hereditariedade. A rotina eventualmente dura da existência distrai e nos deixa
despreparados (inclusive financeiramente) para o s tratamentos demorados, caros
e talvez inúteis. Precisamos saber, mas a questão é onde, como, quando, quanto
podermos gastar, quem consultar, acreditar em quê?
Soluções aparecem exponencialmente,
principalmente para aqueles que vivem próximos a centros médicos e se
prepararam para essa fase da vida. Planos de Saúde, Previdência, orientações
adequadas e até o apoio da família são importantíssimos nessa fase da vida.
Lamentavelmente a sociedade política não é
coerente e assim sempre estaremos expostos a surpresas. Pior ainda serão as
tragédias, acidentes, epidemias imprevisíveis, cataclismos etc.
A Natureza é soberana e os políticos
suficientemente voláteis para sempre saberem nos enganar.
Diariamente podermos saber de episódios
dantescos afetando a vida da humanidade, nesse contexto os mais afetados são
normalmente pessoas fragilizadas, com deficiência(s), ignorantes do que possa
acontecer e fazer.
Em termos de Engenharia, Arquitetura e
Urbanismo os problemas são absurdamente severos em países subdesenvolvidos.
Se a Medicina é um desafio, as ciências
consideradas “exatas” podemos e matam, agravam deficiências, humilham as
pessoas idosas, gente que até pode ter sido responsável pelas decisões
macabras.
Materializando detalhes e padrões temos as normas
técncias, um instrumento que deveria ter força de lei. Leis existem em profusão
assim como estatutos, cartilhas e até cursos. No Brasil falta, contudo, a
atuação enérgica do Poder Judiciário e seus instrumentos de apoio.
É importante lembrar que a quantidade de
pessoas poderosas em condições de fazer e obter a excelência do mundo aumenta
constantemente, deixando aos deserdados as migalhas de seus caprichos.
Maldosamente até as desgraças dão lucro...
No Brasil estamos pagando um preço
elevadíssimo por efeito de vícios crônicos e comportamentos criminosos. A
corrupção, a omissão, o medo de falar, o egoísmo exagerado, ambições ilimitadas
e muito mais formaram uma poção venenosa capaz de permitir ambientes e
situações impossíveis de vida tranquila, principalmente para as pessoas idosas.
Devemos e podemos pensar e colocar propostas
para cada fator de agravamento da vida humana em nossa terra, um país que
deveria ser rico e saudável.
Exemplos?
A má Engenharia tem causado tragédia
inacreditáveis como as aquelas que aconteceram em Minas Gerais, onde Brumadinho
foi o modelo perfeito da gerência mafiosa incompetência técnica. Foram
necessárias diversas desgraças para que agências reguladoras, ministérios
públicos e tribunais reagissem, ainda que tardiamente.
É importante lembrar que obras malfeitas podem
levar dezenas de anos para se desmancharem ou caírem imediatamente, tudo será
consequência de situações circunstanciais e dos erros cometidos.
Nesses
últimos anos o crime organizado cresceu, temos regiões sob controle de milícias
e quadrilhas. O número de assassinatos assusta além daqueles que se tornaram
pessoas com deficiência por efeito de tiroteios. Lamentavelmente no Brasil não
aplicamos a pena de morte e paralelamente falta dinheiro para creches, escolas,
hospitais e, obviamente, penitenciárias de segurança máxima.
Precisamos de soluções emergenciais e as
eleições de 2018 mostraram que nosso povo quer desesperadamente mudanças.
Mudanças que parecem frustradas...
Naturalmente projetos de médio e longo prazo
deverão considerar seriamente a presença das pessoas idosas, mais e mais
numerosas e despreparadas para os desafios do século 21.
Nisso tudo a atuação do Poder judiciário será
decisiva, mais ainda se os processos forem ágeis e consequentes, justiça lenta
é lenda.
Algo assustador é perceber que a Humanidade
reage à mídia esquecendo seus efeitos sobre as pessoas idosas que custam caro e
parece perderem prioridade.
O pesadelo das mudanças climáticas aparece com
violência e até essa questão desliza em demagogias e conveniências discretas,
ocultas, maldosas.
O Comportamento da pessoa idosa
Acima de tudo o que realmente incomoda e
prejudica é a aceitação de “ser pessoa idosa”. Isso constrange principalmente
quando a vaidade é imperativa e pode ser motivo de acidentes, doenças, lesões,
enfim, do agravamento ou redução da expectativa de vida.
Precisamos, portanto, ter consciência de que a
“terceira idade” é o período em que estaremos reduzindo gradativamente nossas
habilidades, potenciais e vitalidade. É importante ter orientações
profissionais e ser habilíssimo na autocrítica, o que é muito raro.
A incapacidade de autocrítica sadia é o
principal pesadelo no relacionamento entre amigos e amigas assim como fator de
risco de acidentes.
Com facilidade tornamo-nos ranzinzas,
arredios. O isolamento pode dizer muito, bons psicólogos sabem cuidar dessa
condição humana. O que é uma doença poderá criar inúmeros desafetos antes de
ser objeto de atenção objetiva. É extremamente desagradável sentir que erramos,
muitas vezes ofendendo amigos de muitos anos.
Devemos criar hábitos de convivência
seletivos, sob o preço de sofrermuito quando os amigos e amigas falecem ou
simplesmente adoecem antes da gente. É triste, mas viver muito significa perder
amigos e amigas, parentes, pessoas que admiramos...
Mais cedo que todos nossos pais nos deixam. A
lei da Natureza é essa e assim deve ser entendida. Seria extremamente trágico
se as pessoas não resistissem à morte de entes queridos. A renovação da vida é
um processo fantástico quando amamos as crianças, cuidamos delas, educamos,
zelamos pelo futuro dessas sementes que podem vir a ser maravilhosas.
Sempre é bom notar que as cidades brasileiras
mal consideram as dificuldades da pessoa idosa, pior ainda, em nosso país
criamos o império dos motoristas e de pilotos e usuários de outros veículos.
Sentimos duramente que urbanistas não se interessam com as limitações das
pessoas fragilizadas, a prioridade é, geralmente, estética.
Nossos artistas urbanos ganham fama pelo que
produzem e agradam turistas. É interessante lembrar que agimos assim, viajamos
para admirar o que é bonito, não importa para que tudo o que gostamos de ver
foi feito, de que jeito e quanto custaram.
Nos capítulos que seguem seremos mais
precisos, pois o comportamento de uma pessoa idosa é o resultado de tudo o que
aconteceu com ela mais heranças clínicas, genéticas, culturais etc.
Inclusão e segurança
A aceitação da pessoa idosa em qualquer
cenário social é um desafio que reflete o grau de desenvolvimento cultural e técnico
de qualquer sociedade. O Brasil ainda é um país jovem e isso define a situação
dos mais velhos, ainda um contingente minoritário, exceto, talvez, em
balneários onde a população das pessoas aposentadas e envelhecidas cresce
continuamente. Nesses lugares a infraestrutura tende a se aprimorar pois as
pessoas mais velhas que para lá se mudam normalmente têm conduções e
necessidade de muitos serviços.
Pessoalmente percebo a tremenda incapacidade
das pessoas mais jovens e até de gente envelhecida (e saudável) na percepção
das limitações possíveis de um idoso com deficiências. Sofrendo um processo
acelerado de perdas sensoriais e até, mais lentamente, intelectuais.
Vivo o pesadelo da aceitação respeitosa até de
pessoas amigas. É muito difícil para outros adultos entenderem de doenças que
não têm, patologias raras. Explicações tornam-se inúteis quanto o(s)
interlocutores também passam por dificuldades parecidas. A conversa termina com
os amigos e amigas mudando de assunto rapidamente, escapando do esforço da
compreensão e até da possibilidade de maiores e orientações recíprocas.
A inclusão da pessoa idosa pode ser precária e
até agressiva quando a incompreensão é maior do que a tolerável.
Note-se que restrições não previstas deixam as
pessoas deprimidas, irritadiças, desagradáveis. A surdez, por exemplo, induz o
ser humano a falar mais alto. No sentido inverso os alertas para baixar a voz.
Resultado: a conversa fica impossível.
Isso é, felizmente, superável com o tempo.
Gradativamente nos ambientes mais amigos ganhamos espaços. Conversar é
importante assim como o silêncio é de ouro.
Alguns casos são piores, pois não demonstram
detalhes e a impressão de todos é a de que as limitações da PcD Idosa é culpa
dela, afinal teria condições de resolver seus problemas.
Um exemplo clássico é a surdez, com inúmeras
alternativas e composições intelectuais, clínicas etc.
A queixa de todos é a de que a pessoa com
deficiência auditiva deve suar aparelhos de surdez. Lamentavelmente isso nem
sempre funciona, principalmente em ambientes ruidosos. O ideal seria andar com
microfones especiais e fones de ouvido, isso não seria ridículo?
Fazendo exames para avaliação tive a
desagradabilíssima a conclusão da médica: eu não colaborei com ela. Precedendo
esse momento triste, a procurar um especialista em tinitus atendeu-me com
incrível má vontade. Pessoalmente não entendera nada da reserva de horário e
comentei (em voz alta, padrão surdez) que deveria existir algum equívoco. A
doutora certamente ouviu e não gostou. Virei boneco com ouvidos nas mãos dela.
A perda de visão também cria limitações graves
quando não se enquadra em padrões clássicos, tão rentáveis àqueles que clinicam
e vendem próteses.
Resumindo, nessa fase da vida perdemos o
vigor, agilidade física e intelectual e capacidade sensorial, tudo isso
agravado pela fragilização geral. Passamos a depender demais das autoridades
planejadoras e decisoras. As limitações poderão condenar a pessoa idosa à
solidão da auto- reclusão.
A segurança piora muito, e pode ser de
repente, após algum acidente ou agravamento da saúde. É assustador perceber que
é perigoso até brigar. Passamos a depender de uma coleção de remédios que, por
sua vez, causam outros problemas.
Isso tudo exige autocrítica, saber viver, não
atrapalhar, procurar alegrias e formas de passar o tempo.
É até estranho, à medida que a vida se esgota
parece-nos sobrar tempo...
A segurança é essencial para qualquer
atividade. Qualquer descuido poderá custar caro, tenebrosamente as cidades em
seus ambientes externos pioraram muito. A criminalidade, erros de urbanismo,
manutenção inadequada, falta de percepção para aqueles que andam é grave.
Temos batalhado para que isso mude via LIONS,
principalmente.
Exclusão inercial
Algo intrigante é perceber que até entre
organizações dedicadas à defesa das pessoas com deficiência a ignorância das
condições de acessibilidade e inclusão são desprezadas. Principalmente para PcD
intelectual, auditivo e até visual não se prepara sistemas capazes de
complementar a comunicação.
Apesar da tecnologia oferecer inúmeras oportunidades
de comunicação e acesso até em instituições ricas que pretendem defender as PcD
no Brasil não raciocinam em preparar ambientes, recursos de apoio, tradutores
Libras, mídia digital etc., para a integração de todos aos cursos e debates que
promovem. Isso por si só é extremamente constrangedor e explica a ausência
desses ambientes de representantes de outras organizações de mobilização de PcD.
Os idosos, por exemplo, que gradativamente vão
perdendo acuidade sensorial e intelectual além de sofrerem com lesões e
restrições motoras não existem.
No Brasil, até em eventos como a REATECH
[(Cascaes, Problemas e soluções técnicas e comportamentais - a XI ReaTech),
(ReaTech)] percebemos a alienação impressionante em relação a seus
frequentadores.
Temos lideranças nacionais superadas que
demoram a perceber a amplitude de suas bandeiras.
No Brasil vivemos um período de gravíssima
pobreza comportamental, indigência técnica e outras coisas que preferimos não
comentar.
A exclusão é a regra e todo o discurso parece
acontecer ao gosto de lideranças institucionalizadas e alienadas, ou
incompetentes.
Chegamos a situações absurdas como, por
exemplo, representando uma instituição dedicada a pessoas com deficiência
visual fomos impedidos de filmar para colocação em blog uma reunião de uma
comissão dedicada às pessoas com deficiência(s)
(Cascaes, O direito de registrar para informar).
Na área de Urbanismo o problema é gravíssimo.
Curitiba tem tradição e muitos de seus
profissionais conquistaram seus diplomas nas escolas locais. Resultado, a
idolatria em relação ao que foi realizado no meio do século passado até hoje.
Existe uma resistência radical a ajustes que a cidade precisa fazer para
garantir mobilidade, segurança e conforto a seus habitantes. Como os projetos
são feitos internamente à Prefeitura não passam pelo crivo de concorrências
cujos editais não poderiam omitir o respeito à legislação pertinente.
A execução de trabalhos internos evita a
exposição e competição, sustentando diretrizes erradas.
Não podemos também desprezar certos vícios
comportamentais, fruto, acima de tudo, da mídia promocional da cidade. Assim a
vaidade e a empáfia de muitos profissionais espantam.
A evolução de tudo que deriva das primeiras
teses em relação aos Direitos Humanos agora chega ao respeito universal, a
todos os seres humanos, sendo essa a real e imensa prioridade humanística.
Infelizmente outras teses funcionaram como contaminação de uma epidemia
comportamental extremamente prejudicial a todos nós.
O imenso contingente de pessoas com deficiência
e seus parentes e amigos e amigas precisam ter consciência de que não se pode
fazer concessões em relação à dignidade humana, à inclusão e universalização de
direitos e deveres. Devemos criteriosamente estabelecer espaços especiais e,
também, mister dar exemplo de boa conduta.
Principalmente promotores de eventos dedicados
à PcD, idosos, etc. precisam ser criteriosos na preparação de todos os recursos
e condições de participação de pessoas que deles participam. É constrangedor
fazer um grande esforço para não ter resultados...
Saúde
Com certeza a saúde e causa e consequência da
vida que escolhemos ter, ou melhor, daquela que herdamos. Não escolhemos,
recebemos por genética a principal base de nossa existência. Além disso a saúde
física e mental será o que resultar de ambientes sociais, educativos,
acidentes, tragédias, cuidados familiares, escolares etc.
Somos o que um coquetel de circunstâncias
produziu.
Pessoalmente sei que tudo foi muito
importante.
O fato é que agora vivo em tratamento
constante e daí a necessidade de muitos medicamentos, exames, cuidados e
embaralhamentos. Certamente é uma situação complicada, mais ainda por misturar
remédios.
Irritante é sentir que tudo é feito sem
consideração pelas necessidades das pessoas idosas, fragilizadas, com
deficiência(s). existe muito pouco a favor de que envelhece, mais ainda
lembrando que diariamente acordamos com limitações maiores. Arquitetos,
projetistas de toda espécie, engenharia de segurança, defesa civil etc. dormem
em seus diplomas.
Pensar dói e mudar, evoluir, estudar, aprender
é um ato desgastante para muitos profissionais.
No século 21 a humanidade adquire novos
padrões físicos, intelectuais e mais doenças.
Meu caso é um bom exemplo, tratando de muitas
doenças e com inúmeras sequelas de acidentes sofri nestes últimos três anos
dezenas de quedas, batidas com a cabeça, torções etc. naturalmente com 75 anos
já não tenho a capacidade de recuperação de algumas décadas passadas. O que
noto, assim, é a importância de tudo o que frequento, uso, estou sujeito. Como
me defender?
O fundamental, acima de tudo, é viver e fazer
o que for possível. Não adianta nada ficar triste com o que acontece. A alegria
é remédio.
De modo geral precisamos planejar ações de
socorro. Em nossos bolsos e bolsas seria prudente levar listas de telefones e
outros recursos de comunicação. Por exemplo: planos de saúde, seguro, amigos,
hospitais, médicos, SOS ambulâncias, policiamento, bombeiros etc.
Felizmente recursos integrados a celulares
oferecem tudo isso, mas eles são atualmente o primeiro objeto a ser roubado ou
furtado. O ideal seruia algo semelhante dedicado exclusivamente à segurança.
Outra forma de segurança é prender objetos ao
corpo, obrigando os bandidos a perderem tempo que rendo retirar da gente o que
desejam.
No Rio de Janeiro alguns amigos me diziam para
levar o dinheiro do ladrão. Assim rapidamente iriam embora.
Quem usa automóvel precisa pensar muito.
Poderá estar simplesmente facilitando e atraindo bandidos piores, e um balaço
se não mata cria sequelas terríveis.
Sempre sou alertado quando pretendo usar o
transporte coletivo urbano mas os piores casos de roubo e acidentes aconteceram
com meus familiares dirigindo automóveis ou simplesmente na condição de
passageiros.
Tenho sequelas antigas que apareceram de
diversas formas agravando substancialmente minha qualidade de vida.
Tristemente a mídia do carro é esmagadora
tonando infelizes aqueles que não os têm. Ao contrário do cigarro não temos
leis e compromissos que eduquem pagas pelos fabricantes desses veículos que
agora sofrem pressão dos ambientalistas.
E a partir de dezembro de 2019 surge o
coronavírus.
Nossas autoridades nacionais e internacionais
demoraram a reagir de forma eficaz a essa epidemia. As principais vítimas,
pessoas idosas, debilitadas e crianças não entendiam o que acontecia...
Remédios – exames – cuidado
Um pesadelo com efeitos nem sempre evidentes é
a necessidade de tomar medicamentos que criem sequelas e conflitos quando
administrados juntos. Saber o que isso possa representar é importantíssimo para
se evitar complicações e até condições fatais.
Pessoas com problemas cardiovasculares
precisam de tratamentos permanentes e se outras doenças surgirem, o que evitar?
Sendo usuário de muitos medicamentos sinto a
importância de saber como proceder.
Inúmeras vezes precisei avisar quem me atendia
para problemas que não tinha até surgiram após e com o tratamento recomendado
pelo especialista.
Imagino que essa questão é passível de
pesquisas e aplicativos que salvarão vidas.
Devemos insistir em estudos físico – químicos.
Limiares – autocrítica
Talvez algo que mereça muito maior atenção é o
conhecimento honesto e responsável de suas próprias limitações. Inúmeros
acidentes acontecem porque pessoas desafiam suas idades e deficiências
colocando em risco a vida de outras pessoas.
Como perceber nossos limiares (Limiar de tolerância de dor à pressão, estilo de
vida, força muscular e capacidade funcional em idosas com sarcopenia) e de pessoas queridas?
Naturalmente somos senhores de nossos
destinos, e o futuro dos outros, inclusive daqueles que dependem da gente?
Pessoalmente senti os efeitos de acidentes que
continuam a acontecer, o resultado é agora um processo de lesões sensoriais que
se agravam rapidamente. Há alguns anos parei de dirigir automóvel o que reduziu
muito minha condição de mobilidade e recentemente limitações severas para
leitura e audição.
Com certeza tudo isso implica em necessidade
de parar de fazer coisas que me empolgavam. Difícil é explicar pois
externamente pareço normal, inteiro.
O cérebro, contudo, apesar de recuos
respeitáveis ainda me permite escrever esse livro usando teclado maior e
monitor grande. Graças à tecnologia aplicada posso existir socialmente.
De que forma avaliar limitações?
Antes de mais nada conhecer e estudar lógicas
de seguran,a, exercer a autocrítica, ter bons paradigmas e procurar existir
explorando inteligente o potencial pessoal.
O que intriga, contudo, é tudo o que a ciência
não explica.
Pessoalmente eu me senti um ser protegido,
inúmeras vezes tudo aconteceu de forma correta e diferente. Em minha vida
profissional, principalmente, creio que fui protegido pelo meu pai, um
excelente eletricista e pessoa responsável, sempre atento às necessidades de
sua família ampliada perla mãe viúva, irmãs (principalmente), parentes afins e
nós.
Aliás minha vida de estudante foi o resultado
do esforço deles para que eu estudasse.
Pessoalmente não sabia o que queria.
Vivia meus conflitos, desejos, dúvidas típicos
de uma criança e jovem que amava pensar...
Segurança – atitudes
Nada é mais importante do que a consciência de
nossas limitações. Precisamos reaprender a andar, vestir-se, tomar banho,
viajar, falar, ouvir, viver em casa, se necessário trabalhar etc.
Normalmente não percebemos o que somos e o
resultado pode ser uma coleção de acidentes reincidentes intermináveis
Agravando tudo a vaidade pessoal. Raramente o
ser humano admitirá que perdeu agilidades, conhecimentos, competências. Isso é
extremamente perigoso no trânsito, por exemplo. Um veículo motorizado
normalmente pesa centenas de quilos que somados ao volume e peso dos
passageiros significará muita energia ao se deslocar.
Vícios agravam tudo, e como dizer para alguém
viciado que deverá tratar-se?
A Terceira idade pode ser maravilhosa, desde
que a pessoa saiba vive-la. A
continuidade da existência dependerá muito da tecnologia, desde arquitetura e
design até os famosos medicamentos e tratamentos. Sorte de quem tiver o apoio
de bons médicos.
Pessoalmente estou surpreso com a frequência
de tombos, quase mensais.
A pessoa idosa também tem um potencial
altíssimo de provocar acidentes. Incêncdios são comuns em asilos, por exemplo.
No trânsito pior ainda pois quase diariamente descobriremos tragédias causadas
por pessoas inabilitadas a dirigir.
Para a pessoa idosa vale a expressão “não
mate, não morra” lembrando que todos após uma certa idade não poderão alegar
ignorância.
Além das quedas tornou-se rotina bater do a
cabeça, derrubar coisas, esbarrar etc. falta consciência em geral e convicções
sadias de nós por nossa vontade e vaidade.
Divirto-me pensando na roupa que deveríamos
usar, mas a verdade é que, naturalmente, podemos e devemos vestir para chamar a
atenção de motoristas e daqueles que podem-nos ajudar.
Lamentavelmente a violência cresce e se
aprimora. Esse é um complicador tenebroso. Antes de sair de casa precisamos
pensar muito nos roteiros, roupas e valores que transportaremos.
Qualquer descuido os bandidos aparecem que nem
mel sobre açúcar.
De tudo teria histórias para contar, alguma
hilariantes.
Tristemente os administradores públicos e
legisladores não se preocupam com os pedestres. Esse não é um problema que
sintam em sua plenitude. O político faz é usar veículos especiais com
motoristas. Eles sabem o que é caminhar pela cidade? E se andarem geralmente
serão acompanhados por seguranças e assessores...
Tudo isso mostra a situação das pessoas mais
humildes, não têm proteção, sofrem todos os tipos de violência. É estarrecedor
conhecedor e testemunha das mazelas do povo trabalhador é desumana. E dizemos
que somos cristãos...
Basta comparar as festas. Gastar para auto
bajulações, luxo, fantasias, uniformes, medalhas, honrarias é justo. Para as
ações sociais, migalhas, brioches.
O Brasil tem exemplos escabrosos de omissão
social. Pessoas com deficiência(s), adoentadas, crianças e todos que não fazem
parte de nossas elites formais precisam enfrentar situações humilhantes, com
certeza muito disso da cultura escravocrata, racista, cortesã e alienada que nossos
ancestrais trouxeram de países que existiam nas piores condições. Os imigrantes
miseráveis criaram riquezas a partir de lógicas antigas.
Ser brasileiro significa ter a imensa
responsabilidade de corrigir vícios e aprimorar virtudes que temos para a construção
de uma grande nação.
Limiares – autocrítica
Saber de si e quando desistir, parar, mudar,
procurar outras condições de sobrevivência é o maior desafio do envelhecimento.
Normalmente isso acontece em casos extremos quando alguma situação grave, doença
ou perda sensível acontecer.
Os rituais de passagem no processo de
envelhecimento acontecem com a aposentadoria, menopausa e andropausa, doenças
típicas ada idade avançada, o surgimento dos netos etc. São numerosos e por
isso podem ser despercebidos.
De qualquer jeito tudo muda, tudo se
transforma, o relógio da vida avança inexoravelmente.
Envelhecer também oferece riscos
significativos.
Precisamos evitar acidentes, doenças e
vexames, essa é a forma ideal de se evitar incidentes e acidentes.
Decidi parar de dirigir automóvel quando notei
que minhas limitações já eram insuportáveis. Nada impediu, contudo, que
acidentes maiores tivessem acontecido. O pior é que os exames para renovação de
licenças para motoristas são precários. A quantidade gigantesca de pessoas
motorizadas inviabiliza testes maiores. Devemos ser nossos sensores.
Em casa os cuidados precisam ser redobrados.
Elegemos e mobiliamos nossas residências em tempos mais favoráveis.
Gradativamente tudo o que fizemos tende a ser no mínimo algo não otimizado para
a velhice.
É importante entender que qualquer acidente
poderá degradar muito a vida restante. A juventude passou, estamos sendo
idosos, em condições de fragilidade crescente e passíveis de termos
deficiências graves, assim como novas doenças.
A tecnologia vem a favor dos mais jovens que
certamente terão maiores condições de sobreviver com dignidade. Tudo isso,
contudo, depende do mundo em geral.
Consertar a Humanidade é impossível, mas, pelo
menos em família e entre amigos poderemos fazer a diferença.
O essencial é acreditar na sinceridade,
honestidade intelectual, atitudes pró ativas, senso crítico objetivo e eficaz.
E quais seriam os limiares importantes?
O ideal seria começar pela residência e
ambiente de trabalho. Corrigir fatores de risco. Nessa tarefa seria muito
importante a aplicação de arquitetos e engenheiros dedicados à segurança. É
raro descobrir profissionais que vão além de ambientes industriais. Com certeza
será atividade com importância crescente, de futuro diante da expectativa de
crescimento a expectativa de vida.
Podemos, ao fazer ou comprar casa ou
apartamento desde cedo cuidar de detalhes que tornem o ambiente familiar mais
seguro. Afinal ele deve ser acolhedor a todos que nele entrarem, especialmente
os parentes e amigos mais velhos.
Tapetes, móveis, largura das portas, piso
antiderrapante, iluminação eficaz, banheiros universais, quartos espaçosos,
móveis fortes e com bomdesigna, metais e luminárias, tudo é significativo.
Infelizmente as limitações financeiras pesam decisivamente. Isso impõe a
definição de prioridades ao longo da vida.
Nas ruas o momento decisivo foi não querer
renovar a licença para dirigir. Consciente que a minha visão chegara ao limite
do razoável decidi parear. Sinto agora a tremenda perda de mobilidade, mais
ainda diante da violência urbana, caminhar, usar o transporte coletivo urbano,
chegar em lugares distantes tudo ficou quase impossível.
Não me arrependo dessa condição. Imagino que
atropelar ou causar um acidente grave seja algo insuportável, mais grave quando
sabemos que não deveríamos estar dirigindo.
Muita coisa não tem retrocesso...
Um pesadelo é não sentir a degradação e a
agressividade. Perdemos a paciência com maior facilidade. Senti e com força a
impaciência diante de grupos de pessoas com manifestações estranhas. Em tempos
de maior juventude isso seria natural, a idade, contudo, soma a impaciência à
incapacidade de suportar besteiras. Pior ainda quando temos convicções
arraigadas. É muito difícil continuar em ambientes hostis a ideais que nos
balizaram a vida. O que não toleramos é , entretanto, o direito de
expressão e o resultado de educações
diferentes daquela que tivemos. Isso cria comportamentos explosivos e a idade
só agrava esse temperamento, quando o temos.
Maravilhosamente tive de minha cardiologista
(!) a receita necessária e suficiente para mudar, virei zen, ainda que
sonolento.
Fico imaginando a quantidade de pessoas que se
perdem em agressões desnecessárias, muita coisa seria evitada se pudessem ter
uma assistência clínica e psicológica adequadas.
Com certeza podemos renunciar à vida ativa, e
a que preço?
Podemos perder muito com o envelhecimento, mas
dificilmente não teremos bons conselhos e análises a oferecer.
Os sistemas de comunicação modernos viabilizam
o estudo contínuo, mais ainda para quem pode usá-los de forma sistemática.
Via internet, WEB, e bons provedores de TV
conseguimos saber muito mais, ainda que frequentemente com programas já
superados.
E os limiares?
Quando devemos mudar de comportamento?
Por que insistimos em atitudes erradas?
Temos apoio para análises maiores?
Talvez o menos desejável seja a mudança de
comportamento sexual. Entendemos que o ideal é aceitar e não ter vergonha de
ignorar detalhes óbvios ou não. A sinceridade poderá ser utilíssima em emergências.
Em ambiente amigo, o que um poderá fazer pelo outro sem piorar os estragos
eventuais?
Urbanismo e Arquitetura
Podemos trabalhar para o
aprimoramento das cidades e nossas residências, por exemplo, onde
flagrantemente costuma haver muito a ser feito.
Minha experiência profissional e de
vida em geral foi muito rica, assim vale até uma autocrítica e pessoal e
cidadã.
Quero, acima de tudo, contribuir para
um mundo melhor, isso é gratificante e enriquece a velhice, quando sentimos pesadamente
nossos erros e acertos.
A vida da pessoa idosa depende dramaticamente
das decisões tomadas em torno do planejamento, gerenciamento e definições de
prioridade da administração pública.
Em casa a residência será um fator a ser
otimizado constantemente.
As estatísticas mostram a triste realidade da
insegurança progressiva, pois o ser humano demora a perceber que ultrapassou
seus limites.
Do portal
(Conhecendo o Brasil) temos que
A relação entre a porcentagem de idosos e de
jovens é chamada de “índice de envelhecimento”, que deve aumentar de 43,19%, em
2018, para 173,47%, em 2060. Esse processo pode ser observado graficamente
pelas mudanças no formato da pirâmide etária ao longo dos anos, que segue a
tendência mundial de estreitamento da base (menos crianças e jovens) e
alargamento do corpo (adultos) e topo (idosos).
A demógrafa comenta que as principais causas
para essa tendência de envelhecimento seriam o menor número de nascimentos a
cada ano, ou seja, a queda da taxa de fecundidade, além do aumento da
expectativa de vida do brasileiro. Segundo as Tábuas Completas de Mortalidade,
do IBGE, quem nasceu no Brasil em 2017 pode chegar, em média, a 76 anos de
vida. Na projeção, quem nascer em 2060 poderá chegar a 81 anos. Desde 1940, a
expectativa já aumentou 30,5 anos.
Sempre é bom lembrar que a pessoa idosa (Quem é a pessoa idosa?) , é
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS),
idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. O mesmo entendimento está presente
na Política Nacional do Idoso (instituída pela lei federal 8.842), de 1994, e
no Estatuto do Idoso (lei 10.741), de 2003. A primeira tem como objetivo
assegurar os direitos sociais do idoso, entre eles à saúde, ao trabalho, à
assistência social, à educação, à cultura, ao esporte, à habitação e aos meios
de transportes, criando condições para promover sua autonomia, integração e
participação efetiva na sociedade. A segunda vem regular todos esses direitos,
concedendo a quem tem 60 anos ou mais, por exemplo, atendimento preferencial em
estabelecimentos públicos e privados e prioridade na formulação e na execução
de políticas sociais públicas específicas.
O Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas
nessa faixa etária, número que representa 13% da população do país. E esse
percentual tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da
População, divulgada em 2018 pelo IBGE.
Para que os idosos de hoje e do futuro tenham
qualidade de vida, é preciso garantir direitos em questões como saúde,
trabalho, assistência social, educação, cultura, esporte, habitação e meios de
transportes. No Brasil, esses direitos são regulamentados pela Política
Nacional do Idoso, bem como o Estatuto do Idoso, sancionados em 1994 e em 2003,
respectivamente. Ambos os documentos devem servir de balizamento para políticas
públicas e iniciativas que promovam uma verdadeira melhor idade.
A Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE) ,ostra que
Aproximadamente 30% das pessoas com mais de 65
anos de idade caem pelo menos uma vez por ano. Depois dos 80 anos de idade,
essa porcentagem pode chegar a 50%, informa a Dra. Kelem de Negreiros Cabral,
geriatra no Hospital Sírio-Libanês. "As quedas são um sinal de que algo
que não está bem na saúde do idoso", afirma a médica.
Essa é a triste realidade que se agrava pela
falta de atenção de arquitetos dedicados ao planejamento de residências.
Em família temos visto essa situação e
pessoalmente a percepção de uma realidade brutal.
Posso afirmar que apesar de muitos cuidados
vamos perdendo capacidades e quando damos pela coisa o mal estará feito.
As quedas, batidas, dispersão de líquidos etc.
deixam sequelas mais e mais graves até porque muitos tombos criam problemas
permanentes que vão se somando aos efeitos dos anteriores.
Quando jovens esquecemos que o corpo humano
tem um estoque de recursos para manutenção que se consome ao longo da vida.
Especialistas detalham efeitos e causas
acessíveis em bons portais de hospitais, clínicas e ONGs.
Precisamos assumir a idade e isso não é
difícil quando adquirimos doenças típicas do tempo de vida.
Assim posso dizer que me tornei autodidata do
envelhecimento.
A vida profissional e lúdica cria situações de
acidentes de que nos arrependeremos talvez muitos anos depois.
Vivo uma série crescente de problemas criados
por diversos acidentes, um em especial (em Santos) e doenças que poderia ter
evitado.
Irritação e quase acidentes fatais vivi nesses
dois últimos anos simplesmente andando ou dentro de ônibus, isso sem esquecer a
atuação voluntariosa de alguns cachorros.
É absurdamente desagradável ouvir, sentir e
ver a incredulidade e indiferença de pessoas que poderiam corrigir os absurdos
detalhes urbanísticos de Curitiba, por exemplo.
Pessoas bem de vida não usam o transporte
coletivo urbano, as calçadas e praças da cidade. Têm seus carros, motoristas,
táxis, helicópteros, seguranças, clubes e muito mais se forem realmente muito
ricas.
Cidades com cultura antiga arraigada e
querendo copiar modelos de cidades europeias velhas esquecem que os tempos
mudaram, cobrando novas soluções.
Com certeza novas gerações de cidadãos já
distantes de titias e vovós dão menos valor a calçadas inseguras, por exemplo.
O que impressiona viajando pelo “Velho Mundo”
é olhar para o chão e ver que pisamos em pistas seguras cobrindo calçadas
centenárias.
Participei da elaboração do Programa Blumenau
Século 21 e lá vi a atuação positiva dos professores a favor de mudanças
inteligentes para a cidade, com destaque para a pessoa com deficiência.
Note-se que as Normas Técnicas e as leis
precisam de ajustes permanentes, regulares, não frequentes de modo a
desmoralizá-las, mas sempre que detalhes importantes surgirem para ajustes
necessários. A dinâmica de construção desses instrumentos técnicos e culturais
mostram o nível de racionalidade de época, data em que foram publicadas, dos
seres humanos existentes. Tudo se transforma e o custo enorme de qualquer
determinação legal e inadequada pode ser intolerável.
Sei disso ao avaliar conclusões de inúmeros
cursos, seminários, palestras etc.
Arquitetura é um foco essencial à segurança da
pessoa idosa.
Agora sinto na violência de acidentes e
incidentes o que poderia ter sido evitado. Praticamente tudo pode ser melhor,
mais seguro. O óbice é a estética, sempre prejudicando a racionalidade.
Desde o menor detalhe até os maiores e caros,
tudo pode ser aprimorado, mas dependem demais do poder aquisitivo dos futuros
idosos. A manutenção é um cuidado oneroso e permanente.
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Wikipédia. (s.d.). Bertrand Russell. Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bertrand_Russell
[i] A
sua família fugiu da Inquisição de Portugal. Foi um profundo estudioso da
Bíblia, do Talmude e de obras de judeus como Maimónides, Ben Gherson, Ibn Ezra,
Hasdai Crescas, Ibn Gabirol, Moisés de Córdoba e outros. Também se dedicou ao
estudo de Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito, Epicuro, Lucrécio e
Giordano Bruno. Ganhou fama pelas suas posições opostas à superstição: a sua
frase Deus sive natura, "Deus, ou seja, a Natureza" é um conceito
filosófico, e não religioso. Notabilizou-se também por ter escrito sua ética na
forma de postulado e definições, como se fosse um tratado de geometria.
Fonte Wikipédia